Uma sensação súbita de mal-estar, tremor e tontura surgem. Às vezes com dor de cabeça, às vezes uma necessidade urgente de sentar para não desmaiar. Provavelmente você está passando por uma crise de hipoglicemia.
O termo é mais comum e mais conhecido por quem tem diabetes ou convive com alguém que tenha. Nesses casos, as quedas de glicemia são mais constantes e, por isso, os sintomas e as medidas para resolvê-las precisam ser bem conhecidos.
Mas mesmo quem nunca teve um exame de glicemia alterado pode sofrer com um mal-estar desse. Conheça mais sobre a hipoglicemia e que você precisa fazer se ela ocorrer!
Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:
A hipoglicemia é uma condição caracterizada pela queda irregular de açúcar no sangue, que acontece com mais frequência em pacientes com diabetes e — mais dificilmente — em pessoas sem qualquer distúrbio do pâncreas.
Vale lembrar que a queda da glicemia não é uma doença, mas um sinal ou sintoma de alguma outra condição, que pode ser a falta de alimentação, o uso de medicamentos, os distúrbios glicêmicos ou desregulações do organismo, por exemplo.
Em média, as taxas normais de açúcar no sangue (glicemia) variam entre 70mg/dL e 99mg/dL em jejum, podendo chegar a até 140mg/dL após as refeições para pacientes sem diabetes.
Essa faixa de valores indica que o corpo está funcionando adequadamente, conseguindo equilibrar a produção de hormônios insulina e glucagon — responsáveis pela regulação do açúcar no sangue — de forma adequada à ingestão alimentar.
Porém, quando os valores baixam de 70mg/dL, os sintomas podem iniciar com mal-estar, tremores, fome, confusão mental e tontura, que costumam a se agravar rapidamente, pois a glicemia tende a cair de forma acelerada se não for corrigida.
Clinicamente, a hipoglicemia se define a partir de 3 aspectos, denominados tríade de Whipple, em que o paciente precisa apresentar:
A condição, sobretudo em pacientes com diabetes, deve ser considerada urgente, logo que o estado piora rapidamente e pode resultar em danos severos, como perda de consciência e convulsões. Mas a boa notícia é que, do mesmo modo que a glicemia baixa rapidamente, após beber algo doce, ela se eleva em pouco tempo também.
Os sintomas podem até demorar um pouco mais para passar, mas gradualmente o corpo se restabiliza e não há mais riscos decorrentes da hipoglicemia.
No CID-10, a hipoglicemia se encontra listada sob os códigos:
Hipoglicemia e hiperglicemia são os opostos, ou extremos, das alterações das taxas de açúcar no sangue.
Enquanto a primeira caracteriza uma queda brusca, geralmente apresentando sintomas quando os índices chegam abaixo de 70mg/dL, a segunda se caracteriza por glicemias acima de 200mg/dL, que podem chegar a valores acima de 600mg/dL, sobretudo em pacientes com diabetes tipo 1.
A hiperglicemia deve ser tratada conforme o quadro do paciente. Por exemplo, em casos de pré-diabetes, muitas vezes, apenas uma regulação alimentar e adoção de exercícios físicos pode ser suficiente para estabilizar as taxas.
Porém, em pacientes com diabetes diagnosticada, a falta ou demora em usar a medicação, o excesso de alimentos com carboidrato ou açúcar ou dosagens baixas de insulina podem ocasionar quadros de hiperglicemia.
É importante que pacientes com diabetes saibam diferenciar os quadros e, sobretudo, estejam sempre com o glicosímetro para medir a glicemia.
Vale ressaltar também que pode haver variação dos sintomas. Por exemplo, há pacientes que se sentem mal com glicemias próximas a 250mg/dL, enquanto outros podem perceber alteração somente quando a taxa ultrapassa 350mg/dL.
Em geral, sono, fome, dores de cabeça, tontura, sede e aumento da urina são bastante frequentes na hiperglicemia. Enquanto os sintomas da hipoglicemia começam de modo súbito, os sinais da hiperglicemia podem ser lentos e graduais.
Os alimentos são fundamentais para ofertar ao corpo os nutrientes necessários para a realização e manutenção de atividades essenciais à vida, sendo que a glicose é a principal fonte de energia do organismo.
Talvez você esteja pensando que nem consome tanto açúcar assim — ou até já tenha substituído os docinhos por versões sem açúcar —, mas na verdade boa parte da nossa alimentação é composta de carboidratos que, após digeridos, viram glicose.
Essa é a base da digestão: aquela fruta ou aquele sanduíche ingeridos são quebrados diversas vezes para que o organismo consiga extrair deles suas propriedades, transformando cada alimento em recursos nutricionais.
Alguns carboidratos são mais complexos e, por isso, mais difíceis de serem quebrados, sendo necessários que o corpo degrade ele mais vezes. É como se um carboidrato fosse uma grande parede, formada por vários blocos que são unidades mais simples de carboidratos.
Para que o carboidrato seja devidamente digerido, o organismo precisa separar essas unidades (fazendo isso através dos processos digestivos que ocorrem sobretudo no estômago).
Então, após os sucos estomacais quebrarem as moléculas de carboidrato, as unidades menores (ou mais simples) de açúcar chegam ao intestino e são absorvidas, caindo na corrente sanguínea como glicose.
O pâncreas produz e secreta um hormônio chamado insulina, responsável por enviar a glicose para dentro das células, fazendo com que as necessidades energéticas sejam supridas.
Vale lembrar que a principal função da glicose é agir como combustível (ou energia) para as atividades do organismo — que vão do bombeamento de sangue pelo coração até todos os movimentos de uma aula de crossfit.
Mas geralmente as refeições fornecem mais energia do que as células estão precisando — o que é bom, pois o organismo precisa constantemente de fontes energéticas —, então esse excedente é enviado ao fígado, que fará uma série de reações bioquímicas para estocar a glicose.
Quando todo o estoque é esgotado, a glicemia começa a baixar e os sinais e sintomas se manifestam como um alerta: o corpo precisa de açúcar.
Nas pessoas saudáveis, mesmo quando os estoques de glicose estão baixos e o corpo começa a manifestar sinais de hipoglicemia, há mecanismos que evitam a sua queda acentuada.
Em geral, eles são bastante semelhantes aos processos que mantêm as taxas de açúcar no sangue regulares durante algumas horas sem comer: o corpo diminui a produção de insulina e aumenta a secreção de glucagon, catecolaminas, cortisol e GH (hormônio do crescimento) — hormônios associados ao metabolismo e à regulação glicêmica.
Basicamente, o que ocorre é um menor consumo de glicose pelo organismo e uma produção hepática de glicose (quase como uma produção alternativa de energia). O resultado é que os níveis de açúcar do sangue retornam à normalidade.
No entanto, em pacientes com diabetes, as hipoglicemias são condições mais graves devido a um fator essencial: como o paciente geralmente aplica insulina ou toma remédios que reduzem a glicemia, o organismo não consegue inibir essa ação e frear a redução do açúcar no sangue.
Junto a isso, o organismo não é capaz de produzir total ou parcialmente o hormônio glucagon, fazendo com que a estabilização glicêmica não seja possível e a hipoglicemia continue se agravando.
As hipoglicemias podem ser divididas entre as que ocorrem em jejum e as que ocorrem após a alimentação, chamadas de pós-prandial ou reativas.
Pacientes com diabetes e que permanecem em jejum por tempo prolongado são mais suscetíveis às hipoglicemias pois o organismo não é capaz de equilibrar a liberação hormonal de insulina e glucagon, evitando que as taxas glicêmicas caiam drasticamente.
No entanto, pessoas não diabéticas também podem apresentar mal-estar relacionado à baixa da glicose durante o jejum.
Em geral, há uma associação de fatores, como longas horas sem ingerir alimentos, prática de atividades físicas intensas, consumo de álcool, uso de medicamentos capazes de induzir a redução de açúcar sanguíneo, disfunções metabólicas ou doenças que não sejam a própria diabetes (como disfunções nos rins).
Mesmo pouco tempo depois de se alimentar, quadros de hipoglicemia podem ocorrer como uma reação à alimentação. Esse tipo de queda glicêmica é chamada também de reativa, pois age como um mecanismo do corpo após uma grande ingestão de carboidratos, principalmente se forem carboidratos simples (por exemplo, refrigerantes).
Basicamente, o corpo produz muita insulina para dar conta dos carboidratos ingeridos, porém essa quantidade pode resultar em picos de insulina seguidos de quedas glicêmicas.
Pouco frequente em pessoas saudáveis, a condição ocorre sobretudo em pacientes submetidos a cirurgias gástricas ou que apresentem algum distúrbio de absorção intestinal.
A condição tem gravidade variável, de acordo com a frequência, intensidade da queda de glicemia e idade da criança. Os sintomas são aqueles que ocorrem em episódios de hipoglicemia, como tremores, suor frio e alterações neurológicas, incluindo os possíveis danos ao organismo.
Em geral, as causas mais comuns são a produção exagerada de insulina (hiperinsulinismo), deficiência na produção de elementos que regulam a glicemia no sangue (como hormônio do crescimento, glucagon e corticoides), além de distúrbios do organismo de origem hereditária.
É possível que ocorram casos de hiperinsulinismo transitório em recém-nascidos de mães com diabetes, ou seja, produção aumentada do hormônio insulina.
Nesse caso, durante a gestação, o bebê é exposto às desregulações glicêmicas do organismo materno e se acostuma às taxas mais elevadas de açúcar no sangue. Como resposta, o pâncreas da crianças produz mais insulina do que normalmente.
Assim, quanto menos controlada for a glicemia da mãe, maiores as chances do bebê apresentar dificuldade de regular as taxas glicêmicas nos meses subsequentes ao parto.
Recém-nascidos que fazem parte do grupo de risco — ter mãe com diabetes, ser prematuros, a gestação ter se desenvolvido em ambientes estressantes, apresentar histórico familiar de doenças do pâncreas — devem ser avaliados mesmo sem manifestações sintomáticas.
Há ainda os casos de hipoglicemia causada por hiperinsulinismo persistente, que pode necessitar de tratamento cirúrgico para a remoção de parte do tecido do pâncreas.
A hipoglicemia ocorre devido à queda de açúcar no sangue, quando os estoques de energia já foram esgotados pelo organismo. Há alguns fatores que podem conduzir à baixa da glicemia, como:
Ficar muitas horas sem comer pode desencadear a queda acentuada das taxas de glicemia, sobretudo em pacientes com diabetes.
Nesses casos, é a falta da ingestão de carboidratos que provoca a hipoglicemia, fazendo com que o organismo não consiga manter as taxas ideias.
Geralmente, o organismo de pessoas sem diabetes consegue lidar com os períodos de jejum prolongado, inibindo a liberação de insulina e secretando mais glucagon (hormônio que tem uma ação oposta à insulina, elevando a glicemia). Porém, é possível que esse mecanismo falhe e os sintomas apareçam.
Os medicamentos antidiabéticos são os maiores causadores de hipoglicemias.
Mesmo com o controle frequente das taxas de glicemia, diversos fatores podem fazer com que o açúcar no sangue caia, sobretudo em pacientes que fazem uso de insulina injetável, pois as doses são geralmente variáveis de acordo com a alimentação e as atividades físicas, por exemplo.
Normalmente, pacientes que fazem uso de remédios antidiabéticos associados (mais de um medicamento) ou insulina apresentam maiores riscos de hipoglicemia induzida devido à alta dosagem dos medicamentos.
Em geral, o excesso ocorre porque a quantidade ainda está sendo ajustada (ou precisa de ajustes) ou porque há fatores associados, como:
Para esses casos, os medicamentos causadores mais recorrentes são:
Entre os medicamentos não usados para tratamento de diabetes e que podem causar hipoglicemia estão:
A glicose é usada como fonte energética para que o corpo consiga desempenhar suas atividades — que vão desde a manutenção das atividades vitais até à prática de exercícios intensos, como uma aula aeróbica.
Portanto, conforme as atividades físicas vão sendo realizadas, a glicemia vai se convertendo em energia.
Se você frequenta academia, provavelmente já viu ou ouvir alguém falar sobre o consumo de carboidratos rápidos no meio do treino. Isso porque eles ajudam a repor as fontes energéticas e evitar que o cansaço e a fadiga reduzam o ritmo do corpo. Além disso, eles ajudam a evitar as hipoglicemias.
Geralmente associados a algumas horas sem comer ou uma alimentação com poucos carboidratos, a atividade física pode promover uma queda brusca na glicemia.
Quando ingerimos álcool, cabe ao fígado a metabolização e eliminação da substância. Mas o problema é que ela não é muito bem quista pelo organismo, que a considera um veneno e, por isso, concentra as atividades na limpeza do corpo para eliminá-la.
Mas o processo não é tão rápido. Em média, o fígado leva 60 minutos para filtrar o sangue, mesmo que você só tenha bebido uma cerveja.
O órgão fica tão concentrado na metabolização da bebida que deixa de realizar adequadamente outras funções, como o equilíbrio da glicemia.
Aos poucos, a glicose do sangue vai sendo consumida e, se o fígado está sobrecarregado filtrando o álcool, não há liberação do hormônio glucagon (capaz de evitar a hipoglicemia).
O resultado é que o açúcar no sangue baixa, podendo chegar ao coma alcoólico dependendo da quantidade ingerida (por isso que quando alguém exagera nas festas, precisa tomar glicose na veia).
Algumas condições, além do diabetes, podem afetar a regulação da glicemia no sangue, como a insuficiência hepática, cardíaca ou renal. Além delas, os tumores e alterações do pâncreas podem desencadear quedas exageradas de glicemia.
A condição de insulinoma é um tipo raro de tumor que afeta a liberação de insulina. A maioria dos pacientes diagnosticados com insulinomas apresenta um tipo benigno da doença, com tumores pequenos que se localizam em células pancreáticas.
No entanto, mesmo os casos benignos geram produção excessiva de insulina e desencadeiam crises de hipoglicemia constantes.
O tratamento cirúrgico para a retirada do tumor é, em geral, a medida mais indicada.
Algumas condições representam maiores riscos para uma hipoglicemia, como:
Quando a glicemia chega à faixa dos 70mg/dL, os sintomas podem começar a se manifestar e tendem a se intensificar conforme esse valor continua baixando.
Vale ressaltar que, muitas vezes, pacientes com diabetes podem apresentar diferentes manifestações físicas e psicológicas quando há episódios de hipoglicemia, assim como pessoas sem diabetes podem ter formas menos intensas do quadro.
Os sintomas iniciais mais frequentes costumam ser:
Em geral, esses costumam ser sinais de alerta, chamados de sintomas neurogênicos e que precedem sintomas neuroglicopênicos (decorrentes da falta de glicose no cérebro), que são:
Conforme a glicemia continua baixando, os riscos são maiores, pois o cérebro é um dos órgãos que mais necessita de glicose para a manutenção das suas funções. Por isso, é um dos mais afetados quando os estoques são reduzidos.
Geralmente, glicemias abaixo de 40mg/dL já representam elevados riscos ao sistema nervoso central, sendo que abaixo de 27mg/dL as chances de convulsão, danos cerebrais irreversíveis e morte são aumentadas.
A hipoglicemia é uma condição bastante perigosa para o organismo, pois o corpo necessita de glicose para manter as funções vitais. Por isso, todos os pacientes — com diabetes ou não — devem ser atendidos em caráter emergencial durante uma crise de queda glicêmica.
Em geral, a queda de açúcar no sangue provoca alguma manifestação mesmo que sutil, mas há casos em que a hipoglicemia pode ocorrer de forma assintomática ou, ao menos, não perceptível pelo paciente.
Mesmo quando o índice de glicemia está bastante baixo, menor do que 50mg/dL, os sintomas podem estar ausentes e, por isso, representar riscos à saúde do paciente.
Nesses quadros, é importante que haja um monitoramento regular, com o uso de glicosímetros, assim como os hábitos e cuidados com alimentação e atividades físicas sejam constantes.
Muitas vezes, pacientes com diabetes podem passar por crises de hipoglicemia noturna sem que consigam acordar. A condição é grave pois o estado de dormência impede que se reconheça a queda de açúcar no sangue e seja possível tratá-la.
Muitas vezes, as hipoglicemias noturnas são identificadas apenas de manhã, quando o paciente desperta e, geralmente, percebe a cama úmida devido ao suor excessivo.
Outro aspecto importante para detectar possíveis crises hipoglicêmicas à noite é a hiperglicemia ao acordar.
Ou seja, o paciente vai dormir com taxas normais de glicemia, mas ao acordar constata uma elevação acentuada (podendo chegar a mais de 250mg/dL).
Isso ocorre devido ao efeito rebote, em que o organismo detecta uma situação de risco e inicia a liberação de glicogênio muscular e hormônios contrarreguladores, por exemplo a adrenalina e glucagon, como recurso à falta de glicose.
Nesses casos, é preciso avaliar as dosagens dos medicamentos antes de dormir, ajustar as doses de insulina lenta ou criar hábito de comer alguma coisa antes de deitar.
Os profissionais mais capacitados para diagnosticar e acompanhar quadros de hipoglicemia e diabetes são o endocrinologista, pediatra e clínico geral. Clinicamente, a hipoglicemia é diagnosticada quando se obedecem os 3 critérios de Whipple:
O paciente ou o médico geralmente suspeitam da hipoglicemia quando os primeiros sinais e sintomas começam a se manifestar.
Suor, confusão mental, mal-estar e tonturas são quadros que, em pessoas com diabetes, já indicam sinal de alerta, mas que nem sempre são rapidamente reconhecidos por pessoas saudáveis.
A condição tende a ser mais difícil de ser diagnosticada em crianças (pois há maior dificuldade dela relatar adequadamente os sintomas), pacientes que nunca tiveram uma crise de hipoglicemia ou nos casos que ela ocorre durante o sono.
Com um teste rápido de glicemia, feito em aparelhos glicosímetros, é possível constatar os valores baixos de açúcar no sangue.
Pacientes com diabetes são sempre recomendados a ter medidores em casa e carregá-los durante o dia. Em geral, considera-se hipoglicemia os valores abaixo de 70mg/dL.
Após verificado o índice baixo de glicemia, o paciente deve fazer a correção e aguardar a estabilização do quadro. Para compor um episódio clínico de hipoglicemia, os sintomas e sinais devem ser rapidamente amenizados e resolvidos.
Ainda que o mal-estar possa persistir por mais algum tempo, em geral, os quadros se resolvem rapidamente em poucos minutos.
Se os sinais e sintomas persistirem após a correção glicêmica, sem nenhuma melhora, é necessário investigar o problema.
Em pacientes saudáveis, os valores de glicemia não variam muito, mesmo após as refeições bastante açucaradas, pois o corpo consegue desempenhar bem suas funções de manter constante e controlada a taxa glicêmica.
Existem duas maneiras de verificar o valor da glicemia, que pode ser através de exames de sangue em laboratório ou exames em glicosímetros (chamada glicemia capilar).
Se a pessoa não tem diabetes e nenhum parente ou amigo próximo tem, dificilmente ela terá à disposição um medidor de glicemia (glicosímetro). Nesses casos, geralmente as taxas são verificadas se o médico solicitar o exame de sangue.
A glicemia em jejum é feita através de uma coleta simples de sangue, sendo necessário que o paciente esteja em jejum de 8 horas ou mais, dependendo das recomendações do laboratório.
O exame vai verificar a concentração de açúcar no sangue no período da manhã. Os valores podem indicar:
Outro modo de verificar a glicemia é através do glicosímetro, um aparelho pequeno e portátil que deve fazer parte da rotina de todo paciente com diabetes.
O teste verifica a concentração de açúcar no sangue no momento em que está sendo realizado (glicemia capilar) — há exames capazes de fazer uma média glicêmica dos últimos 90 dias — e é essencial para auxiliar no controle e tratamento da doença.
É necessário obter uma pequena gota de sangue, com o uso de lancetas, e depositá-la na fita de medição. Em média, o aparelho demora entre 5 e 10 segundos para apresentar o valor.
Em pacientes sem diabetes, cerca de 60 minutos após as refeições, é normal que que a glicemia atinja níveis de até 140mg/dL, mas que são reduzidos gradualmente em até 3 horas após a refeição.
O ideal, para pacientes com diabetes é manter a glicemia o mais próxima possível dessa faixa.
Sim, considerando o episódio ou ocorrência de hipoglicemia, resolve-se através da restabilização da glicemia. Mas é preciso verificar quais os causadores dessa queda.
Em pacientes com diabetes, a hipoglicemia é um quadro que pode ser diminuído ou evitado através de ajustes no tratamento, mas que, ainda assim, podem ocorrer novamente.
No geral, manter uma alimentação equilibrada e ter moderação nas atividades físicas é capaz de reduzir possíveis episódios de hipoglicemia.
Antes de adotar qualquer medida, é necessário investigar as causas e origens da hipoglicemia. Se houver algum agente desencadeador, como alterações hepáticas ou renais, câncer, disfunções metabólicas ou dificuldade de absorção nutricional, é necessário que o paciente realize tratamento específico para o caso.
Pacientes com diabetes e com crises constantes de hipoglicemia precisam, junto ao médico, ajustar o tratamento, visando sobretudo equilibrar melhor a dosagem de medicamentos.
Mas, durante um episódio de hipoglicemia, o tratamento consiste na ingestão de carboidratos simples, em quantidades adequadas para repor a glicose no sangue. Ou seja, seu corpo precisa literalmente de açúcar.
Prefira bebidas ao invés de comidas, pois a ação é mais rápida. Quanto mais simples for o tipo de açúcar, mais rápido o quadro irá se estabilizar, por isso, evite bebidas com muita gordura ou proteína, pois a digestão vai ser mais lenta.
O ideal é consumir um refrigerante ou um copo de água com açúcar.
Em casos de até 50mg/dL de glicemia, é preciso consumir 15g de carboidratos, o que representa 2 colheres de açúcar branco, mais ou menos. Abaixo de 50mg/dL, é preciso aumentar a ingestão para 30g.
O ideal é aguardar cerca de 15 minutos e medir a taxa de glicemia. Se ainda estiver abaixo de 70mg/dL, é necessário ingerir algo novamente.
Nas tabelas nutricionais, sempre consta a quantidade de carboidratos do alimento. Se você olhar um refrigerante, por exemplo, uma latinha contém cerca de 30g, que são suficientes para equilibrar crises graves de hipoglicemia.
Além disso, se a próxima refeição estiver muito distante (mais que 1 hora), pode ser recomendado realizar um pequeno lanche nos próximos minutos, evitando que ocorra um novo episódio hipoglicêmico.
Se a pessoa desmaiar ou visivelmente não tiver condições de ingerir líquidos, é preciso recorrer a outras formas de elevação glicêmica.
Uma alternativa é o uso de injeção de glucagon ou a aplicação de glicose direto na veia, mas essas opções são possíveis para pacientes com diabetes (que têm a insulina em casa) ou quando a hipoglicemia ocorre em algum centro de saúde ou pronto-atendimento.
Quando o episódio ocorrer na rua, por exemplo, é possível colocar açúcar diretamente na gengiva da pessoa, tomando cuidado para que a quantidade não seja capaz de causar engasgos. O açúcar deve ser pressionado ou levemente esfregado na mucosa, fazendo com que a absorção seja acelerada.
Os medicamentos para corrigir hipoglicemia são indicados apenas aos pacientes que possuem alterações ou patologias que possam causar constantes quedas glicêmicas, como o diabetes, disfunções hepáticas ou renais.
Quando a pessoa apresenta crises frequentes de hipoglicemia, o médico pode receitar a injeção subcutânea glucagon, que age aumentando a taxa de glicemia. Entre as opções está o Glucagen Hypokit.
Há também glicose injetável, que entre outras finalidades, pode ser empregada para a correção da glicemia. Algumas opções são:
Em outros casos, é possível manter sachês de glicose ou carboidrato rápido (aqueles usados em academias, como Carb Up Gel Probiótica, em que cada sachê de 30g possui 20g de carboidratos de rápida absorção).
Eles podem ser encontrados em lojas de produtos para diabetes, farmácias ou até em lojas de suplementos para atletas.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
A hipoglicemia é um sinal de alerta para o organismo, sendo um episódio rapidamente resolvido após a ingestão alimentar ou uso de glicose intravenosa.
Pacientes que apresentam quadros frequentes de queda glicêmica devem realizar acompanhamento médico para investigar as causas e tratar a doença ou condição primária.
Em pessoas saudáveis, as hipoglicemias tendem a ocorrer devido às atividades físicas, má alimentação ou jejum prolongado.
Por isso, quando há predisposição às quedas de glicemia — devido a patologias ou não —, é preciso adotar medidas preventivas, como ter sempre uma bala ou sachê de glicose disponível, não ficar longas horas sem comer, não praticar atividades físicas em jejum e, principalmente, manter amigos e pessoas próximas avisadas sobre a condição.
Para os pacientes com episódios frequentes de hipoglicemia, também é recomendável:
Pacientes com diabetes devem medir constantemente a glicemia (com aparelhos de glicosímetros) e realizar um acompanhamento médico efetivo. Através dessas duas medidas será possível identificar a necessidade de mudar medicações, dosagens ou rotinas do tratamento, conferindo um melhor controle da doença.
Para reduzir os riscos da hipoglicemia noturna, é ideal medir a glicemia antes de dormir. Caso o valor esteja próximo a 120mg/dL, é indicado ingerir algum carboidrato, como um copo de leite.
De manhã, as glicemias alteradas também podem ser um indicativo de hipos durante à noite. Ou seja, nem sempre uma glicemia alta é falta de insulina, pois pode ser excesso também.
Devido ao efeito rebote, uma queda de glicemia durante o sono pode ser corrigida pelo organismo e ocasionar hiperglicemia. Por isso, o controle e acompanhamento pelo glicosímetro é fundamental.
Sobretudo pacientes com diabetes devem tomar medidas de precaução para os possíveis casos hipoglicêmicos. Para identificar a diabetes, o paciente pode fazer uso de pulseiras ou cartões com telefones médicos e hospitalares, que são fundamentais em casos de emergência.
Outra possibilidade que surgiu recentemente é a tatuagem do bem, uma iniciativa de estúdios e profissionais de tatuagem que oferecem desenhos ou alertas relacionados ao diabetes e com valores reduzidos. Além de auxiliar na conscientização social e nos cuidados com a doença, a tatuagem serve como um alerta rápido sobre a doença.
Caso a pessoa desmaie ou esteja incapacitada de se comunicar, esses avisos e identificadores vão facilitar no atendimento e agilizar a solução do problema, pois nem sempre é rápido saber que o mal-estar se trata de uma hipoglicemia.
A hipoglicemia, em si, tem excelente prognóstico desde que seja rapidamente corrigida. Em poucos minutos, os sintomas tendem a se amenizar.
Mesmo que o paciente se sinta mal por mais algumas horas, o risco de complicações ou danos ao organismo permanece apenas enquanto a taxa de glicemia está baixa.
Em geral, os quadros severos (mais ou menos abaixo de 30mg/dL) que ocorrem com frequência ou duram muito tempo podem gerar lesões neurológicas temporárias ou persistentes, sobretudo em crianças.
Adultos, geralmente, apresentam recuperação completa e sem danos persistentes às funções cerebrais, mesmo quando há agravamento do quadro — como convulsões ou como hipoglicêmico.
Porém, uma queda acentuada e prolongada de hipoglicemia, que chega à convulsão, pode desencadear lesões cerebrais e levar o paciente à morte.
As complicações mais associadas às hipoglicemias são os danos neurológicos, as convulsões, o coma hipoglicêmico e a morte.
São as crianças as mais afetadas quando ocorrem episódios severos de glicemia baixa, podendo gerar danos ao desenvolvimento cerebral, dificuldade de aprendizado e de contração que persistem por toda a vida.
Em geral, pessoas adultas que sofrem uma queda brusca da glicemia podem convulsionar ou necessitar de coma (chamado de coma diabético).
Em idosos, há maiores riscos de derrames localizados devido aos fatores associados, assim como as mortes são mais frequentes em pacientes que já apresentem alguma condição capaz de agravar o organismo, como disfunções cardíacas.
As medidas para prevenir a queda do açúcar no sangue são as mesmas para pessoas com diabetes ou não. Em geral, elas incluem identificar as situações, eliminando o causador ou encontrando alternativas para evitar a hipoglicemia.
Saiba mais sobre algumas das principais medidas de prevenção:
Uma das principais causas de hipoglicemia é o tempo prolongado sem se alimentar.
Em geral, os pacientes com diabetes devem manter horários mais regulares de refeições, evitando pular alguma. Isso porque, mesmo ajustando as dosagens dos medicamentos, o jejum prolongado faz com que as reservas de glicose se esgotem e o organismo não seja capaz de manter estáveis as taxas de açúcar.
O ideal é fazer pequenas refeições ao longo do dia, evitando ficar mais de 4 horas sem comer. Além de proporcionar uma alimentação mais equilibrada, fracionar as refeições auxilia na estabilidade glicêmica e facilita no controle do diabetes.
O corpo precisa de energia para realizar todas as funções — sejam elas involuntárias, como manter o coração batendo, ou voluntárias, como fazer uma aula aeróbica.
Mas durante uma aula intensa na academia, o organismo precisa ainda mais da glicose para manter o ritmo, fazendo com que as taxas de açúcar sanguíneo tendam a cair.
É importante realizar refeições adequadas antes dos exercícios, incluindo carboidratos — preferencialmente de lenta absorção, como os grãos integrais. Eles vão demorar mais para serem digeridos e, por isso, o corpo tem à disposição uma fonte de energia durante a atividade.
No mesmo sentido, fazer exercícios em jejum, para quem tem predisposição à hipoglicemia ou tem diabetes não deve nem ser cogitado.
Se as aulas forem muito intensas ou longas, é possível recorrer aos carboidratos de rápida absorção, vendidos em lojas de suplementos, por exemplo. São produtos fáceis de carregar e de serem consumidos, evitando que seja preciso abandonar a aula no meio devido ao mal-estar.
Outro ponto importante é que não é apenas durante a atividade física que há o risco de hipoglicemia, pois os efeitos da alta necessidade de energia pode se manter elevado por até 48 horas após aquela aula puxada na academia, fazendo com que hipoglicemias ocorram algumas horas depois.
Por isso, pessoas que fazem uso de medicamentos antidiabéticos devem ajustar as dosagens com seus médicos e manter um alimentação adequada mesmo após o exercício.
Pessoas que fazem uso de remédios para o controle da glicemia devem ter atenção aos horários de ingestão ou aplicação, assim como cuidar com interações medicamentosas.
Algumas vezes, mudanças na rotina (como um almoço mais tarde) ou a aplicação de dosagens sem um espaço adequado de tempo podem resultar na queda da glicemia.
Da mesma forma, é preciso manter a atenção nas dosagens usadas.
O uso de medicamentos como acarbose, metformina, tiazolidinedionas, pioglitazona, sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina, exenatida isoladamente não provocam alterações na glicemia, mas se o paciente já fizer uso de antidiabéticos ou insulina, podem ocorrer quedas no açúcar sanguíneo.
Mudar a alimentação pode ser o motivo das hipoglicemias, sobretudo quando há uma alteração grande e repentina. Por exemplo, retirar boa parte dos carboidratos, diminuir muito a quantidade de alimentos ingeridos ou optar por alimentação low-carb.
Ainda que seja possível — e às vezes recomendado — mudar alguns hábitos alimentares, o processo deve ser gradual, dando tempo para que o corpo se adapte à nova alimentação. Além disso, é importante sempre consultar um nutricionista antes de iniciar qualquer mudança.
Entre os diversos danos que o consumo exagerado ou constante de álcool pode causar, está a hipoglicemia.
Em geral, ela ocorre quando há uma ingestão muito elevada de bebidas alcoólicas, fazendo com que o fígado fique sobrecarregado e não consiga controlar as taxas glicêmicas.
Por isso, o ideal é que as bebidas não sejam ingeridas de estômago vazio e, de preferência, que se intercale cada drink com um pouco de água, evitando a desidratação.
Também é importante beber com calma, dando tempo do efeito do álcool ser reduzido no organismo, pois geralmente a hipoglicemia alcoólica ocorre quando a pessoa bebe muito rápido grandes quantidades de álcool.
Outro ponto que deve ser considerado é a composição das bebidas, pois muitas delas são elaboradas com frutas, leite condensado, açúcar branco e licores que possuem altos índices glicêmicos.
O que pode parecer favorável por um lado é, na verdade, bastante prejudicial, pois o corpo recebe uma grande quantidade de carboidratos e libera insulina proporcionalmente a ela.
Porém, esse carboidratos são todos simples, ou seja, serão rapidamente gastos ou consumidos pelo organismo. Com a insulina ainda circulando no sangue e o fígado ocupado com a metabolização do álcool, o corpo não consegue manter a taxa de glicemia adequada e a hipoglicemia pode ocorrer de modo bem mais fácil.
Se as hipoglicemias não forem desencadeadas por algum comportamento, como o jejum ou as atividades físicas, é preciso investigar possíveis causadores, como patologias, alterações hormonais ou tumores.
Nesse caso, são precisos exames específicos para cada suspeita que o médico considerar, de acordo com os relatos e histórico do paciente.
Se houver alguma alteração envolvida nos episódios de hipoglicemia, é através do tratamento adequado que se prevenir novas ocorrências.
Hipoglicemias são episódios mais comuns entre pacientes com diabetes, mas que podem ocorrer em qualquer pessoa saudável, geralmente devido ao comportamento alimentar ou à ingestão de álcool.
Geralmente, a condição se torna mais grave quando é constante e não se sabe a causa ou para os pacientes que apresentam episódios muito severos e acentuados de hipoglicemia, com histórico de convulsões.
Mas observar a rotina, ajustar a alimentação e manter a saúde em dia são formas eficazes para reduzir e evitar os episódios.
Consulte sempre o seu médico e saiba mais dicas sobre bem-estar aqui no Minuto Saudável!
Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 05/11/2018
Rafaela Sarturi Sitiniki
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