Não é novidade que ter bons hábitos de higiene é indispensável para manter a saúde em dia. Isso vale para todo o organismo, inclusive para a região íntima. Porém, a saúde da mulher ainda é cercada de mitos e tabus, dificultando que muitas meninas e mulheres tenham hábitos adequados, o que pode prejudicar a saúde vaginal. E nem é apenas por falta de higiene! Às vezes, o uso indevido, ou em excesso, de higienizadores pode ser a causa dos problemas.
Além disso, vários hábitos comuns podem ter relação também. Por exemplo, escolher roupas muito apertadas ou, depois da academia, permanecer com as roupas suadas. Apesar de parecerem inofensivas, essas coisas podem ser a fonte dos incômodos íntimos.
Por isso, vale conhecer mais sobre os cuidados com o próprio corpo e quais condições podem, de fato, prejudicá-lo. Quer saber sobre como manter a saúde íntima preservada? Veja 10 hábitos que fazem mal para a região vaginal e como mudá-los!
Apesar de muitas mulheres acreditarem que o uso de protetor diário é uma medida de higiene e proteção, na verdade, ele pode ser a causa de alergias e irritações, aumentando os riscos de infecções.
Como podem prejudicar a respiração da região vaginal, há o favorecimento da proliferação de fungos e bactérias. Assim, é comum que ocorram quadros como a candidíase.
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No entanto, vale destacar que eles são mais porosos que os absorventes comuns. Por isso, permitem que a região íntima fique mais ventilada. Mas vale sempre observar os sinais que o corpo dá. Portanto, se alergias e irritações estão ocorrendo com frequência, é importante considerar suspender o uso dos protetores diários.
Usar roupas íntimas de tecidos sintéticos prejudica a respiração da região vaginal e pode causar irritações devido ao atrito da pele ou mucosa com o tecido.
A mesma lógica se aplica ao uso de calças ou bermudas muito apertadas, pois dificultam a respiração da região íntima, aquecem e favorecem a proliferação de fungos e bactérias.
O ideal, então, é sempre optar por tecidos mais leves, que permitam deixar a região mais arejada. Calcinhas devem ser de tecidos como o algodão, que além de confortáveis, tendem a não irritar a vulva.
Além disso, tirá-la para dormir é uma medida simples que ajuda a reduzir problemas íntimos.
A falta de higiene é um fator que favorece diversas patologias em ambos os sexos, mas nas mulheres isso pode ser ainda mais prejudicial. Isso porque a anatomia do corpo da mulher faz com que seja mais fácil a contaminação da vagina por bactérias intestinais, logo que a vulva e o ânus são bastante próximos. Ou seja, é um caminho curto para que as bactérias migrem do ânus para a vagina.
Como o tamanho da uretra da mulher é também mais curto em relação ao do homem, caso ocorra a entrada de agentes infecciosos no canal vaginal, a possibilidade de desenvolver-se uma infecção urinária é mais facilitada em relação aos homens. Por isso, o ideal é sempre fazer a correta higienização após evacuar (limpar-se na direção de frente para trás).
Se a falta de higiene pode causar problemas, o excesso dela também é perigoso. Sabonetes que podem afetar o PH da região íntima são prejudiciais e podem causar irritações.
Pensando nisso, muitas mulheres acabam optando pelo uso de sabonetes íntimos, que indicam ter PH adequado para a região vaginal. Mas isso também pode não ser a solução.
A vagina é um sistema bastante inteligente e equilibrado. Nela, vivem diferentes bactérias harmonicamente. Quando o PH está regulado, ou seja, ácido, a saúde íntima vai bem.
Sabonetes, lencinhos de limpeza, loções perfumadas ou íntimas podem destruir a camada de proteção natural da vagina e favorecer a proliferação de bactérias e fungos. Isso faz com que o canal da uretra fique mais suscetível à entrada de fungos.
Não é uma regra geral. Há mulheres que vão adaptar-se bem ao uso dos sabonetes íntimos (desde que respeitada a forma e frequência de uso), e outras que vão apresentar sensibilidade. Porém, há ginecologistas que apontam que, na verdade, tudo que a vulva precisa é de uma limpeza diária com água.
Se o higienizante for daqueles bem perfumados, antibacterianos ou com PH alcalino, a dica é mantê-los bem longe da região vaginal.
Fazer a higiene íntima significa apenas lavar a vulva — por isso é importante entender que vulva diz respeito à parte externa da região íntima. Vagina ou canal vaginal é a parte interna.
A ducha vaginal é uma limpeza interna, que pode usar água ou produtos antissépticos. Em alguns casos, a realização dela pode ser orientada como parte de tratamento médico.
Porém, a realização por conta própria pode desequilibrar a flora vaginal, destruindo a barreira de proteção natural da região. Com isso, candidíases, coceiras e corrimento são favorecidos.
Leia mais: Quais cremes e pomadas são indicadas para tratar candidíase masculina e feminina?
A falta de hidratação pode ter uma série de consequências para o organismo, inclusive na saúde íntima. Como a urina fica mais concentrada, ocorre a modificação da acidez dela, o que permite o ataque de bactérias na mucosa da bexiga, levando à infecção urinária.
Além disso, ir ao banheiro faz com que algumas bactérias ou agentes que estejam no canal da uretra sejam eliminados. É como um limpeza natural.
Com menos ingestão de líquidos, essa limpeza fica comprometida também. Por isso, vale manter a boa hidratação e evitar segurar a urina.
O uso de produtos lubrificantes durante o sexo é, muitas vezes, indicado e pode inclusive proteger o canal vaginal de microlesões devido à má lubrificação natural.
Porém, isso deve ser feito com produtos adequados e especialmente desenvolvidos para a região íntima. Dessa forma, aplicar cremes, óleos ou qualquer outra substância que não sejam dermatologicamente aprovados para as relações sexuais pode desencadear alergias, irritações, infecções e outras reações.
Fazer aquele check up na saúde é indispensável. E isso vale também quando o assunto é a saúde da vagina. Mesmo que não haja nenhuma manifestação ou alteração, é sempre importante buscar orientação médica.
Muitas mulheres e meninas não recorrem a ginecologistas antes de começar um anticoncepcional ou quando começam a ter relações sexuais, por exemplo. Isso pode envolver riscos, sobretudo quando há a automedicação.
Vale lembrar, também, que é importante não ter vergonha ou receio de perguntar coisas e esclarecer dúvidas. A consulta ginecológica é essencial para avaliar a saúde e também conhecer melhor o próprio corpo.
Seja por vergonha ou por acreditar que não é nada de grave, muitas mulheres ignoram sinais do corpo, como corrimentos e dores.
Vale lembrar que aquela secreção branca e sem sintomas associados é natural e sinal de que a vagina vai bem. Porém, mudanças na mucosa da vulva, coceira, corrimentos e outros sintomas são, muitas vezes, ignorados ou tratados com automedicação — o que pode ser bem prejudicial.
Por isso, ir à consulta sempre que uma dúvida ocorre ou há alguma alteração no funcionamento do organismo é indispensável para cuidar bem da região íntima.
Ignorar os sinais do corpo pode ser bem ruim e fazer com que problemas inicialmente simples fiquem graves. Mas para poder dar atenção a isso é preciso conhecer o próprio corpo.
Entender os ciclos menstruais, observar as mudanças ao longo do mês, identificar a frequência das cólicas, prestar atenção no corrimento e na aparência da vulva é importante para que se saiba o que é normal e o que não é.
Com essas informações e conhecimentos do próprio corpo, ir à consulta e esclarecer as dúvidas é indispensável para a saúde vaginal.
Ah, lembrando que cada organismo é único. Por isso, é importante esclarecer dúvidas diretamente com profissionais de ginecologia. Ou seja, nada de ficar comparando o que ocorre no seu corpo com outras mulheres.
A melhor maneira de cuidar da saúde íntima é buscando informações e conhecendo o próprio corpo. A partir disso, dá para cuidar dos hábitos e costumes do dia a dia.
Algumas coisas bem comuns, como aqueles sabonetes íntimos ou usar roupas apertadas, são as grandes vilãs de uma vagina saudável. Mas é simples mudar isso! Quer saber mais informações sobre saúde feminina e cuidados íntimos? Acompanhe o Minuto Saudável!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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