A gengivite é considerada a primeira fase das doenças periodontais, que consistem de inflamações nas gengivas, provocando alterações nos tecidos que dão sustentação aos dentes. Costuma ser causada por falta de higienização bucal.
A doença pode progredir sem apresentar muitos sintomas, como dores. Porém, um sintoma visível é a alteração da cor da gengiva. Com uma coloração avermelhada, a gengivite pode provocar sangramentos e sensibilidade intensa.
De acordo com a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), 90% dos adultos que têm gengivite não estão cientes disso. Se você não quer fazer parte dessa porcentagem, vale a pena a leitura!
Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:
A gengivite é uma doença comum na cavidade bucal, caracterizada por uma inflamação na gengiva. Caso não seja tratada, tende a progredir e até mesmo levar à perda dos dentes.
Na grande maioria das vezes, a gengivite é causada pelo acúmulo de placa bacteriana (sujeiras e bactérias) que se aloja entre o dente e a gengiva, o que normalmente implica no sangramento dessa parte da boca.
Se não tratada a tempo, a gengivite pode evoluir e passar a ser uma doença periodontal, conhecida como periodontite, uma das principais causas da perda de dentes nos adultos.
Essa placa bacteriana que fica acoplada nos dentes, também chamada de biofilme, é incolor e adere ao dente após as refeições.
Se a placa não for removida na escovação e com o uso diário de fio dental, ela produz toxinas que interferem na mucosa da gengiva. Nesse estágio da doença, os danos ainda podem ser revertidos, uma vez que o osso e os tecidos conjuntivos que seguram o dente ainda não foram atingidos.
Porém, sem o tratamento adequado, a gengivite pode evoluir para uma periodontite e causar danos permanentes na arcada dentária.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 4 adultos tenha algum tipo de infecção bacteriana. De 15% a 20% destes casos podem progredir para gengivite severa.
Após concluir os diagnósticos, é importante começar imediatamente um tratamento. Por ser reversível, é importante procurar um dentista já nos primeiros sintomas.
No CID-10, a condição é listada sob os seguintes códigos:
Uma película incolor, formada por restos alimentares e bactérias que ficam acumuladas sobre os dentes, a placa bacteriana é considerada a principal causa da gengivite e do surgimento de cáries.
Todo mundo possui placa bacteriana, mas quando não é removida diariamente, ela endurece e forma o tártaro.
A placa bacteriana produz ácidos que atacam o dente. Quando isso acontece com uma grande frequência, os dentes vão perdendo a esmaltação, levando a propensão de formação de cáries.
Outro perigo relacionado às placas é que se não forem retiradas, acabam irritando as áreas ao redor dos dentes e a gengiva. Isso pode levar ao desenvolvimento da gengivite, periodontite e em alguns casos, perda dos dentes.
A gengivite pode ser subdividida em alguns grupos, diferenciados de acordo com a principal causa do problema. Confira os principais tipos:
A gengivite relacionada à placa bacteriana ocorre devido à má escovação ou falta do uso do fio dental. Pode gerar uma infecção gengival e na região ao redor dos dentes, agravando a doença para uma periodontite.
A gengivite influenciada por medicamentos ocorre devido à algumas fórmulas medicamentosas que ocasiona um acúmulo de tecido gengival, que cresce sobre os dentes.
Alguns medicamentos para pressão sanguínea, imunossupressores e anticonvulsivantes podem ter como efeito colateral a gengivite e são, geralmente, mais comuns em homens.
Algumas alergias alimentares podem causar um desequilíbrio microbiótico oral. Existe uma relação direta entre o equilíbrio intestinal e oral, isso porque, apesar de serem diferentes órgãos, estão diretamente conectados.
Algumas infecções na gengiva podem causar inflamação dessa parte da boca, levando à gengivite estreptocócica. Essa é uma condição rara e que pode ser apresentar de forma aguda, associada à febre, mal-estar e dores.
É caracterizada por uma infecção aguda das gengivas, causadas por bactérias e costumam causar dor e desconforto local.
Caso não seja tratada propriamente, pode evoluir para uma gengivite ulcerativa necrosante (GUNA), em que a gengiva apresenta ulcerações e necrose (morte dos tecidos).
Esse tipo da doença é frequentemente associado ao tabagismo e ao stress e é considerada uma patologia comum entre jovens e adultos.
Quando um paciente desenvolve gengivite, existem alguns estágios pelos quais a doença pode passar até ser considerada crônica. Entenda:
A gengivite aguda pode ser descrita como curtos episódios de gengivite, em que essa parte do corpo aparece inflamada por um curto período de tempo, desaparecendo em seguida.
A gengivite sub-aguda é quase a mesma coisa que a gengivite aguda, sendo ainda mais branda e também apresentando curta duração.
A gengivite recidivante ocorre quando a inflamação na gengiva aparece, desaparece e reaparece espontaneamente.
A gengivite crônica se instala lentamente e é o tipo mais encontrado. É caracterizada pelo endurecimento das gengivas, com edema (inchaço), sangramento, halitose e aumento do fluido gengival.
Caso não seja tratada corretamente, pode evoluir para uma doença periodontal, afetando ligamentos e o osso que suporta os dentes. Afeta frequentemente crianças em idade escolar, uma vez que a higienização oral deles ainda é meio precária devido a idade.
A gengivite pode progredir sem apresentar muita dor, produzindo poucos sinais óbvios. De acordo com a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), apenas 10% dos adultos que têm gengivite estão cientes disso.
Porém, certos sintomas observados podem indicar o aparecimento da doença, entre os quais podemos citar:
Durante a gengivite é possível que a gengiva fique inflamada, mais sensível e com uma coloração mais avermelhada que o normal. Além disso, devido ao inchaço, é possível que durante a escovação ou o uso do fio dental a gengiva sangre.
Durante o processo da gengivite, um dos sintomas apresentados é a retração da gengiva. Isso pode causar a sensação de dentes maiores e mais longos.
A gengivite pode causar alterações na cor da gengiva, fazendo com que ela possa ir de pouco a muito mais avermelhada do que o normal ou mesmo até arroxeada.
O sangramento constante das gengivas pode ser percebido ao escovar os dentes e ao usar o fio dental, ao mastigar alimentos duros, ou mesmo até de forma espontânea.
Devido ao acúmulo de placa, as gengivas começam a se afastar dos dentes, criando pequenas bolsas. As bactérias que ficam retidas ali liberam substâncias que causam esse cheiro ruim e o paladar alterado.
A gengivite é considerada a primeira fase das doenças periodontais, que consistem de inflamações nas gengivas, provocando alterações nos tecidos que dão sustentação aos dentes.
Em sua grande maioria, ela é causada pelo acúmulo de placa bacteriana que se aloja entre o dente e a gengiva. Confira algumas das causas:
A falta de escovação e a não utilização do fio dental e enxaguantes bucais facilitam o acúmulo de placa, consequentemente o desenvolvimento de gengivite.
Esse pode ser um fator que contribui para o desenvolvimento da doença, então caso haja histórico de problemas de gengiva em sua família, não deixe de mencionar para o seu dentista!
Gengivite é comum e pode acontecer com qualquer pessoa. Porém, existem alguns fatores que são considerados agravantes no desenvolvimento da inflamação. Entenda:
O hábito de fumar dificulta o reparo dos tecidos da gengiva, tornando a boca mais vulnerável a infecções.
O consumo insuficiente de vitamina C pode ser especialmente prejudicial quando se trata da saúde das suas gengivas.
A vitamina C é necessária para a síntese de colágeno no organismo, essencial para a formação dos tecidos do corpo humano. A falta dessa vitamina pode ocasionar sangramentos gengivais e periodontites.
Isso ocorre porque a carência excessiva da vitamina no organismo (escorbuto), pode causar mudanças periodontais severas, sendo o primeiro sinal, a gengivite. Os tecidos ficam inflamados e sangram mais facilmente.
Se não houver um acompanhamento médico correto, pode levar à perda óssea ao redor dos dentes e em casos mais graves, pode ser fatal.
Mudanças hormonais podem tornar as gengivas mais sensíveis, o que facilita o desenvolvimento da doença.
Pessoas com diabetes são mais suscetíveis às doenças gengivais, uma vez que são, geralmente, mais propensos a infecções bacterianas, além de ter sua capacidade de combate diminuída devido à essa condição.
Por isso, o mais importante nesses casos é controlar o nível de glicose no sangue, além de manter uma boa higiene bucal. Também é importante manter seu dentista informado sobre sua condição de saúde ou sempre que sentir alterações relacionadas à doença.
Apesar de não serem uma causa direta da gengivite, os dentes tortos e desalinhados acabam dificultando a higienização bucal. Isso pode favorecer o acúmulo de placa bacteriana e consequentemente, o desenvolvimento da gengivite.
Porém, com um tratamento ortodôntico é possível fazer essa correção e facilitar a escovação.
As mudanças hormonais decorrentes da gravidez, especialmente o aumento de progesterona no organismo, estão associadas ao aumento de doenças dentárias, como gengivite e periodontite.
Isso ocorre porque a progesterona pode ocasionar o aumento de bactérias em torno dos dentes e da gengiva. Por isso, não deixe de informar o seu dentista quando descobrir a gestação!
Alguns medicamentos podem diminuir o fluxo de saliva, que serve para proteger os dentes e a gengiva. Além disso, algumas fórmulas como fenitoína e antianginosos (medicamentos utilizados para dores no peito) podem causar um crescimento anormal do tecido gengival.
O profissional responsável pelo diagnóstico da gengivite é o dentista e só ele pode lhe recomendar os melhores tratamentos e realizar exames de diagnóstico.
Durante o exame, as gengivas são avaliadas com uma pequena régua, a fim de verificar a presença ou não de inflamação. Além disso, o dentista pode solicitar radiografias para verificar se existe perda óssea.
Procure um dentista e exponha quais são os sintomas que você está sentindo. Isso facilita o processo de diagnóstico.
Sim! A gengivite é considerada uma patologia reversível, portanto, se for tratada certo tem cura.
Primeiramente é importante consultar um médico para fazer o diagnóstico correto. Baseado na causa da sua gengivite, o dentista irá estabelecer um tratamento para tratar o problema, além de incentivar e explicar sobre a importância da mudança de hábitos para sua saúde bucal.
O tratamento da gengivite tem como principal finalidade reverter os sintomas e impedir que a inflamação progrida para um nível mais grave.
No primeiro momento, o médico dentista poderá recomendar uma limpeza nos dentes (destartarização), a fim de eliminar o tártaro e a placa bacteriana presente nos dentes e gengiva.
Além disso, pode ser necessário ampliar o tratamento em casos mais severos ou de gengivites em estágio avançado. Nesse caso, o dentista irá receitar alguns medicamentos de acordo com cada caso específico, com a prescrição de antibióticos ou anti-inflamatórios como recurso.
Ao consultar um dentista, o primeiro procedimento é o de avaliação bucal e limpeza dos dentes. Esse procedimento de limpeza é chamado de profilaxia, que explicaremos a seguir.
Esse é o primeiro passo para uma reeducação bucal, ou seja, práticas de higiene que melhorem a saúde do seus dentes. Na consulta, o especialista irá remover toda a placa acumulada na superfície dos dentes e todo tártaro depositado na base.
Nesse processo, um cirurgião dentista limpa cada dente individualmente, nas partes internas e profundas da gengiva, com produtos específicos que deixam a boca limpa e saudável.
A frequência desse procedimento deve ser conversada com o seu dentista, porém, o recomendado é que seja feita a cada seis meses. Mas não esqueça, a pessoa mais indicada para saber a melhor opção pra você é o seu dentista.
Além disso, existem algumas dicas de higiene diária que podem auxiliar no processo de prevenção, como por exemplo o hábito de fazer bochecho.
O bochecho é uma grande ajuda no tratamento da doença. Certifique-se de usar um que seja específico, como antigengivite, antibacteriano ou antisséptico. Esses tipos de enxaguantes possuem agentes antimicrobianos que auxiliam no processo de eliminação das bactérias.
É importante destacar a relevância de consultar um médico antes de se automedicar. Somente uma pessoa especializada pode dizer qual o melhor tratamento, duração e dosagem indicada para cada caso específico da doença.
Os remédios para tratar a doença podem incluir:
O tratamento da gengivite tem como objetivo reduzir ou combater as inflamações locais e deve ser contínuo até que os sintomas desapareçam. Em casos mais severos, o médico dentista pode recomendar a utilização de medicamentos com prescrição médica, como:
Em casos mais graves da gengivite, pode ser recomendado pelo médico dentista o uso contínuo de antibióticos. Esses medicamentos precisam de prescrição médica e não podem ter seu uso interrompido.
Leia mais: Mau uso de antibióticos cria superbactérias que podem matar
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
A melhor forma natural de cuidar e prevenir a gengivite é através de uma boa higiene oral e manter consultas regulares com o seu médico dentista.
Perante os riscos da gengivite, nunca se automedique ou faça tratamentos caseiros. Segundo a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), o tratamento caseiro com água oxigenada (um dos tratamentos caseiros mais conhecidos) não é recomendado.
Esse procedimento pode levar a lesões adicionais, agravando o problema já existente.
Segundo o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO), os enxaguantes bucais são indicados para períodos pós-operatórios ou para doenças periodontais, como gengivite.
As melhores opções sempre serão aquelas recomendadas pelo seu dentista, assim, o melhor é consultar um especialista que possa indicar um produto ideal para você. Além disso, o CRO- SP afirma que os enxaguantes não substituem a escovação e o uso do fio dental.
Confira algumas marcas que você pode encontrar no mercado e em sites online:
Apesar dos possíveis incômodos que a gengivite causa, existem algumas medidas que podem ajudar a amenizar os incômodos. Entre elas podemos citar:
A gengivite é uma patologia reversível. Porém, sem o tratamento adequado, pode evoluir para uma periodontite e causar danos permanentes na arcada dentária.
A Organização Mundial da Saúde estima que um em cada quatro adultos tenha algum tipo de infecção bacteriana. De 15% a 20% deles podem progredir para gengivite severa.
Se a placa não for removida na escovação e com o uso diário de fio dental, ela produz toxinas que afetam a mucosa da gengiva.
Nesse estágio da doença, os danos ainda podem ser revertidos, uma vez que o osso e os tecidos conjuntivos que seguram o dente ainda não foram atingidos.
Porém, sem o tratamento adequado, a gengivite pode evoluir para uma periodontite e causar danos permanentes na arcada dentária.
Isso porque uma alteração importante que pode ocorrer é a redução na produção de colágeno, componente fundamental dos tecidos de sustentação do dente.
Além disso, doenças periodontais podem afetar a saúde do corpo como um todo também, elevando o risco de problemas como infarto, AVC, doenças pulmonares e até problemas na gravidez, fazendo com que o bebê nasça prematuramente ou abaixo do peso normal.
Esse estágio da doença é caracterizado pela inflamação local e pelo desgaste irreversível do osso, gengivas e fibras de sustentação do dente.
É possível perceber a formação de uma bolsa dentro da gengiva, onde ficam armazenados resíduos alimentares e placa bacteriana. Deve ser acompanhado e tratado por um médico especialista, a fim de evitar maiores danos e prevenir o avanço da doença.
A Gengivite ulcerativa necrotizante aguda, ou GUNA como é conhecida, é considerada uma condição de rápida evolução, causando necrose dos tecidos periodontais.
É considerada uma infecção bacteriana específica (bacilos fusiformes) e apresenta-se com uma área de inflamação aguda e vermelhidão local.
Se não for tratada logo nos primeiros indícios, a GUNA pode causar a destruição da gengiva, hemorragias, febre, mal-estar e dor.
Alguns hábitos diários de higiene bucal podem evitar a evolução da gengivite ainda em seus estágios iniciais.
Abaixo temos alguns costumes que podem prevenir o surgimento, entre eles:
A escovação dos dentes deve ser suave, com movimentos circulares e atenção especial para os dentes posteriores. Além disso, segure a escova de dentes em um ângulo de 45 graus sobre as gengivas (não esfregue com força, pois pode machucá-las).
Outro hábito que complementa a higiene bucal, é a escovação da língua. Essa prática irá eliminar muitas bactérias que causam mau hálito e o acúmulo de placa. Fazer a utilização de um enxaguante bucal antisséptico também pode prevenir doenças bucais, como a gengivite.
Tire suas dúvidas sobre a gengivite, inflamações, cuidados e prevenções!
Não. O importante é manter uma rotina de higiene bucal sempre após as refeições.
Não existem comprovações sobre os benefícios dos antissépticos no controle da gengivite. Porém, com relação à escolha do creme dental, dê preferência para os produtos de cor branca, uma vez que eles facilitam a visualização de possíveis sangramentos.
Não é possível afirmar que a gengivite é contagiosa. Porém, por se tratar de uma doença bucal, é preciso redobrar os cuidados em situações de contato, como o beijo.
A saúde bucal é tão importante quanto a de qualquer parte de corpo. Manter uma rotina de higienização diária é necessário para prevenir doenças como a gengivite.
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Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 15/01/2019
Rafaela Sarturi Sitiniki
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