Há diversas condições que precisam de acompanhamento profissional para realizar o tratamento adequado e eficaz. É o caso, por exemplo, de problemas como a compulsão, a mania (não é uma patologia) e os vícios. Confira qual a diferença entre eles e saiba mais sobre como tratar:
A diferença entre compulsão, mania e vício pode ser um pouco complicada de se compreender. Enquanto manias não formam um quadro patológico, a compulsão e o vício podem necessitar tratamento para não prejudicar a qualidade de vida do indivíduo.
Na psicologia e psiquiatria, o termo “mania” indica um episódio de humor exaltado, comum em quadros como o transtorno bipolar. No entanto, na linguagem popular, o mesmo termo é usado para se referir a comportamentos repetitivos, como passar a mão nos cabelos ou tamborilar os dedos sempre que em contato com uma superfície, por exemplo.
Apesar de ser um comportamento muitas vezes involuntário, as manias podem ser interrompidas a qualquer momento, ou seja, o indivíduo tem controle sobre o seu comportamento.
Já casos de compulsão e vício são, sim, considerados como uma patologia.. E, na realidade, o conceito de vício engloba o conceito de compulsão.
A compulsão ocorre quando o indivíduo, apesar de realizar o comportamento várias vezes em pouco tempo, não se sente satisfeito e volta a fazê-lo. Em geral, ela ajuda a combater uma sensação de desconforto ou ansiedade, no entanto, tal alívio dura pouco tempo e o indivíduo logo precisa realizar a ação mais uma vez para se sentir bem novamente.
Além disso, diferente do vício, a compulsão não se limita apenas a substâncias de abuso, como o álcool, o cigarro ou outras drogas. Qualquer coisa pode virar uma compulsão, como comer em excesso, fazer compras, fazer apostas, entre outros.
O vício, por sua vez, é a necessidade compulsiva de fazer algo ou consumir uma substância que traz alterações psicológicas significativas quando o indivíduo não pode realizar a ação compulsiva.
O que isso quer dizer é que, se uma pessoa tem uma compulsão, ela vai realizar o comportamento compulsivo quando for possível. No entanto, ela não necessariamente irá ficar mal se não conseguir fazer.
Um exemplo é a compulsão alimentar: o indivíduo come muito nos horários reservados para comer, mas quando não está comendo, não necessariamente se sente mal por não estar comendo.
Já no vício, a pessoa se sente mal por não estar realizando a ação compulsiva quando não pode fazê-la. É o caso da pessoa que passa mal por não poder fumar dentro do avião, por exemplo.
No caso de substâncias, o vício pode vir acompanhado da dependência química, ou seja, o corpo passa a necessitar daquela substância para se manter funcional. Contudo, isso não quer dizer que o vício só ocorre com drogas. O vício em fazer apostas, em jogos online ou em redes sociais, por exemplo, é uma realidade.
Apesar de não causarem uma dependência química por si só, a pessoa pode ficar extremamente angustiada por não estar apostando, jogando ou usando a internet, por exemplo, o que caracteriza o vício.
A compulsão não é considerada uma doença em si, mas é um sintoma de diversos transtornos, como por exemplo o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), compulsão alimentar, dependência de substâncias químicas, entre outros.
Apesar de não ser uma doença em si, frequentemente a compulsão traz consequências prejudiciais ao indivíduo. Portanto, ao notar sinais de compulsão, é recomendado procurar ajuda especializada.
As manias não precisam de tratamento pois, geralmente, o indivíduo consegue interrompê-las sem sofrer consequências emocionais. Já a compulsão e o vício podem, na maioria dos casos, necessitar de um tratamento especializado.
Isso porque tanto a compulsão quanto o vício não estão no controle do indivíduo e, portanto, podem ter consequências bastante prejudiciais — o que abrange tanto o ponto de vista emocional e psicológico, quanto o lado material.
Compulsões leves podem não necessitar de um tratamento, pois muitas vezes não chegam a prejudicar o dia a dia da pessoa. Contudo, é preciso tomar cuidado com compulsões mais graves, que demandam muito tempo do dia ou têm consequências muito negativas.
Por exemplo, pessoas com vícios e compulsões não tratadas podem ter problemas financeiros, de saúde e até mesmo nas relações interpessoais. É comum, também, o sentimento de culpa após a realização da compulsão, trazendo também prejuízos emocionais ao indivíduo.
Ainda, em casos de compulsão e vício, são comuns comorbidades como: depressão, transtornos de ansiedade, comportamento de esquiva, alterações no sono, entre outras.
No geral, o tratamento de vícios e compulsões é feito com a ajuda de um(a) profissional especializado(a), seja direta ou indiretamente. Então, pode ser que o indivíduo receba orientações para praticar “exercícios” por conta própria, ou faça um tratamento direto com o(a) profissional.
De toda forma, algumas coisas que podem ser feitas para vencer os vícios e as compulsões são:
Conhecer a si mesmo é de extrema importância para lidar com qualquer questão de saúde mental. Quando se trata de vícios e compulsões, não seria diferente.
Não raramente, os vícios e as compulsões estão enraizados em sentimentos e pensamentos dos quais não temos plena consciência. Portanto, tomar conhecimento disso pode auxiliar na melhora desses vícios e compulsões.
Por isso, investir em autoconhecimento é uma ótima ideia. O que pode ser feito a partir de terapias, acompanhamento psicológico e até mesmo a partir de práticas alternativas (como o yoga).
Algumas compulsões são “ativadas” por determinados acontecimentos, chamados de “gatilhos”. Então, registrar os acontecimentos em um caderno ou no celular, por exemplo, pode ajudar a pessoa a identificar quais são os gatilhos que as levam a tais comportamentos.
Dessa forma, é possível evitar situações que engatilham os comportamentos compulsivos.
No entanto, deve-se tomar cuidado para não acabar desenvolvendo um comportamento de esquiva, que é quando a pessoa evita a todo custo uma grande variedade de situações para evitar os gatilhos que podem surgir. O que também é um fator prejudicial à saúde mental.
De um modo geral, muitas vezes as pessoas apresentam comportamentos compulsivos porque não sabem como aliviar o desconforto de outras formas.
Aumentar o repertório comportamental, ou seja, adotar novos comportamentos para aliviar desconfortos e aflições é de extrema ajuda para combater as compulsões. Então, por exemplo, se sempre que a pessoa está triste ela faz compras compulsivamente, ela pode tentar substituir esse comportamento por outros como: ir ao parque, conversar com um amigo, praticar exercícios etc.
É importante notar que esse aumento de repertório comportamental deve ser bastante variado, caso contrário, é possível que a pessoa acabe apenas desenvolvendo uma nova compulsão!
Às vezes, ter uma recaída e repetir o comportamento compulsivo é normal e faz parte da caminhada. No entanto, é comum que as pessoas acabem se culpando quando isso acontece.
Culpar-se está longe de ser uma coisa boa, em especial porque aumenta o desconforto que a pessoa sente, o que pode levá-la a repetir a compulsão ainda mais vezes!
Por isso, evite culpar a si mesmo, pois assim será possível seguir em frente com a luta contra os vícios e compulsões.
A ajuda de um psicólogo ou psiquiatra pode ser imprescindível para conseguir vencer vícios e compulsões, dependendo da gravidade da situação. Por isso, se você não consegue se livrar de um comportamento compulsivo, não hesite em procurar ajuda!
Com isso, o(a) profissional irá fazer uso da abordagem adequada para o seu caso, considerando suas individualidades e procurando a melhor forma de tratar o seu problema.
Para receber um diagnóstico e tratar adequadamente as compulsões e vícios, é necessário procurar dois profissionais: o psiquiatra e o psicólogo.
O psiquiatra poderá fazer o diagnóstico preciso da situação e indicar um tratamento adequado, que pode incluir o uso de medicamentos psiquiátricos.
Já o psicólogo poderá trabalhar com as compulsões no dia a dia, orientando o paciente com técnicas para impedir os comportamentos compulsivos, bem como ajudando a trabalhar eventuais pensamentos e sentimentos que podem estar por trás dessas compulsões.
Uma das técnicas que o psicólogo pode utilizar para tratar compulsões é a exposição gradual a situações que podem ser gatilhos para a compulsão. Essa exposição, seguida de uma técnica de prevenção de comportamentos compulsivos, pode auxiliar o paciente a desassociar a situação do gatilho à compulsão.
Infelizmente, todos estamos sujeitos a desenvolver distúrbios como a compulsão e os vícios, ou até mesmo hábitos ruins como as manias. Por isso, é importante ficar atento(a) aos sintomas e buscar ajuda para tratar do problema da melhor maneira possível.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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