Ao contrário do que muitos pensam, a cafeína não é um composto encontrado exclusivamente no café (ou nos energéticos). No geral, o consumo dessas bebidas é motivado por seus efeitos que visam fornecer maior energia ao corpo, de forma que a substância é uma grande aliada no dia a dia de milhares de pessoas.
Pensando nisso, separamos mais informações sobre o consumo ideal, possíveis riscos de ingeri-la, benefícios e outras curiosidades. Confira:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A cafeína é um composto químico da família dos alcaloides — classe de substâncias de caráter básico, derivadas principalmente de plantas — estando presente em cerca de 60 tipos (como no grão de café).
Além disso, também pode ser encontrada em produtos industrializados, como alguns refrigerantes, e está presente, inclusive, na composição de alguns medicamentos (tais como os analgésicos).
Trata-se de uma substância psicoativa, ou seja, atua diretamente no sistema nervoso central (SNC) e tem potencialidade para alterar as funções cerebrais e proporcionar mudanças de percepção, humor e até comportamentais.
No caso da cafeína, é famosa por sua ação estimulante, constantemente utilizada para elevar a potência física e aumentar a atividade mental. Sendo assim, é uma grande aliada para quando precisamos nos manter mais ativos(as) e deixar de lado sensações como cansaço físico ou sonolência. Seu pico de ação ocorre, em média, após 20 minutos de ingestão.
Com relação aos níveis de consumo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) indicam o limite diário como sendo de 400mg de cafeína para a população em geral.
Entretanto, na hora de analisar o rótulo de alguns suplementos, pode-se encontrar teores maiores (chegando a 420mg de cafeína). Isso ocorre pois, nesses casos, tratam-se produtos voltados ao uso por atletas.
A cafeína é disponibilizada em diferentes tipos, pode ser em forma de suplementos (cápsula e pó), em alguns medicamentos e até naturalmente presente em alimentos. Confira:
De forma geral, a cafeína em pó (ou anidra) é utilizada por praticantes de esportes/exercícios físicos, como meio de suplementação a fim de aumentar os níveis de energia e fornecer maior resistência física.
Um dos motivos para a preferência ao consumo em pó se dá pois, dessa forma, o corpo geralmente tem uma absorção mais rápida. Mas vale destacar que as ações que desempenha no organismo são as mesmas independente do tipo.
Além disso, a dosagem também deve seguir os índices seguros de consumo (400mg). Não dispensando o acompanhamento com médicos(as) especialistas em nutrologia ou nutricionistas.
A cafeína em cápsulas (duras ou gelatinosas) é a forma mais comum de suplementação com essa substância. No geral, a diferença entre as duas formas é que as cápsulas do tipo gelatinosas são absorvidas mais rapidamente em comparação às duras.
Ela pode ser comprada em farmácias, lojas de suplementos alimentares ou casas de produtos naturais. Seu consumo é, muitas vezes, preferível devido à praticidade em comparação ao suplemento em pó.
Outra vantagem é que, diferente da versão em pó, as cápsulas não têm gosto e têm um preço mais acessível — além de serem encontradas mais facilmente.
Como sabemos, a cafeína também pode ser absorvida através de alimentos e bebidas que fazem parte de nosso cotidiano — tais como chá preto e mate, guaraná, café, chocolate, bebidas de cola, energéticos, entre outros.
Nesse caso, por não estar ingerindo a substância pura, o tempo de absorção varia conforme o que comemos ou bebemos. Sendo que, quanto maior o teor de cafeína, mais rápida será a absorção — ou seja, o café gera efeitos mais rápidos do que o chocolate, por exemplo.
A cafeína está presente, também, na formulação de alguns medicamentos — em especial dos analgésicos, os quais têm como função aliviar a dor.
Nessas circunstâncias, ela atua como coadjuvante. Ou seja, fornece um auxílio ao fármaco (princípio ativo) que compõe a medicação. Sua ação é importante pois realiza o bloqueio de receptores de adenosina — os quais são responsáveis pela transmissão do sinal doloroso.
Além disso, alguns estudos também mostram que a cafeína melhora a absorção do medicamento pelo organismo e pode aumentar o efeito analgésico dos remédios indicados para o controle de dores agudas e crônicas.
A cafeína anidra é a versão em pó da substância. De forma geral, a diferença entre ela e a cafeína está na quantidade de água associada à molécula. Isso porque o tipo anidra não tem um valor considerável de água em sua composição (apenas 0,5%). Assim, o termo “cafeína” pode designar qualquer versão.
Em contrapartida, o termo “anidra” está sempre associado à versão em pó. Ela é obtida a partir da extração de grãos ou mudas, os quais são submetidos à fervura em altas temperaturas. Com isso, a água é totalmente retirada, o que produz um pó branco, cristalino — caracterizando a forma anidra.
Ainda, vale destacar que devido ao seu baixo teor de água, estudos e análises químicas entendem que ela pode ser mais potente e garantir uma absorção mais rápida.
O consumo da cafeína faz parte da rotina de muitas pessoas, motivadas principalmente por sua ação energética. Essa ação pode ser percebida em diferentes aspectos:
Sabemos que a grande maioria das pessoas vê na cafeína uma fonte de energia e combate ao sono ou fadiga.
Na prática, essa substância realmente serve para essas finalidades. Isso pois, ao entrar em contato com nosso organismo, ela atua no sistema nervoso central (SNC) como um potente estimulante.
Dessa forma, a pessoa passa a se sentir mais disposta e ativa, considerando que a cafeína neutraliza as sensações de cansaço físico e mental. Assim, não se tem as percepções reais de sono, dando lugar à energia fornecida pela substância.
Devido à sua ação estimulante, a cafeína passa a inibir a ação da adenosina (substância que age como um tipo de “calmante” do cérebro).
Com isso, nosso cérebro passa a ficar constantemente em alerta, o que gera os efeitos desejados por muitas pessoas: mais atenção e concentração.
Por isso, a recomendação é que não seja ingerida durante a noite, considerando que pode causar interferências no sono.
Outro uso recorrente da cafeína, está relacionado à prática de atividades físicas. Esse pode ser, também, bastante efetivo considerando o efeito ergogênico da substância.
Ou seja, a cafeína maximiza o desempenho físico de nosso corpo — uma vantagem para os exercícios, principalmente em conjunto com os outros efeitos da substância.
Considerando que a cafeína é uma substância com ações estimulantes (o que também pode ser classificado como um benefício), para usufruir de todas as boas ações da substância, é muito importante realizar um consumo moderado.
Além de suas funções principais, confira outros benefícios que ela pode proporcionar:
Vale destacar, também, o fato de que estudos demonstram que a cafeína pode ser benéfica no tratamento de algumas doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer).
Sim. Assim como qualquer coisa, a cafeína em excesso também pode ser prejudicial. Inclusive, nos casos mais graves, esse consumo abusivo pode causar até mesmo uma overdose, sendo comum que a pessoa apresente sintomas como:
Nesse caso, é necessário buscar ajuda médica de forma imediata — quando, não raro, a pessoa precisa realizar lavagem gástrica ou ingestão de carvão ativado. Também pode ser que seja necessário o internamento e uso de remédios para controle dos sintomas.
Além disso, em casos mais brandos, é possível notar alguns efeitos colaterais do excesso de cafeína como dor de estômago, insônia e inquietação/ansiedade.
Sendo assim, o ideal é ingerir essa substância dentro da dose ideal diária — máximo de 400mg por dia (aproximadamente 3 xícaras de café, por exemplo) para adultos.
É importante ter em mente que consumos frequentes podem gerar tolerância. Com isso, o organismo se adapta à substância e suas ações, de forma que cada vez são necessárias doses maiores para atingir o efeito desejado.
Antes de tomar qualquer tipo de suplementação, é indispensável procurar por médicos(as) especialistas na área de nutrologia ou um(a) nutricionista. Dessa forma, a partir de exames, será possível entender qual é ideal para o seu caso e a melhor dose.
De forma geral, os suplementos de cafeína variam em versões em pó ou em cápsulas — sendo esses os mais comuns. Eles fornecem ao corpo, a partir de uma dose única ou duas, a quantidade máxima diária da substância (400mg).
Ou seja, quando se faz administração desse tipo de suplemento, não se pode ingerir a substância a partir de outras formas (como beber café, por exemplo), visto que resultaria em uma superdose.
Algumas opções de suplementos de cafeína são:
Vale destacar que as diferenças de dose dos suplementos variam de acordo com suas indicações e registro. Considerando que a OMS e ANVISA indicam o consumo máximo diário de 400mg para a população em geral.
Quando encontrados produtos com índices maiores que esses, tratam-se de suplementos recomendados apenas para atletas — por isso alguns chegam a 420mg diárias.
Além disso, alguns suplementos não são totalmente puros, tendo outras substâncias em conjunto (como guaraná ou citrus). Então, reforça-se a necessidade de ter orientação de um(a) especialista para escolher a melhor opção para você.
Conforme mencionado em tópico anterior, a cafeína pode ser encontrada em diversos alimentos e bebidas. Pensando nisso, confira algumas opções e a quantidade da substância por porção:
Alimento/Bebida | Quantidade | Teor de cafeína |
Chocolate ao leite | 40g | 10mg |
Chá matte | 200mL | 20mg — 30mg |
Refrigerantes de cola | 350mL | 35mg |
Achocolatados | 250mL | 4mg - 8mg |
Chá gelado (industrializado) | 350mL | 30mg — 60mg |
Café tradicional | 200mL | 70mg — 140mg |
Energético | 250mL | 60mg — 80mg |
Além desses, é possível encontrar um teor considerável de cafeína em algumas outras plantas ou frutos — como o guaraná, por exemplo.
Também vale destacar que, na tabela, há apenas alguns exemplos, é importante ter em mente que a cafeína também está presente em outros tipos de chás, chocolates, etc.
A partir do momento em que entra em contato com a corrente sanguínea, a cafeína atua em diversas áreas do nosso corpo. De forma geral, seu efeito estimulante age em nosso sistema nervoso central e também aumenta o ritmo cardíaco.
Mas não se resume a isso, confira como essa substância age de forma específica em algumas partes de nosso organismo:
A cafeína atua diretamente no cérebro (no sistema nervoso central — SNC) e promove o bloqueio ou a liberação de neurotransmissores. Nesse sentido, sua ação principal é inibir a adenosina (responsável pela sensação de sono).
Isso permite que os estimulantes cerebrais continuem agindo de forma ativa. Dessa forma, tem-se a sensação de estar mais desperto, alterando as capacidades do corpo quanto à percepção do cansaço, aumentando o foco e até mesmo podendo melhorar o humor.
Além disso, suas propriedades vasoconstritoras aumentam o fluxo sanguíneo no cérebro, o que pode ter um efeito analgésico (podendo ajudar contra problemas como dores de cabeça).
As ações do cérebro impactam diretamente o funcionamento de outras áreas do corpo, incluindo a glândula suprarrenal — responsável pela produção de hormônios que, dentre outras funções, atuam na resposta do corpo às situações de estresse.
Dessa forma, devido ao estado de atenção do cérebro, essa glândula entende que o corpo está em alerta. Com isso, estimula-se a produção de adrenalina.
Esse hormônio, além de fornecer mais energia ao corpo, também dilata as vias respiratórias, o que pode ser benéfico para pessoas que tenham doenças respiratórias, como a asma. Ainda, aumenta o fluxo sanguíneo dos músculos, o que favorece a maior resistência na prática de atividades físicas.
A cafeína é absorvida de forma rápida pelo organismo. Após entrar no corpo, leva cerca de alguns minutos para que seja conduzida ao fígado — é lá que será absorvida e metabolizada, sendo distribuída ao corpo e atingindo o cérebro via corrente sanguínea.
Ou seja, é o fígado que possibilita que, dentre outras ações, a cafeína possa gerar seus efeitos tão desejados por muitas pessoas: promover o estado de alerta (mais concentração) e inibir a sensação de cansaço.
Vale destacar que, especialmente nos rins, ela também contribui para uma ação diurética — favorecendo a eliminação de toxinas e evitando a retenção de líquidos.
O pico de atuação da cafeína no organismo dura cerca de 30 até 120 minutos. Mas, após passado esse tempo, a substância continua ativa no corpo — o efeito total pode durar, em média, de 3 a 7 horas. Sendo que a variação de tempo se dá conforme o tipo da cafeína ingerida.
Como vimos em tópico anterior, o teor de cafeína também varia de acordo com a forma que escolhemos ingerir (suplementos, alimentos, etc). O que é um fator determinante quanto ao tempo e intensidade dos efeitos da substância — quanto maior o seu teor, mais potencializada será a ação.
Caso você tenha ingerido mais cafeína do que deveria, ou está se sentindo mal, com sintomas como fraqueza ou vertigem, tome medidas práticas. O ideal é realizar um breve processo de “desintoxicação”: beba bastante água para eliminar a substância do corpo e coma alguma coisa — isso vai ajudar a neutralizar os efeitos.
Porém, vale destacar que o açúcar não é um bom aliado nesse momento, pois também altera as percepções do corpo. Sendo assim, dê preferência para alimentos salgados e naturais.
Além disso, caso esteja sentindo ansiedade ou agitação, tente fazer esses procedimentos e ficar por alguns minutos em um lugar calmo. Respire fundo e faça o possível para retomar ao seu estado normal.
Conforme vimos, em alguns casos o excesso de cafeína pode trazer consequências graves. Sendo assim, caso esses passos são resolvam, busque imediatamente o auxílio médico.
Mais do que isso, sempre atente-se para realizar um consumo seguro e dentro dos limites recomendados como seguros.
Dentre os benefícios da cafeína, está sim a ação termogênica. Isso significa que alimentos/bebidas que contenham essa substância podem elevar discretamente o metabolismo — que é responsável por transformar em energia as calorias da gordura corporal, bem como as que absorvemos a partir da alimentação.
Essa ação pode fazer com que o corpo gaste um pouco mais de calorias. Por isso, ingerir substâncias com essa propriedade pode ajudar no emagrecimento, sobretudo quando o consumo for aliado à alimentação saudável e prática de atividades físicas.
Mas a cafeína por si só não emagrece. Sua ação no organismo pode sim impulsionar o funcionamento do metabolismo e também evitar a retenção de líquidos, devido à sua ação diurética, ajudando a combater a sensação de inchaço corporal.
Entretanto, para um emagrecimento saudável e efetivo, o ideal é procurar um(a) nutricionista a fim de receber orientações coerentes com as suas circunstâncias.
Sim. O café é a bebida com o maior índice de cafeína por porção, mas isso pode variar de acordo com o tipo de café que você está usando. Considerando que existem diferentes tipos, desde os descafeinados (contém até 4mg por porção) até os mais fortes (podendo chegar até 140mg por porção).
Além disso, quando os grãos de café são moídos na hora para o preparo do café, os índices de cafeína tendem a ser mais altos do que os do café solúvel. Também vale destacar que cafés instantâneos (de máquina ou não) têm doses mais baixas da substância.
De forma geral, uma xícara de café (200mL) contém de 70mg a 140mg — o que representa uma quantia alta, considerando que o consumo diário não deve ultrapassar 400mg.
A quantidade de cafeína no energético pode variar conforme a marca e os diferentes tipos, considerando que hoje existem desde as opções tradicionais até saborizadas — além de que é possível encontrar tanto em bebida quanto em cápsulas.
Mas, em geral, os energéticos comuns contêm cerca de 80mg de cafeína por porção (250mL). É importante considerar que essa quantidade está dentro dos limites diários, porém, em todos os casos o valor é somativo com as outras ingestões diárias da substância.
De forma prática, isso significa que tudo que você consumir com cafeína ao longo do dia, está contabilizando para as 400mg diárias (dose máxima). Sendo assim, atente-se em seu consumo para não ultrapassar o limite ideal.
A cafeína é consumida diariamente por pessoas no mundo todo — principalmente através do café. Por isso, saber mais sobre esse composto é muito importante, visto que possibilita consumir de forma segura e saber mais sobre como atua em nosso organismo.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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