Não raras são as vezes em que as pessoas precisam realizar exames para comprovar a presença de distúrbios infecciosos ou inflamatórios.
Para isso, é comum que seja utilizado o exame VHS (Velocidade de Hemossedimentação), criado em 1897. Esse teste pode ser realizado através de um hemograma simples e fornece a análise quanto a alterações no organismo — desde resfriados até problemas como artrite.
Além do exame VHS, atualmente muitos(as) médicos(as) optam pelo exame de PCR (Proteína C-reativa), que atua da mesma maneira. Veja mais informações:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A Proteína C-reativa, comumente conhecida como PCR, é uma proteína de fase aguda (produzida pelo fígado) e, por isso, sofre elevações em sua concentração quando há indicativo de infecções ou inflamações no organismo.
Sendo assim, um exame de PCR pode ser solicitado a fim de verificar ou comprovar se há realmente algum processo inflamatório ou infeccioso ocorrendo no corpo. Isso considerando que a Proteína C-reativa é um indicador altamente sensível a tais processos.
Então, com o exame é possível saber se o valor da PCR está normal ou com alterações — podendo estar alta, baixa ou ultrassensível.
Porém, vale destacar que as alterações nos níveis de PCR iniciam-se cerca de 4 a 6 horas após o estímulo no organismo, atingindo seu pico entre 36 e 50 horas. Ou seja, não é uma resposta imediata.
Além disso, mesmo após um estímulo único (como um trauma ou cirurgia), ela pode levar vários dias para retornar aos seus níveis normais.
Essas questões reforçam que, apesar de sua segurança e precisão, o exame de proteína C-reativa não é altamente específico e tem limitações. Considerando que, por si só, não é o suficiente para um diagnóstico preciso.
Mas como funciona esse exame e o que ele pode detectar? Confira:
Conforme mencionado, o exame de PCR é realizado principalmente a fim de detectar possíveis infecções ou inflamações no organismo. Basicamente, é solicitado pela equipe médica em 3 situações:
O nível da Proteína C-reativa é medido através de um hemograma (exame de sangue) comum — que carece de jejum obrigatório de 8 horas e, no caso de lactantes, intervalo entre mamadas.
Mas, além de analisar distúrbios infecciosos e inflamatórios, esse exame também pode ajudar a detectar doenças e problemas como:
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Além disso, também é comum que seja solicitado — por exemplo — após a realização de procedimento cirúrgicos, a fim de garantir que não houve nenhuma infecção após a cirurgia.
Vale destacar que esse exame não é indicado a fim de verificar a existência de possíveis infecções ou inflamações em pacientes assintomáticos (pessoas que não apresentam indícios prévios de alguma patologia).
Porém, há uma exceção quando se deseja fazer uma estratificação de risco para doenças cardiovasculares. Ou seja, quando o(a) médico(a) solicita o exame a fim de classificar qual o risco do(a) paciente apresentar problemas cardiovasculares — como AVC ou ataque cardíaco.
Nesse caso, pode-se levar em consideração os seguintes índices:
Lembrando que mesmo tendo valores de referência, eles podem variar conforme cada laboratório. Então, é preciso levar em consideração os valores definidos pelo laboratório em questão e é imprescindível que um(a) médico(a) faça a avaliação do exame.
Há dois tipos diferentes de testes para PCR. O método de dosagem ultrassensível da PCR mede exatamente a mesma proteína que o exame comum. Porém, como o nome sugere, sua sensibilidade é maior e por isso consegue detectar concentrações muito menores de Proteína C-reativa.
Essa abordagem é necessária e mais útil para casos em que se deseja medir os riscos de algum problema cardiovascular. Então, nesse caso, o exame de PCR atua de forma preventiva.
Dessa forma, considera-se que a PCRus (proteína C-reativa ultrassensível) atua no processo de avaliação, antes que se encontre um desses problemas de saúde.
Há estudos ainda mais específicos em andamento, a fim de compreender melhor seu papel em distúrbios cardiovasculares — o que poderia mudar as orientações sobre seu uso em triagens e decisões de tratamento.
Além dos problemas cardiovasculares recorrentes (AVC, infarto, etc) este teste também avalia o risco do desenvolvimento da doença arterial coronariana — condição em que as artérias do coração são estreitadas, podendo levar a um ataque cardíaco.
Em alguns casos, também pode ser usado para medir as chances de um novo ataque cardíaco em pacientes que já sofreram anteriormente com esse problema.
Não. Como mencionado, o exame de PCRus é mais sensível que o tradicional exame de PCR, por isso, pode medir concentrações muito menores da proteína C-reativa.
Além de ser utilizado para prever problemas cardiovasculares, também há novas pesquisas que apontam que as alterações de PCR podem estar associadas a outras doenças — como câncer de cólon, complicações do diabetes e obesidade.
De maneira geral, os cuidados para realizar o exame de PCR envolvem seguir as orientações médicas e do laboratório em questão. Isso pois, dentre as recomendações, está a necessidade de fazer jejum antes de coletar o sangue.
Além disso, quando a pessoa for realizar um exame de proteína C-reativa ultrassensível, com o objetivo de verificar o risco de doença coronariana ou ataque cardíaco, é preciso que esteja saudável (sem lesões recentes, infecções ou inflamações).
Isso para que o teste não sofra interferências momentâneas.
Um alerta também é necessário para pessoas que sofrem de inflamação crônica (como a artrite), pois seus níveis de PCR naturalmente já estão muito elevados.
Como os testes de PCRus e PCR medem a mesma molécula, essas pessoas não devem ter os níveis de PCRus medidos.
De acordo com especialistas, o valor de referência (valor normal) da Proteína C-reativa é de 3mg/L (0,3 mg/dL) ou menos — podendo variar conforme o laboratório.
Considerando que o exame de PCR, no geral, não é solicitado em pacientes assintomáticos e sim para aqueles que já apresentam indícios de alguma patologia, os resultados do exame podem ser úteis para o diagnóstico médico.
Nesse sentido, estudos apontam que inflamações leves ou infecções virais normalmente resultam em elevações de PCR entre 10mg/L a 40mg/L.
Em contrapartida, quando há presença de infecções mais graves no organismo, os valores costumam estar entre 40mg/L e 200mg/L.
Os sintomas de elevação da PCR podem variar conforme a condição ou doença que está causando o aumento dos níveis da proteína C-reativa no organismo.
Mas, de forma geral, alguns dos possíveis sintomas são:
É possível notar que os sintomas são bastante característicos de processos inflamatórios e infecciosos. Como, por exemplo, a febre e suas complicações (lábios ressecados, sudorese, etc).
Dessa forma, vale lembrar que a proteína C-reativa é uma consequência das alterações que estão ocorrendo no organismo e que, sendo assim, os sintomas no geral estão relacionados à inflamação e não à PCR em si.
Assim como nos adultos, quando há alterações nos níveis de proteína C-reativa em bebês ou crianças, trata-se de um sinal de que pode estar ocorrendo algum processo inflamatório ou infeccioso no organismo.
É comum que os(as) pediatras solicitem o exame de PCR quando a criança já apresenta algum indício desses quadros — como a febre, por exemplo.
Em caso de PCR alta, tenha em mente que esse exame por si só não é conclusivo. Então, siga as orientações do(a) pediatra a respeito dos cuidados e tratamentos necessários.
Como vimos em tópico anterior, os valores da Proteína C-reativa são variáveis e entender essas variações é de suma importância.
Isso considerando que os diferentes níveis de PCR podem indicar problemas ou, quando dentro da normalidade, a boa saúde do organismo. Confira:
A Proteína C-reativa é produzida pelo fígado e, naturalmente, está presente no sangue de todas as pessoas. Porém, para que o organismo esteja saudável, ela deve estar em nível normal.
Quando isso não acontece e as dosagens de PCR estão altas, é um indicativo de possíveis processos inflamatórios ou infecciosos. Além de demonstrar o maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
No caso de PCR entre 0,1mg/dL e 0,3mg/dL os riscos são moderados. Já quando está constantemente acima de 0,3mg/dL, entende-se que são altas as chances de que a pessoa desenvolva problemas cardiovasculares.
Além disso, quanto aos altos índices de PCR em casos de inflamações e infecções, alguns estudos apontam que, em geral, pode-se tomar como parâmetro os seguintes dados:
Mesmo assim, reforça-se a necessidade de acompanhamento médico para análise dos exames.
Em alguns casos, os valores também podem estar altos em casos de necrose (morte de tecido), o que é comum quando ocorre um infarto, por exemplo.
Vale destacar, ainda, que nem sempre a elevação dos níveis de Proteína C-reativa estão relacionados a patologias, pois outros fatores também podem interferir nos resultados (como a gravidez ou uso de alguns medicamentos).
Por isso, apesar de ser um exame preciso e seguro, não é específico o suficiente para diagnosticar doenças — considerando que os valores podem estar altos na presença de qualquer processo inflamatório ou estarem alterados por outros motivos.
Dessa forma, sempre é utilizado em conjunto com outros exames para fornecer um diagnóstico correto sobre a origem do problema.
Valores baixos da Proteína C-reativa indicam, no geral, que o organismo está livre de infecções ou inflamações.
Também vale destacar que quando há constância nos baixos níveis de PCR, há menos risco de que a pessoa sofra com problemas cardiovasculares (como derrame e ataque cardíaco).
Entretanto, como mencionado no tópico anterior, esse não é um exame altamente específico. Sendo assim, doenças podem estar ativas sem causar alterações nos níveis dessa proteína.
Quando os resultados do exame de proteína C-reativa apontam “não reagente”, quer dizer que os níveis de PCR no organismo estão dentro da normalidade.
Isso depende do tipo de exame adotado pelo laboratório. Os que apresentam resultados em números são chamados de quantitativos. Mas ambos são igualmente eficazes e trabalham com as mesmas metodologias.
Ou seja, não reagente indica que não há alterações ou indícios de processos inflamatórios.
Alguns especialistas reforçam que não necessariamente uma alteração no resultado do exame de PCR está relacionada a um problema de saúde.
Isso pois alguns fatores podem alterar a quantidade de Proteína C-reativa no sangue e, consequentemente, afetar os resultados. Alguns dos que aumentam os índices são:
Em contrapartida, a administração de alguns medicamentos, tais como anti-inflamatórios não-esteroides (AINE) ou estatinas (drogas que baixam o colesterol), pode baixar os níveis de PCR — pois ajudam a reduzir processos inflamatórios.
O exame de PCR é uma etapa importante durante a análise e diagnóstico de processos inflamatórios e infecciosos no organismo. Vale lembrar que mesmo sabendo seus valores de referência, nunca é recomendado uma análise individual — ou seja, sempre aguarde o parecer médico.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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