A placenta é um dos temas que ganham destaque durante a gravidez. Ela tem uma importância bastante grande para que a criança se desenvolva de forma saudável.
No entanto, há alguns problemas que podem ocorrer durante os meses de gravidez, colocando em risco a saúde da mãe e do bebê. Conheça mais sobre a placenta, quais os problemas que podem surgir e também o que fazer com ela depois do parto:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- O que é placenta e qual a sua função?
- O que é o descolamento de placenta?
- O que fazer com a placenta depois do parto?
O que é placenta e qual a sua função?
A placenta é um órgão que se desenvolve no útero durante a gravidez. Essa estrutura fornece oxigênio e nutrientes para o bebê em crescimento e remove os resíduos do sangue da criança, como a urina.
Por isso, sua função é proteger e sustentar a gravidez por nove meses, além de promover a comunicação entre a mãe e o feto e contribuir para o desenvolvimento do feto.
Veja abaixo algumas funções da placenta:
- Ajuda a estimular a produção de hormônios como estrogênio, progesterona e lactogênio – importante para a produção de leite;
- Fornece proteção imunológica para o bebê;
- Protege contra os impactos que podem ocorrer perto da barriga da mãe;
- Filtra o sangue da gestante, eliminando o que pode ser nocivo;
- Transporta oxigênio, glicose, cálcio, água, entre outras substâncias, para o bebê;
- Retira o gás carbônico e outros dejetos, eliminados pelo organismo da mãe;
- Controla o hormônio gonadotrofina coriônica, que é fundamental para fixar o embrião ao útero.
A placenta tem cerca de 500g, e uma parte fica em contato com o útero materno e a outra é ligada ao bebê, por meio do cordão umbilical.
Porém, ela pode sofrer diversas alterações indesejadas durante a gestação, trazendo riscos e complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.
Placenta prévia ou baixa
O ideal é que a placenta fique no centro ou mais no fundo do útero. No entanto, em alguns casos, pode ficar na parte de baixo do orgão reprodutor. Assim, ela é chamada de placenta prévia ou baixa.
Isso é mais comum no início da gravidez e pode causar sangramento vaginal grave durante a gravidez ou no parto.
Se o quadro persistir até o final do terceiro trimestre, é provável que o médico ou médica recomende uma cesariana. Isso porque se a placenta ficar na frente do bebê, há o risco de descolamento, que pode causar a morte da criança.
Placenta acreta
Normalmente, a placenta se desprende da parede do útero logo após o parto. Com a placenta acreta, ela permanece firmemente presa ao útero.
Essa condição pode causar perda grave de sangue durante o parto. Em casos mais graves, a placenta invade os músculos do útero ou cresce por meio da parede uterina. Dessa forma, indica-se a cesariana e a remoção do útero após o parto.
Placenta parcreta
Conhecida também como acretismo placentário, a condição é caracterizada pela invasão anormal do tecido placentário além da camada superficial interna do útero, chamada decídua.
Isso ocorre geralmente em mulheres que realizaram outras cesáreas e tiveram casos de placenta prévia. Sabe-se que quanto maior o número de cesáreas realizadas, maior será o risco desse tipo de placenta aparecer.
Está associada a hemorragias severas durante o parto, principalmente se tentarem retirar a placenta com força. Por isso, o diagnóstico desse tipo de placenta é fundamental para não colocar em risco a vida da mãe e do bebê.
O que é o descolamento de placenta?
O descolamento da placenta é uma complicação séria da gravidez. Acontece quando a placenta se separa de forma parcial ou completamente da parede interna do útero antes do parto.
Essa situação pode diminuir ou bloquear o suprimento de oxigênio e nutrientes do bebê e causar sangramentos intensos na mãe. O descolamento geralmente acontece de forma repentina. Se a condição não for tratada, há riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
É mais provável que aconteça no último trimestre da gravidez, principalmente nas últimas semanas antes do nascimento.
Por ser uma situação bastante grave, é fundamental que a futura mãe fique de olho nos sintomas que surgem e procure ajuda médica o quanto antes.
Veja detalhes dos sintomas abaixo:
- Sangramento vaginal que pode ser intenso ou leve;
- Dor abdominal;
- Dor nas costas;
- Sensibilidade ou rigidez uterina;
- Contrações uterinas frequentes.
Vale destacar que as dores abdominais e nas costas podem começar repentinamente. E a quantidade de sangramento vaginal pode variar e, em alguns casos, pode não haver sangramento visível.
Isso pode acontecer devido a um trauma ou lesão no abdômen ou por causa de uma perda rápida do líquido que envolve e protege o bebê no útero — conhecido como líquido amniótico.
Entre os fatores de risco para essa complicação estão: ter pressão alta crônica (hipertensão), fumar, usar drogas durante a gravidez, infecção dentro do útero e ser mais velha (acima dos 40 anos).
O que fazer com a placenta depois do parto?
Antigamente, após os partos as placentas eram descartadas nos hospitais. Mas, hoje, cada vez mais os pais estão mantendo a placenta após o nascimento.
A seguir, veja detalhes de como a placenta pode ser utilizada:
Comer a placenta
Algumas mulheres optam por comer a placenta após o parto. A prática é chamada de placentofagia e há especialistas que afirmem que consumir a placenta logo após o parto ajuda a repor as quantidades de ferro no organismo. E assim, a mulher ficaria mais disposta e aumentaria também a produção de leite.
Geralmente, elas transformam a placenta em pílulas ou adicionam em vitaminas — assim preparam a bebida com o órgão, leite e frutas após o parto.
Vale reforçar que ainda não há provas científicas de que o consumo da placenta proporcione benefícios para a saúde. No entanto, algumas mulheres relatam sentir mais energia após o consumo da placenta. Segundo algumas crenças orientais, a placenta contém propriedades curativas e nutrientes.
Essa prática ainda não é muito comum no Brasil, mas em países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, por exemplo, as mulheres costumam ter acesso às cápsulas e tinturas feitas com a placenta.
Se a mulher tem o desejo de encapsular a placenta, ela precisa solicitar para o hospital com antecedência. O órgão deve ser colocado em um recipiente limpo e livre de outras substâncias, como formol.
Depois disso, deve ser armazenado na geladeira por cerca de 48h. Se passar desse período, o ideal é que seja congelado para diminuir os riscos de proliferação de bactérias.
Guardar
Algumas mulheres optam por guardar a placenta como recordação ou incluí-la em obras de arte como quadros ou carimbos. Há também quem prefira enterrar a placenta juntamente com uma planta ou árvore.
A placenta saudável é fundamental para a gestação. Por isso, entender mais sobre ela e quais os cuidados é essencial.
Converse sempre com o(a) ginecologista e obstetra que acompanha a gravidez e conte com o Minuto Saudável para ter mais informações.