Gravidez

Líquido Amniótico: o que é, função, volume normal e mais

Publicado em: 23/11/2020Última atualização: 23/11/2020
Publicado em: 23/11/2020Última atualização: 23/11/2020
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Há diversas estruturas e substâncias necessárias para o pleno desenvolvimento do feto durante a gestação. Dentre elas, tem-se o líquido amniótico, que é o que preenche a bolsa em que o bebê fica “imerso” no útero durante a gravidez.

Na sequência, você pode entender melhor qual é a importância desse fluido, suas características, como identificá-lo e algumas informações a respeito de seus níveis. Confira:

O que é líquido amniótico?

O líquido amniótico é um fluido que fica dentro da bolsa amniótica, ou seja, o local onde fica o feto ao longo da gestação. Nesse sentido, trata-se de um líquido que envolve o bebê durante todo o seu processo de desenvolvimento, até o momento do parto.

Ele permite a movimentação do feto na cavidade uterina, protege o bebê de possíveis traumas sofridos pela mãe e protege-o de infecções bacterianas. Além de outras questões que colaboram diretamente para o pleno desenvolvimento fetal.

Com relação a como é formada a bolsa amniótica e o líquido que a compõe, basicamente o que ocorre é a formação dessa estrutura na 2ª semana de gravidez. Sendo produzida pela placenta e pelas membranas até o 4º mês gestacional.

Passado esse período, o próprio feto ingere o líquido amniótico, de forma que, após ser engolido, o conteúdo é processado e eliminado como urina, o que é possível devido ao fato de que já há uma maturação de seu sistema urinário. Com isso, a urina do bebê torna-se o principal componente do fluido amniótico.

Então, ele deixa de ser parecido com o plasma sanguíneo da mãe (sua composição inicial) e passa a ter outros componentes: hormônios, citocinas e nutrientes essenciais.

Além disso, também é constituído por uma pequena quantidade de secreções pulmonares, uma vez que o bebê aspira o líquido e também expira. O que faz, inclusive, com que esse fluido seja constantemente renovado (aproximadamente a cada 4 a 6 horas).

Cabe destacar, por fim, que o volume do líquido aumenta até 34 a 37 semanas de gestação, depois diminui gradativamente até o momento do parto.

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Para que serve o líquido amniótico?

As funções do líquido amniótico estão relacionadas com o desenvolvimento fetal. Sendo assim, tem como papel ajudar na nutrição, maturação e proteção do bebê enquanto está no útero da mãe. Dessa forma, suas contribuições são as seguintes:

  • Protege o feto contra traumas externos sofridos pela mãe;
  • Evita a compressão do cordão umbilical;
  • Proteção contra infecções;
  • Garante estabilidade na temperatura uterina;
  • Colabora com o desenvolvimento músculo-esquelético e permite a movimentação do feto no útero;
  • Auxilia o desenvolvimento pulmonar;
  • Ajuda na maturação do sistema digestivo e urinário.

Sendo assim, é o líquido amniótico que dá suporte ao desenvolvimento do feto na gestação.

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Qual é o volume normal de líquido amniótico?

É importante saber que o volume de líquido amniótico sofre variações ao longo da gestação, de acordo com as necessidades de cada fase. De início, trata-se de uma quantidade pequena devido ao feto também estar em um tamanho menor.

Assim, o volume do líquido aumenta gradativamente, conforme o bebê cresce. Esse processo atinge o seu ponto máximo por volta das 34 semanas gestacionais, que é quando inicia a diminuição do líquido (até o momento do parto).

Nesse período, pode-se atingir o volume de até 1000mL de líquido amniótico. A quantidade é medida através da ultrassonografia, de maneira que esse é um exame periódico durante a fase do pré-natal, possibilitando monitorar esse líquido e o desenvolvimento fetal.

Então, não há um “volume normal” fixo com relação aos níveis dessa solução. Isso, uma vez que varia conforme cada período da gestação e de acordo com o tamanho do bebê.

Pode ocorrer, porém, a diminuição ou aumento de forma inadequada ao que é esperado para a fase gestacional. Nesses casos, chama-se de oligoidrâmnio o fenômeno que caracteriza a diminuição do líquido amniótico e de polihidrâmnio quando há o seu excesso.

Causas para o oligoidrâmnio

Não se sabe exatamente os motivos que levam à diminuição do líquido amniótico (fenômeno chamado de oligoidrâmnio), porém, indica-se que isso pode estar relacionado a fatores como:

  • Desidratação materna (leva à diminuição geral dos líquidos no corpo da mulher);
  • Ruptura na bolsa amniótica (suporta o feto e guarda o líquido amniótico), provocando perda do líquido pela cavidade vaginal;
  • Uso de determinados medicamentos (como para hipertensão, por exemplo);
  • Quando a gravidez dura mais do que o tempo previsto (o líquido diminui, uma vez que o bebê já deveria ter nascido).

Em casos como o tempo de gravidez mais longo que o normal, pode ser que seja necessária a realização de uma cesárea. Isso, uma vez que o líquido amniótico é fundamental para o bebê, de forma que sua diminuição drástica poderia até mesmo levar a criança a óbito.

Ainda, o oligoidrâmnio pode estar relacionado com problemas de desenvolvimento. Já que a maior parte do líquido amniótico é formado pela urina do bebê, se houver alguma má formação (especialmente no sistema urinário), isso pode interferir na produção do líquido.

Causas para o polihidrâmnio

Não só a diminuição do líquido amniótico pode ocasionar complicações à mãe e ao bebê, mas níveis acima do normal também podem ser prejudiciais. Quando isso ocorre, a causa pode estar atrelada a fatores como:

  • Mãe portadora de diabetes mellitus;
  • Gravidez gemelar;
  • Anormalidades congênitas do bebê;
  • Distúrbio cromossômico.

Dessa forma, reforça-se a necessidade de realizar o pré-natal de forma adequada, realizando exames como a ultrassonografia. Com isso, possibilitando identificar possíveis problemas e complicações que podem afetar a saúde do bebê e até mesmo da mãe.

Qual é a cor do líquido amniótico?

Veja a cor do líquido amniótico
Saiba qual a cor do líquido amniótico

A cor do líquido amniótico serve como uma forma de indicar as condições de saúde do bebê e até mesmo a urgência do parto. Uma vez que só é possível saber dessa coloração no momento do nascimento, ao romper a bolsa é preciso observar essa característica.

Inclusive, alguns médicos recomendam que a mãe, enquanto encaminha-se à maternidade, faça uso de um absorvente (preferencialmente de um tamanho maior, devido à quantidade de líquido). Assim, ao chegar ao hospital, será possível que o(a) profissional analise a coloração.

Entenda melhor quais as possíveis cores e o que cada uma significa, respectivamente:

  • Transparente ou esbranquiçado — coloração natural, o líquido pode também conter alguns grumos brancos (geralmente formados por pedacinhos de cabelo, gordura e pele do feto);
  • Vermelho — pode indicar o descolamento da placenta, o que poderia comprometer a passagem de nutrientes e oxigênio para o feto. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma cesárea, a fim de preservar a saúde e vida do bebê;
  • Verde-escuro — o líquido é mais espesso (grosso), o que indica que o feto evacuou no útero. É preciso acompanhamento após o parto, além de limpeza, uma vez que se o bebê aspirar essas substâncias pode sofrer obstrução da traqueia e vias aéreas;
  • Amarelo — indica a possibilidade de pûs na cavidade uterina, o que deverá ser analisado pelo(a) médico(a) para identificar a causa. Porém, em alguns casos, essa coloração pode simplesmente ser devido a uma maior concentração de urina do feto;
  • Marrom — na grande maioria dos casos, caracteriza uma situação de emergência, pois pode indicar uma hemorragia grave ou até mesmo a morte fetal.
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Como identificar o líquido amniótico?

Algumas mulheres podem ter dificuldade em identificar o rompimento da bolsa. É nesse momento que ocorre a liberação do líquido amniótico, então, saber como identificá-lo pode ajudar a confirmar que a “bolsa estourou” e que é hora de ir à maternidade.

Para isso, preste atenção se o líquido tem coloração (transparente/esbranquiçada, vermelha, verde, amarela ou marrom). Quando ele está em seu aspecto normal, ou seja, sem apresentar cor (transparente ou esbranquiçado), é mais fácil de confundir com a urina, por exemplo.

Além disso, o líquido amniótico apresenta um cheiro característico (pode lembrar um pouco o cheiro de água sanitária) e também um volume maior do que a urina.

Sendo assim, embora os nervos podem estar “à flor da pele” na hora do rompimento da bolsa, saber desses detalhes pode facilitar na identificação do líquido. 

Líquido amniótico baixo: como aumentar?

Não há um tratamento específico para aumentar o líquido amniótico quando ele está em níveis baixos do que o normal ao longo da gravidez. Porém, pode-se recomendar alguns cuidados para evitar uma diminuição ainda maior.

Assim, o(a) médico(a) pode pedir que a mãe aumente consideravelmente sua ingestão diária de líquidos e fique de repouso — às vezes, quase que absoluto.

Caso o líquido amniótico esteja em níveis muito baixos em uma fase mais próxima ao final da gestação, pode ser que o(a) obstetra opte por antecipar o parto, a fim de evitar complicações à saúde do bebê.


A gestação é uma fase que traz muitas novidades à vida da mãe, especialmente quando se trata do primeiro filho. Sendo assim, é importante buscar informações seguras e esclarecer dúvidas com o(a) médico(a) a respeito de todos os detalhes.

E na aba “Gravidez” aqui do Minuto Saudável você encontra mais conteúdos como esse!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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