Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Brasil é o 2º país que mais realiza cesáreas em todo o mundo.
Esse tipo de operação representou 57,7% dos partos no país no ano de 2022, sendo esse o maior número já registrado. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que não ultrapasse os 15%.
Apesar de não ser estimulada, o Ministério da Saúde reconhece que há casos em que o parto cesárea é a única chance de salvar a vida da mulher e da criança.
Entenda mais sobre esse tipo de parto ao longo deste artigo, como ele é feito, se provoca dores e quais são seus riscos.
Índice
O parto cesárea é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada do bebê do útero por meio de um corte abdominal. Hoje, no Brasil, a cirurgia pode ser feita se houver situações de emergência ou se a gestante solicitar o procedimento.
Entretanto, essa decisão deve ser tomada em conjunto com a equipe médica, pois é necessário que a mãe receba todas as informações sobre o parto e compreenda suas vantagens e desvantagens para então fazer sua escolha de forma consciente.
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Ao chegar no centro cirúrgico, a mulher recebe a anestesia que, em casos normais, é aplicada na lombar. O tempo necessário para que comece a agir varia entre 2 e 10 minutos, e o efeito do medicamento perdura por 3 horas, em média.
Assim que o efeito anestésico começa, a gestante é posicionada e a equipe médica começa a preparar-se para o parto.
É feito um corte de aproximadamente 10cm a 20cm de comprimento na região da pélvis (abaixo do umbigo e acima da virilha). Primeiro é cortada a pele e depois as outras camadas necessárias, totalizando 7, incluindo gordura, músculo e o útero.
Assim, o(a) obstetra tem acesso ao bebê, que é puxado para fora através dessa abertura. Uma vez do lado de fora, o recém nascido é avaliado pelos médicos, que verificam a oxigenação e outras funções vitais.
Enquanto isso, a placenta é retirada, é feita a limpeza da área uterina e cada uma das camadas que foi cortada é fechada com pontos ou cola cirúrgica. Todo esse procedimento, se acontecer dentro do esperado, leva em torno de 1 hora.
Se a anestesia for aplicada corretamente, a cesariana não dói. Durante o nascimento, a mulher pode sentir apenas pressões e movimentos.
Mas, como esse procedimento é considerado invasivo e que requer cicatrização, a mulher pode sentir dores durante o período pós-operatório.
O recomendado é que a mulher fique em repouso após o parto. Também pode ser indicado algumas horas de jejum, seguido de uma dieta branda.
O protocolo ainda indica que a mulher deve ficar pelo menos 48 horas internada antes de receber alta. Esse tempo pode ser maior se houver alguma complicação durante ou depois do parto.
A equipe médica deve informar a mãe sobre todos os cuidados que precisam ser tomados a partir daí, além de orientá-la sobre a data em que deve retornar para a retirada dos pontos e avaliação clínica.
É normal que depois da cirurgia a mulher sinta leves dores na barriga, sonolência e dificuldade para se movimentar. Inchaço, enjoos, tontura e fraqueza também são comuns e podem ser efeitos colaterais da anestesia. As dores e esses outros sintomas devem levar alguns dias para amenizar ou cessar.
Diante de qualquer dúvida ou condição anormal, é fundamental entrar em contato com o(a) obstetra que acompanha o caso para que sejam dadas as orientações específicas.
O tempo de recuperação da cesariana pode variar dependendo de alguns fatores, como a idade da mulher e se houveram complicações no parto.
No geral, pode levar algumas semanas, e os cuidados principais devem ser mantidos por pelo menos 30 dias. Quanto aos pontos, eles geralmente são retirados entre 7 e 10 dias após a cirurgia.
É importante lembrar que a cicatrização não acontece apenas na pele, onde é visível, mas também internamente, nas outras camadas que foram cortadas. A sensibilidade nessa região pode permanecer por até 4 semanas.
Alguns cuidados podem facilitar o processo de cicatrização e garantir mais qualidade de vida durante essa fase, tais como:
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A cesárea é uma cirurgia, portanto existem riscos a serem considerados. Para a mulher, pode-se destacar:
Em casos mais graves, a cesariana pode oferecer riscos para gestações e partos futuros, como a implantação anormal da placenta.
Para o bebê, os riscos envolvem problemas respiratórios, que podem ser reduzidos se a cesárea acontecer após as 39 semanas de gestação e se a mulher entrar em trabalho de parto antes da cirurgia acontecer.
Segundo a OMS, esse procedimento deve ser realizado apenas quando houver uma necessidade real, do ponto de vista médico. Algumas das situações são:
É necessário que essa decisão seja tomada de forma consciente pela equipe médica e pela mulher, analisando todos os riscos e o contexto que a envolve.
A cesárea é um procedimento que pode salvar a vida da mamãe e do bebê, mas o ideal é que ela seja realizada apenas quando o parto normal não for possível.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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