Saúde

O que é Nevralgia do Trigêmeo? Sintomas, tratamento e mais

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 09/11/2020
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 09/11/2020
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O que é Nevralgia do Trigêmeo?

A nevralgia do trigêmeo, também conhecida como tique doloroso, é um distúrbio do nervo trigêmeo, que conduz as informações de sensibilidade da face ao cérebro. Tal distúrbio causa dores intensas nas áreas pelas quais o nervo do trigêmeo passa e pode afetar qualquer idade, porém é mais comum em idosos.

Esse nervo recebe esse nome pois possui três ramificações:

  • Ramo Oftálmico, na região dos olhos e testa;
  • Ramo Maxilar, que acompanha o maxilar superior;
  • Ramo Mandibular, que acompanha a mandíbula ou o maxilar inferior.

A doença pode ser nomeada também como neuralgia do trigêmeo, síndrome da dor facial paroxística, doença de Fothergill e prosopalgia dolorosa.

Esse distúrbio causa episódios de dor repentina e intensa em um lado do rosto, normalmente no olhos, lábios, nariz, couro cabeludo, testa e/ou mandíbula. A dor é comparada a um choque doloroso, intenso e incapacitante, que pode durar segundos, minutos ou até horas, e pode ser desencadeada por ações rotineiras. A dor pode se fixar em um ramo ou se distribuir de acordo com o ramo afetado isso ocorre pelo fato do nervo afetado ser sensitivo.

A incidência anual da doença é de cerca de 4,3 pessoas em 100.000 na população geral.

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Nevralgia do Trigêmeo?
  2. Causas
  3. Grupos de risco
  4. Sintomas da Nevralgia do Trigêmeo
  5. Diagnóstico
  6. A Nevralgia do Trigêmeo tem cura? Qual o tratamento?
  7. Convivendo
  8. Complicações e prevenção
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Causas

A causa mais comum é de quando uma artéria comprime o nervo trigêmeo dentro do crânio, o que faz com que a pulsação desse vaso sanguíneo leve o nervo à inflamação e, assim, provocar a dor. O neurologista Dr. Cláudio Fernandes Corrêa afirma que a dor pode ser causada também por um tratamento dentário, mas que isso ainda foi comprovado.

Outras causas que também podem causar a dor são:

  • Aumento da pressão arterial;
  • Esclerose múltipla;
  • Infecção viral;
  • Aneurisma;
  • Tumores;
  • Traumatismo;
  • Intoxicação;
  • Meningiomas,
  • Neurinomas.

Deve-se manter em mente que existem outras doenças que podem causar dores na face e que não devem ser confundidas com a nevralgia do trigêmeo, como dores de dente, sinusite e dores causadas por herpes.

A dor da nevralgia é desencadeada por atos rotineiros, alguns dos gatilhos mais comuns são:

  • Se barbear;
  • Acariciar ou tocar levemente o próprio rosto;
  • Mastigar;
  • Beber;
  • Escovar os dentes;
  • Falar;
  • Se maquiar;
  • Sorrir;
  • Lavar o rosto;
  • Certas expressões faciais ou reflexos;
  • Vento mais intenso.
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Grupos de risco

O mais comum é que a nevralgia do trigêmeo se manifeste em pacientes mais velhos, já que mais de 60% dos pacientes que apresentam a doença estão acima dos 60 anos de idade. Também é mais comum em mulheres, com uma proporção de 3 mulheres para cada 2 homens.

Apesar de ser mais comum em idosos, podem ocorrer exceções e a doença se manifestar em qualquer idade.

Sintomas da Nevralgia do Trigêmeo

A dor pode aparecer espontaneamente, mas geralmente é desencadeada pelo toque em alguma área em particular ou por ações rotineiras, como escovar os dentes. Quando se manifesta, os sintomas mais comuns são:

  • Dor leve e ocasional, como pontadas;
  • Dor intensa, com início repentino e que pode ser relacionada a um choque elétrico;
  • Crises com duração de alguns segundos;
  • Episódio com vários ataques, que pode durar dias, semanas ou meses;
  • Dores nas áreas pelas quais o nervo trigêmeo passa;
  • Dores em somente um lado do rosto;
  • Dores que se fixam em um só lugar ou que irradiam para outras áreas do rosto;
  • Crises cada vez mais frequentes e intensas.

O rosto também pode ficar vermelho na área afetada, pois o nervo possui um componente relacionado a vasodilatação. A doença pode afetar ambos os lados da face, mas nunca ao mesmo tempo.

As áreas mais comuns de serem afetadas são:

  • Ramo maxilar (55% de frequência);
  • Ramo mandibular (30% de frequência);
  • Ramo maxilar e mandibular simultaneamente (20% de frequência);
  • Ramo oftálmico e maxilar (10% de frequência);
  • Ramo oftálmico (4% de frequência);
  • Todos os ramos trigeminais (1% de frequência).
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Diagnóstico

De acordo com os critérios estabelecidos pela International Association for the Study of Pain (IASP) e pela International Classification of Headache Disorder (ICHD), o diagnóstico deve ser exclusivamente clínico.

Caso sinta dores muito fortes e persistentes no rosto, procure algum desses especialistas: neurologista, oftalmologista, reumatologista, odontologista ou otorrinolaringologista.

O médico poderá diagnosticá-lo através das descrições feitas da dor, seguindo os seguintes critérios:

  • Tipo: descrição da dor caso tenha sido súbita -, o tempo de duração e a intensidade da dor;
  • Localização: através das áreas do rosto afetada, o médico será capaz de confirmar se se trata da doença;
  • Gatilhos: a dor geralmente é desencadeada por ações cotidianas, portanto, esses fatores também colaboram para a confirmação do diagnóstico.

O especialista também poderá realizar alguns exames para ajudar no diagnóstico e determinar a causa da doença. Alguns desses exames são:

  • Exame neurológico: examina-se o rosto do paciente, para que então seja capaz de determinar exatamente onde ocorre a dor e quais os ramos do nervo trigêmeo foram afetados;
  • Ressonância magnética: ajuda a determinar se a nevralgia do trigêmeo é causada por algum problema mais grave, como esclerose múltipla ou um tumor.

Para facilitar o diagnóstico, pode-se fazer uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, além de levar um histórico médico que inclua outras condições que o paciente tenha e os medicamentos que toma regularmente.

É importante se certificar de que as dores não são atribuídas a outros distúrbios e que não foi detectado nenhum distúrbio neurológico. Alguns distúrbios que também podem causar dores na face são:

  • Cefaleia;
  • Dor no dente;
  • Artrite de células gigantes;
  • Tumor intracraniano;
  • Enxaqueca;
  • Esclerose múltipla;
  • Otite média;
  • Hemicrania paroxística;
  • Neuralgia pós-herpética;
  • Sinusite;
  • Síndrome da articulação temporomandibular;
  • Outras neuropatias trigeminal.

A Nevralgia do Trigêmeo tem cura? Qual o tratamento?

O tratamento mais utilizado é o medicamentoso, feito a base de anticonvulsivantes (medicamentos que estabilizam as membranas dos nervos) ou de narcóticos. Porém, esse tipo de tratamento não cura a doença, apenas trata os sintomas.

Caso o tratamento medicamentoso não funcione, ou o indivíduo não suportar os efeitos colaterais, existem cirurgias que podem curar, efetivamente, o paciente. O procedimento cirúrgico ajuda a eliminar a compressão do nervo, afastando o vaso sanguíneo e isolando-o.

Tratamento medicamentoso

Os medicamentos mais frequentemente utilizados para o tratamento são:

  • Anticonvulsivantes: são os medicamentos mais comuns e efetivos no tratamento da nevralgia do trigêmeo. Normalmente, o médico te indicará o carbamazepina, porém também existem outros anticonvulsivantes que podem ser utilizados no tratamento, como oxcarbazepina e lamotrigina. Caso seu medicamento pare de fazer efeito, o médico poderá lhe prescrever outro remédio ou aumentar a dosagem. Os anticonvulsivantes podem causar tontura, confusão, sonolência e náusea como efeitos colaterais;
  • Agentes antiespasmódicos: medicamentos como relaxantes musculares podem ser usados sozinhos ou em conjunto com o anticonvulsivante. Os efeitos colaterais podem incluir confusão, náusea e sonolência;
  • Injeções de botox: alguns estudos apontam que o botox pode reduzir a dor da nevralgia em pessoas nas quais os medicamentos não surtem mais efeito.

Leia mais: O que é e para que serve relaxante muscular?

Tratamento cirúrgico

Algumas cirurgias disponíveis são:

  • Microdescompressão vascular: o neurocirurgião, usando um microscópio cirúrgico, afasta a artéria que está comprimindo o nervo e coloca um material isolante entre ambos. O isolamento não é absorvível e permanece no local indefinidamente. O procedimento promove alívio imediato e causa pouca ou nenhuma dormência na face;
  • Rizotomia sensitiva: esse procedimento corta o nervo, para que não ocorra mais passagem de sinal de dor para o cérebro, e causa anestesia e dormência permanente na face. A fibra motora do nervo trigêmeo é mantida, a fim de não comprometer os músculos da mastigação;
  • Procedimentos com agulha: uma agulha é inserida na pele da bochecha até atingir a região do nervo trigêmeo na base do crânio. Assim, um medicamento é injetado para impedir a passagem de impulsos nervosos que levam a sensação de dor até o cérebro;
  • Alcoolização: esse procedimento consiste na injeção de álcool no nervo trigêmeo para bloquear temporariamente a sua função;
  • Compressão do balão: realizado sob anestesia geral, o cirurgião coloca um balão, através de um cateter, próximo ao nervo trigêmeo, que é inflado e comprime o nervo, ferindo as fibras que causam dor. Depois de alguns minutos, o balão e o cateter são retirados. Esse procedimento promove alívio imediato, porém pode causar dormências leve, problemas de mastigação ou visão dupla, e geralmente é eficaz durante dois anos.

As cirurgias abertas são mais eficientes e preservam a sensibilidade do rosto, porém não são indicadas para pessoas com mais de 70 anos de idade, devido aos riscos da operação.

Tratamento radioativo

Também existem os tratamento feitos com radiação, que tem como intuito agir na raiz do nervo, impedindo que os sinais de dor cheguem ao cérebro. Um exemplo desse tratamento é a radiocirurgia estereotáxica, um procedimento não invasivo que utiliza feixes de radiação para destruir partes do nervo trigêmeo. A lesão causada pelo procedimento vai se desenvolvendo gradualmente e, consequentemente, o alívio completo da dor ocorre de forma progressiva.

Enquanto o tratamento ainda não tem alívio completo, o paciente continua tomando sua medicação para controlar a dor. O tratamento não é definitivo, tem 60% de chance de eficácia, pode causar dormências no rosto e olhos secos, e os resultados, positivos ou negativos, demoram até um mês para aparecer.

Tratamento alternativo

Apesar de não existirem estudos sobre esses métodos de tratamento, algumas pessoas declaram melhoras com os mesmos. Alguns desses tratamentos alternativos incluem:

  • Acupuntura;
  • Quiropraxia;
  • Terapia vitamínica;
  • Terapia nutricional;
  • Biofeedback.

Antes de começar algum tratamento alternativo, consulte seu médico, pois o tratamento alternativo pode complicar seu tratamento comum.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Convivendo

Pela nevralgia do trigêmeo ser desencadeada por atos simples do dia a dia, muitos pacientes evitam até mesmo sair da cama para não ativar a dor. Isso prejudica na qualidade de vida e no emocional do paciente. O indivíduo, então, deve procurar ajuda médica para receber as melhores indicações para a sua condição.

Alguns pacientes pensam e alguns até chegam a cometer suicídio para eliminar a dor intensa.

É importante ressaltar que o paciente deve seguir a risca todas as orientações médicas e obedecer corretamente o tratamento.

Complicações e Prevenção

Como o distúrbio afeta principalmente indivíduos na terceira idade, algumas vezes é preciso aumentar a dosagem do tratamento, podendo surgir alguns efeitos colaterais. Doses muito elevadas dos medicamentos podem provocar desequilíbrio, tontura e diminuição da capacidade de raciocínio.

Outra complicação se relaciona ao fato de que nem todos os pacientes podem tomar os remédios prescritos para esse distúrbio, assim como alguns pacientes também não toleram os efeitos do medicamento.

Também não existem formas conhecidas de como se pode prevenir a nevralgia do trigêmeo, um ponto bastante negativo para os pacientes.


A nevralgia do trigêmeo afeta principalmente indivíduos da terceira idade, não há como ser prevenida e seus sintomas podem ser ativados através de ações do dia a dia. Compartilhe esse artigo com os seus amigos e familiares para que possam descobrir como tratar o distúrbio!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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