A nevralgia do trigêmeo, também conhecida como tique doloroso, é um distúrbio do nervo trigêmeo, que conduz as informações de sensibilidade da face ao cérebro. Tal distúrbio causa dores intensas nas áreas pelas quais o nervo do trigêmeo passa e pode afetar qualquer idade, porém é mais comum em idosos.
Esse nervo recebe esse nome pois possui três ramificações:
A doença pode ser nomeada também como neuralgia do trigêmeo, síndrome da dor facial paroxística, doença de Fothergill e prosopalgia dolorosa.
Esse distúrbio causa episódios de dor repentina e intensa em um lado do rosto, normalmente no olhos, lábios, nariz, couro cabeludo, testa e/ou mandíbula. A dor é comparada a um choque doloroso, intenso e incapacitante, que pode durar segundos, minutos ou até horas, e pode ser desencadeada por ações rotineiras. A dor pode se fixar em um ramo ou se distribuir de acordo com o ramo afetado isso ocorre pelo fato do nervo afetado ser sensitivo.
A incidência anual da doença é de cerca de 4,3 pessoas em 100.000 na população geral.
A causa mais comum é de quando uma artéria comprime o nervo trigêmeo dentro do crânio, o que faz com que a pulsação desse vaso sanguíneo leve o nervo à inflamação e, assim, provocar a dor. O neurologista Dr. Cláudio Fernandes Corrêa afirma que a dor pode ser causada também por um tratamento dentário, mas que isso ainda foi comprovado.
Outras causas que também podem causar a dor são:
Deve-se manter em mente que existem outras doenças que podem causar dores na face e que não devem ser confundidas com a nevralgia do trigêmeo, como dores de dente, sinusite e dores causadas por herpes.
A dor da nevralgia é desencadeada por atos rotineiros, alguns dos gatilhos mais comuns são:
O mais comum é que a nevralgia do trigêmeo se manifeste em pacientes mais velhos, já que mais de 60% dos pacientes que apresentam a doença estão acima dos 60 anos de idade. Também é mais comum em mulheres, com uma proporção de 3 mulheres para cada 2 homens.
Apesar de ser mais comum em idosos, podem ocorrer exceções e a doença se manifestar em qualquer idade.
A dor pode aparecer espontaneamente, mas geralmente é desencadeada pelo toque em alguma área em particular ou por ações rotineiras, como escovar os dentes. Quando se manifesta, os sintomas mais comuns são:
O rosto também pode ficar vermelho na área afetada, pois o nervo possui um componente relacionado a vasodilatação. A doença pode afetar ambos os lados da face, mas nunca ao mesmo tempo.
As áreas mais comuns de serem afetadas são:
De acordo com os critérios estabelecidos pela International Association for the Study of Pain (IASP) e pela International Classification of Headache Disorder (ICHD), o diagnóstico deve ser exclusivamente clínico.
Caso sinta dores muito fortes e persistentes no rosto, procure algum desses especialistas: neurologista, oftalmologista, reumatologista, odontologista ou otorrinolaringologista.
O médico poderá diagnosticá-lo através das descrições feitas da dor, seguindo os seguintes critérios:
O especialista também poderá realizar alguns exames para ajudar no diagnóstico e determinar a causa da doença. Alguns desses exames são:
Para facilitar o diagnóstico, pode-se fazer uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, além de levar um histórico médico que inclua outras condições que o paciente tenha e os medicamentos que toma regularmente.
É importante se certificar de que as dores não são atribuídas a outros distúrbios e que não foi detectado nenhum distúrbio neurológico. Alguns distúrbios que também podem causar dores na face são:
O tratamento mais utilizado é o medicamentoso, feito a base de anticonvulsivantes (medicamentos que estabilizam as membranas dos nervos) ou de narcóticos. Porém, esse tipo de tratamento não cura a doença, apenas trata os sintomas.
Caso o tratamento medicamentoso não funcione, ou o indivíduo não suportar os efeitos colaterais, existem cirurgias que podem curar, efetivamente, o paciente. O procedimento cirúrgico ajuda a eliminar a compressão do nervo, afastando o vaso sanguíneo e isolando-o.
Os medicamentos mais frequentemente utilizados para o tratamento são:
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Algumas cirurgias disponíveis são:
As cirurgias abertas são mais eficientes e preservam a sensibilidade do rosto, porém não são indicadas para pessoas com mais de 70 anos de idade, devido aos riscos da operação.
Também existem os tratamento feitos com radiação, que tem como intuito agir na raiz do nervo, impedindo que os sinais de dor cheguem ao cérebro. Um exemplo desse tratamento é a radiocirurgia estereotáxica, um procedimento não invasivo que utiliza feixes de radiação para destruir partes do nervo trigêmeo. A lesão causada pelo procedimento vai se desenvolvendo gradualmente e, consequentemente, o alívio completo da dor ocorre de forma progressiva.
Enquanto o tratamento ainda não tem alívio completo, o paciente continua tomando sua medicação para controlar a dor. O tratamento não é definitivo, tem 60% de chance de eficácia, pode causar dormências no rosto e olhos secos, e os resultados, positivos ou negativos, demoram até um mês para aparecer.
Apesar de não existirem estudos sobre esses métodos de tratamento, algumas pessoas declaram melhoras com os mesmos. Alguns desses tratamentos alternativos incluem:
Antes de começar algum tratamento alternativo, consulte seu médico, pois o tratamento alternativo pode complicar seu tratamento comum.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Pela nevralgia do trigêmeo ser desencadeada por atos simples do dia a dia, muitos pacientes evitam até mesmo sair da cama para não ativar a dor. Isso prejudica na qualidade de vida e no emocional do paciente. O indivíduo, então, deve procurar ajuda médica para receber as melhores indicações para a sua condição.
Alguns pacientes pensam e alguns até chegam a cometer suicídio para eliminar a dor intensa.
É importante ressaltar que o paciente deve seguir a risca todas as orientações médicas e obedecer corretamente o tratamento.
Como o distúrbio afeta principalmente indivíduos na terceira idade, algumas vezes é preciso aumentar a dosagem do tratamento, podendo surgir alguns efeitos colaterais. Doses muito elevadas dos medicamentos podem provocar desequilíbrio, tontura e diminuição da capacidade de raciocínio.
Outra complicação se relaciona ao fato de que nem todos os pacientes podem tomar os remédios prescritos para esse distúrbio, assim como alguns pacientes também não toleram os efeitos do medicamento.
Também não existem formas conhecidas de como se pode prevenir a nevralgia do trigêmeo, um ponto bastante negativo para os pacientes.
A nevralgia do trigêmeo afeta principalmente indivíduos da terceira idade, não há como ser prevenida e seus sintomas podem ser ativados através de ações do dia a dia. Compartilhe esse artigo com os seus amigos e familiares para que possam descobrir como tratar o distúrbio!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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