O medo faz parte da vida, seja ele relacionado às mudanças da vida ou a coisas e animais, por exemplo. De forma geral, sentir medo não causa nenhum grande prejuízo, desde que ele não afete a rotina e convivência social.
No entanto, alguns casos podem ganhar dimensões maiores do que as adequadas, afetando negativamente a realização de tarefas comuns. É o caso das fobias, que podem ter relação com animais, ambientes e até mesmo relacionamentos sociais.
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- Qual é a diferença entre medo e fobia?
- Quais são as fobias mais comuns?
- Quando devo me preocupar com o medo?
- Quais os sintomas da fobia?
- Como é feito o tratamento para fobia?
Qual é a diferença entre medo e fobia?
O medo é uma reação natural do corpo diante de situações de perigo. Já a fobia é um medo exagerado e irracional que se apresenta diante de estímulos específicos, que podem ou não ser realmente perigosos.
Sentir medo ao ver uma cobra vindo em sua direção é completamente normal, é um meio do organismo perceber que corre riscos e deve se preparar para fugir ou lutar.
Contudo, uma pessoa com fobia de cobras não precisa necessariamente ver uma cobra para sentir medo. Qualquer objeto que se assemelhe ao animal, como cordas, desenhos de serpentes etc., é o suficiente para evocar uma resposta de medo.
Além disso, o medo na fobia é muito mais intenso, podendo até mesmo causar crises de pânico e desmaios.
Algumas das situações fóbicas são realmente de perigo, contudo, a resposta de medo e ansiedade que o indivíduo apresenta é de intensidade desproporcional, ou seja, é uma resposta exagerada demais para o perigo real.
Não existe uma causa específica para o surgimento de fobias. Dentre os fatores de risco estão a idade, tendo em vista que maior parte das fobias surgem na infância, o histórico familiar, o temperamento do indivíduo e um histórico de eventos traumáticos.
Apesar dos eventos traumáticos poderem estar associados às fobias específicas, frequentemente elas surgem sem que a pessoa tenha vivenciado um trauma destes. É o caso da pessoa que tem medo de elevador só de ouvir falar da possibilidade de acidentes, mesmo que isso nunca tenha acontecido diretamente com ela.
Se não tratadas, as fobias específicas podem levar a uma série de complicações, como o isolamento social para evitar situações gatilho, aumento nas chances de desenvolver um transtorno depressivo ou de abuso de substâncias e até mesmo aumento das chances de cometer suicídio.
Alguns tipos de fobia têm diagnósticos próprios, não sendo tratados como fobias específicas, como a fobia social e a agorafobia.
Essas são consideradas um transtorno de ansiedade, pois têm como elemento principal a ansiedade desproporcional ao perigo apresentado pelo objeto ou situação fóbica.
Quais são as fobias mais comuns?
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), há algumas categorias de fobias que correspondem às mais comuns. São elas:
- Animal: inclui qualquer tipo de animal, desde insetos, aracnídeos até cães e animais domésticos;
- Ambiente natural: o medo surge diante de situações no ambiente, como altura, tempestades, água, entre outros;
- Sangue-injeção-ferimentos: está relacionada a ferimentos, sangue, agulhas, procedimentos médicos invasivos, entre outros;
- Situacional: medo que surge em situações específicas, como andar de avião, pegar elevador, estar em locais fechados etc.
Existem outros tipos de fobias, mas estes não recebem uma classificação específica. Por exemplo, o medo de sons altos, de pessoas fantasiadas de personagens (incluindo palhaços), entre outras.
Não raramente, uma mesma pessoa pode ter mais de um tipo. Uma pessoa com fobia de cobras, por exemplo, pode ter de aranhas e de aviões também.
Algumas são tão comuns que recebem até mesmo nomes próprios, como por exemplo:
- Acrofobia: medo de alturas;
- Aerofobia: medo de voar;
- Agorafobia: fobia de lugares cheios de pessoas, é considerado um diagnóstico próprio ao invés de ser diagnosticado como fobia específica;
- Aracnofobia: fobia de aranhas;
- Astrofobia: medo de trovões e relâmpagos;
- Claustrofobia: medo de lugares fechados e/ou apertados;
- Emetofobia: fobia de vomitar ou ver outras pessoas vomitando;
- Glossofobia: medo de falar em público;
- Hemofobia: medo de sangue;
- Hidrofobia: Medo de água;
- Nictofobia: medo de escuro, comum em crianças e tende a amenizar a medida em que vão crescendo;
- Odontofobia: medo de dentista;
- Ofidiofobia: fobia de cobras;
- Tanatofobia: medo da morte e de todas as coisas relacionadas (funerais, cemitérios, caixões etc.);
- Tripofobia: medo de padrões geométricos.
Vale lembrar que esses nomes não estão descritos no DSM e, portanto, não são diagnósticos propriamente ditos. No entanto, a comunidade médica e diversos pacientes acabam adotando tais nomes por serem facilmente compreendidos.
Quando devo me preocupar com o medo?
O medo deve se tornar preocupante quando se apresenta de forma muito intensa e desproporcional ao perigo apresentando.
Ao andar de elevador, por exemplo, é normal sentir um frio na barriga quando o elevador se move. Contudo, sentir ansiedade exagerada, como se o elevador estivesse prestes a cair, não é saudável.
É ainda mais preocupante quando a pessoa deixa de pegar o elevador, por exemplo, por conta dessa ansiedade toda. Isso se chama comportamento de esquiva e geralmente indica que a situação é significativamente prejudicial.
Também é preocupante quando o medo é causado por um objeto ou situação que não apresenta nenhuma ameaça real, como por exemplo fobia de pessoas fantasiadas.
Nesses casos, em especial, a pessoa pode encontrar situações fóbicas no dia a dia, fazendo com que o comportamento de esquiva que pode surgir destas fobias seja ainda mais prejudicial.
Quais os sintomas da fobia?
Os sintomas das fobias específicas surgem quando o indivíduo é exposto à situação fóbica. São eles:
- Medo ou ansiedade exagerados e irracionais;
- Sudorese;
- Palpitações;
- Sensação de desmaio;
- Dificuldade para respirar;
- Sensação de pânico;
- Evitação da situação fóbica (deixar de pegar elevador, não ir em festas à fantasia, deixar de fazer atividades ao ar livre, evitar ir ao médico etc.).
Como é feito o tratamento para fobia?
O tratamento para fobia é feito com psicoterapia, em especial as terapias comportamentais ou cognitivo-comportamentais.
Tendo em vista que a resposta fóbica é um comportamento respondente a uma situação específica, as terapias comportamentais podem auxiliar a modificar essa resposta. Para isso, ela conta com uma série de técnicas eficazes, como a dessensibilização sistemática.
Essa técnica se baseia em uma exposição gradual ao objeto fóbico, junto com técnicas de relaxamento que previnem a resposta de medo. Aos poucos, o organismo vai associando o objeto fóbico à sensação de relaxamento ao invés do medo, de forma que a resposta fóbica seja extinguida.
A terapia cognitivo-comportamental mescla técnicas da psicologia comportamental com a chamada reestruturação cognitiva, um processo terapêutico cujo objetivo é modificar crenças irracionais e pensamentos disfuncionais que o indivíduo tem.
Frequentemente, as fobias vêm de algum pensamento disfuncional que a pessoa raramente se dá conta que é irrealista. Na terapia cognitivo-comportamental, o terapeuta ajuda o paciente a identificar tais pensamentos e a contestá-los.
A medida em que a pessoa vai descobrindo seus pensamentos funcionais e contestando sua veracidade, ela é capaz de perceber que as situações fóbicas não apresentam perigos reais ou, se apresentam, são perigos mínimos, e, portanto, não devem ser motivo de tamanha preocupação.
Em casos mais graves, pode ser necessário uma consulta com um psiquiatra, que poderá indicar alguns medicamentos para o tratamento da fobia. Dentre os medicamentos receitados para tratar fobias específicas estão os antidepressivos e os ansiolíticos, que diminuem a ansiedade e podem prevenir ataques de pânico.
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Um série de fobias podem acometer pessoas e causar grande impactos na rotina. No entanto, elas têm tratamento, de forma que terapia e, por vezes, medicamentos podem auxiliar no reequilíbrio do bem-estar.
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