Saúde
Enurese (noturna): o que é? Entenda as causas e o tratamento
Publicado em: 14/02/2018Última atualização: 02/09/2020
Publicado em: 14/02/2018Última atualização: 02/09/2020
O que é enurese?
Enurese é um nome pouco familiar para falarmos de uma doença que tem como sintoma o xixi na cama. É mais comum em crianças, mas pode acontecer também nos adultos.Uma das definições que se têm para a enurese a coloca como uma incontinência urinária sem a presença de causas orgânicas demonstráveis, durante uma idade que o indivíduo afetado já possui controle sobre os músculos que liberam ou seguram a urina, denominado como
esfíncter uretral.No entanto, alguns profissionais não comparam essa condição com a incontinência urinária, colocando-as como doenças distintas. O que diferencia essas duas patologias, sendo assim, é a fase em que acontece e o período.A enurese acontece, predominantemente, na infância e o descontrole urinário ocorre durante o sono. É uma condição involuntária e a criança só percebe que molhou a cama quando acorda.Para diagnosticar uma criança com enurese, é preciso observar a idade, frequência e ambiente em que ela está inserida, pois fatores sociais e psicológicos interferem no surgimento das micções noturnas.Essa patologia é presente em 15% das crianças até 5 anos, 3% aos 10 anos e 1% em adultos (acima de 20 anos), sendo os meninos os mais afetados.
Índice - neste artigo você encontrará as seguintes informações: - O que é enurese?
- Enurese ou apenas uma micção normal?
- Tipos
- Causas da enurese
- Enurese em idosos
- Grupos de risco
- Como é feito o diagnóstico da enurese?
- Enurese tem cura?
- Qual o tratamento de enurese?
- Medicamentos
- Convivendo com a enurese
- Complicações
- Como prevenir enurese?
Enurese ou apenas uma micção normal?
Para muitas crianças, é normal que o fato de molharem a cama aconteça uma vez ou outra. Além disso, é a partir dos 2 anos que as crianças começam a desenvolver um controle dos esfíncteres, músculos que auxiliam na retenção ou liberação da urina e das fezes.Nesse momento, já conseguem segurar com maior facilidade, durante a parte do dia, a vontade de ir ao banheiro.Contudo, esse é um processo gradual e vai sendo “aperfeiçoado” ao longo do tempo. Também não é uma regra para todas as crianças.Acredita-se que é por volta dos 3 anos que os pequenos começam a ter o total controle da bexiga durante o dia, não molhando mais a cama ou as roupas, já que é por volta dessa idade que as mães começam a tirá-las da fralda.Em casos em que apenas algumas “escapadas” acontecem, não se é considerado preocupante. É normal que as crianças continuem tendo micções diurnas, eventualmente, até seis meses após completar essa idade.Após 1 ano é que se tem a contenção urinária noturna. Dessa forma, podemos ter uma ideia de quando começar a se preocupar com essas micções e diferenciá-la como enurese. Antes dos 4 a 5 anos, o xixi na cama não é considerado um problema grave.Sendo assim, para identificar uma criança com enurese, é preciso se atentar a sua idade, aos horários que ocorrem as micções e a quantidade de vezes que a criança precisa ir ao banheiro, tendo como base o que se é posto como normal ou ideal, que deve ser de 4 a 7 vezes ao dia.Também é necessário perceber se existe urgência nesses episódios, se a criança não é capaz de segurar o xixi por muito tempo, além de dores lombares, abdominais e pouco consumo de água.Com estes sinais, é necessário que os pais comecem a prestar maior atenção e que procurem um médico para investigar o que está acontecendo.
Tipos
Existem dois tipos principais de enurese: a enurese primária e a enurese secundária. Essa divisão se dá pela evolução.Também podemos dividir a enurese pelo sintomas, como monossintomática ou polissintomática.Alguns profissionais dividem a enurese também como noturna e diurna, mas essa afirmação não é certa, pois quando acontece durante o dia, estamos nos referindo à incontinência urinária, uma doença diferente.Entenda a diferença entre os tipos:
Enurese monossintomática
A enurese monossintomática ou simples não tem relação com nenhum outro sintoma miccional ou com doenças vesicais (na bexiga) durante o dia. Também não apresenta alterações neurológicas e no trato urinário.Esse tipo é bem comum, tanto que corresponde a 70% a 90% dos casos de enurese. Dentro desse quadro, os indivíduos afetados não apresentam nenhuma alteração no exame de urina e nem antecedentes de infecções urinárias.Também é frequente que pessoas que sofrem com a enurese monossintomática tenham antecedentes familiares da doença.
Enurese polissintomática
Quando se trata da enurese polissintomática, existe a associação à sintomas diurnos, ainda que com poucas micções.Os sintomas que acompanham são urgência de urinar, jato miccional fraco, polaciúria (aumento de idas ao banheiro, mas com pouco fluxo miccional), infecções urinárias, incontinência fecal (encoprese) ou dificuldade para defecar.
Enurese primária
Na enurese noturna primária (ENP), a criança apresenta essa condição sempre, podendo ser necessário o uso de fraldas.Ela nunca permanece seca durante a noite. Quando apresenta pausas nesse falta de controle da bexiga, nunca ultrapassa um tempo maior que 6 meses sem urinar enquanto dorme.A maioria dos casos de enurese pertence a este tipo. Acredita-se que a o retardo na maturação neurológica seja a maior causa.Existem algumas características que as pessoas com enurese primária noturna apresentam, são elas:
- Descontrole da micção somente durante o sono;
- Não apresentam e não possui histórico de infecção no trato urinário;
- Não sofreram nenhum acidente que poderia ter prejudicado a função urinária;
- Quando acordada, não apresenta nenhuma dificuldade urinária;
- Nunca tiveram controle sobre a micção noturna por tempo superior a seis meses.
Enurese secundária
Nesse outro tipo da doença, a enurese ocorre em crianças que tiveram um controle da bexiga por um tempo superior a 6 meses, mas voltaram a urinar na cama, por motivos que podem ser variados.Essa condição está mais relacionada a eventos sociais e familiares estressantes do que a enurese primária.
Causas da enurese
Os estudiosos ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre a doença, no entanto, existem diversas situações que podem influenciar a bexiga, fazendo com que o paciente apresente a enurese. Elas são:
Imaturidade neurofisiológica
Na imaturidade neurofisiológica, a capacidade de aprendizado físico da criança é comprometida. Isto ocorre pois a área cerebral responsável pelo comportamento e a aprendizagem é mal desenvolvida.Consequentemente, a criança terá algumas dificuldades, como em aprender ou controlar os esfíncteres.Os principais sinais de imaturidade neurofisiológica são:
- Problemas de comportamento;
- Falta de atenção;
- Falta de concentração;
- Impulsividade;
- Agressividade com outras crianças.
Falta de sensação de bexiga cheia
É comum que os pais acreditem inicialmente que a criança estava com preguiça de levantar durante a noite e por isso urinou na cama, mas isso não é bem verdade. Pelo menos não nos casos de enurese.A criança enurética não sente a bexiga cheia, com isso ela só nota que urinou quando acorda molhada.
Baixa circulação do antidiurético
O hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina, tem como uma das suas funções conter a expulsão de urina durante a noite, fazendo com que esta se armazene até a manhã seguinte, quando será expelida.É possível que os enuréticos possuam a baixa circulação deste hormônio, ou que seu ciclo seja irregular, confundindo a noite com dia.
Distúrbios do sono
Em alguns casos, a enurese pode ser justificada a partir do padrão de sono incomum. Não se encaixa exatamente como uma causa, mas sim uma condição comum para as crianças que sofrem com a enurese.Todas as pessoas passam pelos estágios do sono, do mais leve para o mais pesado. Não é uma característica exclusiva das crianças enuréticas.Contudo, é normal que essas crianças tenham um sono mais profundo, o que as impede de acordarem antes de perceberem os estímulos do corpo para as micções.Por isso, não percebem também que molharam a cama e só se dão conta quando acordam, na manhã seguinte.Também são possíveis causas:
- Diminuição da capacidade da bexiga;
- Estresse emocional ou social.
Em adultos
Em adultos que não cresceram com a doença, as causas podem ser:
- Desgaste da musculatura necessária para o controle da urina;
- Poliúria (urinar em excesso, acima de 2,5 litros por dia);
- Infecção urinária;
- Consumo excessivo de álcool, café ou diuréticos;
- Medicamentos para dormir (pois dificultam que a pessoa acorde para urinar);
- Qualquer tipo de diabetes;
- Estresse e ansiedade;
- Problemas neurológicos, que resultam em bexiga neurogênica (incapaz devido ao sistema nervoso) e apneia do sono.
Enurese em idosos
Apesar da enurese ser mais comum em crianças, também pode afetar outras faixas etárias, como os idosos. Entre as causas que podem desencadear esse descontrole urinário estão:
- Diabetes;
- Cálculo do trato urinário;
- Infecções urinárias;
- Doenças neurológicas;
- Câncer de próstata ou aumento da próstata;
- Câncer de bexiga;
- Apnéia do sono (pausas na respiração);
- Ansiedade aguda (raramente);
- Distúrbios emocionais.
Além destes indícios, outros fatores podem estar relacionado com a enurese em idosos, como uso de medicamentos para conseguir dormir e o desgaste da musculatura que controla a bexiga (aparelho esfincteriano).Da mesma forma como é para o tratamento das crianças, os idosos também precisam de acompanhamento médico para identificar a causa e tratá-la. Em alguns casos, é possível que se tenha de recorrer ao uso de fraldas geriátricas.É importante que os familiares consigam ajudar os idosos que estão passando por isso, pois muitos podem esconder o quadro por vergonha de falar sobre o que está acontecendo. O correto é que o paciente consiga passar para o médico os sintomas que está sentindo, além da enurese, para conseguir solucionar o problema.Na consulta, o médico pode pedir um exame físico, avaliação neurológica e coleta da urina para análise.Outro teste que pode ser realizado é a
urofluxometria. O paciente, nesse exame, precisa urinar num funil especializado, que mede o fluxo, quantidade e tempo necessário na micção do paciente.Além disso, existe ainda a possibilidade de se realizar uma medição de urina residual, em que se utiliza de um ultrassom para determinar a quantidade de urina na bexiga do idoso.
Grupos de risco
Existem alguns grupos e fatores de risco dentro dessa patologia. Conheça quais são:
Histórico familiar
Crianças com familiares, como pais e irmãos, que tiveram a enurese, podem pertencer ao grupo de risco. Essa condição aparece, na maioria, como um tipo de enurese primária, quando alguma anomalia cromossômica acontece.Se um dos pais teve a enurese na infância, a chance do filho desenvolver é de 45% aproximadamente. Quando os dois pais tiveram, a chances sobem para 75%.
Meninos
Os meninos podem ser considerados como um grupo de risco, pois estão mais vulneráveis a terem o problema do que as meninas. A incidência é de dois meninos para uma menina. Isso ocorre devido a maturação mais lenta, o que contribui para que a enurese aconteça.
TDAH
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é considerado um fator de risco. Dessa forma, as crianças que sofrem com esse transtorno estão mais sensíveis a sofrerem também com a enurese.
Como é feito o diagnóstico da enurese
O diagnóstico da enurese deve ser realizado por um médico
pediatra. Em casos em que a doença se manifesta na fase adulta ou na adolescência, o mais indicado é realizar uma consulta com um médico
urologista.Ele é responsável por tratar as doenças relacionadas aos órgãos do sistema urinário, tanto masculino quanto feminino. Para as crianças que estão sofrendo com essa condição, o próprio pediatra é capaz de diagnosticar e iniciar o tratamento.Quando as causas estão relacionadas a problemas psicológicos, é possível que se tenha ainda um acompanhamento de outros médicos especializados na área de cuidados com distúrbios emocionais, como o próprio psicólogo.O diagnóstico deve contemplar análise da história clínica do paciente, os hábitos miccionais e intestinais e, quando necessário, exames complementares, como
exame físico genital e
neurológico.Além disso, outros pontos que devem ser observados pelo médico são:
Idade
A idade da criança deve ser levada em consideração. É normal que algumas crianças, quando pequenas, acabem molhando a cama.No entanto, quando essas micções ocorrem após a criança completar 5 anos e de forma constante, ou seja, mais de 2 vezes na semana e por um período superior a 2 ou 3 meses, é um sinal de que algo está acontecendo, e pode ser enurese.Os médicos recomendam aos pais que fiquem atentos aos filhos que ainda urinam durante o sono após os 7 anos.
Frequência
Para os médicos, a criança enurética, dentro dos critérios estatísticos, faz xixi na cama no mínimo duas vezes por semana, dentro de dois a três meses.Se a criança urinou durante o sono hoje e, após duas semanas urinou novamente, não indica que ele sofre de enurese. Ou seja, uma criança que apresenta episódios isolados de micção noturna não se enquadra dentro da doença.Porém, também é necessário que os pais busquem ajuda nesses casos e amparem a criança para solucionar o problema.
Contexto familiar e psicossocial
O ato de uma criança fazer xixi na cama pode estar relacionado a problemas familiares e psicossociais. Nesses casos, a enurese pode ser um manifesto físico de que algo está afetando internamente a criança.Existem estudos que revelam a frequência de casos em que a enurese acontece em ambientes sociais pouco favorecidos. Há também relações com traumas nos primeiros anos de vida, conflitos familiares e até mesmo a falta de amamentação.
Enurese tem cura?
A
enurese tem cura. Quando a causa do problema é identificada e tratada adequadamente, os indivíduos afetados tendem a deixar de urinar durante o sono.
Qual o tratamento de enurese?
O tratamento da enurese pode ser realizado de algumas formas, de acordo com o que está provocando o descontrole urinário na criança ou nos adultos afetados.Para as crianças, dentro do tratamento, é fundamental o apoio dos pais em fazer com que elas entendam que existem formas de controlar e que não é preciso ter vergonha de esconder deles o que está acontecendo com os seus corpos.Conheça as maneiras de tratar a enurese:
Terapia
A terapia comportamental é a primeira opção no tratamento das crianças que são afetadas pela enurese.Esse método de tratamento inclui algumas técnicas para modificar o comportamento das crianças. É um estímulo para que possam recuperar o controle da bexiga.A terapia comportamental mais indicada para os pacientes neste quadro é o alarme urinário. Saiba como ele funciona:
Alarme urinário
O alarme urinário é um aparelho que contribui para que a criança desperte durante o processo de micção noturna. Ele funciona através de uma espécie de tapete com sensores que percebem a urina.Eles são conectados a uma caixa de som, que reage com um alarme quando os sensores detectam o xixi. Podem ser colocados próximos a genitália da criança, como no próprio colchão, por exemplo. E assim, a criança desperta ao urinar.No início dessa terapia, a criança deve acordar enquanto está urinando e pode terminar no banheiro, mas com o tempo passa a ter maior controle da bexiga e acorda antes de molhar a cama.
Tratar a doença causadora
Algumas das causas da enurese são estresse, diabetes e doenças psiquiátricas. Nesses casos, é importante agir para solucionar esses problemas, buscando com um profissional especialista o tratamento adequado para cada diagnóstico.
Acordar a criança para que ela faça xixi
Uma opção de tratamento que pode ser testada pelos pais é a de acordar a criança durante a noite para que ela vá até o banheiro fazer xixi.Essa estratégia serve para que a criança aprenda a segurar bem o xixi. Com o tempo, ela entenderá, de forma muito natural, que precisa acordar para urinar e as micções noturnas, consequentemente, devem diminuir.O indicado é que os pais acordam as crianças pelo menos 2 vezes por noite e levem-as logo ao despertar para o banheiro. Também é indicado que se estimule a criança a ir ao banheiro antes de dormir. Uma forma de calcular os horários para que a criança acorde é de 3 em 3 horas.
Exercícios de Kegel
Esse é um exercício que serve para fortalecer a musculatura do assoalho pélvico, ou seja, os músculos responsáveis pelas funções relacionadas ao bom funcionamento dos esfíncteres urinários e anal.Praticar exercícios para fortalecer essa musculatura contribui para a contenção de urina e fezes.Uma forma para entender se você está encontrando o músculo certo é tentar interromper o xixi, fazendo a contração. Se a urina cessar, você está fazendo corretamente.Embora seja possível fazer os exercícios em casa, é fundamental procurar o acompanhamento de um
médico ginecologista ou de um
fisioterapeuta especializado em fisioterapia pélvica.Esse é um exercício que traz benefícios tantos pros homens quanto para as mulheres. Além de auxiliar no controle da bexiga, prevenindo os riscos de se ter incontinência urinária e enurese, esse exercício ajuda a prevenir o vaginismo, para as mulheres, e a ejaculação precoce, nos homens.Uma forma de treinar esse movimento consiste, basicamente, em interromper o jorro de urina por 10 segundos, retornar e repetir. Dessa forma, o que acontece é como se a pessoa enurética estivesse urinando várias vezes durante a mesma micção.Para as crianças, pode ser um exercício nada divertido. Uma ideia é colocá-lo como um jogo ou desafio, para estimular elas a fazerem.
Medicamentos
O tratamento com medicamento pode ser utilizado juntamente aos outros métodos. O uso de remédios deve ser feito apenas quando o médico entende que há necessidade.É possível reverter a enurese apenas com a terapia, mas em casos mais complicados, os remédios auxiliam esse processo. Todavia, o tratamento medicamentoso não é indicado para crianças menores de 5 anos.
Mudança de hábitos
Uma forma de tratar a enurese é induzir a mudança de alguns hábitos das crianças. Ingerir menos líquido próximo a hora de dormir e evitar alimentos ácidos podem ajudar a diminuir nesse processo de redução de micção noturna.Quando a criança enurética consome muitos líquidos à noite, as chances de continuar urinando durante o sono são maiores. Com os alimentos ácidos, a mesma coisa, pois irritam a bexiga.
Medicamentos
Dentro do tratamento, é possível que o médico recomende o uso de medicamentos. Entre os mais receitados, alguns deles são:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Convivendo com a enurese
A enurese é uma doença que pode provocar o sentimento de vergonha no paciente que sofre com essa condição. Por isso, conviver com a enurese pode ser difícil para eles. Felizmente, existe tratamento, mas é um processo que requer tempo, paciência e apoio.Veja como é possível conviver com a enurese:
Compreensão dos familiares
Pode ocorrer dois tipos de situação em relação a como os pais das crianças irão responder à enurese. Nos casos em que se tem uma reação positiva e saudável, os pais conseguem compreender que o que está acontecendo com a criança é um problema interno e que ela não tem controle sobre o que está acontecendo. Não é por querer.No entanto, não é assim em todos os lares. É comum que em algumas famílias haja a atribuição de culpa à criança pelo xixi na cama, como se fosse algo intencional ou até mesmo por preguiça de ir ao banheiro.Esse comportamento é extremamente negativo para as crianças e para o tratamento ocorrer de forma adequada. Ao não serem compreendidas, se tornam mais introvertidas e inseguras.Um dos passos para se ter uma recuperação é a compreensão dos pais. A criança precisa sentir que pode confiar nos familiares para que o tratamento dê certo e que vá melhorando pouco a pouco. Já que uma das causas pode ser, justamente, relações familiares conflituosas.Sabemos que a enurese pode acontecer também em adultos e isso não significa que será mais fácil lidar com a doença. A pessoa que desenvolve essa condição após a fase adulta pode se sentir mal, da mesma forma que uma criança mais velha não se sente bem molhando a cama ainda.Por isso, os familiares devem apoiar e fazer com que o paciente se sinta bem para seguir com o tratamento. Afinal, não existem razões para esconder a enurese e nem ter vergonha. A família precisa ter isso em mente.
Sem pressão
Cada paciente pode levar um tempo diferente para finalizar o tratamento e até mesmo para entender que o que está acontecendo pode ser diagnosticado e tratado.Para os pais, é importante entender que a criança pode levar algum tempo até deixar de urinar durante o sono, e isso é normal. Pressioná-la não será benéfico e não acelera esse processo.
Sem atribuição de culpa
A criança ou adulto não deve se sentir culpado pela doença. Ninguém deseja estar doente, simplesmente acontece. Sendo assim, os pais e familiares precisam ser pacientes e demonstrar empatia.Dessa forma, reagir com punições e atribuição de culpa é dar um passo para trás no tratamento. Dizer para a criança que ela está dando trabalho com roupas para lavar a mais, gastos extras, mau-cheiro e outras repressões fará com que ela se sinta pior sobre a condição que já a afeta.
Recompensas
Essa é uma das formas que podem ajudar a criança durante o tratamento. Os pais podem pensar em alguma forma de parabenizá-las, com algo simbólico como um abraço ou uma estrelinha, a cada dia que conseguirem controlar a micção. É uma forma de estimular a criança e deixá-la mais feliz com o seu progresso.
Não espere que a doença vá embora sozinha
A enurese tem tratamento e médicos que podem auxiliar o paciente com a doença. Não é saudável esperar que isso se resolva sozinho. O melhor a ser feito é investigar a causa e agir sobre ela.
Reduzir o consumo de líquidos a noite
Os enuréticos devem preferir tomar menos líquidos à noite e irem ao banheiro antes de se deitarem. Esses hábitos podem ajudar a diminuir a micção noturna.
Complicações
As complicações que a enurese pode ocasionar estão relacionadas aos seus efeitos sociais na vida da pessoa que sofre com a doença.
Problemas de autoestima
Um dos problemas que mais afeta a criança enurética é o medo de descobrirem que ela faz xixi na cama. Esse medo pode deixá-la mais retraída e isolada.O fato de poder se sentir diferente dos outros ou até mesmo de se sentir culpada pelas micções noturnas afeta diretamente sua autoestima. Com isso, sua relação com seus pais, familiares e na escola, por exemplo, começam a ser prejudicadas.
Como prevenir enurese?
Para prevenir a enurese, é possível adotar algumas medidas de cuidados com a saúde. Conheça como:
Controle da urina
Alguns exercícios podem ser realizados para que se tenha um maior controle sob a bexiga, evitando assim, micções involuntárias.Pode ser feito uma vez por semana. Esse treino serve para que seja possível identificar quando a bexiga está cheia.Deve ser feito da seguinte forma:
- Consumo de água: a criança ou adulto deve ingerir 3 copos de água;
- Controle: após ingerir os 3 copos de água, é necessário controlar a vontade de urinar por, no mínimo, 3 minutos;
- Resultados: Se o resultado for positivo e o indivíduo for capaz de aguentar os 3 minutos, na próxima semana deve ser feito com 6 minutos. Posteriormente, 9 minutos.
- Objetivo: a pessoa deve ser capaz de controlar a bexiga durante 45 minutos.
Cuidados com a saúde mental
A enurese pode ser provocada por algum distúrbio psicológico que o paciente apresenta. Para as crianças, mudanças de escola, de cidade e até mesmo a separação dos pais pode ser um episódio traumático. Medos e inseguranças podem influenciar no surgimento dessas micções noturnas.É essencial que a criança se sinta segura e protegida e que se tenha a sua saúde mental como prioridade também. Não existem regras obrigatórias e o que seria o essencial quando discute-se saúde mental. Não existe um modelo estrutural familiar para ser seguido, mas o diálogo deve ser estabelecido.As crianças pequenas podem demonstrar a enurese como uma sinal de que algo não está bem dentro dela. Conversar sobre isso pode ajudá-la e, quando feito de forma preventiva. pode evitar que doenças como essa apareçam.
Fazer xixi na cama pode ser indício de que algo não está indo bem, principalmente quando ocorre na infância. Fique atento, pois pode ser enurese.Para os pacientes, conviver com essa patologia pode ser um período difícil e até mesmo motivo de vergonha, mas não precisa ser assim. Existem formas para tratá-la e levar uma vida confortável.Compartilhe esse texto com seus familiares e amigos e contribua para que mais pessoas saibam sobre essa doença.