A placenta é o órgão responsável por transmitir todos os nutrientes e oxigênio necessário para o bebê desenvolver-se e crescer saudavelmente.
Ela está colada na parte interna do útero e dela sai o cordão umbilical que está ligado ao umbigo do neném.
Mas esse órgão pode descolar, ou seja, desgrudar-se da parede do útero.
Quando isso acontece, a gestação e a vida do bebê podem ser comprometidas, visto que ele perdeu sua única fonte de nutrientes e oxigênio.
Em alguns casos, dependendo da idade fetal do neném, o médico pode decidir por antecipar o parto.
Se o pequeno ainda não estiver desenvolvido o suficiente para um parto antecipado seguro, é provável que a equipe médica tome medidas para evitar um aborto espontâneo ou uma infecção.
Quando o descolamento é grande ou total, a gravidez pode estar em perigo. Nesses casos, os sintomas são:
- Cólicas fortes;
- Sangramento vaginal intenso;
- Desconforto na região abdominal;
- Dor nas costas.
Já se o descolamento for pequeno ou parcial, a gestante pode manifestar os sintomas em graus menores ou não apresentar nenhum sinal.
Ainda há casos em que o sangramento é interno e o coágulo permanece entre o útero e a placenta.
Fortes desconfortos, aceleração dos batimentos cardíaco, inchaços e colorações vermelhas ou roxas na região são sintomas de que a hemorragia é interna.
Descolamento da placenta: é grave?
Depende de cada caso. O tempo de gestação é um dos fatores que contribui para a gravidade da situação. Quanto mais avançada for a gestação, maiores são os riscos causados pelo descolamento da placenta.
Antes da 20ª semana (descolamento ovular)
Quando a placenta se descola antes da 20ª semana de gestação, o nome utilizado pelos médicos é descolamento ovular.
Como o bebê ainda é pequeno, se a situação for controlada rapidamente, há grandes chances da gestação continuar saudavelmente.
Nessa fase, o descolamento ovular geralmente provoca dores leves e sangramentos internos.
Entre a 20ª e a 34ª semana
Nessa fase, o descolamento pode apresentar maiores riscos se for total ou grande.
A partir da 22ª semana (6 meses), se o caso for muito grave e a hemorragia ameaçar a vida da mãe, os médicos podem optar por fazer um parto cesariano (embora situações assim sejam raras).
O bebê nasceria prematuro e precisaria ficar internados em incubadoras até ter tamanho e peso suficientes.
Após a 34ª semana (descolamento prematuro)
O descolamento prematuro da placenta acontece após a 34ª semana de gestação.
Nesses casos, como o bebê já está maior, se a situação não for tratada imediatamente, as chances de aborto ou óbito fetal são grandes.
Esse tipo de condição pode causar muita dor, além de contrações e dilatações. Na maioria dos casos, o sangramento é externo.
O descolamento prematuro também pode interferir no tipo de parto que a gestante terá.
Se o caso for grave, a cesárea é a cirurgia mais recomendada para proteger a mamãe e o bebê.
Já se a gestante e o neném se recuperarem e estiverem saudáveis, o parto normal ainda pode ser uma opção.
Quais são as causas?
Cada caso é um caso. Para saber exatamente o porquê a placenta descolou, é necessário consultar um(a) médico(a), que poderá avaliar o histórico clínico da gestante e concluir o que provocou ou favoreceu o descolamento.
Em geral, o ele pode ser causado por vários fatores como:
- Esforço físico intenso;
- Pancadas ou quedas que prejudicaram a região do tórax, costas ou abdômen;
- Consumo de álcool ou drogas;
- Infecções ou inflamações;
- Pressão alta ou doenças relacionadas à circulação sanguínea.
Casos raros de falta de líquido amniótico ou rompimento da bolsa antes da hora prevista também podem causar o descolamento da placenta.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
Para o diagnóstico, é feito com base nos sintomas e em um exame de ultrassom. Um teste de coagulação sanguínea também pode ser usado para identificar a gravidade do descolamento.
O tratamento adequado é feito conforme cada caso (idade da mãe, tempo de gravidez e o que causou o descolamento são informações necessárias para o(a) obstetra avaliar o que deve ser feito).
O estancamento do fluxo sanguíneo deve ser iniciado assim que houver o diagnóstico da complicação. Quanto antes a mulher iniciar o tratamento, menores os riscos à vida dela e do bebê.
Em alguns casos, é necessário o uso de injeções para estancar o sangramento e amenizar as dores. Também pode ser necessário que a gestante fique internada por algumas horas ou dias, dependendo de cada situação.
Quando a mamãe e o neném estiverem bem, poderão receber alta. Ao voltarem para casa, a grávida pode receber recomendações médicas que incluem repouso a cada 2 horas, ingestão de medicamentos para amenizar a dor e repouso, evitando esforços físicos.
O que fazer se a placenta se deslocar?
Como não é possível prever se e quando a placenta vai descolar, os exames pré-natais são a melhor forma de prevenir essa complicação. Ao perceber um dos sintomas (sangramento vaginal intenso acompanhado de dores forte na pélvis e nas costas), a gestante deve procurar o serviço médico mais próximo com urgência.
Ao ser atendida, a grávida deve informar a sua idade, a idade gestacional, quais são os sintomas que está apresentando e se teve alguma queda, pancada, infecção, outras complicações durante a gestação, etc.
Com essas informações, a equipe médica poderá diagnosticar o problema e tratá-lo corretamente.
O descolamento da placenta pode trazer algumas complicações para o bebê como hematomas, coágulos, anemia ou baixo peso ao nascer.
Mulheres que já tiveram o descolamento da placenta em outras gestações possuem mais chances de ter o problema novamente.
O descolamento da placenta é uma condição que pode comprometer a vida e o desenvolvimento do pequeno.
Para evitar essa complicação, não use drogas ou álcool, evite sofrer traumas ou pancadas e trate infecções, doenças cardíacas e problemas de pressão alta.
Mais uma vez, é necessário lembrar que os exames pré-natais são importantes porque podem impedir muitas complicações durante a gestação e, assim, garantir mais saúde e bem-estar para a mamãe e o neném.
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