O câncer colorretal também é chamado de câncer de reto ou de intestino. Ele é a 4ª principal causa de morte por câncer em todo o mundo, de acordo com o Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer (World Cancer Research Fund, em inglês).
A instituição ainda acredita que cerca de 700 mil mortes devido à doença acontecem todos os anos no mundo.
Já o Instituto Nacional de Câncer (INCA) também traz um dado preocupante: esse câncer levou mais de 17 mil pessoas ao óbito em 2017, somente no Brasil. E aproximadamente 40 mil pessoas serão diagnosticadas com essa doença até o final de 2020.
Para as mulheres, em 2020, será o 2º tipo de câncer mais diagnosticado, perdendo apenas para o câncer de mama.
Os homens também não ficam muito atrás. O INCA acredita que, em breve, a doença será a 3ª mais comum. O câncer de próstata e de pulmão ocupam o primeiro e segundo lugar do pódio, respectivamente.
O Minuto Saudável acredita que a informação e a orientação médica são os melhores caminhos para que esse cenário seja amenizado. Veja mais sobre a doença:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
O câncer colorretal é uma enfermidade caracterizada por tumores presentes no intestino, no reto ou no ânus.
Sendo uma doença perigosa, o câncer de intestino pode desencadear várias outras complicações e, em casos mais graves, até mesmo levar ao óbito. Ela pode acometer pessoas de todas as idades e gêneros, embora se manifeste com mais frequência nas mulheres mais velhas (com mais de 50 anos).
Felizmente, ele pode ser tratado, aumentando as chances de recuperação parcial ou mesmo de cura total.
Sua origem geralmente é em pequenas elevações na parede do intestino (conhecidas como pólipos), que crescem lentamente. Assim, eles levam muito tempo para se tornarem malignos, o que permite que sejam identificados e retirados antes de trazerem prejuízos.
As áreas da medicina capazes de diagnosticar e tratar essa doença são a coloproctologia, gastroenterologia e oncologia.
Os estágios do câncer colorretal são classificados em 5 categorias, sendo a de número 0 a mais branda e a de número 5 a mais avançada. Quando essa enfermidade apresenta grau 5 significa que já se espalhou para outras partes do organismo (metástase).
Saiba um pouquinho mais sobre cada classificação:
Felizmente, todos os estágios têm tratamentos e chances de cura.
O câncer colorretal metastático acontece quando a doença se espalhou para outras partes do corpo além do intestino, reto ou ânus. Ou seja, além de afetar a essas regiões do organismo, a bexiga, a próstata e o útero podem ser acometidos.
Quando isso acontece, as chances de cura reduzem drasticamente.
O câncer colorretal, como todos os outros tipos de câncer, é causado por mutações genéticas nas células. Nesse caso específico, as células do intestino e do reto sofrem uma alteração nos seus genes e, assim, tornam-se cancerosas. Apesar dessa falha, elas continuam reproduzindo-se e gerando novas células doentes.
Quando essas células se juntam, elas forma um tumor.
Se o tumor é benigno, não há riscos, embora seja ideal eliminá-lo para evitar que cresça. Já se os exames mostram um tumor maligno, ele é considerado câncer, sendo classificado em estágios que indicam a gravidade da doença.
Mas o que causa essa mutação genética nas células do intestino ou do reto?
Bem, vários fatores podem estimular essa alteração nos genes da célula: tabagismo, obesidade, sedentarismo e consumo de alimentos não saudáveis são alguns exemplos.
Dessa forma, podemos dizer que esses problemas citados no parágrafo acima não necessariamente são a causa do câncer colorretal, mas eles tendem a influenciar o aparecimento ou agravamento da enfermidade.
Os principais fatores de risco para o aparecimento de câncer de reto são:
Se você faz parte de um ou mais grupos citados acima, sempre mantenha as suas visitas médicas em dia e realize os exames solicitados pelo(a) profissional de medicina.
Antes de tudo, vale a pena dizer que o pólipo é um tumor benigno. Os pólipos que têm maiores chances de se tornarem malignos (câncer) são conhecidos como sésseis, com formato plano e mais de 1cm. De maneira geral, esses tendem a tornar tumores malignos em até 3 anos, se não forem tratados ou removidos.
Já os outros tipos de pólipo podem virar câncer durante o período médio que varia entre 5 e 10 anos, dependendo da pessoa e da frequência com que ela se expõem aos fatores de risco.
Antes de tudo, é importante dizer que outras complicações como hemorroidas, úlceras intestinais e presença de vermes também podem causar os mesmos sintomas que o câncer colorretal. Por isso, sempre consulte um(a) coloproctologista.
Esse(a) profissional poderá avaliar corretamente a situação e solicitar os exames necessários para investigar o seu quadro.
Os seguintes sinais podem indicar a presença de tumores no intestino:
Ao apresentar os sintomas, a pessoa deverá procurar o auxílio de um(a) médico(a). Esse(a) profissional tende a fazer perguntas e investigar o histórico médico pessoal e familiar do(a) paciente.
Somente a partir disso são solicitados os exames clínicos e laboratoriais de acordo com cada situação.
A suspeita de câncer colorretal é levantada pela apresentação dos sintomas e por 2 exames preliminares (exame de sangue oculto nas fezes e endoscopias) e 1 exame definitivo (biópsia).
Saiba um pouquinho mais sobre cada um deles:
O primeiro que pode ser feito é o exame de sangue oculto nas fezes.
Para esse teste, é necessário que as fezes sejam coletadas por 3 dias seguidos. Essa coleta não deve ser feita se a pessoa teve sangramentos na boca ou no nariz (porque poderia ter engolido esse sangue) e nem durante o período menstrual.
É necessário seguir uma dieta específica que deverá ser indicada pelo laboratório onde se fará o exame. Em grande parte dos casos, o consumo de rabanetes, feijões, beterraba e brócolis é suspenso por alguns dias.
Somente o resultado do exame de sangue oculto nas fezes não deve ser usado para diagnosticar uma doença intestinal.
Além desse, outros testes, conhecidos como endoscopia também devem ser feitos.
As endoscopias podem ser de 2 tipos:
Ué? Mas reto e ânus não são a mesma coisa? Bem, vamos fazer uma revisão de vocabulário.
O reto é uma câmara que fica localizada no final do intestino grosso, fazendo a ligação entre o intestino e o ânus.
Já o ânus é o orifício por onde são liberadas as fezes e os gases intestinais.
Ou seja, voltando para os exame de endoscopia: o primeiro mostra o intestino e essa câmara de ligação (reto). O segundo mostra o reto e o canal anal.
Se caso esses 2 exames forem avaliados pelo(a) coloproctologista e mesmo assim houver a desconfiança, pode ser solicitada uma biópsia.
Esse exame consiste na retirada de um pequeno pedaço de tecido da lesão suspeita.
Isso é feito por um meio de um aparelho chamado endoscópio, que é introduzido pelo ânus.
Sim, felizmente o câncer colorretal, em grande parte dos casos, tem cura. Aqui, vale lembrar que quanto mais cedo o tumor for diagnosticado, maiores as chances de uma recuperação total. Para esse tipo de câncer, as chances de cura são de até 95% quando o tumor é descoberto precocemente.
Já se o tumor for diagnosticado em estágios mais avançados ou até mesmo generalizados (metástase), as chances de cura são inferiores a 40%.
A boa notícia é que a doença tem um crescimento considerado lento e, portanto, demora para espalhar-se para outras partes do organismo.
A cura do câncer colorretal é conseguida por meio do tratamento (cirurgia, radioterapia e quimioterapia).
O tipo de tratamento depende de cada caso.
Isso porque fatores como o tamanho e a localização do tumor, a idade do(a) paciente, a gravidade do câncer e a presença de outras doenças devem ser levados em conta na hora de optar por uma das formas de tratamento.
Saiba quais são as principais formas de tratar o câncer colorretal:
A cirurgia é a 1ª opção, ou seja, é usada em casos mais brandos da doença ou ainda em combinação com outros tratamentos.
No procedimento cirúrgico, é feita a remoção da parte do intestino que está afetada pelas células do câncer.
Dependendo da gravidade, também pode ser necessária a retirada de algumas pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico do abdômen (gânglios linfáticos).
A radioterapia é uma forma de tratamento que se utiliza de radiações para combater os avanços ou até mesmo destruir um tumor.
Embora pareça assustador, não há motivos para ter medo. As radiações não são vistas a olho nu e o(a) paciente tende a não sentir nenhum tipo de dor ou desconforto durante as sessões.
Mesmo assim, é importante seguir alguns cuidados e observar algumas dicas:
A quimioterapia é a utilização de medicamentos que destroem um tumor cancerígeno.
Mas como ela funciona?
Em geral, ao entrarem no corpo do(a) paciente, os medicamentos são quebrados (digeridos) e vão para a corrente sanguínea.
Uma vez lá, eles “viajam” pelo corpo através do sangue até chegar na área onde se encontra o tumor.
Isso, além de acabar com os tumores já existentes, também impede que as células cancerígenas se espalhem para outras partes do corpo e provoquem a metástase.
O tipo de medicamento indicado para cada caso varia conforme vários fatores: idade do(a) paciente, estágio da enfermidade e uso de outros remédios ou outras formas de tratamento. Por isso, é imprescindível sempre conversar com um(a) oncologista ou coloproctologista antes de ingerir qualquer fármaco.
Os medicamentos mais conhecidos para o tratamento de câncer colorretal são os que têm os seguintes princípios ativos (PAs): Capecitabina, Cloridrato de Irinotecano, Fluoruracila e Oxaliplatina.
Conheça um pouquinho mais sobre cada uma dessas substâncias e saiba quais são os medicamentos que deveriam desses PAs:
Além de tratar o câncer colorretal, esse princípio ativo também é usado na fórmula de medicamentos indicados para o câncer de mama e gástrico.
Os remédios que contêm a Capecitabina em sua composição são:
O Cloridrato de Irinotecano é utilizado para compor medicamentos indicados para tratar tumores no pulmão, nos ovários, no útero, nas mamas, na pele, no intestino e no reto.
Os seguintes fármacos têm substância como PA:
Essa substância é a mais utilizada para tratamento do câncer colorretal, principalmente se a cirurgia não for possível ou já tenha sido feita, mas sem resultados efetivos.
Além do câncer colorretal, outros tipos (de mama, vesícula, bexiga, ovários e útero) também podem ser tratados com medicamento a base desse PA.
Os remédios que contém Fluoruracila em sua fórmula são:
Esse princípio ativo é utilizado para formular remédios que tratam o câncer colorretal em estágios mais avançados (a partir do III A) ou até metastáticos (IV).
Os medicamentos que contém Oxaliplatina são:
Para muitas pessoas, o resultado positivo para câncer também é um sinônimo de “certidão de óbito”.
A primeira coisa que é necessário fazer nessa situação é tentar mudar esse pensamento. Para isso, vamos dar algumas dicas que podem ajudar a ter mais qualidade de vida e cuidar da sua saúde física e emocional.
Sim, essa frase sempre aparecerá no Minuto Saudável.
Sabemos que os medicamentos podem ser caros, que as sessões de quimio e radioterapia podem deixar o(a) paciente indisposto(a) e que as dietas restritivas às vezes não são agradáveis de serem cumpridas.
Mesmo assim, continue o tratamento médico, pois ele é a melhor chance de cura e recuperação. E em casos de dúvidas, busque a orientação do(a) profissional de medicina que acompanha o seu caso.
Além de evitar o uso de roupas desconfortáveis, você também pode pode planejar outras questões como a alimentação e o transporte até o hospital.
Por exemplo, algumas pessoas se sentem melhor comendo antes da sessão, enquanto outras preferem comer após o tratamento, aguardando pelo menos 1 hora. Com o tempo, é possível observar a sua preferência em relação a isso.
Outra dica é em relação ao deslocamento. Planeje a sua ida e volta da maneira que julgar mais confortável e, sempre que possível, peça para alguém de confiança acompanhá-lo(a).
O último conselho é evitar comer alimentos e bebidas fortes que podem facilitar os vômitos. Entre eles estão o café, a cebola e o alho. Também não consuma os alimentos nem muito quentes e nem muito gelados.
Nada como poder contar com as pessoas que amamos, principalmente nos momentos difíceis, não é?
Aproveite as pessoas queridas para conversar, desabafar, dar risada, chorar, fazer companhia e, caso necessário, pedir ajuda para aplicar medicamentos ou se recuperar do pós-operatório.
Não importa se você gosta de colecionar moedas, praticar yoga ou então procurar selos nos correios enquanto treina para a próxima meia maratona que vai acontecer na sua cidade.
Ao receber o diagnóstico de câncer, essas atividades não devem ser suspensas, a menos que haja recomendações médicas contrárias.
É claro que a quantidade dos exercícios físicos tende a ser reduzida, uma vez que o organismo está mais debilitado.
Mas, mesmo assim, continue praticando a sua atividade favorita, nem que se só por alguns poucos minutos.
Por exemplo, se uma pessoa é acostumada a nadar três vezes por semana, durante a luta contra o câncer, talvez seja preciso reduzir essa quantidade para uma vez por semana.
Em relação aos hobbies, esse conselho também é válido.
Seja jogar xadrez ou dominó, pintar quadros, fazer artesanatos, cuidar do jardim, meditar e até mesmo cozinhar: todas essas atividades fazem bem para a saúde emocional e podem ajudar a encarar esse momento difícil.
Caso você ainda não tenha um hobbie, que tal achar um? Existem inúmeras coisas que nos fazem bem e ajudam a esquecer, pelo menos por uns instantes, os problemas.
Você pode conversar sobre esse momento delicado com pessoas que já passaram ou estão passando pela mesma situação.
Busque por grupos de apoios nos hospitais, clínicas ou até mesmo em chats na internet.
A taxa de sobrevida é uma porcentagem que estima a quantidade de pessoas que vivem por 5 anos após o diagnóstico da doença. Para alguém com câncer de intestino, essa suposição varia conforme o estágio da doença. Assim, quanto mais avançado estiver o tumor cancerígeno, menores são as chances.
Por outro lado, seguir as recomendações médicas em relação às formas de tratamentos é uma alternativa para manter a esperança de sobreviver.
Mesmo que a doença esteja em um grau avançado, fazer o tratamento é a melhor opção para aumentar a taxa de sobrevida.
O Instituto Oncoguia traz dados pertinentes sobre a taxa de sobrevida.
Para facilitar, colocamos em uma tabela que traz a quantidade de pacientes que continuam vivos por pelo menos 5 anos após o diagnóstico (taxa de sobrevida) em comparação com os estágios do câncer de reto:
Estágio | Taxa de sobrevida |
I | 88% |
II A | 81% |
II B | 50% |
III A | 83% |
III B | 72% |
III C | 58% |
IV | 13% |
Vamos explicar um pouquinho melhor: a partir da tabela, a cada 100 pacientes com câncer colorretal em estágio I, 88 deles irão sobreviver por pelo menos 5 anos após a descoberta do tumor.
É importante deixar claro que esses dados são estimativas embasadas na média da população.
Não há como prever exatamente o que vai acontecer com a pessoa individualmente, até porque cada organismo reage de uma forma em relação aos tratamentos.
Por isso, não se desespere. O ideal é seguir as recomendações do(a) seu(sua) médico(a) e manter confiar na medicina.
O câncer colorretal é uma doença que tende a enfraquecer e debilitar bastante o organismo e a qualidade de vida do(a) paciente. Entre as principais complicações estão:
Uma das formas de tratamento é a cirurgia, que também pode desencadear complicações como infecções hospitalares e perfurações intestinais.
As outras formas de tratar a doença (quimioterapia e radioterapia) também podem provocar reações adversas, sendo que as mais comuns são dores, cansaço, perda de apetite, enjoos, perda de cabelo, vômitos e diarreias.
Para prevenir os problemas intestinais, principalmente o câncer colorretal, é necessário seguir um estilo de vida saudável. Isso pode ser feito por meio de uma alimentação balanceada, que é rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, evitando o máximo possível a ingestão de carnes processadas, gorduras e açúcares.
O consumo de leguminosas, feijões, grãos e sementes também é incentivado.
Esse tipo de dieta descrita é rica em fibras, o que também é positivo para o bom funcionamento do intestino, auxiliando na digestão e eliminação das fezes.
A prática frequente de exercícios físicos também é um hábito saudável que ajuda na perda e manutenção do peso corporal.
Outro fator que ajuda na prevenção de problemas no intestino é não fumar e nem se expor ao tabagismo.
Todas essas dicas são fundamentais para evitar doenças intestinais e podem, em grande medida, também ajudar na prevenção do câncer de reto.
Mas, é importante ressaltar, que quanto antes o câncer for descoberto, mais chances tem de cura.
Por isso, uma das formas mais eficazes de prevenir essa doença é fazendo o acompanhamento médico de rotina e realizando exames quando solicitado.
O câncer colorretal é uma doença grave, mas que felizmente tem tratamentos e até possíveis chances de cura. Em casos de suspeitas ou dúvidas, procure auxílio médico.
A redação do Minuto Saudável traz outras informações sobre doenças. Acompanhe as nossas postagens!
Rafaela Sarturi Sitiniki
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.