Um barulho constante pode ser bem chato e causar incômodos. Pior ainda é quando não é possível resolver o problema pois ele vem de alguma irregularidade no corpo. O zumbido no ouvido não tem nenhuma causa externa.
Apesar de geralmente não envolver nenhum quadro grave, a condição pode ser bem desagradável.
Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:
O zumbido, também conhecido como tinnitus ou acúfeno, é caracterizado como um ruído incômodo que não provém de nenhuma fonte de som externa e pode ser percebido pelo ouvido. Na maioria das vezes, não é sinal de doenças graves, mas pode ser sintoma de condições que exigem acompanhamento médico.
Segundo a American Tinnitus Association (“Associação Americana de Zumbido no Ouvido”, em tradução livre), pelo menos 20% das pessoas apresentam algum quadro do fenômeno ao longo da vida. Na população com mais de 60 anos, esse índice sobe para 25%.
Na maior parte dos casos, o zumbido no ouvido não caracteriza nenhuma doença grave. Entretanto, pode ser um sintoma de condições que exigem cuidados especiais e acompanhamento médico.
O ouvido humano é constituído por três partes distintas, chamadas de ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno.
O ouvido externo é constituído pelo pavilhão auricular, que é a estrutura que popularmente chamamos de orelha. Ali, os sons emitidos no ambiente são captados e enviados diretamente ao ouvido médio.
O ouvido médio, por sua vez, é formado por três ossos muito pequenos (ossículos), que se chamam bigorna, martelo e estribo. Os três ossículos são responsáveis por identificarem a existência de um som e o encaminharem para o cérebro, através de estímulos que amplificam o barulho.
Por fim, os sons chegam ao ouvido interno, que conta com uma cavidade em forma de caracol chamada cóclea, cujas células vibram de acordo com a vibração sonora e, assim, finalmente enviam a informação ao cérebro.
Esse caminho percorrido pelo som, desde o ouvido externo até o cérebro, é chamado de via auditiva. Ao longo da rota, as vibrações sonoras recebem diversos estímulos que as ajudam a chegar ao seu destino.
O zumbido no ouvido acontece quando, por algum motivo, os componentes da via auditiva estão emitindo esses estímulos mesmo quando não há nenhum som passando por eles.
Podem ocorrer diferentes tipos de zumbido no ouvido, que são:
Esse é o tipo mais comum de zumbido no ouvido. Trata-se de um ruído que apenas o paciente pode ouvir. Pode ser proveniente de problemas estruturais no ouvido externo, médio ou interno, desequilíbrios nos nervos auditivos ou mesmo no canal que faz com que os sons captados cheguem até o cérebro.
É um tipo raro de zumbido. A tinnitus objetiva diz respeito a um som que pode ser ouvido não apenas pelo paciente, mas também pelo médico no momento do exame. Acontece, em geral, por conta de disfunções nos vasos sanguíneos, contrações musculares ou problemas nos ossículos do ouvido médio.
Embora não existam sons de zumbido no ouvido oficialmente catalogados e relacionados a doenças específicas, há uma gama de zumbidos muito diferentes entre si que costumam ser relatados por pacientes.
Em geral, um mesmo paciente pode apresentar mais de um tipo de zumbido no ouvido. As queixas de quem sofre desse mal são de que os ruídos que escutam se assemelham a panelas de pressão, sirenes, apitos, zumbido de inseto, motores de carros e até mesmo água corrente.
Os zumbidos costumam ser constantes, mas não necessariamente rítmicos (como é a batida de um coração, por exemplo).
O zumbido no ouvido não é uma doença, mas sim um sintoma. Isso significa que o ruído em si é um alerta do corpo de que algo não está funcionando como deveria. A lista de possíveis doenças, desequilíbrios e transtornos que podem ocasionar zumbido no ouvido é bem ampla e variada.
A poluição sonora é uma desvantagem da vida em grandes centros urbanos, e pode acarretar consequências sérias para a saúde dos ouvidos. A exposição constante ao barulho do trânsito ou o hábito de ouvir música alta com fones de ouvido, por exemplo, podem danificar algumas estruturas do ouvido e causar o fenômeno do zumbido.
A cera de ouvido tem um papel imprescindível para a proteção do órgão. Entretanto, quando acumulada em excesso, pode entupir as vias auditivas e até mesmo afetar o tímpano, causando dor, perda progressiva de audição, tonturas, coceiras, e, é claro, o zumbido.
Inflamações no ouvido médio costumam causar rigidez nos ossículos que o constituem, prejudicando a capacidade dessas estruturas de identificar quando de fato há algum som passando por elas ou não.
Já infecções - como otites, por exemplo - costumam reduzir a capacidade do ouvido de identificar com clareza sons externos, causando e potencializando o zumbido.
Estruturas internas que estejam danificadas por produtos químicos, alta exposição ao calor ou até mesmo objetos inseridos dentro do ouvido podem provocar o zumbido. Também há a possibilidade das células capilares que ficam no interior do ouvido estejam danificadas. O tipo de lesão mais comum é o rompimento ou perfuração do tímpano.
Geralmente, o zumbido causado por esse tipo de incidente vem acompanhado de sintomas característicos, como dor intensa e repentina, sangramentos e perda da audição.
Algumas substâncias como antibióticos, quinina (utilizada no tratamento de malária e patologias cardíacas), diuréticos, aspirina, antidepressivos e drogas utilizadas no tratamento para o câncer podem ser gatilhos para o surgimento de zumbidos no ouvido.
Por incrível que pareça, disfunções odontológicas - sobretudo as que atingem a articulação da mandíbula - podem causar desconfortos no ouvido. Além do zumbido, problemas nos dentes também podem causar estalos na parte de trás do ouvido ao abrir a boca e pontadas no ouvido externo e médio.
Dores musculares tensionais, principalmente as que atingem a região do pescoço, podem ser as responsáveis pelo zumbido no ouvido. Isso porque o corpo libera determinadas substâncias com o objetivo de atenuar a tensão localizada, e, no processo, acaba estimulando as vias auditivas.
Doenças cardiovasculares afetam diretamente a circulação sanguínea, dificultando a chegada de sangue aos vasos sanguíneos do ouvido.
Uma das consequências desse processo é que as estruturas auriculares não conseguem reunir nutrientes o suficiente para executarem suas funções de forma adequada, gerando o zumbido como forma de alerta.
Outras doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, como arteriosclerose, hipertensão e malformação arteriovenosa também pode ser gatilhos para o zumbido no ouvido.
A depressão é uma doença que mexe diretamente com diversas funções químicas do corpo. Uma delas diz respeito aos índices de neurotransmissores provenientes dos nervos auditivos, prejudicando toda a funcionalidade do ouvido e, assim, gerando o zumbido.
Embora o estresse por si só não seja um agente causador de zumbidos no ouvido, é um grande potencializador desse tipo de fenômeno. Em geral, nesse caso, o zumbido também vem acompanhado de tonturas.
Níveis de insulina muito acima do indicado podem prejudicar os estímulos responsáveis por fazer o transporte de informações do ouvido para o cérebro. Por isso, portadores de diabetes devem ter atenção redobrada se apresentarem zumbidos no ouvido.
A cafeína é uma substância altamente estimulante que, ao ser consumida em excesso, afeta o funcionamento de diversos órgãos do corpo. Um deles é o ouvido, que apresenta atividades celulares muito mais aceleradas após a ingestão exagerada de café, o que acaba causando o zumbido.
A diminuição da audição é uma das principais mudanças características causadas pela chegada à terceira idade. O fenômeno acaba causando diversos efeitos colaterais, como tontura e zumbido no ouvido.
Apenas um médico será capaz de diagnosticar com certeza a origem do zumbido no ouvido de um paciente. Nesse caso, o especialista indicado é um otorrinolaringologista. O profissional deverá realizar diversos exames para encontrar a resposta. Os mais comuns são:
Além disso, a descrição do tipo de som que o paciente está ouvindo pode ajudar o médico a identificar a causa do ruído. Zumbidos que parecem uma campainha aguda, por exemplo, podem indicar que a raiz do problema está na exposição prolongada a barulhos muito altos. Já aqueles que são semelhantes a uma campainha grave podem ser sinais de Doença de Ménière ou mesmo labirintite.
Por isso, é importante ser sincero na hora de abrir o jogo com o otorrinolaringologista. Todos os detalhes podem ser cruciais para chegar ao diagnóstico final.
O zumbido no ouvido tem cura dependendo da causa, mas, em geral, ele tem tratamento e remissão ou estabilização do quadro.
Os chiados ou barulhos advindos de problemas auditivos, em geral, são estabilizados com o uso de aparelhos auditivos. Já se o quadro for decorrente de maus hábitos (sedentarismo, má alimentação, excesso de cafeína), algumas mudanças simples resolvem o quadro.
Em alguns casos, tratamentos para distúrbios emocionais podem trazer o alívio do sintoma.
O tratamento para redução ou cura do zumbido de ouvido dependerá diretamente da causa desse sintoma. No caso de perda auditiva, o médico poderá recomendar o uso de aparelhos auditivos.
Algumas condições podem necessitar de medicação específica, enquanto outras podem depender apenas do controle de uma doença pré-existente - como no caso de diabetes e doenças cardiovasculares, por exemplo.
Enquanto investiga as causas do zumbido de ouvido, o médico pode trabalhar em conjunto com o paciente para identificar quais são os gatilhos que intensificam a sensação, como, por exemplo, o consumo de cafeína ou o uso de fones de ouvido.
Embora a maior parte dos casos seja resolvida assim que a fonte do problema é encontrada, existe a possibilidade da raiz do problema nunca ser identificada. Nesse caso, pode-se dizer que o zumbido não tem cura.
Para essa situação, o médico também pode indicar maneiras paliativas de amenizar o incômodo. Esse tratamento paliativo pode incluir a prescrição de medicamentos, como anticonvulsionantes, vasodilatadores e ansiolíticos.
Na década de 90, foi criada a Terapia de Habituação ao Tinnitus (do inglês “Tinnitus Retraining Therapy”, ou TRT). Esse procedimento ensina o paciente a lidar com o zumbido no ouvido, até que a percepção do ruído diminua progressivamente até chegar ao ponto de não ser mais ouvido.
O processo se desenvolve em duas etapas:
Na primeira, há a orientação do paciente e identificação do tipo zumbido, para que a terapia seja ajustada de acordo com as necessidades dele e apresente resultados satisfatórios.
Com base nessa fase do procedimento, é possível partir para a segunda, onde um aparelho especial será configurado para emitir um chiado compatível com o zumbido ouvido pelo paciente.
Esse chiado específico é emitido nas sessões de terapia e, hoje, pode ser inserido diretamente em um aparelho de surdez, soando constantemente no ouvido do paciente. Progressivamente, ouvir o chiado faz com que a pessoa com tinnitus preste cada vez menos atenção no zumbido, até que deixe de escutá-lo por completo.
O tratamento apresenta taxas de sucesso de mais de 80%. Em contrapartida, é uma longa jornada: a terapia dura no mínimo 18 meses, podendo se estender até dois anos.
O médico também pode recomendar alguns instrumentos para suprimir a exposição do paciente ao barulho. Alguns deles são:
Algumas terapias alternativas podem servir como tratamento complementar para eliminar ou diminuir o zumbido no ouvido. Entre as técnicas que podem ser utilizadas, estão:
É importante salientar que esse tipo de terapia não possui eficácia comprovada e não deve substituir o tratamento recomendado pelo médico.
Existem alguns remédios que podem reduzir os chiados, barulhos ou zumbidos no ouvido. Mas a escolha depende da causa. Ou seja, é preciso identificar se o problema é causado por condições psicológicas, alterações do canal auditivo, hábitos indevidos ou outras causas.
Entre os medicamentos que podem ser prescritos, sempre após um correto diagnóstico, estão os vasodilatadores periféricos, ansiolíticos e anticonvulsionantes.
É possível fazer algumas mudanças na rotina que garantam melhor qualidade de vida para a pessoa que está convivendo com zumbidos no ouvido.
Na medida do possível, evite permanecer exposto ou exposta a locais com barulhos muito altos. Além de festas e casas noturnas, ambientes com muito trânsito ou em reforma também precisam ser evitados o máximo possível.
Use fones de ouvido com sabedoria. Evite usá-los ao ouvir música alta e prefira os modelos supra-auriculares - aqueles que não precisam ser encaixados dentro da orelha para serem utilizados. Se possível, reduza o seu tempo de exposição diária a esse tipo de equipamento.
Alguns anti-inflamatórios, antibióticos e analgésicos podem piorar a intensidade dos zumbidos. Consulte seu médico antes de ingerir qualquer tipo de medicamento.
Tanto a cafeína quanto o álcool em excesso podem piorar os zumbidos. Não é preciso necessariamente erradicar esses produtos do seu cardápio, mas sim, ingeri-los com parcimônia.
Tenha cautela na hora de fazer a limpeza dos ouvidos. Embora sejam muito úteis nessa missão, os cotonetes podem empurrar a cera para dentro dos canais auditivos, causando entupimentos, ou mesmo machucar estruturas internas do ouvido, o que pode agravar ainda mais a sensação de zumbido.
O zumbido no ouvido é um sintoma extremamente exaustivo e, por esse motivo, pode causar complicações bem características. Quem convive com tinnitus pode apresentar os seguintes desdobramentos:
O zumbido no ouvido é um sintoma extremamente incômodo e desgastante, mas quase sempre está relacionado a condições facilmente tratáveis. Procure um médico de sua confiança e comece o tratamento adequado.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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