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Vacina para câncer de mama: testes, lançamento e mais

Publicado em: 07/12/2021Última atualização: 07/02/2022
Publicado em: 07/12/2021Última atualização: 07/02/2022
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Os estudos clínicos da vacina contra o câncer de mama avançaram mais uma etapa em dezembro de 2021. Essa é a primeira vacina contra o câncer a avançar para testes em humanos. O próximo passo é testar o imunizante em um grupo pequeno de mulheres para saber como a resposta imunológica por meio do imunizante acontecerá e se será como o esperado.

O Minuto Saudável preparou um artigo completinho com informações sobre quais serão as próximas etapas daqui em diante. Confira!

Como a vacina em teste para câncer de mama ajudará na prevenção?

Segundo Thomas Budd, médico oncologista da Cleveland Clinic e responsável pela pesquisa, o objetivo da vacina em questão é prevenir o câncer de mama triplo negativo (TNBCs) e casos onde a mastectomia (remoção do seio) e a quimioterapia são necessárias para conter as células cancerosas.

O câncer de mama do tipo triplo negativo (TNBCs), que é alvo da pesquisa, é o mais agressivo da doença e difícil de se encontrar um alvo, diferente dos outros tipos de câncer na região. Por exemplo, no câncer de mama tipo ER-positivo, é possível usar um receptor de estrogênio para atacar as células cancerígenas. Portanto, o triplo negativo, por não se ter um alvo a quem atacar nessas células, depende totalmente do uso de quimioterapia ou da remoção da mama para que não avance.

Contudo, a vacina para o câncer de mama da Cleveland Clinic estimulará a resposta imunológica por meio de um antígeno que acompanha as células cancerosas, a proteína alfa-lactalbumina. Essa proteína só é produzida pela mulher quando há produção de leite materno, mas ela também acompanha algumas das células cancerosas que provocam a doença. Portanto, a proteína entraria como o alvo da vacina na prevenção desse tipo da doença.

Leia também: 11 dicas para prevenir o câncer e combater fatores de risco

A vacina para o câncer de mama inicia no final de 2021 os testes em humanos.
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Quem pode se voluntariar para a pesquisa?

As mulheres alvos do estudo de fase I, ou seja, a que o estudo se encontra atualmente, serão as que passaram por outras formas de tratamento e que podem ter reincidência da doença, ou seja, que podem desenvolvê-la novamente. 

Caso os resultados sejam otimistas e os riscos menores que os benefícios, o grupo de pesquisa ampliará a aplicação a mulheres que nunca tiveram, mas que possuem predisposição a desenvolver o câncer de mama por conta de fatores ou mutações genéticas como BRCA1 positivo, gene responsável por prevenir o câncer. Pessoas  com esse tipo de mutação, segundo Thomas Budd, possuem entre 75 e 80% de chances de desenvolverem, em algum momento da sua vida, câncer.

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Quando a vacina para câncer de mama será liberada?

A conclusão do ensaio clínico da vacina para câncer de mama levará mais alguns anos, isso porque é preciso garantir que ela não causa riscos à saúde e que é realmente eficaz na prevenção da doença. Esse tipo de resultado é essencial para que os órgãos de regulação de cada país aprovem o uso de qualquer tipo de imunizante.

No próximo passo do estudo, a aplicação do imunizante será feito em um grupo de, aproximadamente, 18 pessoas. Inicialmente, será administrada 1 dose a cada duas semanas, totalizando 3 doses. Após a primeira dose, o quadro clínico da voluntária será avaliado, a fim de analisar os efeitos colaterais e se ela está apta a receber as doses restantes.

Enquanto um grupo receberá uma dosagem baixa, outro será imunizado com uma dosagem mais alta, a fim de avaliar qual seria a quantidade ideal para frear o desenvolvimento de novas células cancerígenas.

Portanto, é nessa fase que as dosagens adequadas e a quantidade de vacinas aplicadas serão estipuladas. Após a autorização de avanço para as próximas fases do estudo, um número maior de pessoas com características específicas, com mutações genéticas e predisposição, por exemplo, poderá se voluntariar.

Leia mais: Autoexame da mama: entenda porquê só ele não basta 

As vacinas já existentes ajudam a prevenir o câncer de mama?

Ainda não existe vacina que previna o câncer de mama, e a que está sendo testada pela equipe da Cleveland Clinic entrou, no final de 2021, na fase de ensaio clínico, ou seja, no teste em humanos.

A vacina da HPV, por exemplo, ajuda a prevenir o câncer de colo de útero, ânus e de boca e é aplicada já na infância. Ela, assim como qualquer outra vacina, é super importante para fortalecer nosso sistema imunológico e prevenir uma série de outras doenças. Portanto, mantenha sua carteirinha de vacinação sempre em dia. Um sistema imunológico vulnerável e desprotegido é uma porta aberta.

Vale lembrar que hábitos saudáveis, como prática de atividade física e alimentação saudável, são essenciais para diminuir o risco de câncer, inclusive o de mama. Além disso, o diagnóstico precoce também é decisivo no sucesso dos tratamentos, portanto, faça check-ups anualmente e fique atenta aos seguintes sintomas:

  • Caroços (nódulos) nos seios;
  • Ressecamento, semelhante ao aspecto de casca de laranja, dos seios;
  • Vermelhidão e dores nos seios;
  • Inchaço nas axilas;
  • Inversão do mamilo.

Caso você possua algum dos sintomas descritos acima, procure imediatamente ajuda médica. 

Vale lembrar que, apesar de menos comum, o câncer de mama também pode acometer os homens, especialmente nos que possuem casos na família.

O público alvo da vacina para o câncer de mama são mulheres que já tiveram a doença anteriormente e que correm risco de contraí-la novamente.

Um caminho longo precisará ser percorrido até que a vacina para câncer de mama seja aprovada. Isso porque as fases de qualquer estudo precisam de dados robustos e de um acompanhamento a longo prazo de cada um (a) dos (as) pacientes voluntários (as).

Enquanto a vacina não chega no braço da população, a melhor forma de prevenir o câncer, como vimos acima, é adotando hábitos saudáveis e fazendo exames de rotina uma vez ao ano.

Gostou do conteúdo? Então, continue acessando a categoria Saúde do Minuto Saudável para mais informações sobre doenças e tratamentos.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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