O uso de telas na infância tem levantado uma série de questionamentos não apenas entre os pais, mas também no meio científico. Pesquisas recentes indicam que, quanto mais cedo tablets, celulares e computadores são introduzidos na rotina das crianças, maiores tendem a ser os danos físicos e psicológicos.
Com a pandemia de Covid-19, o uso de smartphones, tablets e computadores aumentou por parte das crianças e adolescentes tanto por conta do distanciamento social, quanto das aulas online. Esses aparelhos se tornaram a única forma de conexão entre os pequenos e os jovens com os colegas da escola e com os familiares.
Contudo, o tempo de uso geral de telas aumentou consideravelmente no cenário pandêmico, o que faz com que muitos profissionais acreditem que sairemos de uma pandemia (de Covid-19) e entraremos em outra, a do uso precoce e excessivo de aparelhos eletrônicos.
O que parece um hábito inofensivo, na verdade, é o primeiro passo para a adoção de hábitos nocivos à saúde mental, emocional e física de crianças e adolescentes.
A dependência digital (CID-11) é um transtorno mental e comportamental. É considerada dependência digital quando crianças e jovens priorizam o uso de aparelhos eletrônicos e jogos eletrônicos e não suas tarefas diárias comuns, como estudos e tarefas de casa.
O vício em jogos e o uso de telas na infância interfere na rotina da criança e do adolescente, comprometendo o ciclo circadiano (do sono), a socialização com outras pessoas, a alimentação e a prática de atividades benéficas à saúde, como esportes ou brincadeiras.
Entre as principais complicações causadas pelo uso indiscriminado das telas por crianças e adolescentes estão:
Portanto, é importante restringir aos pequenos o uso de telas, sobretudo em momentos importantes, como horas antes de dormir e durante as refeições.
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Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é preciso adequar o uso das telas para cada faixa etária a fim de preservar o desenvolvimento saudável e pleno da criança.
A entidade pede para que crianças com menos de 2 anos não sejam expostas a smartphones, tablets e computadores, mesmo que de forma passiva e sem qualquer interação. Além disso, a recomendação é que os pais não usem esses aparelhos próximos a elas.
Já para crianças entre 2 e 5 anos de idade, a recomendação é de que o uso seja feito com supervisão adulta e não mais que uma hora por dia. Entre 11 e 18 anos o uso de telas não deve ultrapassar 3 horas por dia e o uso também deve ser com supervisão de adultos, pois como sabemos, essa faixa etária está mais vulnerável à golpes e à exposição a conteúdo inadequado.
Por fim, a recomendação geral é de que esses eletrônicos não sejam usados duas horas antes de dormir e durante as refeições, visto que o hábito compromete a mastigação e interfere na sensação de saciedade.
As crianças e jovens não possuem noção de tempo, por isso é importante que os pais controlem os horários e tempo de uso das telas. Além disso, é importante que haja conversa constante entre pais e filhos sobre os riscos de se usar eletrônicos por muito tempo e de forma não adequada.
Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os pais têm um papel importante na supervisão e no controle da exposição a telas na infância.
Além de ver o que as crianças acessam, é importante deixar o computador ou notebook em um ambiente onde haja circulação, e não no quarto das crianças e adolescentes. Assim, fica mais fácil supervisionar o que está sendo acessado e por quanto tempo.
O diálogo é outro fator importante, pois assim os jovens e os pequenos entenderão a origem de tanta preocupação por parte dos pais. A orientação sobre conversas e amizades online também deve sempre ser presente.
Também é importante apoiar as brincadeiras e o convívio com outras pessoas, pois isso permite que a criança passe menos tempo no quarto ou mexendo em eletrônicos.
Proporcione atividades alternativas, como atividade física ou prática de esportes, momentos em família e atividades fora de casa, como passeios ao parque ou ao shopping, almoços e jantares, pois essa é uma forma de mantê-los mais próximos.
E, por fim, jamais introduza os aparelhos eletrônicos como forma de manter as crianças distraídas ou calmas.
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Lembre-se: você é o espelho para seus filhos. Se as regras são impostas a eles, é preciso dar o exemplo também.
Os eletrônicos não devem ser usados como forma de acalmar crianças ou mantê-las entretidas enquanto você faz outra atividade e sim apenas como um tipo de diversão limitada.
Me. Ana Claudia Blanchet
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