Falar em parto humanizado, às vezes, envolve uma série de informações que são um pouco desencontradas. Isso porque nem todos(as) os profissionais têm a mesma definição do que, de fato, ele é.
Há quem indique que o parto humanizado é aquele que não usa procedimentos cirúrgicos, respeitando sempre o tempo da mãe e do bebê. Assim, se não houver necessidade médica, o parto normal com o mínimo de intervenção clínica é feito.
Mas há também quem defenda que as escolhas da mulher é que prevalecem. Assim, se a escolha for por anestesias ou até a cesária, contanto que seja uma decisão da mãe, pode ser humanizado.
Nesse caso, a atenção e o acolhimento são igualmente focados no processo materno, sempre visando o bem-estar da mãe e reduzindo ou evitando procedimentos clínicos desnecessários.
Mas uma coisa é consenso entre médicas(os), doulas, cuidadores e defensores do parto humanizado: ele valoriza o momento materno de dar à luz, centra as atenções na mãe, respeita suas decisões, leva informações sobre riscos e reduz, drasticamente, procedimentos desnecessários. Ou seja, ele é, de fato, mais humano.
Continue a leitura para saber mais sobre o tema!
O parto humanizado não é um tipo de parto, mas sim um processo de assistência e respeito à mãe e ao bebê. Isso considera que o parto normal é fisiológico e, a maior parte dos nascimentos, pode ocorrer sem intervenções médicas.
Da mesma forma, defende-se que o corpo da mãe é, geralmente, capaz de conduzir, controlar e permitir que todo o processo ocorra de forma segura.
A equipe médica deve, então, acompanhar e auxiliar a mulher, respeitando suas escolhas e entendendo que aquele momento é único. Toda intervenção deve ser comunicada à mãe e suas vontades devem ser priorizadas.
Para o parto humanizado também é fundamental garantir que a mãe possa ver e pegar o bebê imediatamente após o nascimento, bem como ter contato com ele durante todo o internamento ou estadia no hospital.
Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam protocolos que devem fazer parte do atendimento à mãe e assistência ao parto, visando a redução da medicalização e hospitalização desnecessária para o parto saudável.
Assim, consta para a OMS que a mãe tem:
O parto humanizado é aquele que visa tornar o nascimento menos medicalizado e protocolar. Ou seja, o método quer tornar o parto o mais humano e aconchegante, respeitando os desejos e necessidades da mulher, bem como o tempo de nascimento do bebê. Mas não necessariamente não possa ser feito em hospitais.
Já o parto normal é aquele que não é cesárea, ou seja, vaginal. Isso implica que, não necessariamente, ele humanizado, pouco medicalizado ou mais adequado à mãe.
Isso significa que mesmo o parto normal pode violar os desejos da mãe, aplicando anestesias (ou não aplicando), exigindo que a mulher permaneça em posturas desconfortáveis ou fazendo a episiotomia (corte na região do períneo) sem necessidade.
Apesar de haver profissionais de saúde ou do parto que defendem que o parto humanizado é somente o que ocorre naturalmente, há outros que defendem que mesmo uma cesariana pode ser humanizada. Para isso, basta reduzir ao máximo as intervenções clínicas desnecessárias.
Dessa forma, pode-se considerar que partos humanizados podem ser naturais, feitos em casa ou hospitais, além de cesarianas. Podem usar anestesia se a mulher precisar ou desejar, bem como outros procedimentos quando autorizados e desejados.
O tempo do parto normal humanizado é diferente para cada gestação. Depois que a mulher atingiu 4cm de dilatação, com contrações frequentes e regulares, o tempo médio até o bebê nascer é de 15 horas. Mas isso é relativo, podendo haver mães que tenham um parto bem mais rápido e outras que ultrapassem as 15 horas.
No parto humanizado, esse tempo é respeitado levando em consideração a saúde da mãe e do bebê. Ou seja, não são realizados procedimentos para acelerar o nascimento e nem se cogita uma cesariana só para que o nascimento seja mais rápido.
Caso haja riscos à vida da mãe ou do bebê, ou a mulher expresse o desejo de intervenção médica (devido às dores muito intensas, por exemplo), então as opções de parto cesária, aplicação de hormônios ou anestesia são considerados.
O parto humanizado domiciliar é feito em casa, em um ambiente preparado para o nascimento da criança. Apesar de feito em casa, não significa que não haja acompanhamento de especialistas, pois profissionais de enfermagem e medicina, além de doulas podem acompanhar e auxiliar a mãe.
Apesar de alguns profissionais terem cautela na hora de considerar o parto em casa, há quem defenda que uma gestação saudável e um bom planejamento podem garantir o parto domiciliar seguro.
Isso porque, em casos de emergência, não haveria suporte clínico ou hospitalar para atender à mãe e à criança.
No entanto, estudos também indicam que se todos os procedimentos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a checagem do parto seguro forem seguidos, não há maiores riscos de complicações ou mortes devido ao parto domiciliar.
As mulheres que optam por esse processo, em geral, querem vivenciar o momento de dar à luz em ambientes mais afetivos, familiares e confortáveis. Além disso, com a presença de profissionais envolvidos com o parto humanizado, reduz-se os riscos de procedimentos desnecessários (como aplicação de hormônios para acelerar o nascimento).
Sim, apesar de — assim como em redes privadas — não ser tão frequente como deveria. O Ministério da Saúde tem campanhas que promovem a circulação de informações sobre a importância do parto humanizado e suas práticas.
A entidade defende que mães têm direito a ambientes sossegados, privativos, arejados e com boas estruturas para seu acolhimento. Além disso, a mulher tem direito à presença de seu ou sua acompanhante durante todo o processo.
Essa campanha visa levar informação e conscientização às mães, mas também a profissionais de saúde e hospitais que fazem os partos.
Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, a orientação é que toda a rede pública privilegie o parto normal e divulgue os benefícios dele.
Além disso, mesmo quando o nascimento vaginal não seja possível, os cuidados e respeito à mãe e à criança devem ser práticas presentes. Por isso, sim, há parto humanizado pelo SUS.
Da mesma forma que na rede privada (planos de saúde ou particular), o ideal é conhecer a equipe médica que vai fazer o parto, conversar com o(a) obstetra que acompanha a gestação e deixar clara a vontade de ter um parto pouco medicalizado.
A confiança no(a) profissional e no local escolhido para o nascimento é fundamental para que haja menos riscos de violência obstétrica ou desrespeito aos desejos da mãe.
A gravidez é um momento de intensas mudanças na vida da mulher. Muitas esperam ansiosamente pelo momento de dar à luz, podendo envolver vários sentimentos, como medo, ansiedade e expectativa.
A equipe médica ou outros profissionais e familiares que vão acompanhar a gestante na hora do trabalho de parto devem priorizar a assistência humanizada, respeitosa e segura.
Por isso, cada vez mais as mães e as entidades de saúde apontam a importância de defender o parto humanizado, mesmo que seja feito no hospital.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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