Saúde

Osteoporose na coluna: quais as causas e tratamentos? Tem cura?

Publicado em: 06/08/2020Última atualização: 29/09/2021
Publicado em: 06/08/2020Última atualização: 29/09/2021
Foto de capa do artigo
Publicidade
Publicidade

A osteoporose é uma doença muito comum e que afeta milhões de pessoas, em especial aquelas com idade mais avançada (a partir de 65 anos). Ela se caracteriza, principalmente, pela perda de massa óssea, que comumente leva a fraturas espontâneas.

Essa consequência é o que possibilita muitos diagnósticos, visto que antes da primeira fratura, dificilmente a pessoa saberá que sofre com essa patologia.

Entenda melhor quais são as causas, possíveis tratamentos e outras informações importantes:

O que é osteoporose na coluna? 

A Osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição gradual da densidade óssea e sua principal consequência é o fato de que aumenta o risco de fraturas. Essa condição pode se manifestar em qualquer osso do corpo, inclusive na coluna vertebral.

Sua causa está atrelada ao desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea. Para entender esse processo, é preciso saber que os ossos estão em constante renovação.

Isso ocorre pois são formados por osteoclastos (células responsáveis por reabsorver áreas envelhecidas) e osteoblastos (responsáveis pela produção de “novos ossos”). 

Trata-se de um processo permanente e constante, que possibilita a reconstituição óssea tanto em ossos saudáveis quanto fraturados, explicando o porquê a cada 10 anos (em média) o esqueleto humano se renova.

Entretanto, com o passar do tempo, a reabsorção das células velhas aumenta e a formação de novas células ósseas diminui. Consequentemente, os ossos ficam mais porosos e perdem resistência — o que leva à osteoporose.

A principal característica dessa doença é a fragilidade óssea, que pode levar a fraturas espontâneas causadas por pequenos impactos. 

Vale destacar que, quando essa condição afeta a coluna, pode ser que a pessoa demore a receber um diagnóstico. Considerando o fato de que a dor ou incômodo só vai aparecer a partir da ocorrência de fratura.

Sendo assim, é preciso atentar-se aos outros sintomas mais comuns de quando a osteoporose afeta a coluna: perda de altura e desenvolvimento de uma parte superior curva das costas. O diagnóstico sempre carece de exames como o raio-x.

Publicidade
Publicidade

Qual a diferença de osteopenia e osteoporose? 

A diferença entre a osteopenia e a osteoporose se dá a partir do grau de comprometimento ósseo devido ao desgaste. Sendo assim, a osteopenia é caracterizada por casos em que houve uma perda mais branda da massa óssea. Já a osteoporose, caracteriza-se por perdas mais graves e que podem levar a fraturas espontâneas.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa que tem osteoporose apresenta densidade mineral óssea igual ou inferior a 2,5 de desvio padrão. Enquanto quem tem osteopenia apresenta valores entre 1 a 2,5 de desvio padrão.

Essa alteração é medida através de exames especiais de raios-X. Neles, o resultado apresenta a densitometria óssea em grama de mineral por centímetro quadrado analisado (g/cm2). Assim, os valores obtidos são comparados com os de adultos saudáveis do mesmo sexo, a fim de analisar se há algum desvio ou não.

De forma geral, no estágio inicial (osteopenia) em que há uma menor fragilização óssea, não existem sintomas. Porém, quando essa condição avança (levando à osteoporose), os sinais mais comuns são a ocorrência de fraturas nas vértebras.

Nesses casos, a pessoa tende a sentir dor e sensibilidade óssea, bem como apresentar diminuição da estatura e cifose (coluna com curvatura anormal). Vale destacar que os incômodos estão diretamente associados ao local da fratura ou desgaste ósseo.

Publicidade
Publicidade

Quais regiões da coluna a osteoporose pode afetar? 

Como mencionado, a osteoporose pode afetar qualquer osso do corpo humano. De forma geral, os mais recorrentes são: vértebras, fêmur, rádio e úmero.

Sendo assim, quando essa doença afeta a região da coluna, ela pode atingir literalmente qualquer uma de suas partes — lombar, cervical (região do pescoço) ou dorsal (meio das costas). 

Entenda melhor como o problema pode se manifestar em nossa coluna:

Nas vértebras

É muito comum que, ao atingir a coluna, a osteoporose cause fraturas nas vértebras devido a maior fragilidade óssea. No geral, essas pequenas fraturas decorrem de mínimos traumas — como ao tossir com muita força, abaixar para pegar algum objeto, fechar uma janela, etc.

Quando isso ocorre, é causada uma compressão das vértebras. Inicialmente, pode ser que a pessoa sinta apenas dores “comuns” nas costas, porém com o passar do tempo e aumento das lesões, podem ocorrer deformidades permanentes.

Dentre essas, as mais comuns são a cifose (coluna com curvatura anormal) e diminuição da estatura. Além disso, com o avanço da doença as dores podem se tornar mais severas.

Lombar

As complicações na região lombar normalmente são perceptíveis em pacientes que apresentam dor persistente. Essa, tende a localizar-se na região dorsal baixa (ou lombar) e frequentemente pode causar dores nas nádegas e coxas. 

Geralmente, nesta etapa da evolução da doença, a pessoa já sofre com deformidades permanentes como a diminuição da altura. Devido às compressões das vértebras e seu achatamento na lombar.

Cervical

Não há indicativos de que lesões na coluna cervical sejam frequentes devido à osteoporose. O que não significa que a doença não possa atingir essa região.

Como vimos, é bastante comum que essa condição afete as vértebras causando dores na parte central das costas e também na região lombar. Porém, em casos de maiores avanços da osteoporose, pode ser que a pessoa sinta também complicações na cervical (região do pescoço).

O que causa osteoporose?

De maneira geral, a osteoporose está relacionada com o processo de envelhecimento, o que afeta a regeneração óssea e causa esse distúrbio. Porém, segundo instituto ITC Vertebral, há outros fatores de risco que podem ser destacados:

  • Histórico familiar da doença;
  • Deficiência na produção de hormônios;
  • Uso de medicamentos à base de cortisona, heparina e de tratamento à epilepsia;
  • Alimentação deficiente em cálcio e vitamina D;
  • Baixa exposição à luz solar;
  • Imobilização e repouso prolongados;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Algumas doenças reumatológicas, endócrinas e hepáticas.

Porém, vale destacar que todos esses são fatores de risco — ou seja, apenas aumentam as chances de desenvolver o problema. O que não significa que, necessariamente, a pessoa que apresenta um (ou mais) terá a doença.

Publicidade
Publicidade

Quais os sintomas de osteoporose na coluna?

A principal consequência da osteoporose é a fragilização óssea. Quando afeta a coluna, pode causar dor sobretudo na parte dorsal (meio das costas) e lombar (parte inferior). Incômodo que ocorre apenas em decorrência das fraturas espontâneas causadas a partir de mínimos traumas

Porém, vale destacar que de início a osteoporose é muito silenciosa e os sintomas costumam aparecer apenas quando a doença já está em um estágio mais avançado, que é quando costumam ocorrer as fraturas.

Com isso, é comum que pacientes sejam assintomáticos e descubram o problema de forma acidental, por exemplo, ao realizar radiografia de uma região próxima.

Outro sinal são as deformidades causadas pela osteoporose: como a cifose ou até mesmo fazendo com que a pessoa apresente uma “corcunda”. Aqui também enquadra-se a diminuição da estatura — lembrando que esses são processos que ocorrem gradualmente.

Osteoporose na coluna dói?

Não. A dor nas costas é um dos sintomas da osteoporose, porém, se manifesta apenas quando a doença já está em um estágio mais avançado e já existem fraturas. Considerando que, de início, essa é uma patologia assintomática e que não causa nenhuma dor.

Dessa forma, a fragilidade óssea em si não é o que causa a dor. Esse sintoma aparece em decorrência das pequenas fraturas que vão acometendo a coluna, logo essa é a causa mais comum de dor prolongada por conta da osteoporose.

Vale destacar que nem sempre as fraturas causam dor permanente, algumas vezes podem gerar apenas um incômodo momentâneo — o que dificulta o diagnóstico, considerando que muitos pacientes não buscam auxílio médico nesses casos.

Osteoporose na coluna é grave?

Inicialmente, a osteoporose não é um problema grave visto que não causa outros danos à saúde da pessoa portadora. Entretanto, suas complicações são consideradas graves, uma vez que podem ocasionar limitações permanentes.

Tais limitações estão associadas às fraturas espontâneas que podem ocorrer por conta da osteoporose — o que se dá por meio de pequenos traumas (tossir em excesso, abaixar para pegar algum objeto, uso excessivo de força, etc).

Especialmente quando a osteoporose atinge a coluna, essas complicações se tornam mais graves levando em conta a dificuldade de tratar as lesões na coluna vertebral. 

Nesse sentido, alguns especialista consideram essa doença um problema de saúde pública, sendo essa uma das principais patologias associadas ao processo de envelhecimento.

Osteoporose na coluna aposenta?

Em alguns casos, sim. Não há uma lei que garanta a aposentadoria imediata em casos de patologias como a osteoporose. 

Porém, a Lei 8.213/91 trata das condições e benefícios da Previdência Social — entre eles, está a aposentadoria por invalidez. O que pode acontecer quando há um comprometimento ósseo grande devido à osteoporose.

Mas é importante saber que, nesses casos, é necessário passar por uma perícia. Então, é preciso apresentar exames e laudos médicos que possam comprovar a situação de invalidez.

Sendo assim, vale reforçar que a aposentadoria por invalidez é aprovada quando alguma doença compromete a capacidade da pessoa em continuar exercendo suas atividades.

Tem cura?

Não. Como mencionado, a osteoporose é uma doença que está associada à dificuldade de regeneração óssea, o que causa perda da massa dos ossos e leva à fragilidade. Sendo assim, considerando que ainda não existe uma forma de reverter o processo, a doença não tem cura.

Apesar disso, já existem tratamentos cirúrgicos que visam minimizar as complicações decorrentes da doença e ajudar a diminuir a fragilidade óssea. Há também os cuidados medicamentosos em caso de dor permanente e outras medidas — como exercícios e fisioterapia.

Nesse sentido, pode-se destacar que a realização correta dos tratamentos indicados por um(a) profissional tem a finalidade de reduzir a progressão da doença e, consequentemente, prevenir fraturas. Com isso, proporcionando maior qualidade de vida à pessoa portadora.

Como tratar a osteoporose na coluna? 

A osteoporose na coluna não tem cura. Entretanto, há diversos tratamentos necessários para quem sofre com essa doença — os quais têm por objetivo retardar a perda mineral óssea, diminuir o risco de fraturas, aliviar dores e consequentemente melhorar a qualidade de vida.

De forma geral, o tratamento para essa doença não é único e sim orientado por uma equipe multidisciplinar. Com isso, pode envolver uso de medicamentos, alimentação, práticas de exercícios, mudanças no estilo de vida, etc.

Na sequência, você pode entender melhor como funcionam algumas das terapias:

Remédios

É comum que no tratamento da osteoporose, sejam utilizados medicamentos a fim de suprir deficiência de cálcio ou vitamina D — considerando que estão envolvidos na formação e manutenção da massa óssea, assim, prevenindo as fraturas.

Nesse sentido, é importante saber que o aconselhado é que a ingestão de cálcio diária seja equivalente a 1.200mg a 1.500mg. Quanto a vitamina D, especialmente a pessoas com 50 anos ou mais, recomenda-se a ingestão de 800UI a 1000UI.

Então, quando isso não ocorre ou há deficiência de absorção, podem ser prescritos suplementos desses nutrientes, tais como:

Porém, remédios com outros fármacos (princípio ativo) também podem ser indicados para tratar a doença. Os que fazem parte do chamado “tratamento de primeira linha”, segundo documento do Ministério da Saúde, são os da classe dos bifosfonatos:

  • Ibandronato de sódio — são medicamentos que previnem a diminuição da densidade mineral óssea, como o Bonviva ou Osteotec;
  • Alendronato de sódio — fármaco inibidor específico da reabsorção óssea, que ajuda na prevenção de fraturas. Presente em remédios como Alendil ou Bonagran;
  • Risedronato de sódio — esse composto inibe a perda de material ósseo e preserva a mineralização óssea, é indicado para tratamento e prevenção de artrose em mulheres no período pós-menopausa e homens com alto risco de fraturas. Está presente em remédios como Actonel ou Osteotrat.

Esses são apenas alguns exemplos de remédios que podem ser indicados no tratamento da osteoporose. Além desses, também podem ser prescritos remédios anti-inflamatórios e analgésicos que ajudem no alívio das dores.

Exercícios

A prática de exercícios físicos é sempre benéfica à saúde, considerando que é fundamental para um bom funcionamento do corpo e pode evitar muitos problemas.

Porém, quem sofre com a osteoporose precisa passar previamente por uma consulta médica, a fim de avaliar suas condições sistêmicas gerais e o grau da doença. Assim, com base nessas informações, será possível criar uma rotina de exercícios adequada.

Vale destacar que essa rotina é individualizada, variando conforme a capacidade física de cada pessoa, existência de outras patologias e grau da perda de massa óssea.

Dentre os exercícios que podem ser prescritos por um(a) profissional estão a caminhada, pedalada, natação e outros de baixo impacto. Pode ser recomendada a prática das atividades ao ar livre, a fim de aumentar os níveis de vitamina D (absorvida através dos raios solares).

https://minutosaudavel.com.br/exercitar-corpo-e-mente-pode-evitar-doencas-no-envelhecimento/

Fisioterapia

No tratamento da osteoporose, a fisioterapia pode ser indicada a fim de prevenir complicações recorrentes como deformidades e fraturas ósseas. Ao mesmo tempo, também fortalece os músculos e articulações, o que pode ajudar nas dores do(a) paciente.

Os exercícios também podem melhorar o equilíbrio da pessoa, podendo ajudar a evitar quedas — uma das principais causas de fraturas decorrentes da osteoporose.

Todo o tratamento precisa de orientação profissional e deve ser feito na frequência prescrita pelo(a) médico(a). É comum que os exercícios foquem em alongamento e fortalecimento muscular, mas podem variar conforme cada paciente (sempre sendo de baixo impacto).

Cirurgia

Como mencionado, a osteoporose não tem cura. Por isso, mesmo procedimentos invasivos como a cirurgia não tem por objetivo acabar de vez com a doença.

Sendo assim, a cirurgia é comumente indicada apenas para casos em que a pessoa sofre com dor significativa ou incapacitante, sem melhora a partir de outras terapias. No geral, esses pacientes podem ter dificuldade de se movimentar e ficam até mesmo restritos na cama.

Nesses casos, a cirurgia consiste em um processo de “cimentação da fratura”. O procedimento pode ser feito por meio vertebroplastia (injeção de cimento ósseo diretamente no corpo da vértebra da coluna) ou cifoplastia.

A diferença de ambos é que a cifoplastia é mais moderna e precisa, nessa cirurgia um balão é inflado dentro do osso da coluna, fazendo com que a vértebra se expanda. Então, o cimento é colocado na cavidade criada pelo balão, o que geralmente possibilita um melhor resultado.

Independente do método, no geral, a melhora é quase que imediata. Com isso, amenizando significativamente a dor da fratura e permitindo que o paciente volte a se movimentar.

Como prevenir a osteoporose?

A osteoporose é uma doença que está comumente associada ao processo de envelhecimento, ao qual todos estamos sujeitos. Porém, ao longo da vida podemos ter alguns cuidados com a saúde que ajudam na prevenção dessa patologia:

  • Adotar uma dieta saudável e balanceada;
  • Praticar exercícios físicos;
  • Ingerir a quantidade adequada de cálcio;
  • Manter os níveis recomendados de vitamina D — o que pode ser feito principalmente através da exposição ao sol (em horários adequados).

O conjunto desses fatores pode ser uma excelente medida preventiva, não só para a osteoporose, como para outras complicações de saúde.


Doenças como a osteoporose podem ser silenciosas ou ter seus sintomas ignorados (e até confundidos com outros problemas). Por isso, é preciso atentar-se e não ignorar dores persistentes, buscando sempre auxílio médico para obter o diagnóstico.

Continue acompanhando o Minuto Saudável para mais informações sobre saúde!

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
Publicidade
Publicidade

Compartilhe

Publicidade
Publicidade
Sobre o Minuto Saudável

Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.

Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.
Banner anuncie em nosso site
Banner anuncie em nosso site
Nos acompanhe nas redes sociais:
Atenção: O conteúdo do site Minuto Saudável, como textos, gráficos, imagens e outros materiais são apenas para fins informativos e não substitui o conselho médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Se você acha que pode ter uma emergência médica, ligue para o seu médico ou 192 imediatamente. Minuto Saudável não recomenda ou endossa quaisquer testes específicos, médicos (profissionais de saúde), produtos, procedimentos, opiniões, ou outras informações que podem ser mencionados no site. A confiança em qualquer informação contida no site é exclusivamente por sua conta e risco. Se persistirem os sintomas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico. Leia a bula.

Minuto Saudável © 2024 Blog de Saúde, Beleza e Bem-estar
Política de Privacidade
Publicidade
Publicidade