Também conhecida como Síndrome de Joanina Dognini, a Fibromialgia é uma síndrome de caráter reumático e crônico e é caracterizada por dores ao longo de todo o corpo do paciente, mesmo sem ele ter tido uma lesão física nos músculos ou articulações. Estima-se que cerca de 2% a 3% dos brasileiros sofram da condição no país e, desses casos, 80% a 90% são mulheres com idade entre 30 e 50 anos.
Com relação ao seu histórico, o principal sintoma da síndrome – a dor musculo-esquelética difusa – já era descrito por Hipócrates, considerado como o pai da medicina, no fim dos anos 400 e começo dos anos 300 a.C., mas foi apenas em 1824 que a associação entre reumatismo e pontos dolorosos se deu, através de estudos do médico e botânico escocês John Hutton Balfour. Várias descrições sobre a síndrome podem ser encontradas desde os meados do século XIX, mas ela só foi reconhecida como tal pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fim da década de 1970.
Índice – neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
Ainda não há uma causa exata e específica para o surgimento da Fibromialgia, porém estudos mostram que há uma certa relação entre o início dos sintomas logo após um evento traumático, podendo esse ser físico, psicológico ou uma infecção grave. Na maioria dos casos, a dor começa em um ponto específico do corpo e forma crônica, progredindo, posteriormente, para o restante do corpo.
Justamente por conta dessa inexistência de identificação da causa é que a Fibromialgia é considerada como, antes de doença, uma síndrome, pois ela é um conjunto de sinais, sintomas e problemas médicos que tendem a ocorrer de maneira simultânea mas que não são relacionadas a uma causa específica identificável. Porém, mesmo não sabendo exatamente a causa da condição, o que não se pode discutir é se as dores do paciente são ou não reais. Pesquisas comprovam que as pessoas que sofrem com a Fibromialgia realmente sentem as dores descritas por elas e isso acontece pelo fato da estimulação repetida do nervo que sinaliza a dor (neurotransmissor) modificar o seu cérebro.
Além disso, algumas situações podem provocar a piora das dores de quem possui a síndrome, tais como:
Qualquer pessoa pode desenvolver a Fibromialgia, porém há a existência de alguns fatores de risco:
Como dito no início do artigo, o sintoma característico da Fibromialgia é a dor generalizada que, muitas vezes, é muito difícil de descrever, pois não é nem forte e nem aguda e possui uma duração de cerca de três meses. Para que essa dor possa ser considerada como generalizada, ela precisa ocorrer em ambos os lados do corpo – direito e esquerdo –, bem como acima e abaixo da cintura. Através de diversos estudos sobre as inúmeras dores que caracterizam a síndrome, 18 locais do corpo foram constatados como os mais sensíveis ao toque e a pressão. Confira na imagem abaixo quais são esses pontos sensíveis:
Créditos: fibromialgia.com.br
Além desse, que é o principal da síndrome, outros sintomas podem aparecer no paciente com o decorrer do tempo. São eles:
A procura por ajuda médica sempre é recomendada, no caso da Fibromialgia, em casos em que os sintomas característicos da síndrome se estendam por mais de 3 meses. O especialista treinado para realizar o diagnóstico, bem como prescrever o devido tratamento à pessoa, é o Reumatologista, médico que trata das doenças do tecido conjuntivo, articulações e doenças autoimunes.
Atualmente, não é existente nenhum tipo de exame próprio para o diagnóstico da Fibromialgia, portanto ele é feito apenas com base na análise clínica, composto pelo histórico clínico e a observação médica pondo em evidência pelo menos 12 dos 18 pontos mais sensíveis do corpo do paciente. Em contrapartida, mesmo com a análise dos sintomas da condição, o médico poderá solicitar alguns exames para descartar a hipótese de que a pessoa possua outras doenças que venham a apresentar sintomas bem semelhantes aos da Fibromialgia.
Assim como não há um exame específico para o diagnóstico da síndrome, a Fibromialgia também não possui um tratamento exato. Uma vez que ela não possui cura, seu tratamento é todo baseado na melhora e controle dos sintomas, como por exemplo: alívio da dor, melhora do sono, restabelecimento do equilíbrio emocional, etc.
Para o caso dessa síndrome, o tratamento pode ser feito através de dois meios: o medicamentoso e o não-farmacológico. É importante o conhecimento de que a atitude do paciente diante de sua situação é fundamental na evolução. Por isso a importância de entender o que é que o acomete e a força de vontade em se ajudar.
Dentre os diversos medicamentos existentes no mercado, alguns são aprovados para o uso no tratamento da Fibromialgia e, outros, não são recomendados pelos especialistas. Confira a seguir quais estão em cada um desses grupos:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Além do uso dos medicamentos devidamente indicados pelo médico consultado, há, ainda, outras formas de melhorar os sintomas da Fibromialgia, que você pode saber quais são logo abaixo.
Cerca de 25% a 50% dos pacientes diagnosticados com a síndrome sofrem de distúrbios psiquiátricos concomitante, o que acaba dificultando a melhora clínica dos mesmos. Por isso a importância da pessoa se consultar com um psicólogo ou psiquiatra, pois assim a facilidade será maior em conversar sobre a condição e expor quais são as maiores dificuldades existentes perante a ajuda que precisa dar a ela mesma.
O exercício regular e de baixo impacto tem bastante peso na hora do tratamento da Fibromialgia, pois assim os músculos se mantem condicionados e saudáveis. O ideal é que esses exercícios sejam feitos a cada dois dias durante a manhã e que sejam previamente orientados por um fisioterapeuta. Medidas como alongamento, boa postura e exercícios de relaxamento também são ótimas pedidas.
De nada adianta tomar vários medicamentos para o tratamento da condição se a pessoa não manter uma vida saudável. Entende-se por vida saudável como a prática de hábitos que ajudem o paciente tanto em seu estado físico quanto psicológico. Para isso, medidas como boa alimentação, sono regulado e redução do estresse podem ajudar – e muito! – na hora do tratamento.
Uma vez diagnosticado, o paciente de Fibromialgia necessita saber sobre a condição que enfrentará com o passar dos anos. Por não ter cura, várias medidas precisam ser adaptadas à sua rotina e, dentre elas, estão:
Essas e outras medidas particulares farão com que a pessoa que enfrente a Fibromialgia se sinta melhor consigo mesma e também com o mundo ao seu redor.
Se você conhece alguém que possua ou que desconfia que possui a condição, compartilhe com ele esse artigo. Quando mais gente souber essas informações, melhor!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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