A esquizofrenia (CID 10 – F20.9) é um transtorno mental grave caracterizado por distorções nos pensamentos, emoções, percepção, consciência e consciência de si mesmo (a). Essa condição inclui alucinações, ou seja, ouvir ou sentir coisas inexistentes, e delírios que são crenças ou suspeitas defendidas fielmente mesmo que haja provas contrárias.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 23 milhões de pessoas são afetadas pela condição, que é comum ao final da adolescência e começo da vida adulta.
Os sintomas negativos e duração maior desse transtorno acomete mais homens, com base nos sintomas de humor que essa condição pode causar. Por outro lado, apresentações breves dos quadros psicóticos, que demonstram menores riscos, podem ser encontradas em ambos os gêneros.
Para saber mais sobre esquizofrenia, causas, diagnóstico e tratamento, continue acompanhando o artigo!
Índice — neste artigo, você irá encontrar as seguintes informações:
A esquizofrenia pode ser subdividida de acordo com as características apresentadas. Entre elas estão:
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As principais causas da esquizofrenia derivam de fatores ambientais, genéticos e fisiológicos:
Acredita-se que a estação do ano em que o (a) paciente nasceu, mais especificamente o fim do inverno e início da primavera, está associada com a incidência da esquizofrenia.
Além disso, crianças que nascem em ambientes urbanos e em alguns grupos étnicos minoritários têm maior predisposição a desenvolver esquizofrenia.
Os fatores genéticos são determinantes para o risco de desenvolver esquizofrenia, mesmo que pacientes não tenham história familiar dessa doença. Porém, isso é atribuído por estudos de alelos identificados como de risco, sendo alguns comuns e outros raros, que contribuem para a variância total da população.
Alguns desses alelos também são encontrados em outros transtornos psiquiátricos, como bipolar, depressão e espectro autista.
Além desses fatores, complicações gestacionais, podem causar esquizofrenia no feto, tais como:
No entanto, é preciso ressaltar que a maior parte dos bebês que passaram por esses fatores de risco não desenvolveram a doença.
Antes de conhecer quais são os sintomas característicos da esquizofrenia, é preciso atentar-se aos primeiros sinais que a doença causa. Confira abaixo:
Os sinais podem se apresentar de maneiras diferentes em cada pessoa que, às vezes, podem aparecer de forma branda. Porém, em outras situações, esses sinais podem aparecer de forma bastante abrupta.
Dentre os comportamentos que podem estar diretamente relacionados com a esquizofrenia, estão:
Considera-se como sintomas positivos tudo aquilo que não é normal ter, mas que o (a) paciente possui. São caracterizados por comportamentos psicóticos que fazem com que a pessoa perca a noção de alguns aspectos sobre a vida. Incluem-se em sintomas positivos:
As alucinações é o que o paciente vê, ouve, sente cheiro e gosto ou, ainda, sente a presença de coisas que não existem. Contudo, para quem experiência tudo isso, as alucinações são bem reais.
A alucinação mais comum entre os esquizofrênicos é a de ouvir vozes. Grande parte dos (as) pacientes dizem que elas são rudes, críticas, abusivas ou perturbadores, mas há aqueles que dizem que essas vozes são amigáveis e agradáveis.
Normalmente, pessoas com esquizofrenia fazem atividades, discutem pensamentos ou conversam diretamente com essas vozes. Além disso, elas podem vir de diferentes lugares ou apenas de um em particular.
O delírio acontece quando alguém tem plena convicção de que algo está acontecendo e de que ele é o alvo de alguma perseguição ou espionagem. Por conta disso, seus comportamentos são afetados, o que pode tornar a pessoa em alguém mais agressivo.
Episódios de delírio podem ter início de forma repentina ou podem se desenvolver ao longo do tempo, semanas ou meses.
Por conta dessas alucinações e delírios, muitas pessoas que sofrem do transtorno esquizofrênico podem ter dificuldade em ordenar os seus pensamentos e ações, o que acaba afetando, inclusive, a maneira de se comunicar e/ou falar com outras pessoas.
Alguns (as) pacientes também relatam que sentem a mente “nebulosa”, impossibilitando de trabalharem melhor os pensamentos.
Pessoas com esquizofrenia, às vezes, podem apresentar movimentos desordenados e/ou agitados de uma hora para outra e sem um motivo aparente.
Ainda por conta das alucinações, pacientes afirmam que isso acontece por conta de outra pessoa que a está controlando.
Ao contrário dos positivos, os sintomas negativos fazem parte da fase crônica da doença e são caracterizados pela falta das emoções e comportamentos normais de uma pessoa. Dentre os sintomas, estão:
Pacientes que possuem esse sintoma característico normalmente não são capazes de praticar a empatia, sentimento que faz alguém compreender o que o outro está passando ou sentindo. Porém, isso não significa que a pessoa não tenha sentimentos, mas apenas que, no momento, ela é incapaz de demonstrar o que se passa.
Para quem não entende sobre os sintomas da esquizofrenia, essa falta de vontade em iniciar ou sustentar algo pode ser interpretada apenas como preguiça por parte do (a) paciente.
Entretanto, a complexidade da questão é muito maior, pois o ato de começar algo torna-se desafiador. Por conta disso, muitas pessoas acabam optando por realizar atividades passivas, que não exigem tanto esforço e nem raciocínio, como assistir televisão.
Não importa o quanto algo dê prazer àquele (a) paciente, ele (a) não irá responder de maneira positiva à prática da atividade em questão. O prazer é reduzido e, por isso, muitas vezes a pessoa com esquizofrenia acaba abandonando algo pela metade.
Falas e pensamentos podem perder uma lógica de encadeamento quando proferidos por alguém esquizofrênico. Para quem convive com o (a) paciente, é muito importante a compreensão das frases para que ele (a) se sinta acolhido (a) e apoiado (a).
Em alguns (as) pacientes, esses sintomas são bem brandos, mas, em outros, são mais graves e perceptíveis. Alguns dos sintomas cognitivos presentes na esquizofrenia são:
Com pensamentos muito peculiares, os esquizofrênicos acabam não compreendendo muita coisa do que lhe é dito e, por isso, fazem decisões imaturas num primeiro momento.
Pacientes esquizofrênicos (as) são mais distraídos e dispersos daqueles que não são, o que acaba prejudicando a leitura e/ou a escrita. Por não conseguirem focar 100% em algo, acabam tendo prejuízo na hora de compreender algo.
Pelo fato de muitos (as) pacientes não conseguirem se manter atentos a algo que está sendo explicado, alguns deles não conseguem compreender, de fato, o que está acontecendo.
Com a falta de compreensão das coisas, muitas pessoas acabam esquecendo coisas que foram ditas ainda há pouco. O aprendizado também pode ser afetado por conta dessas falhas na memória, tendo que pedir explicação sobre algo mais de uma vez.
Pacientes que possuem a doença em sua forma mais precoce ou grave, podem apresentar sinais neurológicos como:
Muitos desses sintomas estão presentes em transtornos como Transtorno de Tiques e Síndrome de Gilles de La Tourette, o que dificulta ainda mais o diagnóstico.
Não se sabe ao certo o motivo desses sintomas acontecerem, até porque grande parte dos (as) pacientes não os possui. Porém, para quem apresenta os sintomas, eles acabam passando despercebidos por pessoas que não possuem grande intimidade.
Por conta dos sintomas acima citados, alguns comportamentos podem ser afetados também. Mais uma vez, eles podem se apresentar de maneiras diferentes em cada pessoa.
Os comportamentos que podem ser recorrentes quando há um quadro de esquizofrenia são:
Tentar tirar a vida pode acontecer tanto na fase aguda da esquizofrenia, quanto na crônica e, para que isso não venha a acontecer, amigos e familiares precisam ficar atentos sobre reclamações recorrentes sobre vozes ou se há automutilação.
Esse comportamento extremo não é raro quando relacionado à esquizofrenia e já soma em 50% entre os pacientes da doença. Dessas, cerca de 15% resultam em um final trágico.
Pacientes agressivos são raros, pois a agressividade não é um sintoma comum na esquizofrenia. Porém, casos isolados de reações impulsivas ou ataques de raiva e/ou fúria podem acontecer.
Resistentes a mudanças, alguns (as) pacientes têm certa dificuldade em sair do padrão pré-estabelecido por eles. Manias de higiene, vestuário e alimentação são apenas alguns exemplos das que podem acontecer.
Algumas pessoas com esquizofrenia podem desenvolver rituais e repetições muito parecidas com as do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
Como vários pacientes com esquizofrenia escutam vozes, eles podem passar a ideia de que estão conversando sozinhos, quando, na verdade, estão apenas dialogando com quem está presente em seu dia a dia. O mesmo pode acontecer com risos imotivados.
Esses sintomas são involuntários e automáticos e, por isso, muitas vezes não podem ser controlados.
Os sintomas em adolescentes são bem semelhantes aos apresentados nos adultos. Entretanto, nesses casos, eles são bem mais difíceis de serem reconhecidos. Isso acontece, muitas vezes, pelo fato de serem confundidos com comportamentos típicos da adolescência, como por exemplo:
Comparando com os dos adultos, alguns sintomas podem aparecer exclusivamente em adolescentes, para mais ou para menos:
Para ser diagnosticado com esquizofrenia, o (a) paciente precisa ficar em observação por um (a) psicólogo (a) ou médico (a) psiquiatra, que irá avaliar suas ações e comportamentos. Caso a suspeita da doença seja confirmada, o (a) especialista pedirá informações referentes ao histórico clínico do paciente.
Ainda não há nenhum exame capaz de detectar a presença da esquizofrenia, mas alguns testes podem ser feitos a fim de eliminar suspeitas de outras doenças que possuem sintomas semelhantes em seu processo de desenvolvimento. Entre esses testes estão:
Como não há um exame específico para a detecção da esquizofrenia, alguns (as) especialistas utilizam-se de critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-V). Portanto, para que uma pessoa seja diagnosticada como esquizofrênica, ela precisa apresentar:
O tratamento para a esquizofrenia pode ser dividido em 4 tipos, sendo os mais importantes o medicamentoso e o acompanhamento psicológico. Entenda melhor cada um deles a seguir:
Os medicamentos normalmente são utilizados para controlar os sinais e os sintomas que a doença causa no (a) paciente. O (a) psiquiatra poderá tentar vários tipos de medicamentos em diferentes doses e composições, até encontrar o que obtém o melhor resultado.
Os medicamentos mais indicados para esquizofrenia são divididos em 3 grupos:
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Além do uso de medicamentos, é importante, em paralelo, fazer acompanhamento psicológico, além de intervenções sociais. As formas de terapias podem ser:
Pessoas em crise ou que apresentem sintomas muito severos da doença podem precisar ser internadas para preservar a sua segurança, nutrição, sono e higiene básica.
Ainda não há como comprovar a cura para a esquizofrenia, porém, a doença pode ser muito bem controlada por meio do tratamento indicado para o (a) paciente. Para conviver sem maiores complicações com a doença, algumas medidas precisam ser consideradas:
Se você possui diagnóstico de esquizofrenia, algumas formas de controlar a são:
Aprender sobre os distúrbios psicóticos e a esquizofrenia irá te ajudar a compreender o que o paciente experimenta. Além disso, há algumas formas de suporte a ele, que são:
Para o (a) paciente, as alucinações parecem reais. Portanto, procure conversar de forma calma com ele, explicando que você vê as coisas de uma forma diferente, além de respeitá-lo.
Com isso, você pode ajudar com que o paciente evite a prática ou ingestão de substâncias que prejudiquem a sua saúde mental.
Muitos pacientes se questionam se precisam realmente fazer uso da medicação. Nesses momentos, você precisará incentivar seu conhecido a fazer uso dela da maneira correta.
Algumas pessoas que sofrem de esquizofrenia não têm a noção de que realmente possuem a doença. Portanto, não tente convencê-las disso, apenas as apoie e se mostre prestativo.
Se você tem conhecimento de algum tipo de vício químico pelo (a) paciente, ajude-o a evitar o consumo das substâncias, pois elas podem desencadear uma piora considerável nos sintomas.
Quando não tratada, a esquizofrenia pode causar diversos problemas e limitações na vida do (a) paciente. Entre essas complicações estão:
Não há uma maneira de prevenir a esquizofrenia ou qualquer outro distúrbio mental. Porém, vale ressaltar que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor será o tratamento e maior será o controle dos sintomas.
A esquizofrenia é uma condição mental grave que se caracteriza pela distorção dos pensamentos, emoções, percepções e da consciência que tem como sintomas, alucinações e delírios.
Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda psiquiátrica ou psicológica!
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Esp. Thayna Rose
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