A distonia é uma doença do sistema nervoso que causa o movimento involuntário (espasmos) de algumas partes do corpo, provocando movimentos e posições não comuns. Quando o problema ataca, a pessoa pode ficar um tempo sem conseguir se mexer por conta da contração involuntária do músculo.
As distonias idiopáticas afetam entre 2 e 50 pessoas a cada 1 milhão. Já as adquiridas, mais frequentes, afetam 1 a cada mil habitantes. Quem mais sofre as distonias adquiridas são pessoas com mais de 50 anos de idade.
A distonia pode ocorrer por diversas causas, como:
A distonia pode ser dividida em dois tipos e em várias classificações.
Existe a distonia primária ou idiopática, que é uma condição em que só tem a distonia como sintoma principal, e a distonia secundária ou sintomática, que é o resultado de algum outro problema já adquirido, como AVC, encefalite e outros problemas.
As classificações podem ser feitas de acordo com a idade do paciente ou então como tipos de distonia.
A precoce é identificada antes dos 21 anos de idade e, a mais comum, é a distonia generalizada.
A tardia aparece após os 21 anos de idade, comprometendo a musculatura craniana e/ou cervical ou do braço. Possui tendências de permanecer em áreas restritas dos músculos adjacentes, caracterizando as formas segmentadas ou focais.
Ocorre em somente uma parte do corpo, como só no pescoço, ou só na mão, ou só nos pés.
Quando atinge os olhos é conhecido como distonia focal blefarospasmo, pois afeta os músculos dos olhos. Primeiramente causa irritação nos olhos, aumenta o número de piscadas e a sensibilidade à luz também é maior.
Os espasmos afetam o rosto, em partes específicas, como língua, boca e mandíbula. Movimentos de abrir ou fechar a boca, assim como articular palavras, engolir e mastigar podem ser prejudicadas.
Compromete os músculos das cordas vocais, dificultando ou impossibilitando articular palavras, além da voz se tornar inaudível. Os espasmos costumam ocorrer na laringe, faringe e também nas pregas vocais. Quando a voz sai, ela pode ser meio cortada ou com aspecto de sussurro.
O torcicolo é o tipo mais comum de distonia. Vários músculos podem ser afetados, alterando a postura. O pescoço e/ou cabeça podem travar, impossibilitando a rotação e os desvios para alguns dos lados.
Além de ser muito comum em escrivãos, os músicos sofrem com o problema por conta de realizar uma tarefa repetidamente por muito tempo. A doença pode evoluir com o tempo e só ter melhoras se houver repouso.
Esse tipo de distonia não é restrita a somente uma parte do corpo, como, por exemplo, só a mão, ou só o pescoço. Nesse caso, é comum afetar duas partes ao mesmo tempo, como a distonia oromandibular e a espasmódica.
Nesses casos, os músculos afetados são sempre do mesmo lado do corpo e podem surgir em qualquer idade.
É o tipo de distonia mais incomum dentre as outras já citadas. Os sintomas costumam demorar a surgir, mas são progressivos. Podem surgir durante a infância, com contrações no(s) pé(s) ao andar e até parado.
Esse tipo de distonia afeta outros músculos do corpo, provocando dificuldade ao caminhar e, muitas vezes, a pessoa precisa de ajuda para se locomover e realizar atividades diárias.
Um fator de risco é a genética. A distonia está presente nas formas hereditárias, podendo ser passada de geração para geração. Pacientes que possuem a mutação tem mais chances de terem o problema do que os que não a tem.
Existem fatores que podem agravar os sintomas, eles são:
No início da doença, os sintomas podem se tornar imperceptíveis, mas, com o passar do tempo, a intensidade e a frequência aumentam, fazendo o músculo se diferenciar dos outros.
Os principais sintomas são:
O médico indicado para tratar esse tipo de problema é o neurologista.
Como já citado anteriormente, a distonia pode ter diversas causas. E, para diagnosticá-la, vários estudos e exames podem ser feitos. Geralmente o diagnóstico é feito com base em um "tripé": exame físico, exames complementares e história.
É necessário que o médico colha boas informações com o paciente, sobre o histórico dele, da família, se há o uso de algum medicamento específico, os sintomas, etc.
Os exames são neurológicos, exames de sangue, testes genéticos e neuroimagens.
Os tratamentos são feitos de diversas maneiras. Como não há causa específica, o tratamento é feito pelo alívio dos sintomas.
Geralmente, a cirurgia só é recomendada se os sintomas forem muito graves.
Os tratamentos alternativos podem ser feitos através de:
O tratamento é feito de diversas formas e diversos especialistas podem ser úteis, como terapeuras ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.A distonia não tem cura, mas tem tratamento, como já citado acima, e reduzir os sintomas é o principal objetivo.
Reduzir o stress pode melhorar os sintomas e fazer técnicas de calor ou frio ajuda a aliviar as dores musculares.
Se o problema não for tratado corretamente, diversos problemas podem surgir, como impactos sociais (depressão, fobia social e ansiedade) ou, então, problemas físicos, como dor e dificuldade ao realizar atividades básicas.
O objetivo é sempre diminuir os impactos da doença e aumentar a qualidade de vida do paciente. Fisioterapia pode ser indicado para que o músculo afetado seja trabalhado para melhorar a mobilidade do paciente.
Não há como prevenir a doença, mas se algum familiar seu possui distonia, há exames que podem identificar se você também possui o gene ou se possui chances de transmiti-lo.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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