Saúde

Ictiose: veja os tipos e causas. Saiba se tem cura e como tratar

Publicado em: 23/10/2020Última atualização: 23/10/2020
Publicado em: 23/10/2020Última atualização: 23/10/2020
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A ictiose está entre as condições que podem acometer a pele. Há diferentes tipos, que podem ser de origem hereditária ou serem adquiridos devido ao uso de alguns medicamentos, infecções e algumas doenças.

O quadro não tem cura, mas há tratamento. Dessa forma, é possível controlar os sintomas com algumas medidas simples na maioria dos casos.

O que é ictiose?

Ictiose pode ser definida como um conjunto de doenças de pele em que as células mortas se acumulam em escamas espessas e secas. Por isso, essa condição de saúde proporciona uma pele extremamente seca, que lembra escamas de peixe. 

O quadro pode ser hereditário ou adquirido. No primeiro caso, ocorre devido a uma mutação genética que codifica a proteína filagrina, uma das moléculas responsáveis pela impermeabilidade da pele e por sua hidratação. 

Já quando é uma ictiose adquirida (ou secundária), quando aparece durante a vida, pode ocorrer devido a diversas condições de saúde como HIV, por exemplo. E esse tipo ocorre com mais frequência em adultos. 

Sabe-se que a doença atinge tanto homens quanto mulheres na mesma proporção.

O problema pode estar presente desde o nascimento, mas geralmente os sinais aparecem nos primeiros anos da infância. Nos casos mais leves, pode ser confundido com uma pele extremamente seca, o que dificulta o diagnóstico.

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Ictiose é a mesma coisa que psoríase?

Não, são condições de saúde distintas. A psoríase é uma doença autoimune crônica que causa o rápido acúmulo de células da pele. Por conta disso, há uma descamação na superfície da pele. 

Esse problema de saúde é o resultado de um processo de produção de pele acelerado. Aparecem escamas esbranquiçadas ou vermelhas, além da pele seca que pode sangrar, dar coceira ou queimação nas regiões afetadas.

Especialistas acreditam que a psoríase ocorre por causa de um problema do sistema imunológico. E entre os gatilhos para seu surgimento estão as infecções, o estresse e o frio.

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Quais os tipos de ictiose?

A ictiose pode ter vários tipos com sintomas diferentes. Acredita-se que existam mais de 20 tipos. Veja alguns detalhes abaixo.

Ictiose vulgar

É o tipo mais comum e costuma surgir durante o primeiro ano da criança. Estima-se que atinja uma a cada 250 pessoas. A pele morta se acumula em um padrão semelhante às escamas de um peixe.

Também pode ocorrer junto a outras doenças de pele, como dermatite atópica. Apesar de raro, alguns adultos podem ter o problema de saúde.

A maioria dos casos é leve e surge em áreas específicas do corpo. Porém, algumas pessoas apresentam em diversas áreas como abdômen, costas, braços e pernas.

Ictiose bolhosa

Além da pele extremamente ressecada, esse tipo de ictiose causa bolhas que podem ficar bastante doloridas. Em alguns casos, também trazem um odor forte e desagradável.

Ictiose arlequim

Bastante grave, esse tipo de ictiose é congênita, ou seja, o bebê já nasce com a pele bastante ressecada, coberta por placas grossas em forma de diamante que lembram escamas de peixe. A pele em excesso pode virar os lábios e pálpebras do avesso, ficando com uma coloração vermelho vivo.

Isso pode dificultar a respiração e a alimentação do bebê. Por isso, geralmente essas crianças precisam de cuidados intensivos logo após o nascimento para evitar complicações ou até mesmo a morte.

Ictiose ligada ao cromossomo X

A condição afeta apenas meninos após o nascimento. E a doença traz sintomas como escamas nas regiões das mãos, pés, pescoço, nádegas e tronco.

Ictiose adquirida

Aparece nos adultos que apresentem outras condições de saúde como HIV, doenças nos rins, linfoma de Hodgkin, por exemplo. Também podem surgir devido ao uso de algumas medicações. 

Quais as causas?

As causas da ictiose variam de acordo com o tipo. Mas a maioria ocorre devido a uma mutação genética herdada de um ou de ambos os pais. 

Assim, as crianças que herdam um gene defeituoso de apenas um dos pais apresentam uma forma mais leve da doença. Já aqueles que herdam dois genes defeituosos apresentam uma forma mais grave. 

Essa mutação é responsável pela codificação da filagrina, uma proteína que ajuda a criar a barreira natural da pele. Sem uma barreira eficaz, a pele tem dificuldade para reter a umidade. E as células desidratadas da derme começam a engrossar e a endurecer conforme vão envelhecendo. 

A condição também pode ser causada devido ao uso de certos medicamentos e por causa de condições  de saúde que afetam todo o corpo como câncer, problemas na tireoide ou HIV. Se as anomalias genéticas não forem responsáveis ​​pela ictiose, ela é conhecida como ictiose adquirida. 

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Quais os sintomas da ictiose?

O principal  sintoma da ictiose é a pele extremamente seca, que pode piorar em clima secos e frios, além de poder ocorrer uma descamação fina na pele.

Em casos graves, há uma intensa descamação da pele, couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés. Pode também surgir uma coceira intensa, além de rachaduras profundas e dolorosas na pele.

Os membros podem desenvolver escamas de cor cinza. E a pele das palmas das mãos e as solas dos pés podem ter mais linhas dos que o normal e ficarem mais espessas.

Ictiose afeta as articulações?

Nem sempre. Quando a ictiose for muito intensa pode causar sintomas que atrapalhem os movimentos do corpo e causam dor ao se mexer.

Há relatos de casos mais raros que relacionam a ictiose arlequim com a artrite inflamatória. Nessas situações, a artrite pode afetar as articulações das mãos e pés, causando dores e inchaços.

Além disso, em casos graves, o excesso de pele causa deformidade articular. Algumas pessoas apresentam infecções de pele devido às rachaduras e outras sentem um superaquecimento, já que têm uma capacidade reduzida de suar. 

Como é feito o diagnóstico?

Esse distúrbio de pele geralmente é diagnosticado geralmente por pediatras, ainda na infância. Já adultos pode ser encaminhados para um(a) dermatologista, que é o responsável por tratar problemas cutâneos.

Além da análise dos sintomas, o(a) médico(a) pode solicitar exames de sangue e de imagem para descartar outras condições de saúde como câncer, hanseníase (doença infecciosa causada por uma bactéria) ou xerose cutânea (pele seca em excesso).

Tem cura?

Até o momento não há uma cura conhecida para a ictiose. Porém, há diversas  opções de tratamento que visam a reduzir os sintomas, como os desconfortos gerados pelo ressecamento excessivo da pele.

Vale destacar que pessoas com ictiose leve apresentam uma expectativa de vida normal. E quem tem ictiose adquirida pode melhorar assim que a causa subjacente for identificada e tratada adequadamente.

Como é o tratamento?

O tratamento varia de acordo com a gravidade da ictiose. Geralmente, o(a) especialista indica algum creme com componentes específicos para ajudar na hidratação da pele. Pode ser necessário usar mais de três vezes ao dia.

Também pode ser preciso usar cremes específicos com ácidos para auxiliar na descamação da pele.

Em casos mais graves, podem ser indicadas medicações orais para conter a ictiose. Geralmente, o(a) dermatologista consegue determinar qual é a tratamento para minimizar os sintomas assim como os produtos mais indicados para cada caso e como deve ser realizado o acompanhamento médico.

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Os seus sintomas podem ser controlados com algumas mudanças no dia a dia.

Entre as indicações da Sociedade Brasileira de Dermatologia estão:

  • Evitar banhos demorados e quentes;
  • Não usar sabonete em excesso e optar sempre pelos neutros;
  • Usar hidratantes após o banho;
  • Usar protetor solar quando se expor ao ar livre;
  • Esfoliar a pele com os cremes indicados;
  • Pentear o cabelo ainda úmido para retirar as escamas do couro cabeludo;
  • Evitar escovas, lixas e buchas para banho, pois que podem piorar os sintomas.

Remédios para controlar a ictiose: o que tomar?

O(a) especialista pode indicar alguns medicamentos orais para controlar os sintomas de ictiose. Entre eles estão os corticoides ou remédios com vitamina A para reduzir o risco de infecções na pele.

Vale destacar que os cremes ou remédios que contêm acitretina, uma substância derivada da vitamina A nos casos graves. O Protocolo de Tratamento da Ictiose Hereditária, do Ministério da Saúde, orienta o uso de uma dose inicial diária de 25mg/30mg durante 2-4 semanas. 

Deve ser feito uso da dose de manutenção de acordo com os efeitos e resultados do tratamento, sendo que a dose máxima é de 75mg/dia.

Já o Ácido salicílico 5% pode ser aplicado 1 vez ao dias nas lesões, conforme orientação médica.

Mas esses medicamentos não podem ser usados por conta própria, sem a prescrição e a avaliação médica. É muito importante buscar ajuda especializada para controlar esse distúrbio de pele e suas complicações.

De forma geral, a ictiose é tratada com hidratação intensa e frequente da pele. Muitas vezes, é preciso usar hidratantes manipulados ou específicos, orientados por dermatologistas.

Tem como prevenir a ictiose?

Por ser uma condição, na maioria das vezes, de caráter genético, a ictiose não pode ser prevenida. A prevenção, no entanto, envolve medidas que visam a reduzir a manifestação dos sintomas — ou seja, para pacientes que já apresentam o quadro.

Com base nas orientações médicas, é possível reduzir e controlar a incidência dos episódios sintomáticos.


Diversas condições podem afetar a pele e causar incômodos. A ictiose é uma delas, mas que se for bem controlada, por meio de um tratamento correto, não traz prejuízos ao bem-estar de pacientes.

Saiba mais sobre tratamentos e causas de diferentes condições dermatológicas no Minuto Saudável!

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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