A hepatite D, também conhecida como hepatite delta, é uma doença viral contagiosa e infecciosa que causa a inflamação do fígado.

A infecção pelo vírus da hepatite delta é considerada incomum, visto que, as formas mais comuns da hepatite viral são as causadas pelos vírus A, B e C.

No Brasil, a incidência da doença é maior na região Norte, seguida pela região Sudeste. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos 20 anos, mais da metade dos casos desse tipo de hepatite atingiram pessoas entre 20 a 39 anos de idade.

O artigo a seguir busca sanar as principais dúvidas a respeito da condição, o que causa, como é a transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento. Confira!

Índice – Neste artigo, você vai encontrar:

  1. O que causa hepatite D?
  2. Transmissão da hepatite D
  3. Grupos de risco
  4. Sintomas
  5. Diagnóstico
  6. Tratamento para hepatite D
  7. Hepatite D tem cura?
  8. Complicações
  9. Como prevenir a hepatite D?
  10. Existe vacina para hepatite D?

O que causa hepatite D? 

A hepatite D é causada pelo vírus HDV, um vírus incompleto que precisa obrigatoriamente do vírus da hepatite B (HBV) para se reproduzir. Ou seja, a infecção pelo vírus da hepatite delta só ocorre em conjunto com a infecção por hepatite B aguda ou crônica. 

A infecção pode ocorrer de duas formas:

  • Coinfecção: infecção simultânea pelo vírus da hepatite B (HBV) e pelo vírus da hepatite D (HDV) em pacientes previamente saudáveis. Nesse caso, há altas chances de recuperação completa por parte do (a) paciente; 
  • Superinfecção: o (a) paciente com um quadro crônico de hepatite B também é infectado pelo vírus da hepatite D. Esse tipo de infecção costuma ter maior gravidade, com maiores chances de danos severos no fígado, hepatite fulminante ou progressão para cirrose.

Transmissão da hepatite D

A transmissão da hepatite D ocorre do mesmo modo que a da hepatite B e, portanto, acontece por meio do sangue e de secreções corporais infectadas. Entre as possíveis formas de transmissão estão:


  • Compartilhamentos de itens de uso pessoal, como lâminas de barbear ou de depilar, escovas de dente, alicates, tesouras de unha e outros objetos cortantes;
  • Compartilhamento de seringas, agulhas e cachimbos;
  • Reutilização de materiais para aplicação de piercing e tatuagem; 
  • Contato próximo com cortes e feridas de pessoa a pessoa;
  • Ao fazer procedimentos médicos ou odontológicos com materiais não esterilizados;
  • Da mãe grávida para o bebê;
  • Relações sexuais sem preservativo. 

Grupos de risco

Os grupos considerados de risco para a infecção pelo vírus da hepatite delta são:

  • Populações indígenas;
  • Pacientes que fazem hemodiálise;
  • Usuários de droga;
  • Pacientes com hepatite B crônica;
  • Pessoas não vacinadas contra o HBV;
  • Portadores do vírus HIV

Sintomas

Em alguns casos, a condição pode ser assintomática, ou seja, não ter sintomas. Os sintomas mais frequentes quando o (a) paciente apresenta sintomas são:

Ao observar a presença dos sintomas mencionados acima, procure auxílio médico imediatamente!

A icterícia é um dos sintomas da condição.

Diagnóstico

O diagnóstico da condição é laboratorial e é feito por meio de exames sorológicos que detectam a presença de anticorpos anti-HDV no organismo do (a) paciente. Os exames são realizados após a detecção dos anticorpos do vírus da hepatite B.

Além disso, o (a) paciente é encaminhado para os exames da hepatite delta quando apresenta sintomas mais graves da hepatite B ou quando é observado um agravamento dos sintomas em pacientes com hepatite B crônica.

Leia também: Hepatite aguda grave: o que é, sintomas e tratamento 

Tratamento para hepatite D

Não há um tratamento específico para a condição e o que está disponível é baseado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções

Com o objetivo de controlar os danos ao fígado, a terapia é feita com medicamentos como os antivirais alfapeginterferona 2a, alfapeginterferona 2b e entecavir e com o antirretroviral tenofovir. Ainda, nos casos mais graves pode ser necessário o transplante de fígado.

Além disso, é importante que os (as) pacientes diagnosticados com a condição evitem o consumo de bebidas alcóolicas para não sobrecarregar o fígado, órgão acometido pela doença. 

Hepatite D tem cura?

Não há cura para a hepatite delta. Porém, como mencionado anteriormente, o tratamento disponível busca reduzir os prejuízos causados pela condição ao fígado. 

Complicações

A hepatite delta pode causar algumas complicações graves. O tipo crônico da condição é visto como o mais grave das hepatites virais crônicas, visto que tem chances maiores de progredir para cirrose, hepatite fulminante (condição que tem complicações como a encefalopatia hepática), carcinoma hepatocelular (CHC) e óbito.

Como prevenir a hepatite D?

A maneira mais eficaz de prevenir a hepatite D é se vacinar contra o vírus da hepatite B

A vacina é indicada para pessoas de todas as idades e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Verifique se o seu cartão de vacina está atualizado e, caso não, procure a unidade de saúde mais próxima!

Outras medidas que podem ser tomadas para prevenir a infecção são: 

  • Usar preservativo;
  • Não compartilhar itens de uso pessoal, como alicates, lâminas de barbear e escovas de dentes;
  • Realizar o pré-natal e exames para o diagnóstico de infecções.
A melhor maneira de prevenir a doença é com a vacina contra hepatite B.

Existe vacina para hepatite D?

Não existe vacina para hepatite D. No entanto, como mencionado anteriormente, a prevenção da condição se dá a partir da vacina para hepatite B, visto que o vírus da hepatite D não infecta o organismo individualmente.

Além disso, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de infecções pelo vírus D da hepatite teve uma queda significativa desde a década de 1980, devido a campanhas de vacinação para o vírus B.

Leia também: Gordura no fígado: graus, sintomas, causas, tratamento e +

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Evitar comportamentos de risco é uma maneira de prevenir a infecção pelo vírus HDV, portanto, evite compartilhar itens de uso pessoal e apenas faça piercings e tatuagens em locais regulamentados, seguros e bem higienizados!

Caso surjam maiores dúvidas a respeito da condição, entre em contato com um (a) médico (a) hepatologista.

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