Saúde

Gripe Espanhola: o que causou e como foi controlada

Publicado em: 13/12/2022Última atualização: 15/12/2022
Publicado em: 13/12/2022Última atualização: 15/12/2022
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gripe espanhola foi a primeira e mais mortal pandemia de gripe do século 20. A crise de saúde pública que teve início no ano de 1918, era transmitida com extrema facilidade e devido a isso, foram registrados casos no mundo todo. 

Apesar de ser chamada de gripe espanhola, pesquisadores afirmam que a Espanha provavelmente não foi o local de origem da condição, visto que esta já estava presente na Europa cerca de 2 meses antes de atingir o país.

Não se sabe exatamente a origem do vírus, porém alguns especialistas acreditam que este possa ter surgido em países como França, Estados Unidos, Vietnam ou China. O que se sabe é que a condição foi registrada pela primeira vez no mês de março de 1918 em um acampamento militar no estado do Kansas, nos Estados Unidos.

No entanto, a condição recebeu seu nome devido ao fato de que a Espanha era um país neutro durante a Primeira Guerra Mundial, período que coincide com o ano de início da pandemia, e não havia a censura de seus meios de imprensa. Portanto, o país noticiava ampla e livremente a gripe e as mortes causadas por ela enquanto outros países não faziam o mesmo, o que levou a população a acreditar que o vírus se originou na região.

No artigo a seguir, você encontra mais informações a respeito da pandemia, como surgiu, sintomas, quanto tempo durou e as principais mudanças no mundo após o período. 

Índice - Neste artigo, você vai encontrar:

  1. Como surgiu a gripe espanhola?
  2. Sintomas da gripe espanhola
  3. Tratamento
  4. Quanto tempo durou a gripe espanhola?
  5. Como a gripe espanhola foi controlada?
  6. Mortalidade
  7. O mundo após a gripe espanhola

Como surgiu a gripe espanhola?

A pandemia da gripe espanhola foi causada por um vírus Influenza A do subtipo H1N1 que pesquisadores acreditam ser de origem aviária. Devido ao fato do vírus ser novo na época, pouquíssimas ou quase nenhuma pessoa tinha imunidade contra ele, o que explica a vulnerabilidade da população.

A transmissão deste vírus ocorria por meio do contato com as secreções das vias respiratórias como gotículas e mucosa.

Além disso, o vírus era transmitido muito rapidamente, como mencionado anteriormente, o primeiro caso registrado ocorreu em março de 1918 nos Estados Unidos e no mês de junho já havia se espalhado por países da Europa, África, Ásia e Oceania. 

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Sintomas da gripe espanhola

Os sintomas da condição se assemelhavam aos de uma gripe comum, mas eram consideravelmente mais graves e, em alguns casos, surgiam de maneira aguda. Entre eles estão:

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Tratamento

Não havia na época alguns medicamentos, como os antibióticos, para o tratamento eficaz dos sintomas e possíveis complicações da gripe espanhola. Além disso, não existiam unidades de tratamento intensivo (UTIs) e aparelhos de ventilação mecânica (respiradores). 

Devido a isso, o tratamento era feito por meio de medidas como hidratação, repouso e cuidados de enfermagem. Ademais, os (as) profissionais utilizavam os medicamentos e procedimentos disponíveis na época como antissépticos, desinfetantes com iodo, mercúrio, arsênico, inalações mentoladas, cataplasmas e aplicações de oxigênio. 

Leia também: Gripe H1N1 (suína): sintomas, contágio, tratamentos, vacina

Quanto tempo durou a gripe espanhola?

A gripe espanhola aconteceu durante os anos de 1918 e 1919, porém alguns pesquisadores consideram 1920 como o ano de término. Além disso, a pandemia teve 3 ondas:

  • Primeira onda: ocorreu de março a julho de 1918, neste período, a condição era noticiada como uma enfermidade benigna; 
  • Segunda onda: ocorreu de agosto a dezembro de 1918, período com maior letalidade e número de casos;
  • Terceira onda: teve início na Austrália em novembro de 1918 e se espalhou pelo mundo, durando até maio de 1919 em alguns locais e até o ano de 1920 em outros. 

A condição alcançou o Brasil em setembro de 1918, durante a segunda onda da pandemia. 

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Como a gripe espanhola foi controlada?

O controle da doença foi especialmente afetado devido ao fato de não existirem na época antibióticos e vacinas contra a gripe, além das condições sanitárias precárias e da pobreza da população.

Além disso, durante a gripe espanhola também houve uma grande onda de negacionismo e desinformação a respeito das medidas de prevenção. O que demonstrou outro impedimento no controle da pandemia. 

Entre as medidas tomadas por alguns governos para controlar a pandemia estão:

  • Isolamento e quarentena;
  • Higienizar as mãos frequente e corretamente;
  • Usar luvas e máscaras;
  • Proibição de alguns eventos;
  • Desinfecção do transporte público;
  • Não cuspir na rua e em público (hábito que era comum na época);
  • Evitar frequentar locais com grande aglomeração de pessoas.

Mortalidade

Estima-se que a gripe espanhola infectou 500 milhões de pessoas, o que correspondia a cerca de 30% ou um terço da população mundial na época. O número de óbitos causados pela condição é de cerca de 50 milhões de pessoas. 

A pandemia matou mais indivíduos do que a Primeira Guerra Mundial, que aconteceu entre 1914 e 1918, e matou entre 10 e 20 milhões de pessoas.

A condição desencadeava uma pneumonia e outros problemas respiratórios que resultavam em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, algumas pessoas morriam no mesmo dia em que contraiam o vírus ou em cerca de 24 a 48 horas após. 

Crianças menores de 5 anos e idosos acima de 65 anos eram considerados grupos de risco mas, apesar disso, a gripe também levou a óbito adultos saudáveis entre 20 e 40 anos de idade. A morte de indivíduos saudáveis é considerado um fator que diferenciou esta pandemia das anteriores.

Alguns fatores contribuíram para que a condição fosse tão devastadora, entre eles estão o tipo de moradias na época, no qual havia muitas pessoas e animais dividindo o mesmo espaço, o que facilitava a transmissão. 

Outro fator foi o fato de que a Primeira Guerra Mundial proporcionou condições adequadas para a transmissão do vírus. Devido às condições de alojamento dos soldados que viviam aglomerados e à baixa higiene, os problemas psicológicos, de nutrição e de imunidade que os tornavam mais vulneráveis à infecção pelo vírus.

Além de tudo, a doença se disseminou pelo mundo inteiro em pouco tempo por meio do transporte de soldados em portos.

Mortalidade no Brasil

No Brasil, estima-se que a condição matou entre 35 a 300 mil pessoas, o número não é exato, pois diversas mortes não foram informadas às autoridades.

As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo foram gravemente atingidas. E além disso, no país a doença chegou a levar a óbito o Presidente reeleito, Rodrigues Alves, antes de o mesmo tomar posse.

O mundo após a gripe espanhola

Após a pandemia, diversos hábitos foram adotados pela população, entre eles estão higienizar corretamente as mãos, ventilar os ambientes e cobrir a boca ao tossir e espirrar. 

Foram registrados outros casos de surtos de gripe após a gripe espanhola, entre eles a Gripe Asiática (1957-1958), Gripe de Hong Kong (1968-1969), Gripe Russa (1977-1978), Gripe Aviária (2003-2004) e a pandemia de 2009, popularmente conhecida como Gripe Suína. 

É importante ressaltar que foram criados tratamentos eficazes para o vírus da Influenza A subtipo H1N1, além disso, há hoje em dia uma vacina para prevenir a infecção. Além disso, são realizadas campanhas anuais de vacinação contra os vírus Influenza. 

Leia também: Varíola dos macacos: o que é e como acontece a transmissão?

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Devido aos avanços da ciência, medicina e farmacologia, diversos recursos estão disponíveis para o controle, tratamento e prevenção de doenças nos tempos atuais. 

No site e nas redes sociais do Minuto Saudável você encontra diversos conteúdos sobre saúde, doenças, sintomas, tratamentos e bem-estar. 

Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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