A gripe espanhola foi a primeira e mais mortal pandemia de gripe do século 20. A crise de saúde pública que teve início no ano de 1918, era transmitida com extrema facilidade e devido a isso, foram registrados casos no mundo todo.
Apesar de ser chamada de gripe espanhola, pesquisadores afirmam que a Espanha provavelmente não foi o local de origem da condição, visto que esta já estava presente na Europa cerca de 2 meses antes de atingir o país.
Não se sabe exatamente a origem do vírus, porém alguns especialistas acreditam que este possa ter surgido em países como França, Estados Unidos, Vietnam ou China. O que se sabe é que a condição foi registrada pela primeira vez no mês de março de 1918 em um acampamento militar no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
No entanto, a condição recebeu seu nome devido ao fato de que a Espanha era um país neutro durante a Primeira Guerra Mundial, período que coincide com o ano de início da pandemia, e não havia a censura de seus meios de imprensa. Portanto, o país noticiava ampla e livremente a gripe e as mortes causadas por ela enquanto outros países não faziam o mesmo, o que levou a população a acreditar que o vírus se originou na região.
No artigo a seguir, você encontra mais informações a respeito da pandemia, como surgiu, sintomas, quanto tempo durou e as principais mudanças no mundo após o período.
Índice - Neste artigo, você vai encontrar:
A pandemia da gripe espanhola foi causada por um vírus Influenza A do subtipo H1N1 que pesquisadores acreditam ser de origem aviária. Devido ao fato do vírus ser novo na época, pouquíssimas ou quase nenhuma pessoa tinha imunidade contra ele, o que explica a vulnerabilidade da população.
A transmissão deste vírus ocorria por meio do contato com as secreções das vias respiratórias como gotículas e mucosa.
Além disso, o vírus era transmitido muito rapidamente, como mencionado anteriormente, o primeiro caso registrado ocorreu em março de 1918 nos Estados Unidos e no mês de junho já havia se espalhado por países da Europa, África, Ásia e Oceania.
Os sintomas da condição se assemelhavam aos de uma gripe comum, mas eram consideravelmente mais graves e, em alguns casos, surgiam de maneira aguda. Entre eles estão:
Não havia na época alguns medicamentos, como os antibióticos, para o tratamento eficaz dos sintomas e possíveis complicações da gripe espanhola. Além disso, não existiam unidades de tratamento intensivo (UTIs) e aparelhos de ventilação mecânica (respiradores).
Devido a isso, o tratamento era feito por meio de medidas como hidratação, repouso e cuidados de enfermagem. Ademais, os (as) profissionais utilizavam os medicamentos e procedimentos disponíveis na época como antissépticos, desinfetantes com iodo, mercúrio, arsênico, inalações mentoladas, cataplasmas e aplicações de oxigênio.
Leia também: Gripe H1N1 (suína): sintomas, contágio, tratamentos, vacina
A gripe espanhola aconteceu durante os anos de 1918 e 1919, porém alguns pesquisadores consideram 1920 como o ano de término. Além disso, a pandemia teve 3 ondas:
A condição alcançou o Brasil em setembro de 1918, durante a segunda onda da pandemia.
O controle da doença foi especialmente afetado devido ao fato de não existirem na época antibióticos e vacinas contra a gripe, além das condições sanitárias precárias e da pobreza da população.
Além disso, durante a gripe espanhola também houve uma grande onda de negacionismo e desinformação a respeito das medidas de prevenção. O que demonstrou outro impedimento no controle da pandemia.
Entre as medidas tomadas por alguns governos para controlar a pandemia estão:
Estima-se que a gripe espanhola infectou 500 milhões de pessoas, o que correspondia a cerca de 30% ou um terço da população mundial na época. O número de óbitos causados pela condição é de cerca de 50 milhões de pessoas.
A pandemia matou mais indivíduos do que a Primeira Guerra Mundial, que aconteceu entre 1914 e 1918, e matou entre 10 e 20 milhões de pessoas.
A condição desencadeava uma pneumonia e outros problemas respiratórios que resultavam em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, algumas pessoas morriam no mesmo dia em que contraiam o vírus ou em cerca de 24 a 48 horas após.
Crianças menores de 5 anos e idosos acima de 65 anos eram considerados grupos de risco mas, apesar disso, a gripe também levou a óbito adultos saudáveis entre 20 e 40 anos de idade. A morte de indivíduos saudáveis é considerado um fator que diferenciou esta pandemia das anteriores.
Alguns fatores contribuíram para que a condição fosse tão devastadora, entre eles estão o tipo de moradias na época, no qual havia muitas pessoas e animais dividindo o mesmo espaço, o que facilitava a transmissão.
Outro fator foi o fato de que a Primeira Guerra Mundial proporcionou condições adequadas para a transmissão do vírus. Devido às condições de alojamento dos soldados que viviam aglomerados e à baixa higiene, os problemas psicológicos, de nutrição e de imunidade que os tornavam mais vulneráveis à infecção pelo vírus.
Além de tudo, a doença se disseminou pelo mundo inteiro em pouco tempo por meio do transporte de soldados em portos.
No Brasil, estima-se que a condição matou entre 35 a 300 mil pessoas, o número não é exato, pois diversas mortes não foram informadas às autoridades.
As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo foram gravemente atingidas. E além disso, no país a doença chegou a levar a óbito o Presidente reeleito, Rodrigues Alves, antes de o mesmo tomar posse.
Após a pandemia, diversos hábitos foram adotados pela população, entre eles estão higienizar corretamente as mãos, ventilar os ambientes e cobrir a boca ao tossir e espirrar.
Foram registrados outros casos de surtos de gripe após a gripe espanhola, entre eles a Gripe Asiática (1957-1958), Gripe de Hong Kong (1968-1969), Gripe Russa (1977-1978), Gripe Aviária (2003-2004) e a pandemia de 2009, popularmente conhecida como Gripe Suína.
É importante ressaltar que foram criados tratamentos eficazes para o vírus da Influenza A subtipo H1N1, além disso, há hoje em dia uma vacina para prevenir a infecção. Além disso, são realizadas campanhas anuais de vacinação contra os vírus Influenza.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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