A fimose pode gerar dúvidas em muitas pessoas, sobretudo naquelas que nasceram com o sistema reprodutor masculino. Caracterizada pela dificuldade ou impossibilidade de retrair o prepúcio (pele que cobre a glande do pênis), a fimose não é uma doença, mas sim uma condição médica que pode ou não trazer complicações, físicas e psicológicas, para o(a) paciente.
O quadro é comum na infância, mas tende, na maioria das vezes, a desaparecer conforme a criança cresce. Porém, se até a adolescência o quadro ainda estiver presente, pode ser necessário recorrer à cirurgia. Em alguns casos, a fimose pode levar a problemas de higiene, infecções e desconforto durante a relação sexual.
Na Classificação Internacional de Doenças número 10 (CID-10), a fimose pode ser encontrada através do código N47. Continue lendo o artigo para saber mais sobre essa condição, como funciona e o que fazer quando se torna um incômodo.
Índice — Neste artigo, você encontrará as seguintes informações:
A fimose é uma condição em que a pessoa apresenta dificuldade ou incapacidade de retrair o prepúcio, nome técnico dado à pele que cobre a glande (popularmente chamada de cabeça do pênis).
Normalmente, os bebês nascem com a fimose, o que é natural. Até a adolescência, o órgão está em desenvolvimento, período em que pode ser notada a presença de células do epitélio mucoso, responsável por, junto à umidade natural da região, criar uma aderência entre prepúcio e glande.
Isso significa dizer que é perfeitamente normal a dificuldade ou incapacidade de retrair o prepúcio até uma certa idade, pois está literalmente “grudado” à glande, processo chamado de “fimose fisiológica”. Inclusive, forçar essa retração pode causar dor ou mesmo algum tipo de lesão no órgão.
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Existem 4 tipos diferentes de fimose. São eles:
Fimose fisiológica é o nome dado à condição natural que pode ser observada desde o nascimento, sendo causada por mecanismos do próprio organismo. É normal e o esperado é desapareça com o tempo, efeito auxiliado pelos processos recorrentes de ereção.
Quando a fimose fisiológica persiste, poderá ser diagnosticada a condição médica, classificada em cinco graus:
A fimose secundária se diferencia da congênita por ser um tipo que surge ao longo da vida, o que pode acontecer como consequência de traumas, ferimentos, infecções ou até mesmo por questões relacionadas à fisiologia e anatomia do pênis.
Existe a chamada fimose feminina. Mais rara do que a masculina, ela acontece quando os pequenos lábios da vagina ficam fechados, bloqueando o orifício vaginal.
A fimose fisiológica é natural. O prepúcio tem a função de cobrir o pênis, protegendo-o do atrito, sol, de impactos e da desidratação, além de facilitar a vida sexual.
Quando o bebê nasce, costuma haver uma aderência do prepúcio à glande. Essa aderência é necessária para a proteção prepucial nos primeiros anos de vida, o que é especialmente importante, já que a região peniana é muito sensível. Entretanto, conforme o tempo passa, ela precisa permitir que a glande seja exposta.
Não se sabe com certeza o que causa a fimose em bebês ou o que faz com que ela não se desfaça sozinha nos primeiros anos. Entretanto, médicos acreditam que isso acontece por uma série de fatores, podendo ser congênito (desde o nascimento) ou devido a assaduras causadas por uma higienização peniana mal realizada.
A fimose não tratada na infância costuma seguir a pessoa da adolescência até a vida adulta. Entretanto, é possível que ela apareça durante a vida adulta, mesmo que tenha se desfeito no decorrer dos primeiros anos de vida.
Isso costuma ser causado por infecções na glande ou no prepúcio, ou por cicatrizações de ferimentos que podem ocorrer das mais variadas formas.
Os fatores de risco para fimose em crianças não são conhecidos e não existe uma relação hereditária, o que significa dizer que uma pessoa com fimose não irá “passar” isso para seu(a) filho(a).
Em adultos, os fatores de risco podem estar associados a diversas doenças e condições, lista que coincide parcialmente com as causas da fimose secundária, incluindo infecções, inflamações, traumas, câncer e diabetes, entre outros. No entanto, o desenvolvimento da região prepucial pode ser afetada por inúmeros fatores, dificultando a definição exata de fatores de risco.
Geralmente, a fimose não apresenta sintomas além das citadas características envolvendo o prepúcio e a exposição da glande. No entanto, alguns casos podem apresentar sintomas concomitantes, tais como:
O diagnóstico pode ser feito pelo médico clínico geral ou urologista. O exame físico é o bastante para o diagnóstico, podendo detectar também complicações da fimose, como balanopostite, parafimose e câncer de pênis.
O(a) médico(a) irá analisar a pele, tentar expor a glande e, se houver sinais de dificuldade no processo de retração, poderá ser realizado o diagnóstico de fimose, definindo também seu grau e tipo.
A diferenciação entre os graus da fimose é relevante para determinação do tratamento mais adequado. Se a criança tiver menos de 5 anos, é feita a observação e acompanhamento do caso. A partir dessa idade, pode ser indicado o tratamento com pomadas, enquanto a cirurgia passa a ser cogitada quando não há melhora com a aplicação da medicação.
Sim, a fimose tem cura. Geralmente, a do tipo fisiológica se resolve sozinha. Nos casos da fimose secundária, as causas podem ser tratadas e pomadas podem ser usadas para que a pele permita a passagem da glande. Caso necessário, pode-se recomendar a postectomia, uma cirurgia que remove o prepúcio, resolvendo definitivamente a fimose.
Existem dois tipos de tratamento que podem ser usados para curar a fimose. São os seguintes:
Existem pomadas específicas para o tratamento da fimose. Enriquecidas com corticoides e outros princípios ativos, elas são usadas para tornar a pele mais maleável, facilitando a passagem da glande pelo prepúcio. Esses medicamentos de uso tópico são indicadas principalmente para casos de fimose leve a moderada.
A postectomia é o nome dado à cirurgia de remoção do prepúcio. Ela é realizada no hospital, pelo cirurgião pediatra, quando em crianças, e pelo urologista, quando em adultos.
É uma cirurgia simples e o paciente costuma receber alta no mesmo dia. Ela é recomendada para crianças com fimose entre os 7 e 10 anos, já que, nessa idade, a recuperação é fácil e a criança ainda não entrou na adolescência, o que pode dificultar a cicatrização.
Com anestesia geral ou local, um corte é feito no prepúcio para abri-lo e descolá-lo da glande. Em seguida, outro corte é realizado para a remoção do excesso de pele. São colocados pontos para acelerar a cicatrização, que acontece em poucos dias.
A circuncisão, por outro lado, é conhecida como um costume judeu, realizado como ritual religioso, ainda que possa ser sinônimo de “postectomia” em diversos contextos. O procedimento também é costumeiro nos Estados Unidos e em outras culturas ao redor do mundo.
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Conviver com a fimose é uma opção, sobretudo para quem quer evitar a cirurgia e para quem apresenta um quadro mais ameno e menos incômodo.
Pode haver riscos maiores de infecção e inflamações devido a dificuldades higiênicas, mas manter o pênis limpo, nesses casos, não é impossível, só um pouquinho menos prático.
Alguns graus de fimose, entretanto, podem causar sérios problemas se ignorados e o tratamento que visa curá-la é especialmente recomendado pelos médicos.
Se houver a necessidade da cirurgia, a fimose deixa de ser um problema. É necessário se acostumar com a diferença de sensibilidade e o uso de lubrificantes pode ser um importante aliado durante a relação sexual, inclusive na masturbação.
Caso você tenha fimose, lembre-se de fazer a higienização peniana com cuidado. É preciso garantir que o pênis está o mais limpo possível para evitar complicações. Converse com um profissional especializado para saber qual o procedimento ideal para o seu caso, evitando também os problemas causados pelo excesso de higienização
Caso ignorada, algumas fimoses podem desenvolver complicações sérias como:
É possível que bactérias se multipliquem no espaço entre a glande e o prepúcio sem que a pessoa perceba, já que a fimose dificulta a higiene da região. Estas infecções podem se tornar bastante sérias, principalmente se não forem tratadas no princípio.
A parafimose é a principal complicação a curto prazo e ocorre quando o prepúcio não consegue ser puxado de volta para cobrir a glande, com a pele formando um anel firme que aperta a ponta do pênis. A parafimose é considerada uma emergência urológica e ajuda médica deve ser buscada diante dos sintomas.
Se não tratada, essa complicação pode evoluir para a necrose, o processo de morte do tecido. Quando uma infecção fica muito grave, acomete a fimose ou quando há bloqueio dos vasos sanguíneos da glande, existe o risco de que os tecidos dessa região comecem a morrer.
Isso é extremamente grave por levar ao apodrecimento do órgão, o que pode causar outras infecções e até levar à morte. Nos quadros mais extremos, a glande precisa ser amputada.
Enquanto a fimose fisiológica não pode ser prevenida, porque é uma condição natural, a secundária pode. A prevenção se dá por meio de hábitos profiláticos:
Não tem segredo. Para evitar a fimose secundária adulta, a higiene é fundamental. Limpar o pênis, especialmente dentro do prepúcio, evita infecções.
Algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem causar infecções penianas. O melhor meio de evitá-las é fazendo uso de preservativo durante as atividades sexuais.
Não, o sexo não tira ou cura a fimose. Inclusive, existe a chance de piorá-la, já que pode puxar o prepúcio caso a lubrificação não seja suficiente, causando dor e lesões que podem piorar a condição. Entretanto, isso não é comum. O mais frequente é que não haja qualquer consequência para o sexo com fimose.
Não. O principal fator que define o tamanho do pênis é a genética. A fimose não altera o tamanho do pênis de maneira alguma.
Também não. A cirurgia remove o prepúcio, mas ele não influencia o tamanho do pênis, assim como sua falta também não influenciará.
A idade recomendada por médicos para a realização da cirurgia é entre os 7 e os 10 anos. Nessa idade a criança já entende que o procedimento está sendo feito para ajudá-la, ao mesmo tempo em que ainda não entrou na adolescência, que trará diversas mudanças ao corpo e ao órgão sexual dela.
Não é necessário. Se a pele extra não atrapalha a limpeza da região e nem causa desconforto durante a relação sexual, é provável que não haja necessidade cirúrgica. Entretanto, só um(a) profissional de saúde pode determinar o que é melhor para o seu caso.
Massagens não ajudam com a fimose e podem até piorar a situação. O esforço pode causar pequenas feridas na pele do prepúcio que, ao cicatrizar, perde elasticidade e prejudica a exposição da glande. As massagens, portanto, devem ser evitadas.
O processo após a cirurgia tende a ser simples. Em geral, após 10 dias, a região já está recuperada, sem inchaço e sem dor. Após esse tempo, as atividades podem ser retomadas gradualmente, mas aquelas que oferecem riscos de lesões ou traumas devem ser evitadas, como, por exemplo, a realização esportes.
A fimose é uma condição médica com diversas manifestações, causas, tipos e complicações. Apesar dos tabus e inúmeras dúvidas, a maioria dos casos não causa danos aos pacientes.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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