A donovanose, também conhecida como granuloma venéreo ou inguinal, é uma infecção sexualmente transmissível (IST) benigna e crônica que causa úlceras e destrói a pele e mucosas da região íntima feminina e masculina.
Comum em países de clima tropical e subtropical, a doença possui baixa incidência, mas tem apresentado aumento dos casos ao redor do mundo nos últimos anos e levantado preocupação por parte dos órgãos de saúde.
Para saber como identificar os sintomas e como prevenir a doença, continue acompanhando o artigo!
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
- O que causa a donovanose?
- Como acontece a transmissão da donovanose?
- Grupos de risco
- Donovanose e gestação
- Qual a relação da donovanose com o HIV?
- Sintomas
- Como é feito o diagnóstico de donovanose?
- Tratamento
- Donovanose tem cura?
- Como prevenir a donovanose?
- Complicações
O que causa a donovanose?
O agente etiológico, ou seja, o microorganismo causador da donovanose é a bactéria Klebsiella granulomatis. O tempo de incubação da doença, ou seja, o período em que ela se desenvolve no organismo e começa a manifestar sintomas, é de 30 dias a 6 meses.
Isso quer dizer o (a) paciente pode manifestar sintomas de 30 dias a 6 meses após contrair a bactéria.
Como acontece a transmissão da donovanose?
Por se tratar de uma IST (infecção sexualmente transmissível), a transmissão acontece por meio de relação sexual desprotegida, ou seja, sem preservativo. Contudo, alguns casos clínicos relatados nos últimos anos sugerem que o contato com a pele infectada também é um meio de transmissão.
Ainda não se sabe se a transmissibilidade da doença acontece apenas enquanto há feridas ou caroços.
Grupos de risco
A doença acomete ambos os sexos, mas é mais comum em homens, além de grupos vulneráveis socialmente, sem acesso à higiene básica.
Donovanose e gestação
A gestação pode agravar ainda mais as lesões existentes causadas pela doença e contribuir para o surgimento de outras. Portanto, o acompanhamento médico é fundamental em toda a gestação para preservar o bem-estar da mãe e do bebê.
Além disso, a recomendação em casos de risco de ruptura das lesões é que o parto normal seja substituído pela cesárea.
A donovanose pode levar ao aborto?
Quando tratada de forma correta e com acompanhamento médico, a donovanose não traz riscos ao bebê. Contudo, se as lesões forem internas, há sim o risco para a gestação, ou seja, para o desenvolvimento do bebê e para o parto.
Donovanose pode passar para o bebê?
Se as feridas forem externas e alguns cuidados forem tomados no parto, não. Mas é importante que a equipe médica tenha conhecimento da doença para que a exposição do bebê às feridas externas não ocorra.
Qual a relação da donovanose com o HIV?
Por se tratar de uma doença que debilita o sistema imunológico (imunidade) e que causa lesões que ficam expostas, o (a) paciente com donovanose fica vulnerável a outras doenças, como é o caso do HIV.
Portanto, pessoas diagnosticadas com a doença possuem sim maior risco de contrair o HIV.
Leia também: DST (IST): tipos, sintomas, exames, prevenção, tem cura?
Sintomas
As feridas avermelhadas na região íntima são as mais características, mas alguns outros sintomas podem acompanhar a doença. Confira a seguir alguns deles:
- Úlceras indolores na região íntima que aumentam com o passar do tempo;
- Feridas ou caroços avermelhados e indolores que também crescem com o tempo e que sangram com facilidade;
- Feridas ou caroços avermelhados e indolores que surgiram, primeiramente, na região íntima e que se espalharam para outras regiões do corpo.
Se você identificou algum dos sintomas descritos acima, procure ajuda médica imediatamente!
Como é feito o diagnóstico de donovanose?
O diagnóstico deve ser feito por um (a) médico (a) ginecologista ou urologista, que além de analisar visualmente as feridas, pode solicitar alguns exames para chegar a um diagnóstico mais preciso.
A biópsia é comumente solicitada nesse caso, pois é a partir da remoção de uma pequena amostra da ferida que o diagnóstico é fechado. Portanto, é a partir da certeza do diagnóstico que o tratamento começa.
Tratamento
O protocolo para tratamento da Donovanose no Brasil conta com o uso de Eritromicina, um antibiótico. A dosagem recomendada é de 500mg de 6 em 6 horas durante 21 dias ou até os sintomas cessarem.
Vale lembrar que antibióticos só podem ser vendidos e consumidos com prescrição médica!
Por fim, a remoção cirúrgica das lesões pode ser recomendada em casos específicos.
Donovanose tem cura?
Sim, a donovanose tem cura, mas desde que tratada da forma correta e seguindo à risca as instruções do (a) médico (a). Considera-se a cura quando o (a) paciente não apresenta mais feridas e caroços na região íntima.
Como prevenir a donovanose?
A melhor forma de prevenir a donovanose é usando preservativo em todas as relações sexuais. Além disso, é preciso evitar relações sexuais enquanto as feridas estiverem aparentes e enquanto o tratamento estiver em andamento.
Ter bons hábitos de higiene, além de ir ao ginecologista ou urologista quando apresentar algum sintoma adverso na região íntima, também ajuda a prevenir a doença.
Complicações
A donovanose pode deixar algumas sequelas, como inchaço das genitálias, fibrose (cicatriz grossa) e deformidades nas regiões acometidas, como fimose no caso dos homens.
Além disso, câncer, o acometimento de outros órgãos devido ao avanço da doença e amputação da genitália masculina também são possíveis em casos avançados, onde boa parte da região foi comprometida.
Assim como qualquer Infecção Sexualmente Transmissível, a donovanose pode ser prevenida com medidas muito simples, como o uso de preservativo nas relações sexuais e visitas regulares ao ginecologista ou urologista.
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Referências
- Granuloma Inguinal Ou Donovanose: Conheça — Dra. Keilla Freitas;
- Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – Donovanose — Ministério da Saúde;
- Donovanose — Jornal Brasileiro de DST;
- Doenças Sexualmente Transmissíveis em Gestantes — Prefeitura Municipal e Secretaria de Saúde de Belém;
- Klebsiella granulomatis infection in a patient with human immunodeficiency virus infection — Scielo Brazil;
- Aspectos Clínicos e Epidemiológicos da Donovanose — Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CEMERJ);