Ter uma relação saudável e respeitosa com o próprio corpo é essencial. É comum que não estejamos 100% satisfeitos com o nosso corpo, porém, quando o incômodo se torna uma necessidade de mudança e começa a causar prejuízo psicológico e na vida social, esse sentimento é considerado uma patologia: a dismorfia corporal.
Para saber mais sobre dismorfia corporal, o que é, sintomas e qual o tratamento recomendado, continue acompanhando o artigo!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A dismorfia corporal é uma condição na qual a pessoa vê defeitos que não existem em seu corpo ou se incomoda demasiadamente com alguma de suas características físicas. Frequentemente, pacientes se referem aos seus “defeitos” como deformidades monstruosas e repugnantes.
Essa condição é descrita no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-V) como transtorno disfórico corporal, e afeta cerca de 2% da população, sendo homens e mulheres atingidos na mesma proporção.
Seu início acontece geralmente na adolescência, e aproximadamente 70% dos casos apresentados se manifestam antes dos 18 anos. Já o surgimento tem influência em fatores hereditários, psicológicos, sociais e, principalmente, estereótipos sociais.
Além disso, uma das razões está ligada à adolescência, devido às mudanças físicas e psicológicas, que direcionam a atenção para os detalhes mínimos e passam a entendê-los como anormalidades.
Há casos em que características do corpo, como pintas e cicatrizes, que frequentemente são insignificantes para outras pessoas, mas o (a) próprio (a) paciente as coloca como defeitos muito aparentes e que, na visão dele (a), são notados por todas as pessoas.
Na maioria dos casos, os defeitos são na região do rosto ou da cabeça. Contudo, são comuns preocupações em relação ao cabelo, pigmentação da pele, tamanho e formato dos seios e das nádegas, músculos (dismorfia muscular, mais frequente em homens), entre outros.
O transtorno dismórfico corporal pode levar a uma série de consequências, como depressão, ansiedade, procedimentos estéticos desnecessários e/ou ineficazes, hospitalizações frequentes e prejuízos na vida social.
A dismorfia corporal é diferente da disforia de gênero, pois ocorre independentemente da identidade de gênero da pessoa. A disforia de gênero está ligada a insatisfação com o próprio corpo e ligada a uma identificação com outro gênero.
Os transtornos alimentares também são frequentemente confundidos com o transtorno dismórfico corporal. Embora pessoas com transtornos alimentares relacionados ao peso possam ter um certo grau de dismorfia corporal, o diagnóstico é diferente.
Não gostar de alguns traços corporais é completamente normal, desde que ele não impacte na qualidade de vida. Com base nisso, a dismorfia corporal desenvolve sintomas que interferem na vida do (a) paciente. Entre os sintomas do transtorno estão:
Caracterizada por uma grande angústia e inquietação acerca da suposta falha física, que pode ser real (porém imperceptível ou ignorada pelos outros) ou completamente imaginária.
Os pensamentos sobre o suposto defeito podem ser extremamente invasivos, de modo que a pessoa pode não conseguir parar de pensar nele. Assim, pode ficar constantemente pedindo opinião ou tentando convencer outras pessoas a verem seu "defeito".
Checar a aparência constantemente durante o dia pode ser um sintoma de dismorfia corporal, bem como perder muito tempo durante o dia tentando disfarçar a imperfeição.
Um sofrimento clinicamente significativo causado pelo suposto "defeito" é um sinal muito forte de uma dismorfia corporal. A pessoa se sente mal por se sentir assim, sabendo que é uma reação exagerada, mas não tem controle sobre esse sofrimento.
Quando a angústia em relação ao suposto defeito é muito grande, a pessoa pode deixar de sair de casa, evitar situações sociais, isolar-se, entre outros. Quando isso ocorre, é possível que a pessoa tenha prejuízos na carreira e na vida acadêmica.
Alguns (as) pacientespodem ter uma obsessão com a aparência e checá-la inúmeras vezes ao dia, enquanto outros podem apresentar justamente o contrário e fugir de qualquer superfície reflexiva!
O diagnóstico do transtorno dismórfico corporal nem sempre é muito fácil, pois a pessoa muitas vezes não tem noção que está sofrendo com um transtorno mental.
Frequentemente, esteticistas e cirurgiões plásticos fazem o encaminhamento para um profissional da saúde mental quando desconfiam que o paciente sofre de dismorfia corporal.
Dentre os critérios diagnósticos do transtorno dismórfico corporal estão:
O diagnóstico é feito a partir do relato do (a) paciente, levando em consideração sua história de vida e o nível de sofrimento que é expressado.
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O tratamento geralmente é feito a partir de terapia e, caso seja necessário, medicamentos antidepressivos podem ser prescritos pelo (a) psiquiatra.
A terapia cognitivo comportamental é uma das frequentemente indicadas para tratar esse transtorno, devido às evidências científicas de sua eficácia. O objetivo é uma reestruturação cognitiva, auxiliando o (a) paciente a mudar sua visão acerca do mundo, dos outros e de si mesmo.
Por meio de técnicas, a pessoa aprende a reconhecer e lidar com pensamentos obsessivos sobre seu corpo e seus “defeitos”. Com isso, é realizada a reestruturação dos pensamentos negativos, trazendo alívio para a angústia causada pelo transtorno.
A terapia cognitivo comportamental também pode ajudar a lidar com os comportamentos repetitivos, que acabam reforçando a dismorfia corporal. Em casos mais graves, medicamentos antidepressivos podem ajudar a combater os sintomas obsessivos.
É comum que as pessoas desejem mudar alguma parte do corpo — isso nem sempre representa um problema. Porém, quando esse desejo é persistente, afetando a rotina saudável da pessoa, ou há um exagero em relação à visão de si, isso pode indicar um quadro de dismorfia corporal.
Assim, é importante buscar auxílio médico e psicológico, de forma que a saúde mental e física sejam preservadas.
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Esp. Thayna Rose
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