A levedura Candida auris é uma infecção causada por fungos, que podem afetar diferentes partes do corpo: corrente sanguínea, ouvidos, sistema respiratório e bexiga. Além disso, ainda podem causar ou agravar infecções em feridas.
O problema que preocupa os cientistas é que esse microrganismo é mais forte que os medicamentos disponíveis. Parece que o micróbio tem um comportamento semelhante às bactérias, sendo capaz de criar resistência aos tratamentos.
Por isso, a Candida auris é quase invencível. A cada 3 pessoas que contraem essa levedura, 1 morre. O que mais intriga os médicos é o mistério. Ainda não se sabe como ela começou a existir, quais medicamentos poderiam combatê-la e não é possível estimar futuros surtos.
A levedura já foi diagnosticada em vários lugares do mundo (Estados Unidos, Venezuela, Espanha, África do Sul, Índia, Japão e Paquistão, por exemplo). Não se sabe como a Candida auris se espalhou globalmente. Em geral, ela ataca pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Alguns grupos parecem estar mais propensos às infecções:
Mesmo assim, esse microrganismo foi encontrado em pessoas de todas as idades (desde bebês recém-nascidos a idosos).Em um dos casos que aconteceu nos Estados Unidos, um idoso que foi infectado ficou internado por 90 dias no hospital antes de morrer.
Depois desse tempo, alguns testes indicaram que o germe ainda estava vivo naquele ambiente. Foi necessário trocar o piso e pintar novamente as paredes do quarto no qual o idoso estava.
Esse fungo também já interditou uma UTI na Grã-Bretanha e uma maternidade na Venezuela. Como age de várias formas, a levedura Candida auris não apresenta sintomas específicos. Entretanto, febre e fadiga foram relatados em vários casos.
O diagnóstico é feito por meio de exames. O contato com ambientes e pessoas infectadas é a forma mais comum de contrair a levedura. Por isso, atitudes de higiene como lavar as mãos com frequência podem ajudar a evitar a Candida auris.
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) emitiu um comunicado alertando os hospitais e clínicas de todo o Brasil sobre a periculosidade da levedura. Por causa deste alerta mundial, a ANVISA acompanha e monitora todos os casos suspeitos desde 2017. Até agora, nenhum caso de Candida auris foi confirmado no país.
Entre as principais orientações do órgão, está a higienização frequente dos ambientes hospitalares e dos funcionários, ou seja, lavar as mãos, usar luvas e aventais, trocar as roupas de cama e toalhas usadas pelos pacientes, por exemplo.
Em comunicado recente, a ANVISA afirma que tem parcerias com laboratórios, a fim de identificar a levedura o mais rápido possível. Em casos suspeitos, os estabelecimentos têm o dever de informar a ANVISA imediatamente.
Mesmo com tantas tecnologias ainda existem microrganismos que a ciência não conhece. Por isso, é necessário que se continue estudando e pesquisando.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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