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Babosa (aloe vera): é venenosa? Como usar na beleza e saúde

Publicado em: 12/09/2020Última atualização: 12/09/2020
Publicado em: 12/09/2020Última atualização: 12/09/2020
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Não são poucas as plantas com propriedades medicinais. Claro que elas não substituem tratamentos médicos convencionais, porém, podem ser úteis como um cuidado complementar em alguns casos — como para o alívio de dores, machucados etc.

Além disso, muitas dessas plantas também podem colaborar com fins estéticos. O que faz com que diversas pessoas cultivem algumas delas em casa.

Uma que é muito conhecida, e presente em vários lares, é a babosa (ou aloe vera). Confira um pouco sobre os seus benefícios, formas de uso e se é necessário alguma cautela:

O que é babosa? 

A babosa (aloe vera) é uma planta da família das Liliáceas, do gênero Aloe, sendo assim, ao contrário do que muitos pensam, não se trata de uma espécie única. Na verdade, existem centenas dessas plantas espalhadas pelo mundo.

Porém, certamente a aloe vera é uma das que mais se destaca quanto ao uso popular.

Trata-se de uma planta do tipo suculenta — apresenta raiz, talo ou folhas mais grossos para armazenar água em quantidades maiores do que outras espécies.

Conta com propriedades anti-inflamatória, antitérmica e cicatrizante. Por isso, é muito utilizada para tratamento de lesões ou queimaduras na pele (tem alto poder de regeneração celular). Além de seu uso para tratar processos inflamatórios — como as doenças reumáticas.

Mas também pode ter finalidades estéticas, para quem quer cuidar da beleza. Nesse sentido, o uso mais comum é para cuidados capilares.

No geral, não há contraindicação ou risco de usar a babosa. Porém, é preciso ter cautela e lembrar sempre de utilizar apenas o gel das folhas e não sua parte externa, uma vez que essa pode ser tóxica ao organismo, especialmente se ingerida.

Grávidas, crianças e pessoas portadoras de determinadas condições (como disenteria) não devem fazer uso sem orientação profissional.

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Quais os tipos?

Como mencionado, o termo “babosa” é popularmente usado para caracterizar as plantas cientificamente denominadas “Aloe” — há mais de 300 espécies espalhadas pelo mundo. 

Aqui no Brasil, são comumente encontradas 3 delas: Aloe Vera (ou Aloe barbadensis), Aloe Maculata e Aloe Arborescens. Sendo a primeira a mais comum.

O que as diferencia, basicamente, é o seu tipo de folha e o gel encontrado dentro delas. Mas, na sequência você pode entender melhor um pouco sobre cada uma:

  • Aloe Vera (babosa): é uma planta de clima tropical e que tem folhas grossas e carnudas, com um gel verdinho por dentro delas —  o qual é especialmente usado para fins estéticos ou cuidados que envolvem a saúde (como alívio de queimaduras);
  • Aloe Maculata: embora muito semelhante a aloe vera, o principal ponto a se destacar é que essa planta não pode ter o gel de suas folhas aplicado diretamente na pele, pois causa irritação (algumas vezes prolongada). É fácil de fazer a diferenciação das espécies, uma vez que essa conta com folhas levemente avermelhadas nas pontas;
  • Aloe Arborescens: dentre as espécies de babosa, alguns especialistas indicam que essa é a que pode proporcionar maior purificação e benefícios relacionados à saúde, devido suas propriedades fitoterapêuticas. Porém, considerando que pode chegar a mais de 1m de altura e diâmetro, torna-se difícil seu cultivo, mas pode ser encontrada em regiões montanhosas.

Assim, embora todas sejam benéficas e semelhantes, o mais comum é que seja feito o uso da babosa (aloe vera). Então, na sequência, confira mais sobre suas diferentes finalidades e usos:

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Para que serve a babosa?

A babosa é uma planta que conta com propriedades calmantes e cicatrizantes, além de proporcionar uma pequena ação anestésica e ter efeito anti-inflamatório e antitérmico. 

Por conta disso, o uso tópico (aplicação na área afetada) da aloe vera pode ser benéfico no tratamento das seguintes condições:

  • Febre (pode ser feita compressa com o gel e colocada na testa, pescoço e pulsos);
  • Dores musculares e ósseas;
  • Dores reumáticas (artrite, artrose, osteoporose etc);
  • Enxaqueca;
  • Processos inflamatórios gerais (tais como a inflamação na garganta);
  • Queimaduras e machucados (auxilia na cicatrização).

Além disso, algumas pessoas também optam por fazer suco da babosa, o que pode colaborar na recuperação e/ou controle de problemas como:

  • Gripes e resfriados;
  • Distúrbios respiratórios (rinite, bronquite, asma);
  • Má digestão, azia e gases;
  • Anemia;
  • Diabetes;
  • Baixa libido.

Pode contribuir também para uma melhor circulação sanguínea, devido ao fato de que auxilia diretamente na eliminação do excesso de gordura e toxinas do organismo. Ademais, regula e ativa as funções dos rins e fígado.

Entretanto, fora todas essas formas de uso e benefícios, a babosa também pode ter finalidades estéticas. Confira e entenda:

Hidratação do cabelo

Não é difícil achar na internet receitas caseiras de hidratação para os cabelos. E a babosa é um ingrediente utilizado em muitas delas.

Inclusive, é também muito comum encontrá-la na composição de diversos cosméticos.

O seu uso para os cabelos é benéfico devido sua ação lubrificante nos fios, de forma que recondiciona e retira o aspecto seco e quebradiço. Sendo assim, pode-se dizer que funciona como um tipo de “condicionador natural”.

Consequentemente, após o uso, o efeito é um cabelo mais hidratado, brilhante e macio.

A forma de usar fica a seu critério, mas há duas opções bastante comuns — fazer um spray com o gel da babosa ou aplicá-lo como condicionador na hora da lavagem. Não há segredo no preparo:

  • Spray — basta misturar ½ xícara do gel da aloe vera com ½ xícara de água e colocar em uma embalagem com borrifador. Pode ser aplicado no cabelo úmido (como leave in) ou seco (como um anti-frizz e para dar brilho);
  • Condicionador — o uso da babosa como condicionador pode ser feito puro ou misturado algum óleo vegetal (como o de coco ou semente de uva), para deixar mais emoliente. Pode-se usar em torno de 3 colheres do gel e aplicar na hora da lavagem.

Para o rosto e corpo

O gel da folha da babosa é composto de um tecido rico em polissacarídeos, dentre os quais cabe destacar o acemannan — que tem ação regenerativa das células da pele. Por isso, é um ingrediente comum de cremes hidratantes e loções pós-sol. 

Também é rico em vitaminas A, B, C e E, bem como em outros minerais (como o cálcio).

Para incluir a babosa em sua rotina de skincare sem ter que investir em produtos, você pode aplicar o gel no rosto no período da noite como uma máscara, deixando que a pele absorva durante o sono (que é quando há maior atividade celular).

Na manhã seguinte, apenas lave o rosto normalmente e faça seus cuidados habituais.

Caso deseje utilizar a babosa no corpo, o processo é semelhante. Pegue uma quantidade de gel proporcional à área que deseja hidratar e aplique até que a pele absorva.

Vale destacar que, tanto para o rosto quanto corpo, é preciso atentar-se para usar apenas o gel e não a região verde da babosa (parte externa da folha), visto que é tóxica.

Além disso, para facilitar a aplicação, você pode depositar o gel em um refratário e bater com a ajuda de uma colher ou mixer, de maneira que fique mais líquido e emoliente.

Babosa reduz inflamação?

Sim. Em sua constituição, a babosa apresenta uma secreção rica em polissacarídeos (mucilagem) que conta com as propriedades anti-inflamatórias. De forma que pode reduzir os sintomas da inflamação e ajudar a inibir o processo no organismo.

Basicamente, a babosa pode atuar como um tipo de cortisona (ou corticoide). Ou seja, semelhante aos medicamentos que são produzidos a fim de combater processos inflamatórios e atuar como imunossupressores.

O maior benefício do uso da babosa em contraste ao desses remédios está no fato de que ela não causa os efeitos colaterais comuns dos corticoides — ganho de peso, retenção de líquido, aumento da pressão arterial, glicemia alta (açúcar no sangue), insônia etc.

Porém, é preciso ter em mente de que o uso da babosa constitui um tratamento natural. De forma que não substitui terapias convencionais em casos graves ou quando houver persistência de sintomas.

Nessas circunstâncias, é preciso buscar um acompanhamento médico especializado.

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Pode tomar babosa? 

Sim. A aloe vera pode ser usada de forma tópica (direto na pele), através de cosméticos e receitas caseiras, mas também pode ser ingerida.

Entretanto, é mais recomendado o consumo da bebida industrializada, uma vez que essa não conta com a aloína, substância presente na babosa e que pode causar irritação das mucosas intestinais.

Considerando que pode ser difícil de encontrar esse tipo de produto, muitas pessoas optam pelas receitas caseiras. O que não é, necessariamente, contraindicado.

O principal cuidado é nunca usar a parte verde da planta (ou seja, a parte externa da folha) e sim apenas o gel que está dentro dela.

Além disso, um consumo moderado também pode evitar complicações decorrentes de intolerâncias ou irritações provenientes das substâncias presentes na planta.

Como tomar o chá de babosa?

Como mencionado no tópico anterior, a babosa pode ser ingerida. Assim, esse consumo pode ser feito através de bebidas que tem a planta como base, o que se resume ao chá de babosa e os sucos que podem ser preparados.

Basicamente, os cuidados necessários se resumem a um consumo moderado e sempre retirar totalmente a camada externa da aloe vera, utilizando apenas o gel presente dentro da folha.

Sendo assim, você pode preparar o chá de acordo com a seguinte receita:

  • Gel de 1 folha de babosa;
  • 250mL de água;
  • Suco de ½ limão.

Basta colocar todos os ingredientes para ferver e, depois, se desejar pode adoçar com mel ou um pouco de açúcar. Destacando que o uso do limão na receita é apenas para fornecer um sabor mais agradável ao chá.

Confira também como você pode fazer o preparo do suco de babosa:

Suco de babosa: como preparar?

O suco de babosa é bastante saudável e pode ser um grande aliado contra a má digestão, resfriados, rinite e outras condições.

Assim como no caso do chá, também é preciso retirar a parte externa e consumir com moderação. O preparo é igualmente simples, você pode seguir a seguinte receita:

  • Gel de 1 folha de babosa;
  • 500mL de água;
  • Suco de 1 laranja ou 1 limão.

Basta bater todos esses ingredientes no liquidificador e pronto. O uso da laranja ou do limão é apenas para proporcionar um melhor sabor, mas também contribui devido ao alto teor de vitamina C dessas frutas. Se desejar, pode adoçar com mel ou um pouco de açúcar.

É venenosa?

A parte externa da babosa pode ser considerada venenosa. Ou seja, sua parte verde, que fica do lado de fora da folha. De forma que pode causar irritações se utilizada para aplicação na pele e complicações intestinais se for consumida.

No geral, é mais comum que as reações adversas estejam relacionadas ao consumo indevido da planta e não a partir de seu uso tópico.

Cabe destacar, nesse sentido, que a irritação intestinal ocorre devido à presença de antraquinonas na babosa. Essas substâncias são compostos tóxicos com efeito laxativo, podendo causar muitas cólicas intestinais, diarreia e desidratação.

Quais os cuidados necessários ao usar ou consumir babosa?

Como mencionado em tópicos anteriores, o principal cuidado ao usar ou consumir babosa é descartar a parte externa da folha e utilizar apenas o gel presente dentro dela. Além de fazer a ingestão moderada e não utilizá-la para substituir terapias convencionais.

Porém, cabe destacar também que pessoas em determinadas condições precisam de orientação profissional para uso ou consumo. Nesse grupo, enquadram-se:

  • Gestantes e lactantes;
  • Crianças;
  • Mulheres com inflamação no ovário ou útero;
  • Pessoas que sofrem com hemorroidas e/ou fissuras anais;
  • Pessoas com cistite (infecção urinária);
  • Pessoas com desinteria (inflamação intestinal acompanhada de diarreia com sangue).

Fora essas condições, a babosa tende a não causar nenhuma complicação e ter um uso seguro.


Os cuidados alternativos, como o uso de plantas para cuidados medicinais, são cada vez mais comuns. Porém, não se esqueça que isso não substitui o acompanhamento médico, em especial nos casos mais graves ou quando há persistência de sintomas.

E para saber mais sobre assuntos como esse, continue acompanhando o Minuto Saudável!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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