Saúde

Alergia alimentar: quais os alimentos mais comuns?

Publicado em: 24/10/2019Última atualização: 24/10/2019
Publicado em: 24/10/2019Última atualização: 24/10/2019
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Quando a criança começa a receber outros alimentos além do leite materno, em geral, surge uma insegurança quanto às possíveis alergias alimentares. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, entre 6% e 8% das crianças e adolescentes têm alergia a algum alimento.

Mas se engana quem acha que os adultos estão livres disso. Apesar de muitos quadros amenizarem no decorrer dos anos, aproximadamente 1% dos adultos ainda apresenta sensibilidade a alguns alimentos. 

Aliás, às vezes, a alergia pode surgir depois de anos consumindo o alimento.

O que é uma alergia alimentar?

A alergia alimentar é uma resposta exagerada do organismo a determinadas proteínas alimentares. Quando a pessoa ingere o alimento, o sistema imune, já previamente sensível a elas, desencadeia reações, como se aqueles componentes fossem agressivos ou perigosos ao corpo. 

Apesar de haver um grupo de alimentos mais relacionado às alergias, é possível ter sensibilidade a qualquer coisa. Além disso, os sintomas também são bastante variáveis, dependendo da sensibilidade de cada organismo.

Uma parte das crianças com alergias podem apresentar melhora espontânea até o fim da infância ou adolescência. Mas muitas vão continuar com algum grau de sensibilidade por toda a vida.

E mesmo quem cresceu livre das respostas exageradas do organismo pode, a qualquer momento, manifestar sintomas de alergia após comer alguma coisa.

Em geral, reações de pele (como erupções, coceira, vermelhidão), gástricas (náuseas, vômitos), intestinais (diarreia) são alguns das mais comuns.

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Quais os sintomas de alergia alimentar?

As alergias ocorrem mais ou menos assim: o sistema imunológico é responsável pela defesa do corpo. É ele que combate agentes infecciosos ou corpos estranhos que acabam penetrando pela boca ou nariz.

Ou seja, o mecanismo de alergia alimentar é o mesmo das rinites, por exemplo.

No caso das pessoas com alergia, há uma pequena falha de identificação. Não se sabe bem o porquê, mas, para pessoas alérgicas, a imunidade responde exageradamente às proteínas alimentares que são inofensivas para a maioria das outras pessoas.

Depois da ingestão — ou seja, do lanchinho ou almoço —, inicia-se o processo de defesa. Então os leucócitos, que são células imunes presentes no sangue, são acionados e acabam reagindo exageradamente à substância.

Um tipo específico de anticorpo, a imunoglobulina IgE, começa a agir e provoca a liberação de histamina, uma substância que gera os sintomas.

A intensidade e a duração dos sintomas vai depender da sensibilidade da pessoa, bem como da quantidade do alimento ingerida. Entre os mais comuns estão: 

Dermatológicos

Quando o alérgeno entra no organismo, um dos órgãos que mais manifesta reações é a pele. 

Há uma liberação de histamina, que, na pele, provoca manifestações como edemas, erupções, vermelhidão e prurido.

Respiratórios

As manifestações respiratórias também podem ocorrer devido à ação da histamina. Assim, rinite alérgica, broncoespasmos, asma, dificuldades em respiração e coceira na garganta são comuns. 

Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, mas também a língua e garganta.

O angioedema, que é esse inchaço, pode causar dificuldades de respiração e até trancar a garganta, levando à morte. 

Gastrointestinal 

Espasmo intestinal agudo, esofagite eosinofílica, náuseas, vômitos, cólicas e contrações intestinais podem ocorrer. Em geral, são sintomas relacionados às manifestações tardias — ou seja, surgem depois de algumas horas que o alimento foi ingerido.

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Quais os alimentos mais frequentemente envolvidos na alergia alimentar?

Todo alimento tem potencial de ser um agente desencadeador de alergias. Mas há alguns mais comuns. O leite de vaca, ovo, soja, trigo, crustáceos, amendoim estão na lista dos mais alergênicos, sendo esses os responsáveis por cerca de 90% dos quadros e casos alérgicos.

Leite de vaca 

O alimento é considerado um dos principais alergênicos alimentares em todo o mundo. E pessoas alérgicas ao leite de vaca, em geral, costumam ser sensíveis ao de outros mamíferos também, como cabra, búfala e ovelha. 

Ovo 

Estima-se que pessoas sensíveis às proteínas da clara do ovo de galinha reagem mal a ovos de outras aves também. Porém, quem tem alergia à gema do ovo pode ser sensível à carne de frango, segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar.

Camarão 

Quem tem alergia a camarão, em geral, tem riscos de ser alérgico a outros crustáceos, como siri, lagosta e caranguejo. Quando ocorre uma reação, a tendência é que a amenização dos sintomas seja mais demorada do que reações ao leite ou ovo.

Castanhas e amendoim

Quem sofreu uma reação alérgica a um tipo de castanha ou amendoim tem bastante chance de manifestar sintomas a outras oleaginosas também. Assim como os crustáceos, os sintomas tendem a demorar mais para desaparecer do que aqueles causados por leite ou ovos.

Por que algumas pessoas têm alergia a camarão?

Assim como qualquer outra alergia, a causada pelo camarão ainda não tem um mecanismo muito claro. Em geral, sabe-se que a pessoa tem uma predisposição genética. Quando é exposto ao alimento, o corpo reage exageradamente e desencadeia os sintomas.

Muita gente demora para provar o camarão, comendo somente na vida adulta. Isso faz com que o corpo demore para ser exposto ao alérgeno e, assim, a reação ocorra só na fase adulta.

Mas vale lembrar que é possível crescer comendo o fruto do mar e, mesmo assim, ter uma reação já na vida adulta.

Às vezes, o quadro é agravado porque a pessoa é bastante sensível, havendo casos em que apenas o vapor do cozimento pode levar às reações. Sem saber que tem alergia, acaba comendo uma quantia grande e, assim, os sintomas são bastante intensos.

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O que fazer em caso de alergia grave? 

Sendo uma emergência, ou seja, na hora da reação alérgica, o mais importante é buscar atendimento médico. Então, é preciso ir ao hospital. 

Vale lembrar que, em alguns casos, as alergias podem manifestar sintomas imediatos e tardios. Ou seja, mesmo que pareça tudo controlado, o quadro pode piorar. Em geral, são usados medicamentos para controlar os sintomas e estabilizar o quadro. 

Bloqueadores de histamina, estabilizadores de mastócitos e até corticoides podem ser receitados. Porém, depois disso, é necessário que a pessoa identifique os alergênicos e adote medidas de precaução, evitando o contato ou ingestão.

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Quer saber mais sobre alergias e cuidados com a alimentação? Acompanhe o Minuto Saudável!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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