
Durante a gestação, uma série de mudanças ocorrem na mulher — o mais evidente é o crescimento da barriga. Porém, os sintomas emocionais costumam ocorrer também.
Por isso, conhecer melhor sobre o que pode ocorrer na gravidez é importante para lidar melhor com isso e aproveitar esse período cheio de mudanças.
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- É normal ter sintomas emocionais na gravidez?
- Quando os sintomas emocionais na gravidez podem ser preocupantes?
- O que o estresse na gravidez pode causar no bebê?
- Estou grávida e fico pensando coisas ruins: é normal?
É normal ter sintomas emocionais na gravidez?

Sim, é perfeitamente normal ter sintomas emocionais durante a gravidez. Isso ocorre por vários motivos, desde alterações hormonais até mudanças na identidade e autoimagem, que podem acarretar em um turbilhão de emoções.
Durante a gravidez, os hormônios sexuais femininos (estrógeno e progesterona) sofrem grandes alterações em seus níveis, o que pode causar uma série de sintomas físicos e até mesmo emocionais.
É parecido com o processo que ocorre na TPM, no qual a mulher apresenta maior emotividade devido à oscilação hormonal. Esses sintomas são mais proeminentes no primeiro e no terceiro trimestres da gestação.
Alguns dos sintomas emocionais mais comuns durante a gravidez são:
Irritabilidade e sensibilidade
No primeiro trimestre de gravidez, é comum que a mulher apresente uma maior sensibilidade às situações, bem como uma maior irritabilidade.
Isso quer dizer que ela pode se ofender com coisas mínimas, ou se irritar com coisas pequenas que normalmente não a irritariam.
Isso é consequência, principalmente, das oscilações hormonais.
Instabilidade emocional
Assim como a irritabilidade e a sensibilidade, a instabilidade emocional também é resultado das oscilações hormonais. O emocional da mulher grávida se torna bastante instável, e ela pode ir da euforia à tristeza dentro de poucos minutos.
É pertinente ressaltar que o emocional não é afetado apenas pelos hormônios, mas também por toda a situação: ter que cuidar do próprio corpo de forma adequada, a ansiedade e os preparativos para a chegada do bebê, a preocupação com a sua saúde, entre outros fatores que podem pesar muito no emocional.
Melancolia
A melancolia é um sentimento de tristeza duradouro, frequentemente relacionado a perdas. Embora a nova mamãe esteja prestes a “ganhar” um bebê, a melancolia pode surgir como resposta a uma série de “perdas” que ela vivencia durante este período.
Ao engravidar e se tornar mãe, a mulher passa por mudanças de identidade e autoimagem, o que não é ruim, mas todo o processo mexe profundamente com suas emoções.
Mudanças sempre trazem consigo uma espécie de “luto”, então é possível que a mulher sinta um luto pela vida que ela tinha antes de engravidar.
Isso não significa que ela não deseja ter o bebê ou que se arrepende de ter engravidado, é apenas uma reação emocional normal ao se deparar com uma nova realidade.
Ansiedade
Uma expectativa muito grande acerca do processo de gravidez e da chegada do bebê pode gerar muita ansiedade na mulher grávida.
Ela pode se preocupar demasiadamente com os cuidados com o próprio corpo, pode gastar muito tempo pensando e se questionando se o bebê virá saudável, ou até mesmo questões acerca do sexo do bebê podem deixar a futura mamãe bem preocupada a aflita.
Distração e esquecimento
Não são sintomas emocionais, mas são sintomas psicológicos que surgem durante a gestação e podem também piorar as oscilações de humor da gestante.
Os padrões de sono costumam ser bastante afetados pela gestação, o que prejudica tanto a capacidade de se concentrar como a capacidade de armazenar novas memórias.
Quando os sintomas emocionais na gravidez podem ser preocupantes?
Os sintomas emocionais podem ser tão intensos que a pessoa pode até parecer ter mudado de personalidade. No entanto, isso não necessariamente significa que os sintomas são preocupantes. Grande parte destes sintomas são completamente normais.
Contudo, é preciso ter atenção a alguns sinais que podem indicar que o emocional não está bem para além da gestação. Alguns deles são:
- Tristeza debilitante na maior parte dos dias;
- Negligência aos próprios cuidados;
- Irritabilidade com frequência, podendo resultar em agressão física;
- Crises de ansiedade agudas frequentes;
- Ansiedade que chega a causar ataques de pânico.
O que o estresse na gravidez pode causar no bebê?
O estresse durante a gravidez pode ser prejudicial para o bebê, pois ocorre a liberação de cortisol e citocinas inflamatórias, que atravessa a placenta e chega até o bebê, o que pode gerar alterações no desenvolvimento.
Algumas dessas alterações são:
- Aumento das chances de desenvolver alergias;
- Baixo peso ao nascer;
- Parto prematuro;
- Maior resistência à insulina;
- Tendência à obesidade;
- Maiores chances de ter infecções (respiratórias, de ouvido, entre outras);
- Aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares;
- Atraso no desenvolvimento;
- Alterações cerebrais que podem levar a problemas como dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, depressão, ansiedade, entre outros.
Por conta dessas possíveis sequelas, é de extrema importância que a gestante consiga fazer uma boa gestão do seu estresse. Para isso, é necessário o apoio de todas as pessoas próximas, bem como procurar manter uma rotina mais tranquila.
Estou grávida e fico pensando coisas ruins: é normal?
Sim, é perfeitamente normal ter pensamentos ruins durante a gravidez.
Tais pensamentos podem ser dos mais variados, como “não tenho certeza se quero ter um bebê”, “não me sinto preparada para ser mãe”, “não vou conseguir aguentar até o final”, até mesmo “quero meu corpo de volta”, como se o bebê estivesse roubando o corpo da mãe.
Também é comum o surgimento de dúvidas a respeito do que a mãe acha que deveria estar sentindo e o que realmente está sentindo. Em outras palavras, muitas futuras mães sentem que não amam seus filhos ainda e têm medo de não conseguir amá-los quando eles nascerem.
Contudo, é válido ressaltar que nem sempre a mãe consegue estabelecer uma relação afetiva com o bebê enquanto ele ainda está no útero — diversas vezes, isso só ocorre realmente quando o bebê nasce.
No entanto, isso não quer dizer que ela ama menos o filho ou que não queria tê-lo ou qualquer coisa assim. Algumas pessoas só precisam conhecer seus filhos antes de amá-los, e não há nada de errado nisso.
Algumas mulheres podem sentir ódio ou desprezo pela gravidez, sentindo-se também culpadas por ter esse tipo de sentimento em relação à gestação de seus filhos.
Contudo, é pertinente lembrar que a gravidez é temporária e não define como a mãe irá se sentir em relação ao filho pelo resto da vida. Portanto, sentir-se desconfortável com a gestação não deve ser considerado um problema.
Para lidar com estes pensamentos, algumas recomendações são:
- Meditação;
- Distrair-se com alguma atividade de lazer e entretenimento;
- Expressar seus medos e aflições com uma pessoa de confiança;
- Tentar conversar com o bebê enquanto ele ainda está na barriga, buscando estabelecer um vínculo positivo desde de antes de ele chegar ao mundo.
A gravidez é uma fase de intensas mudanças para as mulheres. Além do corpo, algumas podem notar que o emocional também é afetado. Por isso, podem surgir dúvidas sobre o que é comum nessa fase e o que não é.
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