Você já ouviu falar de piometra? Se a resposta foi não, fique tranquilo (a), pois vamos te explicar tudo o que você precisa saber sobre esse problema de saúde que acomete as fêmeas.
A piometra é uma doença grave que pode acometer fêmeas, ou seja, tanto gatas, quanto cachorras de qualquer idade. Apesar de ser pouco conhecida entre os (as) tutores, a doença acontece com certa frequência e pode levar o animal a óbito.
Por isso, é muito importante que tutores (as) de fêmeas saibam da sua existência, como reconhecer seus sinais e o que fazer caso suspeite que a sua amiguinha de quatro patas esteja com piometra.
Continue acompanhando o artigo para saber como identificar e tratar a condição!
A piometra é uma infecção uterina causada por bactérias e caracterizada pelo crescimento excessivo da camada interna do útero (endométrio) e pelo acúmulo de muco (pus) no interior do útero. A presença desse muco no útero causa dor e diversos outros sinais clínicos que variam de acordo com a gravidade do caso.
Trata-se de uma infecção mediada pela progesterona, hormônio reprodutivo que tem como principal função manter a gestação. Portanto, todas as fêmeas (cães e gatas) não castradas estão expostas a esse hormônio em concentrações elevadas naturalmente durante o ciclo estral.
Dessa forma, a piometra costuma aparecer durante o diestro, entre os 45 e 75 dias após o cio, momento em que as concentrações de progesterona costumam atingir um pico e diminuem as defesas do útero, tornando esse um ambiente mais propício à proliferação de bactérias.
Muitas vezes as bactérias causadoras da piometra vem da microbiota natural da vagina ou do trato gastrointestinal (origem fecal).
Existem dois tipos de piometra: a aberta e a fechada. A seguir, você confere as principais diferenças e características de cada uma:
Acontece quando a cérvix (colo do útero) está aberta, fazendo com que a secreção acumulada acabe extravasando pelo canal vaginal, sendo mais fácil de ser percebida pelo (a) tutor (a) e menos grave para o animal. A secreção pode ser tanto fluido uterino, quanto pus e é caracterizada pelo mau cheiro.
A piometra fechada acontece quando a cérvix está fechada e, nesse caso, não há secreção uterina, o que torna mais difícil para o (a) tutor identificar (a).
Como a secreção produzida pela infecção fica presa no útero, a infecção, geralmente, é mais grave do que a aberta, pois a presença do muco (pus) no útero aumenta a intoxicação (pois as bactérias envolvidas na infecção produzem toxinas) e favorece o desenvolvimento de septicemia (infecção generalizada).
Tanto a piometra fechada, quanto a aberta, podem acometer cadelas e gatas não castradas de todas as idades, mas costumam ser mais frequentes em fêmeas adultas ou idosas.
Acredita-se que isso se dá ao efeito acumulativo da progesterona por sucessivos cios das fêmeas mais velhas, ou seja, porque elas foram expostas a elevadas concentrações hormonais por mais vezes do que as fêmeas mais novas.
Porém, a doença pode sim se desenvolver em fêmeas mais jovens caso sejam expostas a medicamentos hormonais, como os utilizados de forma errônea para tentar evitar a gestação.
Apesar de poder acometer tanto cadelas, quanto gatas, a piometra é mais comum em cadelas, pois as gatas não costumam ter concentrações tão elevadas e nem tão frequentes de progesterona.
A piometra pode apresentar diversos sinais clínicos, sendo os mais comuns:
Caso observe qualquer um desses sinais, procure seu (a) médico (a) veterinário (a) imediatamente para que sua pet seja examinada e avaliada.
O diagnóstico se dá por um compilado entre os achados e os exames clínicos. Durante a consulta, ao examinar a paciente e ouvir os relatos do (a) tutor (a), o (a) médico (a) veterinário (a) definirá a suspeita clínica e determinar os exames necessários para confirmar o diagnóstico.
Geralmente a confirmação do diagnóstico de piometra é dado por exames de imagem, como radiografia e ecografia abdominal. Além disso, exames como hemograma podem indicar se outros órgãos foram afetados pela infecção e a progressão da doença.
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A piometra é uma doença de urgência clínica, pois pode levar o animal ao óbito. Portanto, o tratamento deve ser feito o mais rápido possível.
O tratamento mais indicado para a piometra é a castração, cirurgia na qual o útero com infecção é retirado. Além de acabar com a fonte dos sinais clínicos, também evita que o animal sofra recidivas.
Porém, caso a infecção esteja muito extensa, pode ser que o (a) médico (a) veterinário (a) decida dar início ao tratamento com antibiótico para depois realizar a cirurgia.
Após a cirurgia, o animal deverá ser mantido na fluidoterapia até que se alimente sozinho e antibióticos e analgésicos devem ser administrados para aliviar a dor.
Alguns (as) tutores (as) podem se opor à cirurgia caso se trate de uma fêmea reprodutora. Nesse caso, é feito o tratamento medicamentoso para controlar a condição. Porém, este pode não ser indicado dependendo do estado de saúde do animal, além de não ser tão eficaz quanto a cirurgia e não evitar recidivas, ou seja, um novo surgimento da doença.
A única maneira de se prevenir a piometra é por meio da castração. Portanto, se você tem uma fêmea em casa, não deixe de levá-la ao veterinário para realizar um check up e, caso ela esteja apta para o procedimento, agendar a castração o quanto antes.
Por ser uma doença pouco conhecida, é comum que muitas dúvidas surjam em torno da piometra. A seguir, você confere algumas e as respostas para cada uma delas:
Verdade! Como a piometra é uma infecção bacteriana mediada por progesterona, a administração de medicamentos utilizados para evitar a gestação acaba propiciando o desenvolvimento da piometra, já que esses medicamentos têm como base a progesterona.
Além disso, esse tipo de medicamento também causa outros problemas de saúde, como câncer de mama e hiperplasia mamária. Por esses e outros motivos, seu uso não é recomendado.
Lembre-se: a forma mais segura e eficaz de evitar a procriação de animais é através da castração!
Verdade! A infecção uterina pode levar a septicemia (infecção generalizada) ou até à ruptura uterina, podendo sim levar o animal ao óbito.
Mito! A piometra, geralmente, se dá por bactérias da própria microbiota do animal como a E. coli, além de depender das concentrações hormonais do animal.
Mito! A castração costuma ser um procedimento simples e rápido. No caso da piometra, pode ser um pouco mais demorada e delicada, pois trata-se da retirada de um órgão que não está saudável e que tem presença de bactérias.
Verdade! Como se trata de uma infecção grave, que pode levar o animal ao óbito, a piometra pode sim encurtar a vida do animal.
Por isso é importante a conscientização dos (as) tutores (as) para a prevenção por meio da castração, reconhecer seus principais sinais e levar seu animalzinho ao veterinário para realizar o tratamento o mais rápido possível.
Verdade! Dependendo da progressão da doença e gravidade, as bactérias causadoras da piometra podem acabar afetando outros órgãos, como rins e fígado, e podendo causar, até mesmo, uma infecção generalizada.
A piometra é uma doença muito séria e que pode causar a morte da sua pet. Contudo, ela pode ser facilmente prevenida com a castração. Além de impedir essa doença, o procedimento evita uma série de complicações, portanto, não deixe de castrar sua amiguinha!
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Esp. Kenny Cardoso
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