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Castração: quais doenças previne e como afeta o comportamento?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 04/04/2022Última atualização: 13/04/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 04/04/2022Última atualização: 13/04/2022
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A castração é um procedimento cirúrgico de esterilização de animais e sua importância vai além do seu efeito na reprodução do animal. É fato que a castração é a medida mais eficiente de controle populacional de animais, que pode evitar crias indesejadas e até resolver alguns problemas comportamentais do animal. Mas além disso, esse procedimento também ajuda a prevenir uma gama de doenças, como o câncer. 

Por prevenir doenças que costumam ter um grande impacto na qualidade de vida e expectativa de vida dos animais, podemos dizer que a castração ajuda a aumentar a longevidade. Quem é que não quer que o seu bichinho viva mais, não é mesmo?

Apesar de todos os benefícios da castração, alguns (as) tutores (as) ainda têm dúvidas de quando realizar o procedimento ou de como ele é feito. Se é o seu caso, continue acompanhando o artigo!

Quais doenças a castração previne?

A castração previne diversas doenças e, por conta disso, a qualidade de vida dos animais é positivamente afetada. A seguir, você confere quais complicações são prevenidas pela castração: 

Câncer de mama

O câncer de mama é um tumor mamário maligno que costuma ser agressivo e metastático. No início, os animais geralmente são assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico precoce que diminuiria os riscos à saúde do animal.

Muitos desses tumores são hormônios-dependentes, por isso a castração é capaz de prevenir essa doença uma vez que há a retirada dos ovários que produzem esses hormônios. 

Estudos mostram que quando a castração é realizada antes do primeiro cio, o risco dessa fêmea desenvolver câncer de mama reduz em 99%.  

Câncer de útero

O câncer de útero também é um tumor hormônio-dependente e costuma acometer com maior incidência fêmeas idosas. Os sinais dessa doença costumam ser apatia, falta de apetite, aumento no volume abdominal, o que dificulta o diagnóstico pois pode ser confundido com outras complicações.

Porém, caso haja suspeita dessa doença, o (a) médico (a) veterinário (a) pode diagnosticá-la por meio de exames de imagem.

Câncer de ovário

Assim como o câncer de útero, trata-se de um tumor maligno hormônio-dependente, mais raro que o câncer de mama e que acomete mais fêmeas idosas. A castração também previne a doença.

Câncer de próstata

Trata-se de um tumor maligno hormônio-dependente que acomete machos mais velhos, entre 6 e 7 anos. Apesar de não ser muito frequente, o risco de desenvolvê-lo é 80% maior em animais não castrados quando comparados com animais castrados. 

Pode causar fraqueza de membros posteriores e, assim como no caso do câncer de mama, a castração precoce também diminui drasticamente as chances de desenvolvimento da doença.

Pseudociese

Popularmente conhecida como gravidez psicológica, a pseudociese afeta fêmeas principalmente após o primeiro cio. Trata-se de uma alteração endócrina que afeta mais cadelas do que gatas e faz com que a fêmea não gestante adote comportamento de fêmea à espera de filhotes.

Um dos comportamentos mais característicos da condição é a fêmea adotar brinquedos e os tratar como filhotes. Além disso, seus principais sinais são ganho de peso, secreção vulvar, inquietação, aumento do volume abdominal, aumento das mamas e produção de leite. 

Essa produção de leite quando não há filhotes para mamar pode levar a uma mastite. Quando acontece recorrentemente, a pseudociese pode levar a uma infecção de útero (piometra) que, se não tratada, pode levar o animal ao óbito.

Piometra

Trata-se de uma infecção uterina caracterizada pelo acúmulo de pus no útero. Pode ser classificada como aberta ou fechada, sendo a aberta a mais fácil de se observar pelo tutor, uma vez que ocorre saída de secreção purulenta pela vulva. Já a fechada é a mais perigosa, pois o acúmulo intenso de secreção no útero causa intoxicação e favorece o desenvolvimento de septicemia (infecção generalizada). 

Pode apresentar diversos sinais, como distensão abdominal, secreção vaginal (purulenta ou sanguinolenta), febre, anorexia, diarreia e emagrecimento. Quando não tratada, a piometra pode levar o animal ao óbito. A castração exclui totalmente o risco de piometra pois durante o procedimento ocorre a retirada do útero.

Hiperplasia mamária

Doença benigna e mais comum em felinas do que cadelas, a doença é caracterizada pelo aumento exagerado de uma ou mais glândulas mamárias.

Trata-se de uma lesão dependente de substâncias progestacionais naturais ou sintéticas, no caso da administração de medicamentos utilizados para evitar o cio. 

Apesar de ser benigna, a hiperplasia mamária costuma ser emergencial e pode levar o animal ao óbito. Por ser uma doença hormônio-dependente, a castração também previne o seu aparecimento.

Tumor venéreo transmissível

Também conhecido como TVT, trata-se de tumores contagiosos que acometem a mucosa genital e são transmitidos principalmente durante o ato sexual. O TVT é considerado um dos tumores mais frequentes em cães e afeta mais os jovens e que vivem na rua. 

O sinal mais característico é o aparecimento de lesões com aspecto de couve-flor na mucosa genital do animal e o tratamento mais efetivo é a quimioterapia. Com a castração, os animais param de cruzar, diminuindo assim o risco de contrair o TVT.

O fato de que a castração diminui a necessidade de o macho sair à procura de fêmeas faz com que esse procedimento também acabe prevenindo outras doenças, como AIDS felina, esporotricose e outras doenças contagiosas.

Além disso, a castração também previne doenças hereditárias graves e de características que podem ser prejudiciais à saúde ou qualidade de vida dos animais, uma vez que impede a procriação desses animais.

Leia também: Toxoplasmose: o que é, na gravidez, sintomas e tratamento

A castração é a melhor forma de evitar diversas doenças, como câncer e infecções.
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Castração e comportamento

“A castração altera o comportamento do animal?”. Essa costuma ser uma das dúvidas mais frequentes dos (as) tutores (as) e, muitas vezes, é um dos motivos pelo qual ele (a) opta pela castração. 

Sim, a castração altera alguns comportamentos dos animais quando estes estão relacionados à hormônios sexuais. Uma das principais alterações que podem incentivar o tutor a realizar esse procedimento é o fim do instinto do macho de fazer xixi pela casa para marcar território. 

A castração também pode diminuir a agressividade quando essa está relacionada à hormônios e brigas entre os seus animais, como no caso de disputa por território. Além disso, a castração acaba com os latidos e miados excessivos durante o cio. 

Contudo, é importante ressaltar que as alterações comportamentais causadas pela castração não fazem com que o seu animal deixe de ser um bom guardião da casa e da sua família.

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A castração aumenta o tempo de vida dos pets?

Sim! A castração previne doenças que poderiam levar os animais ao óbito, aumentando assim o tempo de vida.

Porém, esse não é o único benefício da castração quando falamos em qualidade de vida e longevidade. Com a castração, os animais passam a não ter mais interesse de sair de casa e ir atrás de fêmeas no cio, diminuindo assim o risco de fuga e, consequentemente,o risco desses animais serem atropelados ou envenenados. 

É importante destacar que quanto mais cedo o procedimento é realizado, maior é o impacto da castração na expectativa de vida do animal.

A castração contribui significamente para um qualidade de vida melhor.

Quando a castração deve ser feita?

O momento ideal para realizar a castração é logo após o animal completar o protocolo vacinal e antes do primeiro cio (no caso das fêmeas), ou seja, entre o 4° e o 6° mês de vida. 

Quando realizada nesse intervalo, a castração diminui mais o risco de doenças, como câncer de mama nas fêmeas e tumores perianais nos machos. Além disso, a castração precoce também evita o ganho de peso e sedentarismo que costuma ocorrer em animais castrados na fase adulta.

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Como é feita a castração?

A castração é uma cirurgia simples que consiste na remoção dos órgãos reprodutivos por um (a) médico (a) veterinário  (a). 

O procedimento realizado nos machos, que se chama orquiectomia, retira os testículos. Já nas fêmeas, o procedimento se chama ovariohisterectomia e consiste na retirada do útero e dos ovários. 

O procedimento ocorre sob anestesia geral e leva cerca de 30 minutos em fêmeas e 15 minutos em machos. O procedimento apresenta risco praticamente nulo para animais saudáveis, por isso é necessário que sejam realizados exames pré-operatórios para avaliar o estado de saúde do animal e determinar se está apto para realizar o procedimento. 

Apesar de simples, o procedimento requer cuidados antes e após. Um dos principais cuidados pré-operatórios é o jejum, que deve ser de 12h para alimentos e de 8h para água. Isso ajuda a evitar complicações durante a cirurgia. 

Já o período de recuperação varia entre 7 e 10 dias e é importante seguir as recomendações do (a) veterinário (a) para evitar infecções.

O procedimento é feito por médicos (as) veterinários (as) em estabelecimentos certificados.

Caso tenha ficado com alguma dúvida, não deixe de consultar o (a) médico (a) veterinário (a) de sua confiança. 

Vale lembrar que quando feita do tempo recomendado para machos e fêmeas, a castração previne gestações indesejadas, controla a população de animais e previne uma série de doenças, como câncer e infecções contagiosas.

Para mais dicas e conteúdos sobre saúde pet, continue acompanhando as redes sociais e o site do Minuto Saudável.

Imagem do profissional Kenny Cardoso
Este artigo foi escrito por:

Esp. Kenny Cardoso

Médica veterinária pela Universidade Federal Fluminense com mestrado em Medicina Veterinária.Leia mais artigos de Esp. Kenny
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