Em março de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do medicamento Paxlovid, da norte-americana Pfizer, como forma de tratamento para a Covid-19.
O antiviral é o primeiro medicamento aprovado em território brasileiro para o tratamento via oral da condição e é um aliado importante das vacinas no combate ao coronavírus.
Com isso em mente, o Minuto Saudável separou as principais informações a respeito do fármaco, quando é indicado, como age e contraindicações. Confira a seguir.
O Paxlovid é um medicamento antiviral para a Covid-19 que combina o nirmatrelvir (novo antiviral da Pfizer) com o ritonavir (fármaco utilizado no tratamento da HIV/AIDS). De uso adulto, o fármaco é indicado para o tratamento, fora do ambiente hospitalar, de casos leves a moderados da infecção pelo SARS-COV-2.
Além disso, o antiviral é recomendado para adultos que testaram positivo e que integram grupos de risco para casos graves da doença, como idosos e pacientes que apresentem condições como:
Ademais, o tratamento com o Paxlovid deve ser iniciado no período de até 5 dias após o aparecimento dos sintomas. É importante ressaltar que o medicamento não substitui a vacina, mas é um importante aliado no tratamento da infecção.
Paxlovid contém dose composta por 3 comprimidos, sendo eles 2 comprimidos de nirmatrelvir e 1 comprimido de ritonavir que atuam em conjunto.
O nirmatrelvir, desenvolvido especificamente para combater o vírus SARS-COV, bloqueia a enzima Mpro utilizada pelo vírus para se multiplicar pelo organismo. Em contrapartida, o ritonavir tem ação sobre o fígado, impedindo a metabolização rápida do nirmatrelvir e, consequentemente, aumentando sua permanência e tempo de ação no organismo.
Os estudos divulgados pela fabricante concluem que o Paxlovid reduz o risco de hospitalização ou morte entre adultos de grupos de risco em cerca de 89%.
Além disso, resultados de um estudo canadense indicam que o uso do medicamento tem menor custo, é menos penoso e é uma maneira de reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde.
Portanto, as agências reguladoras atestam que os benefícios do medicamento superam os riscos. É importante ressaltar que, assim como com a maioria dos medicamentos, continuam sendo efetuados estudos acerca de sua eficácia*.
*Dados consultados em abril de 2022.
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A venda do medicamento será feita apenas sob prescrição médica. Ainda não há informações sobre a comercialização ou incorporação do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS)*.
Apesar disso, especialistas afirmam que a disponibilidade desses medicamentos no sistema de saúde é de grande importância na prevenção de hospitalizações e na diminuição do número de óbitos.
*Dados consultados em abril de 2022.
O uso do medicamento é contraindicado para o tratamento de casos graves ou críticos, ou seja, que necessitam de hospitalização, da infecção por Covid-19. Além disso, não é indicado para a prevenção da infecção antes ou após a exposição ao vírus.
Também não é indicado para pacientes com insuficiência hepática grave ou insuficiência renal grave, devido ao fato de que ainda não foi determinada a dose adequada para estes casos.
Ademais, não há informações sobre o uso em gestantes, portanto, é indicado evitar a gravidez durante o tratamento ou até 7 dias após. O uso do medicamento é adulto, não é recomendado para indivíduos com menos de 18 anos de idade e não deve ser feito por mais do que 5 dias.
De acordo com estudos realizados pela Pfizer, o medicamento também é eficaz contra a variante Ômicron, mantendo sua atividade na enzima que o vírus e suas variantes utilizam para sua multiplicação.
Ainda de acordo com a fabricante, o Paxlovid foi desenvolvido para manter sua eficácia entre os coronavírus e suas mais diversas variantes.
No entanto, é importante ressaltar que os estudos realizados foram in vitro, ou seja, são a primeira fase da pesquisa e portanto, não é possível confirmar a eficácia visto que mais fases devem ser realizadas.
Antes da autorização em território brasileiro, o medicamento já havia sido aprovado por órgãos de saúde internacionais como a FDA dos Estados Unidos, a MHRA do Reino Unido, a EMA da União Europeia e a Health Canada do Canadá.
Ademais, o FDA aprovou o uso emergencial, enquanto a EMA concedeu autorização condicional e, devido a isso, a fabricante irá continuar a enviar dados que comprovam a efetividade do medicamento.
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A terapia com medicamentos oferece auxílio no combate à pandemia mas não deve substituir a vacinação. Caso surjam dúvidas, entre em contato com um (a) profissional da saúde especializado.
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Dra. Francielle Mathias
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