Saúde

Outubro Rosa: tudo sobre a campanha, o objetivo e a história

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 07/10/2020Última atualização: 28/09/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 07/10/2020Última atualização: 28/09/2023
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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos para 2022 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil. A região sudeste representa pouco mais da metade da estimativa, com 36.470 novos casos.

Os dados alarmantes posicionam a neoplasia como a segunda que mais acomete mulheres em todo o mundo. Diante da realidade, a melhor medida continua sendo a prevenção.

E é justamente esse quadro que impulsiona o Outubro Rosa, um mês dedicado à disseminação de informações sobre os direitos da mulher e a importância de olhar com atenção para a sua saúde.

Mais do que levantar dados, a campanha visa garantir às mulheres atendimento com ginecologista, assistência médica e suporte emocional, garantindo assim prevenção, diagnóstico e tratamento de qualidade.

Índice – Neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Outubro Rosa?
  2. Objetivo do Outubro Rosa
  3. História
  4. Símbolo do Outubro Rosa: Laço Cor-de-Rosa
  5. O câncer de mama
  6. Mamografia
  7. Autoexame das mamas: passo a passo
  8. Sintomas além do “caroço”
  9. Vacina para câncer de mama

O que é Outubro Rosa?

O Outubro Rosa é uma campanha mundial realizada anualmente no mês de outubro, que busca a conscientização das mulheres sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, fatores que aumentam as chances de cura e reduzem a mortalidade.

Simbolizada pelo laço rosa, a campanha mobiliza diversas instituições — tanto públicas quanto privadas — para disponibilização de exames gratuitos ou com preço reduzido, a fim de encorajar as mulheres a fazê-los, para assim, tratarem de qualquer problema encontrado precocemente. Isso porque, nos estágios iniciais, o câncer de mama é assintomático e responde muito melhor aos tratamentos.

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma (como o carcinoma basocelular). De todos os novos casos a cada ano, cerca de 25% são câncer de mama.

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Objetivo do Outubro Rosa

O Outubro Rosa tem como objetivo conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem altas chances de cura quando descoberto cedo.

Mesmo assim, grande parte dos diagnósticos acabam sendo tardios.

Embora seja focado no câncer de mama, muitas instituições aproveitam o mês também para falar sobre outras neoplasias que podem ocorrer no aparelho reprodutor feminino, como o câncer de ovário ou do colo do útero, por exemplo.

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História

O Outubro Rosa não foi exatamente instituído por uma pessoa. No fim do século XX, alguns estados americanos promoviam ações isoladas de conscientização sobre a doença.

Aos poucos, as iniciativas foram amplificadas e ganharam visibilidade, até o Congresso Americano oficializar outubro como o mês nacional de prevenção ao câncer de mama.

Mas cabe aqui falar de uma instituição importante para que a data viesse à vida. Em 1982, iniciou-se o instituto Susan G. Komen Breast Cancer Foundation, fundado por Nancy Brinker, com o objetivo de promover estudos e disseminar informações sobre o câncer de mama.

Em 1983, pretendendo dar mais visibilidade à importância do projeto e do tema e arrecadar fundos para pesquisas, o instituto promoveu a primeira “Caminhada pela Vida”, em Dallas. O evento contou com cerca de 800 participantes e marcou o início de uma ação que ganharia dimensões mundiais.

Alguns anos depois, em 1991, as tão famosas fitas rosas foram distribuídas a todos os participantes da Caminhada pela Vida, em Nova York, tornando o laço cor-de-rosa o símbolo oficial da campanha.

Desde então, a instituição continua promovendo corridas anualmente em prol da luta contra o câncer de mama.

No Brasil, a primeira ação do Outubro Rosa que se tem conhecimento aconteceu em 2002, no parque Ibirapuera, em São Paulo: o Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista, mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera, foi iluminado de rosa por um grupo de mulheres simpatizantes com a causa.

A partir de 2008, as ações foram se tornando cada vez mais frequentes. Várias entidades relacionadas ao câncer de mama passaram a iluminar monumentos e prédios de rosa, deixando clara a mensagem: é preciso se prevenir.

Símbolo do Outubro Rosa: Laço Cor-de-Rosa

Mundialmente reconhecido, o laço cor-de-rosa é o símbolo da luta contra o câncer de mama. Mas como foi que ele surgiu?

Inicialmente, os laços começaram a ser usados nos Estados Unidos, na década de 70, por Lenney Laingen, uma mulher cujo marido era mantido como refém no Irã. Esses laços, de cor amarela, foram pendurados por ela e seus amigos em algumas árvores, o objetivo era que o marido voltasse para casa.

A ideia de laços conscientizadores se popularizou e, nos anos 90, era a vez do câncer de mama receber sua própria fita. Durante a Corrida pela Cura de Nova York de 1991, foram distribuídos laços cor-de-rosa para todos os participantes. No entanto, nessa época, ele ainda não era um símbolo muito forte.

Em 1992, a Estée Lauder Cosmetics, uma empresa de cosméticos, foi a responsável por popularizar o laço cor-de-rosa mundialmente.

Inicialmente, a cor do laço era laranja, criado por uma senhora chamada Charlotte Hayley. Ela vendia lacinhos junto com um cartão que dizia que apenas 5% do orçamento anual do Instituto Nacional do Câncer era destinado à prevenção. Seu objetivo era convencer as pessoas de que isso tinha que mudar, causando pressão no governo.

Tudo isso chamou a atenção de Alexandra Penney, editora chefe da revista “Self” na época, e Evelyn Lauder, vice-presidente da empresa cosmética Estée Lauder Cosmetics, que quiseram investir na ideia.

No entanto, Hayley se negou a vincular seus laços às imagens comerciais das duas empresárias, fazendo com que as negociações não fossem muito frutíferas. No entanto, as duas mulheres de negócios resolveram lançar a campanha dos lacinhos mesmo assim, apenas mudando a cor para rosa.

Com a popularização desse símbolo, que foi distribuído nos Estados Unidos por diversas companhias, ele ficou conhecido como o símbolo mundial da luta contra o câncer de mama.

Em 1997, uma organização resolveu tomar o símbolo para si: a Pink Ribbon International. Trata-se de uma organização não governamental sem fins lucrativos cujo enfoque é a luta contra o câncer de mama. Essa organização está presente em mais de 15 países ao redor do mundo.

Leia mais: Vacina para câncer de mama: testes, lançamento e mais

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O câncer de mama

Sendo o segundo câncer que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é uma neoplasia maligna que acomete o tecido mamário.

Ele aparece quando há uma mutação genética em alguma célula, que causa a multiplicação desenfreada de células anormais, formando um tumor que tem seu crescimento variável, muito rápido ou lento.

Há, ainda, fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida, como a obesidade após a menopausa, a exposição frequentes à radiação, sedentarismo e consumo exagerado de bebidas alcoólicas.

Para que haja maiores chances de cura, o tumor deve ser identificado precocemente. Exames como a mamografia, que deve ser feita frequentemente a partir dos 40 anos, são imprescindíveis para a descoberta de um câncer que pode ser tratado rapidamente.

Mamografia

Na maioria das vezes, o câncer pode ser detectado em suas fases iniciais, antes mesmo de apresentar qualquer sintoma. Isso porque existem exames como a mamografia, que utiliza a radiação para conseguir criar imagens de dentro da mama, podendo revelar a presença de tumores ainda muito pequenos.

Apesar do autoexame das mamas ser muito divulgado, ele detecta alterações em estágios mais avançados, geralmente maiores do que 2 centímetros, enquanto a mamografia é capaz de detectar alterações e tumores menores que 1 centímetro, em estágios mais iniciais, aumentando as chances de cura.

Por isso, o autoexame não dispensa a mamografia, que é uma radiografia das mamas capaz de detectar alterações precoces.

O exame realizado como método preventivo deve ser feito a cada 2 anos por todas as mulheres entre 50 e 69 anos de idade, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ou anualmente a partir dos 40 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia.

Se houver alguma suspeita ou alteração no tecido mamário identificada pelo médico, a paciente deve realizar uma mamografia diagnóstica, a fim de aprofundar a investigação do quadro, mas somente a biópsia pode atestar o câncer.

É importante ressaltar que algumas mulheres que se encaixam entre os grupos de risco, têm maior predisposição, necessitam realizar o exame com mais frequência ou em idade mais precoce.

Autoexame das mamas: passo a passo

Embora a mamografia seja o método mais indicado para detectar o câncer, o autoexame também é importante, especialmente para quem não tem acesso à mamografia no momento.

O autoexame deve ser feito 1 vez ao mês, cerca de 3 a 5 dias após o primeiro dia de menstruação, pois nessa época a mama está menos inchada e dolorida, facilitando a detecção de qualquer alteração.Já nas mulheres que não menstruam mais, o exame deve ser feito em uma data fixa todo mês.

O exame deve ser feito sem blusa e sem sutiã, para que não haja interferência do tecido, preferencialmente em frente ao espelho ou deitada, buscando a presença de caroços, alterações na pele ou no bico do seio, secreção das mamas ou saliências.

Para fazer o exame, siga os passos abaixo:

Na frente do espelho

  1. Com os braços caídos e relaxados, observe os seios;
  2. Levante os braços e observe-os novamente;
  3. Coloque as mãos na cintura, fazendo pressão, e observe-os mais uma vez.

Essas 3 maneiras de observar os seios, servem para perceber se há alterações visualmente perceptíveis, como diferenças no tamanho, forma e cor das mamas, além de inchaços, depressões na pele, saliências ou rugosidades.

Palpação

  1. Levante o braço esquerdo, colocando a mão para trás da cabeça;
  2. Com a mão direita, apalpe cuidadosamente a mama esquerda, fazendo movimentos circulares, convergentes para o mamilo, para cima e para baixo;
  3. Pressione o mamilo suavemente;
  4. Repita o processo na mama direita.

A palpação deve ser feita com os dedos das mãos juntos e esticados, com movimentos circulares e de cima para baixo em toda a mama, indo em direção às axilas. Depois, é indicado pressionar o mamilo para conferir se não sai nenhuma secreção.

Portanto, caso apresente algum sintoma adverso, confira se ele não está presente na outra mama.

Vale ressaltar que o exame das mamas realizado pelo (a) médico (a) especialista tem maior acurácia e é capaz de detectar nódulos mais precoces, uma vez que está mais treinado em realizar esta avaliação do que a população geral.

Sintomas além do “caroço”

Sentir um nódulo nas mamas é o que muitos acreditam ser o único sinal do câncer de mama. Embora a doença seja geralmente assintomática nos primeiros estágios, enquanto o tumor é pequeno, à medida que o câncer se desenvolve, vão surgindo outros sintomas. São eles:

  • Alterações no formato ou no tamanho da mama;
  • Pele com aspecto anormal, semelhante à casca de laranja;
  • Vermelhidão, calor e dor (no caso de câncer de mama inflamatório);
  • Feridas e crostas na pele do mamilo (bico do seio);
  • Inversão do mamilo/mamilo afundado;
  • Liberação de secreções ou sangue pelo mamilo.

Vacina para câncer de mama

O centro médico acadêmico Cleveland Clinic está desenvolvendo uma vacina que ainda está na fase de testes, mas que indica ser promissora segundo os especialistas responsáveis pela condução do estudo. O principal intuito do imunizante é prevenir o câncer de mama triplo negativo, que acomete 15% das mulheres diagnosticadas.

Foram selecionadas 24 mulheres diagnosticadas com esse tipo de câncer nos últimos 3 anos e que ainda correm risco de retorno da doença.

O alvo dessa vacina é uma proteína de lactação que se expressa na maioria dos cânceres de mama triplo negativo, a lactalbumina. Portanto, a vacina tem como objetivo impedir o crescimento do tumor, estimulando o sistema imunológico a atacá-lo.

A expectativa dos pesquisadores é que os resultados dessa pesquisa auxiliem na produção de vacinas que ajudem a prevenir outros tipos de câncer de mama. 


Atualmente, o Outubro Rosa é uma ação mundial e de grande impacto que leva informação, assistência e amparo às mulheres, visando prevenir, tratar e acompanhar cada caso.

As ações se espalham por dezenas de lugares e você pode encontrar atividades, caminhadas, cursos, além de dispor de exames ou assistência médica voltada à abordagem do câncer de mama. Conheça as campanhas, se integre nas iniciativas e decore sua saúde com este laço rosa.

Junte-se à causa e ajude mais mulheres a terem essa consciência!


 

Referências

Imagem do profissional Camila Bonacordi
Este artigo foi escrito por:

Dra. Camila Bonacordi

CRM/SP: 175.203CompletarLeia mais artigos de Dra. Camila
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