A miíase é uma infecção de pele causada por larvas de moscas que são depositadas em tecidos cutâneos necrosados ou não. O hospedeiro das larvas pode ser qualquer vertebrado, até mesmo o ser humano.
Mais frequente em países tropicais e subtropicais, como os da América Central, América do Sul, África e componentes das Ilhas do Caribe, a doença acaba afetando mais as pessoas dos países subdesenvolvidos na maioria das vezes, por não terem o devido saneamento básico e as condições básicas de higiene. Mas é importante ter em mente que qualquer pessoa que não tome os devidos cuidados de prevenção ou de tratamento também está vulnerável a contrair a doença.
A miíase pode ser classificada em três tipos, que variam de acordo com a forma com que os ovos da mosca transmissora foram depositados.
Na miíase primária, os ovos da mosca são depositados sobre a pele sadia e, quando eclodem, as larvas invadem os tecidos subcutâneos do hospedeiro. Popularmente, as larvas da miíase primária são conhecidas como berne.
Neste tipo de miíase, os ovos da mosca são depositados em feridas abertas e suas larvas se alimentam desse tecido já necrosado. Popularmente, essas larvas são conhecidas como bicheira.
Menos comum de acontecer em humanos, a miíase acidental acontece quando alguém ingere um alimento que esteja infectado com larvas de moscas, o que pode gerar distúrbios graves consequentemente.
Como já citado, a miíase acontece por conta de larvas de mosca que se desenvolvem em tecidos cutâneos, sejam eles humanos ou não. Portanto, a causa principal da dermatose são alguns tipos de moscas, que nós explicamos com mais detalhes quais são a seguir.
A miíase primária é causada pelas larvas das seguintes moscas:
Os ovos dessas espécies eclodem em 24 horas e as suas larvas se desenvolvem em áreas cutâneas sadias do hospedeiro, conforme dito anteriormente.
A miíase secundária é causada pelas larvas da mosca pertencente a seguinte espécie:
Essa espécie de mosca normalmente “ataca” as feridas abertas do hospedeiro ou em suas cavidades, como nariz, orelha, olho e boca.
Esse tipo de miíase acontece raramente, porém pode ser causada por 4 tipos diferentes de larvas:
A doença pode atingir qualquer pessoa, mesmo quando está em quadros clínicos saudáveis, porém as pessoas que se encaixam nos grupos abaixo precisam ficar atentas com a sua higiene, pois tendem a ser um alvo mais fácil.
Os grupos com maior risco de contrair a miíase são:
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O contágio da miíase se dá apenas através do depósito dos ovos da mosca e não há possibilidade dele ser feito através de uma pessoa para outra.
Em grande parte dos casos, um nódulo se forma no local em que a larva penetrou no corpo da pessoa. Além disso, a sensação de desconforto pode ser recorrente na região, já que a larva, uma vez que começa a se desenvolver, se locomove por diversos locais da pele.
No caso desse tipo de miíase, o sintoma principal é a formação de uma lesão nodular avermelhada e com um orifício central, por onde sai pus de cor amarelada ou com resquícios de sangue.
Esse nódulo pode ocorrer em qualquer parte do corpo e costuma apresentar coceira e ferroadas no local.
A miíase secundária ocorre, como já explicado, em feridas abertas ou nas cavidades do corpo. Quando a mosca deposita seus ovos nesses locais, e esses eclodem, as larvas começam a se alimentar rapidamente do tecido cutâneo, esteja ele sadio ou não.
Normalmente conseguem penetrar o tecido em que estão, o que acaba formando grandes cavidades no organismo. As larvas se apresentam em uma grande quantidade de uma vez só.
Caso você apresente sintomas de miíase, o ideal é procurar imediatamente um dermatologista, médico especialista em doenças da pele, para que ele possa te diagnosticar.
O diagnóstico consiste basicamente na análise clínica dos sinais que existem em seu corpo. A larva hospedada precisa sair pelo orifício, de tempos em tempos, para respirar. Quando há a constatação de que ela realmente está ali, o médico já inicia o tratamento.
Para essa miíase, é normal que o médico expulse a larva de seu corpo expremendo o nódulo ou, como a maioria das vezes, alargando um pouco o orifício para a retirada do hospedeiro com uma pinça.
Feito isso, antissépticos ou antibióticos tópicos são aplicados sobre a ferida para protegê-la de eventuais lesões posteriores.
O tratamento desse tipo depende muito do local e da extensão da cavidade formada pelas larvas. O que o médico normalmente faz é prescrever um medicamento via oral (geralmente o Ivermectina) para que os bichos morram e, assim, serem retirados do corpo do hospedeiro.
A limpeza e os cuidados da ferida da miíase secundária, após a retirada das larvas, são iguais aos da primária.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
As complicações da miíase normalmente surgem do tipo primário da doença e elas são:
Em primeira instância, a higiene pessoal ajuda bastante na hora de prevenir a doença. Mas, além disso, há outras maneiras de se prevenir da miíase, tais como:
Fora isso, compartilhe esse artigo com seus conhecidos. Lembre-se: quanto mais gente souber da doença, mais prevenção contra ela terá mundo afora!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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