A hepatite viral é caracterizada pela inflamação do fígado causada por microorganismos específicos, conhecidos como vírus da hepatite, sendo os mais comuns os do tipo A, B, C, D e E.
Cada tipo de vírus têm características distintas, formas de transmissão e gravidade. Quer saber mais sobre as particularidades de cada hepatite viral? continue lendo o artigo!
Índice:
Existem diferentes tipos de hepatite viral e cada tipo é causada por um vírus específico. A hepatite A geralmente tem cura e leva à recuperação completa do fígado. No entanto, as hepatites B e C podem causar complicações mais graves, como cirrose hepática e um maior risco de desenvolvimento de câncer no fígado.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 70% a 80% das infecções por hepatite C se tornam crônicas. Considerada a hepatite mais perigosa, principalmente por apresentar sintomas quando o caso já está grave.
Cada hepatite é classificada com base no tipo de ácido nucleico presente no vírus responsável pela infecção. As hepatites podem ser divididas em duas categorias principais: hepatites de DNA e hepatites de RNA.
De maneira resumida, os ácidos nucleicos são moléculas essenciais para o armazenamento e transmissão das informações genéticas nas células, como o DNA e o RNA. Eles desempenham um papel fundamental na hereditariedade, no funcionamento celular e na síntese de proteínas.
A diferença na composição do ácido nucleico influência na sua replicação viral, a resposta imunológica e a forma como esses vírus causam a infecção e a doença.
Leia mais: Hepatite: entenda o que é, causas e como é o tratamento
Pode ser chamada de “hepatite do viajante” porque é comum ser contraída em uma viagem ou estadia em áreas com alta incidência de contaminação. Ela é causada pelo vírus A da hepatite (HAV), pertence à família Picornaviridae e tem um genoma de RNA de cadeia simples positiva.
A transmissão ocorre principalmente através do consumo de alimentos ou água contaminados, relações sexuais com pessoas infectadas e por via fecal-oral.
Na maioria dos casos, as pessoas com hepatite A se recuperam completamente sem complicações graves. Os sintomas podem variar, mas geralmente incluem fadiga, náuseas, vômito, febre, perda de apetite, coceira, urina escura e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).
A principal forma de prevenção é a vacina, ligada também a hábitos de higiene pessoal, como lavar as mãos regularmente e consumir alimentos e água seguros.
Sendo considerada uma doença autolimitada, a hepatite A tende a se resolver espontaneamente. Apesar de não ter tratamento, há formas de acelerar a recuperação, que consistem no controle dos sintomas causados pela doença.
Leia mais: O que é Hepatite A, transmissão, sintomas, vacina, tem cura?
A hepatite B é causada pelo vírus B da hepatite (HBV), que pertence à família Hepadnaviridae e é classificado como um vírus de DNA.
Pode ser transmitida de diversas formas, incluindo relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada, compartilhamento de agulhas ou equipamentos para uso de drogas injetáveis e transmissão vertical (da mãe infectada para o bebê).
Seus sintomas variam de cansaço, enjoo, dor abdominal, tontura, fezes claras, febre e entre outros. Como é possível observar, os sintomas são muito parecidos com outras infecções, um dos motivos da doença ser tão mortal.
É bastante frequente que pessoas infectadas com hepatite B não apresentem sintomas iniciais da doença, o que dificulta o diagnóstico. É uma doença infecciosa séria, que começa apresentando uma fase aguda que pode levar a complicações crônicas, como cirrose hepática e câncer de fígado.
O período de incubação da infecção inicial e o surgimento dos sintomas podem ocorrer de 1 a 6 meses, variando de pessoa para pessoa e dependendo da resposta imunológica individual. Mesmo na ausência de sintomas, uma pessoa portadora do vírus pode transmiti-lo para outras pessoas.
A vacinação contra hepatite B é altamente recomendada para prevenir a infecção. Além disso, o uso de preservativos nas relações sexuais e evitar o compartilhamento de agulhas e outros objetos cortantes são medidas importantes para reduzir o risco de transmissão.
Leia mais: Hepatite B: sintomas, contágio, anti-HBS, vacina, tem cura?
A hepatite C é causada pelo vírus C da hepatite (HCV) com material genético de RNA. É uma das principais causas de doença hepática crônica em todo o mundo e responsável por cerca de 70% das mortes por hepatites no Brasil.
Transmitida principalmente por contato direto com sangue contaminado, sendo comum entre usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas, além de ocorrer também por meio de transfusões de sangue antes de 1993.
Isso se dá porque, antes de 1993, não haviam testes disponíveis para detectar o vírus da hepatite C (HCV) no sangue doado. Isso significava que pessoas que receberam transfusões de sangue ou hemoderivados antes dessa época corriam o risco de terem sido infectadas pelo vírus sem o conhecimento ou a triagem adequada.
Pode ser transmitida por relações sexuais desprotegidas e de forma vertical, da mãe infectada para o filho, que também é uma forma de transmissão possível do vírus.
A hepatite C não é transmitida por contato casual, como abraços, beijos, compartilhamento de talheres, tosse, espirros ou através de água e alimentos. Conhecendo as principais formas de transmissão, é possível adotar medidas de prevenção adequadas para reduzir o risco de infecção pelo HCV.
Assim como a hepatite B, geralmente não apresenta sintomas significativos, o que torna o diagnóstico desafiador. Muitas pessoas podem viver com o vírus por décadas sem saber que estão infectadas.
Com o tempo, a infecção por hepatite C pode levar a danos no fígado, como inflamação crônica, fibrose, cirrose hepática e, em alguns casos, câncer de fígado. Porém, a progressão da doença varia de pessoa para pessoa e pode ser influenciada pela resposta imunológica, a presença de outras condições médicas e o estilo de vida.
Leia mais: Hepatite C: tem cura? Veja sintomas, transmissão, tratamento
A hepatite D, também chamada como hepatite Delta, é uma doença viral causada pelo vírus D da hepatite (HDV). Essa forma de hepatite possui o material genético de RNA e ocorre apenas em pessoas que já estão infectadas com o vírus da hepatite B (HBV), pois o vírus delta depende da presença do HBV para sua replicação.
A transmissão do HDV ocorre principalmente por exposição ao sangue infectado, procedimentos médicos ou odontológicos com materiais não esterilizados, compartilhamento de agulhas contaminadas, relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada ou da mãe para o bebê.
É considerada a forma grave de hepatite viral, e pode levar a uma progressão mais rápida para doença hepática crônica, cirrose hepática, insuficiência hepática e em alguns casos, ao óbito.
As pessoas com infecção crônica por HDV têm um risco significativamente maior de desenvolver complicações graves no fígado em comparação com aquelas infectadas apenas com o HBV.
Atualmente, não há tratamento específico para a hepatite D, apenas medicamentos com objetivo de controlar e evitar a progressão da doença. Mas a vacinação contra hepatite B é a principal forma de prevenção, pois a vacina contra o HBV também impede que ocorra a hepatite D.
Leia mais: Hepatite D (Delta): causas, sintomas e como prevenir
A hepatite E é uma doença viral causada pelo vírus E da hepatite (HEV). É transmitida principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados e fezes infectadas. Acaba se tornando mais comum em áreas com más condições sanitárias e falta de água potável adequada.
A gravidade dos sintomas podem variar, desde infecções assintomáticas até casos graves de hepatite aguda. Assim como as outras hepatites, os sinais podem incluir fadiga, náuseas, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), urina escura e fezes claras.
A maioria das pessoas infectadas se recupera completamente da hepatite E dentro de algumas semanas a meses, sem complicações duradouras. No entanto, em casos raros, a hepatite E pode se tornar grave, especialmente em mulheres grávidas e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como pacientes com enfermidades crônicas.
Não há tratamento específico para a hepatite E, geralmente é focado no alívio dos sintomas, repouso, hidratação e evitar o consumo de álcool durante a recuperação.
A prevenção da hepatite E envolve medidas de higiene, como lavagem adequada das mãos, especialmente antes de manusear alimentos, consumo de água potável segura e evitar alimentos crus ou mal cozidos em áreas com alta incidência da doença.
Leia mais: Hepatite E: causas, transmissão e como identificar sintomas
As hepatites A e E, por exemplo, são geralmente autolimitadas, o que significa que elas normalmente levam a uma infecção aguda que tende a melhorar ao longo do tempo. O corpo desenvolve uma resposta imunológica para combater elas, e a maioria das pessoas se recupera em algumas semanas ou meses.
No caso da hepatite B, é tratada pelo sistema imunológico, na maioria das vezes, eliminação do vírus em até seis meses após o início dos sintomas. Porém, quando o corpo não consegue eliminar completamente o vírus, a infecção se torna crônica.
Pode permanecer no organismo por longos períodos, levando a complicações hepáticas graves, como cirrose e câncer de fígado. Nesses casos a cura total não é assegurada. Para reduzir a inflamação hepática e prevenir a evolução da doença, existem os antivirais, para controlar a replicação do vírus.
Como a hepatite D só ocorre para aquelas que são portadoras do vírus da hepatite B, não há tratamento específico. Contudo, o tratamento da hepatite B também pode ajudar a controlar esse vírus, que depende do VHB para se reproduzir.
A hepatite C é frequentemente uma infecção crônica, mas, com os avanços no tratamento, muitas pessoas podem ser curadas dela. Os medicamentos antivirais de ação direta são altamente eficazes, atuando diretamente no vírus e impedindo sua replicação. Esses medicamentos têm altas taxas de cura, geralmente superiores a 90%.
A maior forma para se prevenir é receber as vacinas contra hepatite A e B para garantir a proteção do organismo. Além disso, é aconselhável evitar o consumo excessivo de álcool, garantir uma boa higiene pessoal, usar preservativos nas relações sexuais e tomar cuidado com objetos cortantes, que podem estar contaminados.
Ao detectar sinais de contaminação por alguma hepatite viral, é essencial consultar um médico e realizar exames necessários. Gostou do que leu? Compartilhe este artigo e continue acompanhando o portal Minuto Saudável!
Kayo Vinicius Ferreira Forte
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.