Quem tem um vida fisicamente ativa, sobretudo os corredores, está mais sujeito às lesões. Apesar de ser fundamental para a saúde, a atividade física pode facilitar quedas e processos inflamatórios.
Entre eles está a fascite plantar. O nome pode até não ser muito conhecido, mas o sintoma é: dor na sola do pé.
Ela pode ser localizada próxima ao calcanhar e estender-se por toda a sola. Às vezes, a dor é bastante intensa, fazendo com que a pessoa precise afastar-se dos esportes ou exercícios, podendo até mesmo prejudicar a rotina, como andar pequenas distâncias.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
A fascite plantar é uma inflamação na fáscia plantar, tecido que se estende na sola do pé ligando o calcanhar aos dedos. Trata-se de uma condição comum e dolorosa desencadeada pelo estresse e esforço excessivo na região.
A doença geralmente causa dor na sola do pé, desconforto ao caminhar ou correr e sensação de sensibilidade. A fascite plantar é uma das patologias mais comuns que atingem o pé e apresenta um empecilho ao paciente para realização de qualquer atividade que envolva movimentação.
O tratamento de fascite plantar é necessário para atingir a cura e não desencadear outras doenças semelhantes, como esporão de calcâneo.
Por se apresentarem em regiões semelhantes, ambas doenças são frequentemente confundidas. No entanto, não são a mesma coisa.
Enquanto a fascite plantar é a inflamação na sola do pé, o esporão de calcâneo é uma protuberância óssea que cresce na base do osso do calcâneo, perto do local onde a fáscia plantar se prende.
Os dois possuem causas similares, através de múltiplos traumas ou sobrecarga na região dos pés, porém se diferem no diagnóstico.
Os testes realizados para fascite plantar englobam análise do histórico do paciente e procedimentos que provocam dor no local atingido pela inflamação.
Já o esporão de calcâneo somente deve ser diagnosticado através de exames de imagem, pois sua presença pode ou não manifestar sintomas.
O esporão e a fascite plantar podem ocorrer separadamente ou em conjunto. A fáscia, após longos períodos de inflamação, pode causar o esporão. Já o contrário, somente 5% dos pacientes com esporão de calcâneo passam a apresentar quadros de dor e inflamação na sola do pé.
A fáscia é um tecido fibroso que reveste os músculos de diversas partes do corpo e, no caso da fáscia plantar, tem como função principal amortecer o impacto enquanto os pés realizam movimentos sobre uma superfície. Quando há esforço, pressão e ações repetitivas em excesso, ocorre o estresse do tecido e, consequentemente, a inflamação denominada fascite plantar.
Normalmente, a doença ocorre só em um pé, mas pode ser bilateral. As causas da fascite plantar podem estar relacionadas com as seguintes situações:
Uso contínuo do salto alto costuma levar a diminuição da mobilidade do tendão de Aquiles. Ao encurtar esse músculo, que liga a panturrilha à região do tornozelo, favorece a fascite plantar.
Esforço dos pés em treinos pesados e corridas de longa distância, principalmente em superfícies duras, como asfalto, pressionam as solas dos pés. Corredores são atingidos com frequência pela inflamação, por conta de não utilizarem calçados adequados para se exercitar ou pelo uso prolongado do mesmo tênis.
Encurtamento da musculatura posterior da perna ou tensões em outras partes do corpo, como um desnivelamento de quadril, podem inflamar a fáscia plantar e gerar a doença.
Alterações genéticas nos pés, ou até mesmo possuir um padrão anormal de andar, pode afetar como o peso é distribuído pelo corpo quando se está em pé. Duas formas conhecidas de modificações no formato dos pés são:
Outros fatores que podem desencadear a doença:
A fascite plantar é uma inflamação comum em homens e mulheres de meia-idade, entre os 40 e 60 anos, principalmente quando estão com sobrepeso. Outros grupos que correm o risco de contrair a doença:
Os sintomas de fascite plantar são os resultados do espessamento da fáscia, a presença de fibrose (aumento das fibras em um tecido) e calcificação do tecido. Por isso, as queixas mais comuns são:
É bastante comum que a pessoa consiga identificar a dor como originando-se no calcanhar. Muitas vezes, ela pode irradiar em direção aos dados, afetando toda a sola dos pés.
Também é possível haver quadros de dor ao permanecer muito tempo em pé, subir escadas, utilizar saltos altos ou praticar atividades físicas, principalmente caminhadas e corridas.
Na maioria dos casos, a dor e sensibilidade nos pés permanecem durante o dia inteiro e aliviam após um período curto de repouso. Em situações mais graves, a dor se difunde até os dedos e tornozelo.
Geralmente, a dor na sola dos pés é mais intensa de manhã, depois de acordar, ou após um período em repouso. Normalmente, essa dor tende a ser mais intensa nos 10 primeiros minutos, após iniciar a movimentação, podendo reduzir e retornar novamente mais tarde.
Muitas pessoas podem perceber a sola dos pés sensível ao toque, com a piora da dor ou queimação quando há mais pressão na região.
Devido à inflamação, pode ocorrer inchaço na região do tornozelo, vermelhidão e rigidez, dificultando a movimentação do calcanhar.
O diagnóstico pode ser feito pelo ortopedista ou fisioterapeuta. Os exames são realizados a partir da análise dos sintomas do paciente e testes específicos que provocam dor no local atingido pela inflamação.
O profissional de saúde deve se concentrar em descobrir a causa da fascite plantar, assim iniciar com o paciente o tratamento adequado para regredir a inflamação e prevenir seu retorno.
É realizado uma investigação do histórico do paciente, avaliando as condições que fica exposto no ambiente de trabalho e ao realizar esportes.
Também é necessário analisar o formato do arco do pé do indivíduo e se os sapatos que costumam utilizar estão adequados para as atividades que realizam.
Para excluir a possibilidade da dor ser causada por um distúrbio neurológico, o paciente deve andar na ponta dos pés e calcanhar para que os sintomas sejam avaliados. A localização exata da fascite plantar só pode ser determinada após a região ser apalpada e comprimida.
A partir desses pequenos testes, o médico também procura por sinais de rigidez para garantir que os sintomas não são causados por uma limitação articular.
Exames de imagem, como radiografia, não são capazes de identificar a fascite plantar, mas o médico especialista pode requisitar a realização de algum para descartar a presença das seguintes doenças:
Fascite plantar tem cura, mas o tratamento é lento, durando cerca de 1 ano à 18 meses, e depende do paciente realizá-lo corretamente para não esforçar mais a fáscia. Os métodos variam de procedimentos caseiros, utilização de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios e fisioterapia.
O objetivo do tratamento da fascite plantar é desinflamar a região na intenção de melhorar a circulação sanguínea e, se houver nódulos, desfazê-los dos tendões.
Realizar alongamentos não cura a fascite plantar, porém auxilia no alívio dos sintomas temporariamente. O paciente não deve efetuar nenhum dos procedimentos a seguir sem antes se consultar com um médico especialista.
Para imobilizar e auxiliar no alongamento da fáscia é indicado utilizar tornozeleiras no período diurno e talas no período noturno.
No entanto, imobilização raramente é a melhor saída. Reeducação da atividade física, uso de palmilhas e exercícios específicos são indicados como soluções mais eficazes.
A aplicação da acupuntura atinge a dor e a inflamação, e, quando associada à outras formas de reabilitação, auxilia na redução da sobrecarga nos pés (combinado com o uso de palmilhas) e na restauração de força e flexibilidade (combinado com a prática de exercícios).
Em poucos casos, pode ser realizado a infiltração com corticosteroide, método evitado devido a possibilidade de problemas futuros, como a ruptura da fáscia. A aplicação da injeção pode fornecer alívios temporários para dor.
Alguns estudos também têm demonstrado benefícios com injeção de botox. A toxina botulínica é injetada na fáscia plantar para provocar a paralisia do nervo, o que gera reduções temporárias na dor, resposta semelhante do uso de corticoides.
Não há garantia do efeito durar a longo prazo, pois as aplicações não oferecem a cura da lesão.
Normalmente, o tratamento recomendado para fáscia plantar é exclusivamente conservador, no entanto, a fasciotomia plantar parcial é indicada após a falha de qualquer outro método durante 12 meses de tentativa ou após a ruptura da fáscia.
A fasciotomia plantar tem como objetivo aliviar a pressão da região da fáscia, mas não garante que ocorrerá melhora dos sintomas.
O procedimento libera parcialmente a fáscia plantar, mas há o risco de acontecer a liberação total e desencadear problemas, como pé chato adulto adquirido.
Para alívio da dor, os profissionais de saúde costumam prescrever anti-inflamatórios que devem ser tomados aliados a outras terapias.
Os medicamentos geralmente indicados para o tratamento de fascite plantar são Dipropionato de Betametasona + Fosfato Dissódico de Betametasona, como Duoflan, Betatrinta e Permese.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Os tratamentos naturais ou caseiros não substituem a recomendação médica, mas podem ser aliados na recuperação do quadro. Assim, algumas medidas podem ser feitas em casa na intenção de reduzir a dor e a inflamação, como:
Se a fascite plantar não for tratada corretamente e o tecido continuar a sofrer esforços excessivos, a fáscia pode entrar em processo de degeneração tornando a dor crônica.
Isso pode favorecer o aparecimento do esporão de calcâneo, uma protuberância óssea que cresce na sola do pé.
Caso o paciente modifique sua forma de andar para minimizar a dor, pode resultar em problemas nos pés, joelhos, quadril ou costas.
A fascite plantar é uma doença fácil de se prevenir, basta dar atenção às necessidades dos pés e evitar aplicar esforço excessivo nas solas. As recomendações que podem ser seguidas para prevenir a inflamação são:
A dor na sola do pé pode ser indício de fascite plantar, que é a inflamação da região. Ela pode decorrer de um mal jeito ao praticar algum esporte ou fazer uma atividade comum, como subir escadas.
Na Classificação Internacional de Doenças, a fascite plantar está listada sob o código M72.2 Fibromatose da fáscia plantar.
É preciso, primeiro, que haja uma avaliação médica. Somente assim, anti-inflamatórios podem ser receitados. Porém, vale lembrar que o tratamento vai além do medicamentoso, devendo ser aliado à fisioterapia, repouso e órteses, em alguns casos.
A fascite plantar é uma inflamação comum que causa dificuldade para realização de qualquer atividade que envolva os pés. Apesar do tratamento ser simples, caso negligenciado, pode acarretar diversas complicações, além do esporão de calcâneo.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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