Saúde

Eletroterapia: fisioterapia com estimulação elétrica dói? Como funciona?

Publicado em: 09/06/2023Última atualização: 09/06/2023
Publicado em: 09/06/2023Última atualização: 09/06/2023
Fisioterapeuta colocando eletrodos nas costas de uma paciente.A eletroterapia tem diversas aplicações, tanto na fisioterapia quanto na estética.
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A técnica de eletroterapia, geralmente utilizada pela eletrofisioterapia, consiste na aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade diretamente na região afetada ou em tratamento. 

O procedimento é bastante utilizado em pacientes com lesões musculares, em pós-cirúrgico ou no tratamento e acompanhamento de algumas patologias.

O emprego de técnicas de eletroestimulação tem o objetivo de otimizar a terapia, aliando os recursos em busca da melhoria do quadro da pessoa. De modo geral, as correntes agem estimulando respostas mais intensas ou mais aceleradas dos tecidos.

Continue lendo o artigo para saber mais sobre terapias fisioterápicas com correntes elétricas, como funcionam e quando são indicadas.

Índice — Neste artigo, você irá encontrar:

  1. O que é eletroterapia?
  2. Para que serve?
  3. Eletroterapia dói?
  4. Contraindicações
  5. Aparelhos de uso doméstico

O que é eletroterapia?

As eletroterapias partem do princípio de que os aparelhos não são apenas um recurso, mas sim um agente físico cuja energia gera consequências nos tecidos cutâneos, subcutâneos e musculares.

Esses tratamentos, portanto, funcionam por meio da aplicação de energias térmicas, luminosas, mecânicas e/ou eletromagnéticas, com o intuito de promover um tratamento fisioterápico ou estético.

Grosso modo, a corrente elétrica é criada pelo fluxo de partículas minúsculas, chamadas de elétrons, processo que resulta também no que conhecemos como eletricidade. Podemos pensar esse mecanismo como o fluxo de um rio formado por partículas elétricas, que flui por meio de um objeto ou substância condutora.

Existem diversos tipos de correntes elétricas e, quando utilizadas em contexto terapêutico, elas costumam ser aplicadas de forma controlada e segura sobre a pele. Esse procedimento é normalmente realizado com o auxílio de eletrodos, que funcionam como “pontos de contato” para a eletricidade atinja os tecidos.

Quando devidamente aplicada por um profissional especializado, essas correntes elétricas podem ter efeitos benéficos, ajudando a estimular a circulação sanguínea, melhorando a oxigenação dos tecidos e influenciando a atividade elétrica natural das células musculares e nervosas.

Como consequência, pacientes relatam o alívio da dor, aceleração no processo de recuperação de lesões musculares, potencialização do fortalecimento muscular, entre outros benefícios terapêuticos amplamente explorados em pesquisas.

Leia também: Fisioterapia (respiratória, esportiva e mais): como funciona? 

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Para que serve?

Com aplicações que remontam ao Egito Antigo, quando eram utilizados peixes-elétricos no tratamento de dor, a eletroterapia só passou a ser sistematicamente pesquisada com o advento da pilha elétrica. A invenção permitiu o surgimento de equipamentos capazes de emitir correntes elétricas contantes e mais facilmente controláveis.

Entre as indicações e aplicações da eletrofisioterapia estão:

  • Controle e diminuição da dor, melhorando o movimento;
  • Auxílio na redução do acúmulo de líquidos e inchaço (edemas);
  • Relaxamento muscular;
  • Diminuição de contraturas musculares;
  • Auxílio na regeneração dos tecidos moles: age no estímulo dos tecidos e fibras colágenas;
  • Estímulo na cicatrização óssea em fraturas;
  • Melhora no desempenho muscular.

Existem, no entanto, algumas aplicações que tem se tornado mais populares, principalmente pela aplicação estética. Confira algumas aplicações específicas da eletroterapia:

Eletroterapia Capilar

Utilizando um aparelho especial, com um eletrodo em formato de pente, a eletroterapia capilar tem o objetivo de fortalecer e tonificar as raízes do cabelo, ajudando a melhorar a circulação sanguínea.

Além disso, esse tipo de tratamento ajuda a potencializar o transporte de oxigênio e de nutrientes para as raízes com o intuito de deixar os cabelos mais fortes e resistentes.

Em alguns casos, a eletroterapia capilar também é indicada para auxiliar no tratamento de patologias, pois a técnica ajuda a eliminar microrganismos indesejados, controlando problemas como caspa e seborreia.

Leia também: Seborreia: veja se tem cura e o que é bom para tratá-la 

Eletroterapia Estética

A eletroterapia também pode ser aplicada em tratamentos estéticos, podendo auxiliar na remoção de manchas escuras, cicatrizes, estriascelulite e rugas, além de ser utilizada no combate à flacidez e outros problemas relacionados à pele. 

No tratamento cicatrizes, rugas e outras marcas do tipo, a eletroterapia utiliza correntes elétricas suaves, radiofrequência ou microcorrentes, com o intuito de estimular a produção de colágeno e elastina, melhorando a textura da pele. 

Além disso, a técnica estimula a circulação sanguínea e o metabolismo local, melhorando a nutrição dos tecidos e potencializando a renovação cutânea, ajudando na remoção de manchas causadas por hiperpigmentação.

Como a eletroterapia também estimula a contração dos músculos e promove a quebra das células de gordura, o método é utilizado também no controle e tratamento de problemas estéticos como flacidez e celulite.

Leia também: Celulite infecciosa: o que é, o que causa e tratamentos 

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Eletroterapia dói?

Mulher deitada em maca e com eletrodos nas costas.

Depende, mas podemos adiantar que não causa dor intensa. Os tratamentos fisioterápicos com eletricidade podem causar alguma sensação de desconforto ou dor, mas esta deve ser leve e geralmente é facilmente suportada pelo paciente.

As sensações variam de uma pessoa para outra, de acordo com do tipo de tratamento e intensidade da corrente elétrica utilizadas. É comum sentir uma sensação de formigamento, leve picada, calor ou pressão na área em que a eletroterapia está sendo aplicada.

Conheça algumas das correntes elétricas aplicadas por fisioterapeutas:

Terapia por estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

A TENS é indicada no tratamento e alívio das dores, geralmente associada à prática de exercícios físicos. Com a eletroestimulação, há o favorecimento do estímulo, excitação e despolarização das fibras nervosas, fazendo com que a percepção da dor seja controlada.

Eletrodos são posicionados no local sensível e são aplicadas correntes elétricas ajustáveis, de podem variar conforme a sensibilidade de cada paciente.

Pesquisas publicadas no periódico American Journal of Nursing, mostram que pacientes apresentam um alívio de até 60% nas dores causadas por neuropatia periférica, lesão do nervo periférico, radiculopatia e dores musculoesqueléticas após apenas 5 sessões.

Corrente Russa

A corrente russa foi criada com o intuito de estimular e tonificar os músculos. Atualmente, aplica-se a corrente na frequência média de 2.000Hz a 10.000 Hz, com pulso podendo variar de 50 a 250 microssegundos.

A aplicação é variada e pode ser indicada para melhorar o tônus muscular, reduzir a flacidez, estimular a circulação sanguínea, além de melhorar a oxigenação celular. Nas aplicações estéticas, é utilizado para reduzir a celulite, flacidez e promover a diminuição de gordura localizada.

Corrente Interferencial

A corrente tem baixa frequência e atua na diminuição da dor e na melhora do desempenho muscular. A terapia oferece poucos efeitos adversos e acelera a recuperação e reabilitação do paciente.

Na aplicação, são utilizadas suas correntes elétricas alternadas com frequência média, resultando em uma corrente terapêutica de baixa frequência indicadas para dores crônicas ou agudas.

Entre as aplicações e indicações de tratamento da corrente interferencial estão:

  • Lombalgia;
  • Cervicalgia;
  • Dor miofascial;
  • Dores no joelho (incluindo as ocasionadas pelo pós-operatório);
  • Artrite psoriática;
  • Constipação intestinal;
  • Dores geradas por excesso de exercícios ou lesões musculares.

Leia também: Benefícios para o corpo: conheça a técnica de liberação miofascial 

Ondas curtas

A ação eletromagnética atinge os tecidos moles mais profundos, agindo no aumento e estimulação do colágeno, alívio de dores e diminuição dos espasmos. Conferindo uma vibração rápida nos tecidos, o procedimento faz com que eles sejam aquecidos e os vasos se dilatem, proporcionando o alívio das dores.

Contusões, hipotrofias musculares, rigidez e imobilidade do músculo, artrites, periartrite, bursite, mialgias, lombalgias e fibroses são alguns dos quadros que podem ser tratados com as ondas curtas.

Ultrassom

O ultrassom é capaz de emitir ondas que produzem movimentos de vibração, resultando em aumento do metabolismo local. Ou seja, o sangue é estimulado a circular mais na região.

Com o fluxo de sangue elevado, há mais nutrição, oxigenação e regeneração do tecido. Casos de tendinite, mialgias, contraturas e tensões musculares, e cicatrizes podem ser favorecidas com o procedimento.

Laser

Por meio do processo fototerápico, o laser alivia dores, age como anti-inflamatório e estimula as células do tecido, acelerando a regeneração e cicatrização.

Processos inflamatórios e lesões de tecidos moles (como tendões, músculos e ligamentos), edemas, lesões nervosas e feridas abertas que demoram a cicatrizar podem ser tratadas com o laser.

Contraindicações

Apesar de simples e geralmente indolor, o uso de eletricidade no corpo humano requer cuidados. Além disso, algumas condições podem tornar esse tipo de terapia inviável para o(a) paciente. Confira algumas das principais contraindicações nos tratamentos com eletroterapia:

  • Lesões de pele ou sensibilidade aumentada na área de aplicação dos eletrodos;
  • Musculatura cansada, não sendo indicada a aplicação dessa terapia após exercícios intensos ou prolongados;
  • Suspeita ou diagnóstico de epilepsia, tumor, trombose e problemas cardíacos;
  • Região torácica, evitando que a corrente elétrica interfira no ritmo cardíaco;
  • Pessoas portadoras de marca-passo cardíaco ou cerebral;
  • Aplicação na região abdominal em pessoas com suspeita de gestação;
  • Pacientes com algum tipo de infecção;
  • Presença de metais, como aparelhos de fonoaudiologia, implantes dentários, aparelhos ortodônticos, pinos e placas.
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Aparelhos de uso doméstico

A eletroterapia geralmente é realizada com equipamentos de uso clínico e que devem ser manipulados por profissionais especializados. Há, no entanto, algumas opções de aparelho menos potentes de eletroestimulação e que permitem a terapia doméstica.

No site do marketplace Consulta Remédios, que permite procurar e comparar preços, podemos encontrar modelos como o Eletroestimulador G-Tech Tens Alivio Já, a partir de R$ 132,55*.

Com 15 intensidades e diferentes modos de funcionamento, esse eletroestimulador portátil pode ser usado para tratar dores musculares e lombares, além de aliviar sintomas de osteoartrites, tendinites e cólicas menstruais.

É muito importante que, nesses casos, o manual de uso seja lido e respeitado, principalmente no que diz respeito aos modos de uso e contraindicações.

*valores consultados em maio de 2023.


A eletroterapia é uma técnica antiga e amplamente aplicada na fisioterapia e em tratamentos estéticos, ajudando em reabilitações, tratamentos do sistema musculoesquelético e auxiliando na atenuação de cicatrizes e manchas.

Para saber mais sobre saúde, tratamentos e outras informações continue acompanhando os artigos do Minuto Saudável e siga nossos perfis nas redes sociais.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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