Gravidez

Como evitar o enjoo na gravidez: alimentos e dicas práticas

Publicado em: 09/02/2021Última atualização: 02/08/2021
Publicado em: 09/02/2021Última atualização: 02/08/2021
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Não é novidade que, durante a gravidez, a mulher pode sentir enjoos. Mas é preciso deixar claro que nem todas as gestantes têm esse sintoma e isso não quer dizer que há algo errado.

Mesmo assim, algumas dúvidas podem surgir: por que ocorre o enjoo? Quando ele costuma acontecer? E, principalmente, como fazer para evitar e acabar com esse problema? 

O Minuto Saudável te explica tudo isso e ainda mais informações, a seguir:

Por que gravidez dá enjoo?

Não se sabe exatamente o porquê das grávidas sentirem enjoo, mas há especialistas que indicam que o mais provável é que o problema esteja relacionado com o aumento dos índices do hormônio hCG (Gonadotrofina Coriônica humana). 

Esse, também é conhecido como o “hormônio da gravidez”, uma vez que favorece os primeiros sintomas mais comuns da gestação — ou seja, náuseas e vômitos.

Há alguns estudos que relacionam o aparecimento desses sintomas com um possível estímulo que o hCG faz no Sistema Nervoso Central (SNC), atingindo a postrema, área do cérebro responsável pela indução e controle do vômito.

Inclusive, existem até mesmo indicativos de que o estímulo pode ser mais forte em caso de gravidez gemelar, considerando a maior produção hormonal.

Ainda, há algumas hipóteses com origem evolutiva que apontam que o enjoo poderia ser benéfico ao feto, atuando como um suposto “mecanismo de proteção”. 

Isso porque, em épocas que os humanos buscavam alimento através de práticas como a caça e as plantações, havia uma maior chance de que fossem consumidos alimentos com toxinas prejudiciais à saúde. 

E caso isso ocorresse na gestação, haveria grandes riscos ao bebê. Então, o organismo da gestante induzia o enjoo para evitar que ela consumisse alimentos com potencial tóxico ao feto (como as carnes, por exemplo). Esse mecanismo persiste até hoje, podendo ser o responsável pelos enjoos.

Entretanto, outros fatores que podem efetivamente contribuir e provocar os enjoos na gravidez são: olfato apurado, mudança nas preferências alimentares e distúrbios crônicos pré-existentes (como a labirintite).

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Quanto tempo demora para passar o enjoo da gravidez?

De maneira geral, o enjoo da gravidez costuma durar até o fim do primeiro trimestre. Sendo assim, tende a desaparecer a partir da 16ª semana da gestação. Então, é raro que a mulher sofra com esse desconforto até o momento do nascimento do bebê.

Ilustração do desenvolvimento fetal no primeiro trimestre da gestação.
Os enjoos costumam durar até o final do primeiro trimestre, ou seja, são mais comuns no início da gestação. Porém, há casos em que algumas mulheres que têm esse sintoma de forma prolongada.

Inclusive, quando os enjoos continuam depois desse período inicial, é comum que seja necessária uma análise clínica, de forma que o(a) médico(a) possa se certificar se está tudo correndo de forma adequada com a saúde da mãe e do bebê.

Entretanto, em geral, mesmo quando o enjoo é prolongado, não costuma ser algo grave.

Vale salientar que o enjoo tem relação com os níveis hormônio hCG, que tem seu pico entre a 7ª e 10ª semana. Portanto, quando há maior estabilidade nas taxas hormonais, deixam de ocorrer as náuseas e os vômitos.

Além disso, embora seja um sintoma comum, reforça-se que nem todas as mulheres apresentam tal desconforto. O que não significa, necessariamente, que há algo de errado.

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O que fazer para melhorar o enjoo na gravidez? 

Muitas mulheres buscam conselhos com amigas, parentes ou até mesmo na internet para aliviar os tão indesejados enjoos na gestação. Entretanto, isso não é aconselhável, o mais prudente é sempre procurar orientação com o(a) obstetra responsável pelo pré-natal.

Esse(a) profissional poderá indicar cuidados e tratamentos para as náuseas e vômitos, sem que haja nenhum risco à saúde da mãe e, principalmente, do feto.

Isso pode incluir mudanças de hábitos, como evitar exposição a cheiros fortes que podem desencadear tais desconfortos.

Além disso, beber bastante água gelada pode ajudar. Inclusive, algumas mulheres sentem alívio dos enjoos ao beber água com limão, o que pode estar associado ao fato de que essa fruta eleva a acidez gástrica (costuma ficar baixa na gravidez e pode causar azia).

Em casos de enjoo mais recorrente ou mais grave, o(a) médico(a) pode prescrever o uso de remédios como o Dramin B6 ou o Vonau.

Por fim, outro fator primordial é priorizar o consumo de alimentos frescos e sem temperos fortes (como pimenta, páprica, noz-moscada etc). Nesse sentido, as frutas são uma ótima opção de ingredientes para incluir na dieta — veja algumas opções:

Frutas que diminuem o enjoo na gravidez

As frutas são excelentes para a saúde de forma geral e, além disso, também podem ter alguns benefícios específicos. Como, por exemplo, ajudar no alívio de sintomas como os enjoos, o que é bastante comum às gestantes.

Nesse caso, as melhores opções são as frutas leves, com maior teor de água e que são mais ácidas (em geral, as frutas ricas em vitamina C). Isso porque ajudam a minimizar os desconfortos gástricos como azia e má digestão, que favorecem os enjoos.

Sendo assim, algumas das frutas que podem diminuir o enjoo na gravidez são:

  • Limão;
  • Melancia;
  • Morango;
  • Mirtilo;
  • Laranja;
  • Kiwi;
  • Goiaba;
  • Acerola.
Laranjas cortadas.
A laranja é um exemplo de fruta que pode ajudar contra o enjoo da gravidez, especialmente devido às concentrações de vitamina C. Mas não é a única, o mesmo vale para o morango e o limão, por exemplo.

Além dessas, também vale destacar que o mamão, a tâmara e a banana são opções que podem ajudar contra tais desconfortos e contribuir para uma boa saúde.

Quando se tem muito enjoo na gravidez, o que significa?

Embora o enjoo seja um sintoma comum na gravidez e que as mulheres possam apresentá-lo em intensidades diferentes (mais branda ou mais severa), quando há enjoo excessivo pode ser um problema.

Tal quadro é chamado de hiperêmese gravídica (vômito e náuseas em excesso na gestação), que se caracteriza pelo aumento na frequência e intensidade no aparecimento dos sintomas.

Isso pode desencadear condições como a desidratação e perda de peso, o que pode afetar o quadro nutricional da gestante, a saúde de seu organismo e, consequentemente, o pleno desenvolvimento do bebê.

Muitas vezes esse quadro é causado por fatores psicológicos, como inseguranças da mãe e/ou outros desconfortos que podem estar debilitando seu emocional. Nesses casos, além do acompanhamento com o(a) obstetra, é preciso o amparo terapêutico com um(a) psicólogo(a).

É preciso salientar que a hiperêmese não é comum, acometendo uma parcela muito pequena das mulheres. De forma geral, se tratado corretamente, o problema não costuma afetar o bebê.

Porém, caso contrário, o feto pode nascer prematuro, sofrer com carência nutricional e até mesmo apresentar alterações cognitivas.

Lembrando que o cuidado deve ser redobrado às mulheres que já apresentam problemas prévios de saúde que podem favorecer os enjoos em maior escala. Como, por exemplo, a labirintite (distúrbio que afeta o labirinto e provoca náuseas, desequilíbrio etc).

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Como saber se o enjoo é de gravidez?

Não há uma forma de saber se o enjoo é, realmente, de gravidez sem que a mulher tenha outros sintomas. De maneira geral, a diferença é que as náuseas costumam ocorrer pela manhã nas grávidas, momento do dia em que há as maiores taxas hormonais no organismo.

Fora isso, não há maiores indícios de que o enjoo possa ter relação com a gestação. Portanto, é preciso ter atenção a outros sintomas comuns: 

  • Indisposição;
  • Náuseas repentinas ao longo do dia;
  • Atraso na menstruação;
  • Olfato mais apurado;
  • Sensibilidade nas mamas;
  • Corrimento rosado e/ou espesso;
  • Cólicas e dores na parte inferior das costas (lombar).

Ainda, uma primeira opção para saber a respeito da gravidez é recorrer aos testes disponíveis em farmácias, embora não sejam a opção mais segura. Mas isso pode ser feito, por exemplo, quando a mulher apresenta dois ou mais dos sintomas listados.

https://minutosaudavel.com.br/teste-de-farmacia/

Enjoo é sinal de gravidez saudável?

O enjoo pode ser, sim, um dos sinais de saúde na gravidez. Embora não seja confortável para a mãe ter de lidar com as náuseas durante o período gestacional, elas podem ser um indicativo da normalidade nos níveis do hormônio hCG.

Mas, além disso, um estudo feito por especialistas do Hospital for Sick Children, de Toronto (Canadá), indicou que as mulheres que apresentaram os enjoos na gravidez apresentaram menores índices de abortos espontâneos.

E que as mães que tiveram este sintoma, conceberam bebês com uma maior estatura e até mesmo mais saudáveis. Ainda, tal estudo apontou um menor índice de problemas congênitos (síndrome de down, lábio leporino, distúrbios cardíacos etc) nessas crianças. 

Por fim, a pesquisa também relaciona os enjoos na gestação com o melhor desenvolvimento da criança a longo prazo.

Entretanto, apesar de tais benefícios apontados na análise, cabe destacar que ainda são necessários mais estudos para entender a relação entre enjoo e saúde gestacional.

Além disso, embora seja um sintoma muito comum (acomete mais de 80% das mulheres) na gravidez, a ausência das náuseas não significa que há, necessariamente, algum problema.

De toda forma, faz-se indispensável o acompanhamento médico, uma vez que essa é a forma mais segura e eficaz de garantir que tudo está bem com a saúde da mãe e com o desenvolvimento fetal. Lembrando, ainda, que cada mulher e cada gravidez são únicas.

Como evitar?

Basicamente, a forma de evitar os enjoos na gravidez é manter os cuidados indicados para minimizar esse desconforto quando ele ocorre. Ou seja, durante o primeiro trimestre (período em que costumam ocorrer os enjoos), é recomendado:

  • Evitar cheiros fortes;
  • Manter uma alimentação leve e sem temperos fortes;
  • Beber bastante água, de preferência gelada;
  • Incluir frutas ricas em vitamina C na dieta (limão, laranja, morango, melancia);
  • Não deixar janelas de longos períodos entre as refeições.

Além disso, é preciso lembrar que é normal que a mulher sinta enjoo na gravidez e, como mencionado, isso até mesmo pode ser considerado um indício de que está tudo correndo bem.

Sendo assim, a gestante deve realizar o acompanhamento correto com o(a) obstetra e tratar o sintoma, a fim de minimizar o incômodo. Porém, lembrando que não há uma forma de evitar por completo que os enjoos aconteçam.


Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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