Não é novidade que, durante a gravidez, a mulher pode sentir enjoos. Mas é preciso deixar claro que nem todas as gestantes têm esse sintoma e isso não quer dizer que há algo errado.
Mesmo assim, algumas dúvidas podem surgir: por que ocorre o enjoo? Quando ele costuma acontecer? E, principalmente, como fazer para evitar e acabar com esse problema?
O Minuto Saudável te explica tudo isso e ainda mais informações, a seguir:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
Não se sabe exatamente o porquê das grávidas sentirem enjoo, mas há especialistas que indicam que o mais provável é que o problema esteja relacionado com o aumento dos índices do hormônio hCG (Gonadotrofina Coriônica humana).
Esse, também é conhecido como o “hormônio da gravidez”, uma vez que favorece os primeiros sintomas mais comuns da gestação — ou seja, náuseas e vômitos.
Há alguns estudos que relacionam o aparecimento desses sintomas com um possível estímulo que o hCG faz no Sistema Nervoso Central (SNC), atingindo a postrema, área do cérebro responsável pela indução e controle do vômito.
Inclusive, existem até mesmo indicativos de que o estímulo pode ser mais forte em caso de gravidez gemelar, considerando a maior produção hormonal.
Ainda, há algumas hipóteses com origem evolutiva que apontam que o enjoo poderia ser benéfico ao feto, atuando como um suposto “mecanismo de proteção”.
Isso porque, em épocas que os humanos buscavam alimento através de práticas como a caça e as plantações, havia uma maior chance de que fossem consumidos alimentos com toxinas prejudiciais à saúde.
E caso isso ocorresse na gestação, haveria grandes riscos ao bebê. Então, o organismo da gestante induzia o enjoo para evitar que ela consumisse alimentos com potencial tóxico ao feto (como as carnes, por exemplo). Esse mecanismo persiste até hoje, podendo ser o responsável pelos enjoos.
Entretanto, outros fatores que podem efetivamente contribuir e provocar os enjoos na gravidez são: olfato apurado, mudança nas preferências alimentares e distúrbios crônicos pré-existentes (como a labirintite).
De maneira geral, o enjoo da gravidez costuma durar até o fim do primeiro trimestre. Sendo assim, tende a desaparecer a partir da 16ª semana da gestação. Então, é raro que a mulher sofra com esse desconforto até o momento do nascimento do bebê.
Inclusive, quando os enjoos continuam depois desse período inicial, é comum que seja necessária uma análise clínica, de forma que o(a) médico(a) possa se certificar se está tudo correndo de forma adequada com a saúde da mãe e do bebê.
Entretanto, em geral, mesmo quando o enjoo é prolongado, não costuma ser algo grave.
Vale salientar que o enjoo tem relação com os níveis hormônio hCG, que tem seu pico entre a 7ª e 10ª semana. Portanto, quando há maior estabilidade nas taxas hormonais, deixam de ocorrer as náuseas e os vômitos.
Além disso, embora seja um sintoma comum, reforça-se que nem todas as mulheres apresentam tal desconforto. O que não significa, necessariamente, que há algo de errado.
Muitas mulheres buscam conselhos com amigas, parentes ou até mesmo na internet para aliviar os tão indesejados enjoos na gestação. Entretanto, isso não é aconselhável, o mais prudente é sempre procurar orientação com o(a) obstetra responsável pelo pré-natal.
Esse(a) profissional poderá indicar cuidados e tratamentos para as náuseas e vômitos, sem que haja nenhum risco à saúde da mãe e, principalmente, do feto.
Isso pode incluir mudanças de hábitos, como evitar exposição a cheiros fortes que podem desencadear tais desconfortos.
Além disso, beber bastante água gelada pode ajudar. Inclusive, algumas mulheres sentem alívio dos enjoos ao beber água com limão, o que pode estar associado ao fato de que essa fruta eleva a acidez gástrica (costuma ficar baixa na gravidez e pode causar azia).
Em casos de enjoo mais recorrente ou mais grave, o(a) médico(a) pode prescrever o uso de remédios como o Dramin B6 ou o Vonau.
Por fim, outro fator primordial é priorizar o consumo de alimentos frescos e sem temperos fortes (como pimenta, páprica, noz-moscada etc). Nesse sentido, as frutas são uma ótima opção de ingredientes para incluir na dieta — veja algumas opções:
As frutas são excelentes para a saúde de forma geral e, além disso, também podem ter alguns benefícios específicos. Como, por exemplo, ajudar no alívio de sintomas como os enjoos, o que é bastante comum às gestantes.
Nesse caso, as melhores opções são as frutas leves, com maior teor de água e que são mais ácidas (em geral, as frutas ricas em vitamina C). Isso porque ajudam a minimizar os desconfortos gástricos como azia e má digestão, que favorecem os enjoos.
Sendo assim, algumas das frutas que podem diminuir o enjoo na gravidez são:
Além dessas, também vale destacar que o mamão, a tâmara e a banana são opções que podem ajudar contra tais desconfortos e contribuir para uma boa saúde.
Embora o enjoo seja um sintoma comum na gravidez e que as mulheres possam apresentá-lo em intensidades diferentes (mais branda ou mais severa), quando há enjoo excessivo pode ser um problema.
Tal quadro é chamado de hiperêmese gravídica (vômito e náuseas em excesso na gestação), que se caracteriza pelo aumento na frequência e intensidade no aparecimento dos sintomas.
Isso pode desencadear condições como a desidratação e perda de peso, o que pode afetar o quadro nutricional da gestante, a saúde de seu organismo e, consequentemente, o pleno desenvolvimento do bebê.
Muitas vezes esse quadro é causado por fatores psicológicos, como inseguranças da mãe e/ou outros desconfortos que podem estar debilitando seu emocional. Nesses casos, além do acompanhamento com o(a) obstetra, é preciso o amparo terapêutico com um(a) psicólogo(a).
É preciso salientar que a hiperêmese não é comum, acometendo uma parcela muito pequena das mulheres. De forma geral, se tratado corretamente, o problema não costuma afetar o bebê.
Porém, caso contrário, o feto pode nascer prematuro, sofrer com carência nutricional e até mesmo apresentar alterações cognitivas.
Lembrando que o cuidado deve ser redobrado às mulheres que já apresentam problemas prévios de saúde que podem favorecer os enjoos em maior escala. Como, por exemplo, a labirintite (distúrbio que afeta o labirinto e provoca náuseas, desequilíbrio etc).
Não há uma forma de saber se o enjoo é, realmente, de gravidez sem que a mulher tenha outros sintomas. De maneira geral, a diferença é que as náuseas costumam ocorrer pela manhã nas grávidas, momento do dia em que há as maiores taxas hormonais no organismo.
Fora isso, não há maiores indícios de que o enjoo possa ter relação com a gestação. Portanto, é preciso ter atenção a outros sintomas comuns:
Ainda, uma primeira opção para saber a respeito da gravidez é recorrer aos testes disponíveis em farmácias, embora não sejam a opção mais segura. Mas isso pode ser feito, por exemplo, quando a mulher apresenta dois ou mais dos sintomas listados.
O enjoo pode ser, sim, um dos sinais de saúde na gravidez. Embora não seja confortável para a mãe ter de lidar com as náuseas durante o período gestacional, elas podem ser um indicativo da normalidade nos níveis do hormônio hCG.
Mas, além disso, um estudo feito por especialistas do Hospital for Sick Children, de Toronto (Canadá), indicou que as mulheres que apresentaram os enjoos na gravidez apresentaram menores índices de abortos espontâneos.
E que as mães que tiveram este sintoma, conceberam bebês com uma maior estatura e até mesmo mais saudáveis. Ainda, tal estudo apontou um menor índice de problemas congênitos (síndrome de down, lábio leporino, distúrbios cardíacos etc) nessas crianças.
Por fim, a pesquisa também relaciona os enjoos na gestação com o melhor desenvolvimento da criança a longo prazo.
Entretanto, apesar de tais benefícios apontados na análise, cabe destacar que ainda são necessários mais estudos para entender a relação entre enjoo e saúde gestacional.
Além disso, embora seja um sintoma muito comum (acomete mais de 80% das mulheres) na gravidez, a ausência das náuseas não significa que há, necessariamente, algum problema.
De toda forma, faz-se indispensável o acompanhamento médico, uma vez que essa é a forma mais segura e eficaz de garantir que tudo está bem com a saúde da mãe e com o desenvolvimento fetal. Lembrando, ainda, que cada mulher e cada gravidez são únicas.
Basicamente, a forma de evitar os enjoos na gravidez é manter os cuidados indicados para minimizar esse desconforto quando ele ocorre. Ou seja, durante o primeiro trimestre (período em que costumam ocorrer os enjoos), é recomendado:
Além disso, é preciso lembrar que é normal que a mulher sinta enjoo na gravidez e, como mencionado, isso até mesmo pode ser considerado um indício de que está tudo correndo bem.
Sendo assim, a gestante deve realizar o acompanhamento correto com o(a) obstetra e tratar o sintoma, a fim de minimizar o incômodo. Porém, lembrando que não há uma forma de evitar por completo que os enjoos aconteçam.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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