Cisto é a formação de uma bolsa a partir de qualquer tecido do corpo que pode compreender em seu interior ar, líquido, pus ou outro fluido. O cisto pilonidal é uma doença crônica muito comum, variante do cisto dermoide, e aparece habitualmente na região terminal da coluna vertebral (região sacrococcigiana ou sacrococcígea), conhecida popularmente como cóccix, alguns centímetros acima do ânus.
Recebeu o nome pilonidal, que significa “ninho de pêlos”, pois é muito frequente que se encontre cabelos dentro do cisto, além de fragmentos de pele, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Quando o acúmulo desse material resulta em uma inflamação, dando sinais de infecção e pus, o cisto é também chamado de abscesso pilonidal.
Apesar de ser conhecido por ocorrer na região do cóccix, o cisto pilonidal também pode surgir nos olhos, nariz, axilas, couro cabeludo e ao redor do umbigo.
O CID (Classificação Internacional das Doenças) do cisto pilonidal é L05. Para cisto pilonidal sem abscesso, o CID é L05.9, e para cisto pilonidal com abscesso, o CID é L05.0.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
As causas da doença são motivo de controvérsias até hoje. Inicialmente, acreditava-se que era causada por uma má formação que ocasionava um acúmulo de tecidos embrionários na região subcutânea (abaixo da pele), pois é o que ocorre com outras variantes de cistos dermoides. Ou seja, tratava-se de uma doença congênita (presente desde o nascimento).
Entretanto, nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, houve um aumento significativo da incidência em soldados, fator que levou muitos pesquisadores e médicos a acreditarem que poderia ser uma doença adquirida.
Atualmente, portanto, acredita-se que existem fatores que causam o aparecimento do cisto. São eles:
Os fios se curvam e penetram novamente o folículo piloso, onde continuam crescendo, sendo tratados pelo organismo como corpos estranhos, o que resulta em um processo inflamatório. Frequentemente forma-se um pequeno canal subcutâneo antes de dar origem ao cisto (seio pilonidal), e por essa abertura pode sair o material de dentro da bolsa.
A ausência do folículo piloso (estrutura responsável pela geração de pêlos) nas bolsas indica que o cabelo não nasceu naquele local, e sim foi empurrado até lá.
Serve tanto através do uso de calças muito apertadas quanto em casos de pessoas que passam muito tempo sentados durante o dia, tanto em casa, no trabalho ou realizando algum esporte como ciclismo ou equitação.
O suor acumulado no interior da pele pode resultar em um processo inflamatório. Dessa forma, obesidade, sedentarismo e falta de higiene são fatores que estimulam a ocorrência do cisto.
Não há comprovações de que traumas na região sacrococigiana possam ser a causa de um cisto, mas é certo que eles podem levar à inflamação de um cisto pré-existente.
Trata-se da inflamação do folículo capilar e pode se romper no tecido subcutâneo, formando-se assim um abscesso pilonidal.
Quando o cisto infecciona e se torna um abscesso, normalmente a bactéria responsável é a Staphylococcus aureus, germe que normalmente habita a pele humana.
A doença acomete predominantemente (cerca de 80%) os homens, que em geral apresentam mais pêlos no corpo que as mulheres. Portanto, homens mais peludos ou com pêlos encaracolados têm ainda mais predisposição a apresentar cistos, bem como os que apresentam uma prega mais profunda nas nádegas.
É mais comum em jovens entre 15 e 30 anos, pois esses apresentam folículos pilosos mais amplos, o que facilita a penetração dos pêlos para o interior da pele, além de alterações hormonais nas glândulas sebáceas, como aumento da queratina. É muito rara em homens com mais de 40 anos.
Como os sintomas só aparecem quando o há um processo inflamatório, algumas pessoas podem conviver com a doença por muitos anos sem conhecimento.
Quando o cisto torna-se um abscesso, os sintomas podem ser:
O cisto pode também evoluir para um carcinoma de células escamosas, um tumor maligno desenvolvido a partir de células epiteliais, ou a outros tipos de câncer, como carcinoma basocelular, sarcoma e melanoma. O que o torna maligno é o desencadeamento de um processo inflamatório crônico.
Inicialmente, o cisto pilonidal se parece com qualquer outro cisto dermoide ou com um teratoma sacrococcígeo.
O diagnóstico é clínico e pode ser realizado por um proctologista, dermatologista, clínico geral ou médico de emergência. Quem realiza a cirurgia é o cirurgião geral ou coloproctologista.
Ainda não existe um exame que confirme especificamente a ocorrência do cisto. O que pode ser solicitado é um hemograma, exame que realiza a contagem dos elementos do sangue. Quando o hemograma informa que há aumento na taxa de leucócitos, há então a suspeita da presença de alguma doença infecciosa no corpo, que pode ou não se tratar de um cisto pilonidal.
O cisto pilonidal não tem cura, pois mesmo após intervenção cirúrgica ele pode reincidir. O tratamento não costuma provocar maiores complicações, mas nos estágios mais avançados ou em casos de reincidência, pode ser bastante desconfortável.
Quando o paciente está nunca teve caso de cisto pilonidal antes e o cisto ele não apresenta sinais de infecção, é realizada uma drenagem do conteúdo da bolsa através de uma pequena incisão na pele sob anestesia local, normalmente no próprio consultório. Em alguns casos, o médico pode prescrever algum antibiótico. Esse tratamento normalmente não é definitivo, mas, em alguns casos, após a drenagem, o cisto não surge novamente.
Em casos de reaparecimento ou quando o cisto já está em um estágio inflamatório muito avançado, será necessária uma cirurgia depois da drenagem, quando o processo inflamatório e infeccioso já tiver diminuído.
A operação consiste na aplicação de raquianestesia ou peridural com sedação, abertura, raspagem da parede interna, remoção dos pêlos e cauterização da ferida. A duração é de aproximadamente 20 minutos. O cisto é retirado em bloco e pode incluir alguns centímetros do tecido gorduroso e de pele sadia no entorno. Isso evita que o cisto se manifeste novamente. Nesse caso, o tempo de recuperação pode chegar a 3 meses.
Após o procedimento, é comum que a ferida cirúrgica seja deixada aberta, sem suturar, para que ocorra a cicatrização natural, a qual dura cerca de 8 semanas. Essa técnica, conhecida como cicatrização por 2ª intenção, exige mais cuidado e um tempo maior de cicatrização. Entretanto, o risco de infecção é muito menor que o risco da cirurgia fechada com pontos.
Após a cirurgia, deve ser realizado um curativo diário para acelerar o processo de cicatrização. Diariamente, lava-se a ferida com gaze ou algodão e soro fisiológico e finalmente, coloca-se uma gaze limpa para proteger, sempre cuidando para que não caiam pêlos na ferida novamente. Assim, a cicatrização é uniforme. É imprescindível que as mãos de quem for realizar o curativo estejam sempre limpas.
Os procedimentos caseiros pode ajudar a aliviar a dor e o incômodo do cisto pilonidal. Por não serem testados cientificamente, não existem provas de sua eficácia.
Alivia rapidamente as dores fortes e contribui com a drenagem. Pode ser aplicada na área com um banho quente ou através de compressas:
Especiaria natural com propriedades anti-inflamatórias e antissépticas que podem conseguir reduzir a dor na hora, reduzir a inflamação e favorecer a cura da ferida.
Também conhecida como açafrão-da-terra, pode ser ingerida na forma de cápsula, encontrada em lojas de produtos naturais, ou por meio de uma pasta caseira:
Muito indicada para tratar problemas cutâneos, é um poderoso aliado contra bactérias, vírus e micróbios. Além disso, também cura feridas e reduz o inchaço.
Aplique o gel de Aloe Vera, que pode ser encontrado em lojas de produtos naturais ou feito em casa através do gel que sai da planta quando ela é cortada. Esquente esse gel até ficar morno e aplique na região afetada, deixando agir por 20 a 30 minutos. Repita esse remédio de 3 a 4 vezes por dia.
Possui propriedades anti-inflamatórias, antissépticas e antibacterianas que também reduzem a dor.
Outra alternativa é misturar 1 colher do vinagre em um copo de água morna e beber 2 vezes por dia.
Sua propriedade ácida impede que os cistos se agravem e, por ser anti-inflamatório, promove um alívio rápido da dor e do inchaço.
Antisséptico, antibacteriano e anti-inflamatório.
É um grande antibiótico e antifúngico e, quando ingerido, impulsiona o sistema imunológico, combatendo infecções.
Outra dica é comer um dente de alho seguido de um copo de água 2 vezes por dia.
O sulfato de magnésio, conhecido como Sal de Epsom, pode aliviar as dores a acelerar a expulsão da pus. Possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias que também reduzem o inchaço.
A árvore, conhecida como Neem, fornece folhas com qualidades antissépticas e antibacterianas, afastando a infecção.
Além dos tratamentos acima citados, você também pode utilizar outros óleos como Óleo de Jojoba, Óleo de Hortelã e Óleo de Sálvia.
Procure não utilizar cremes ou outros cosméticos na área afetada.
O cisto pilonidal é uma doença comum que não é fatal. Sua gravidade depende de quanto tempo leva para que se realizasse o diagnóstico. Por ser uma doença que pode reaparecer, é muito importante que o paciente esteja sempre atento a essa possibilidade e adote medidas de modo a prevenir que isso aconteça.
Um fator que pode aumentar consideravelmente a probabilidade de surgimento do cisto pilonidal é a transpiração do local. Para evitá-la, mantenha a área sacrococcigiana sempre limpa, tomando mais de um banho por dia, se necessário.
Como é a presença de pêlos no interior da pele a principal causa da formação do cisto, uma dica para homens que já apresentaram a doença ou que estão predispostos a apresentar é fazer depilação da área. A mais indicada é a depilação a laser, em que o calor interrompe a ação dos folículos pilosos, impedindo que os pêlos cresçam por um bom tempo. Entretanto, existem também outra alternativas, como depilação com cera, com lâmina ou com creme depilatório.
Também é recomendável não ficar sentado por muito tempo ou praticar exercícios que forcem o local, bem como não utilizar roupas que mantenham a área muito sufocada, além de procurar sempre manter o peso ideal.
Apesar de não ser muito conhecido, o cisto pilonidal é uma doença bastante comum principalmente entre homens de 15 a 30 anos. Por isso, é preciso que eles tenham muito mais cuidado, tomem atitudes preventivas para evitar o cisto e procurem ajuda médica assim que surgir a suspeita.
Portanto, compartilhe este texto com seus amigos e familiares, para que o conhecimento da doença chegue em mais pessoas!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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