O Transtorno do Espectro Autista (CID-10 F84.0) é um transtorno do neurodesenvolvimento responsável por déficit na comunicação, principalmente em iniciar e dar continuidade a diálogos e dificuldade em entender a linguagem não verbal (como gestos).
Nas interações sociais, os (as) pacientes com a condição apresentam déficits na reciprocidade socioemocional, dificuldade de adaptar-se aos ambientes e contextos, assim como compartilhar brincadeiras e fazer amigos.
Os padrões de comportamento são restritivos e repetitivos e entre suas características estão movimentos motores (andar nas pontas dos pés), alinhar os objetos ou arrumá-los em fila, apresentar falas estereotipadas e repetitivas (ecolalia) e insistência na mesma rotina e mesmos padrões.
Além disso, estes (as) pacientes apresentam indiferença à dor, odores, reações a sons e texturas, apresentam comportamento de cheirar e tocar objetos repetidamente ou apresentam fascínio por luzes e movimentos.
O gênero masculino é mais acometido do que feminino. Porém, as mulheres têm manifestações dos sinais de autismo mais sutis.
Continue acompanhando o artigo para mais informações sobre o autismo em adultos, os níveis, sinais, diagnóstico e tratamento!
Neste artigo, você vai encontrar:
Os níveis de autismo são analisados de acordo com as dificuldades apresentadas e o nível de apoio necessário. Eles são subdivididos em três níveis, que são:
No nível 1 são apresentadas dificuldades notáveis na comunicação, incluindo dificuldade de iniciar uma conversa e baixo interesse nas interações sociais. Seus comportamentos são inflexíveis dentro de um ou mais contextos e outras condições que atrapalham na sua independência são dificuldade de organização e planejamento.
Mesmo com apoio, esses (as) pacientes têm dificuldades na interação social, são limitados a iniciarem diálogos e, quando iniciado por outra pessoa, suas respostas são curtas. Não lidam bem com mudanças e os comportamentos repetitivos são recorrentes, o que interfere em diversos ambientes.
Esse nível é caracterizado por dificuldades graves na comunicação, seja verbal ou não. A resposta é mínima quando diálogo é iniciado por outros e o (a) paciente reage somente a abordagens sociais diretas.
Além disso, o comportamento é inflexível e há grande interferência dos comportamentos restritos e repetitivos no dia a dia.
Leia mais: É possível superar o autismo? Estudo analisa possíveis casos
Os sinais do autismo em adultos se assemelham com os sinais do autismo em crianças, porém, eles são "mascarados" por outras condições, o que torna menos aparente os sinais do TEA. Os sinais apresentados pelos (as) pacientes adultos (as) são:
Se você ou alguém que você conhece apresenta os sinais apresentados acima, é importante procurar ajuda médica!
Um dos principais motivos do autismo ser diagnosticado tardiamente é a desinformação. Contudo, o diagnóstico de TEA em adultos é dificultoso, pois os sinais não são claros ou os sintomas são confundidos com os de outras condições, como transtorno de ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo e/ou esquizofrenia.
Portanto, o diagnóstico é realizado por um (a) médico (a) neurologista ou psiquiatra especializado (a) por meio da análise comportamental, dos sintomas apresentados e a intensidade, além de entrevista com pais e/ ou pessoas do convívio desse (a) paciente.
Como suporte ao diagnóstico, o Exame do Estado Mental do Autismo (AMSE) poderá ser adotado, pois ele possui propriedades psicométricas que orientam e apoiam o julgamento clínico.
O tratamento se baseia nas necessidades de cada paciente e podem ter ou não suporte medicamentoso. A seguir, você confere um pouco sobre cada medida tomada nesse processo:
O tratamento não medicamentoso envolve técnicas comportamentais, precisamente do método ABA, que é a análise aplicada ao comportamento, que tem como objetivo aprimorar comportamentos e habilidades.
Para desenvolvimento da linguagem e linguagem pragmática, são adotadas intervenções terapêuticas, como pintura e atividades de linguagem não verbal.
Já para trabalhar a ansiedade e agressividade, a terapia cognitivo comportamental pode ser aplicada, porém, terapias alternativas também podem ser aplicadas se for o desejo da família.
Poucos medicamentos foram aprovados para uso no TEA, isso porque são usados com o intuito de tratar sintomas específicos ou então outras condições adjacentes.
Portanto, a adoção de tratamentos sem medicação tem melhor resultado e diminuem os sintomas da condição, mas é importante salientar que existem poucos estudos sobre o uso de medicamentos nesse caso.
Com o diagnóstico, os (as) pacientes se aceitam e compreendem a si mesmos, o que possibilita a adoção de estratégias e intervenções que ajudem na qualidade de vida.
Os (as) pacientes podem criar uma nova identidade, buscar formas de interagirem e, através da participação em comunidades sobre autismo, podem definir o que até então era incompreendido, tirando a culpa por estarem fora do padrão imposto pela sociedade.
Portanto, eles (as) se conscientizam das suas diferenças diante dos outros que, até então, causavam certa ansiedade, e compreendem suas dificuldades, ou seja, com o diagnóstico os (as) pacientes podem ser menos duros consigo mesmos.
O autismo em adultos tem o diagnóstico dificultoso, e isso pode ter ocorrido por falta de informação ou, até mesmo, pela associação dos sintomas a outra condição psicológica.
Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda psiquiátrica ou psicológica!
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Esp. Thayna Rose
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