Saúde

Apendicite: o que é e quais os sintomas? Como é a cirurgia?

Publicado em: 11/02/2019Última atualização: 01/09/2020
Publicado em: 11/02/2019Última atualização: 01/09/2020
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Você certamente já ouviu falar sobre a apendicite. É aquela doença que “acontece em um órgão que ninguém sabe muito bem para que serve, além de causar dor”.É verdade que a apendicite pode dar muita dor nos pacientes. Também é verdade que não existe certeza no meio médico sobre a função do apêndice.O que se sabe é que a condição é relativamente comum e que, se ignorada, além da dor, pode levar a sérios problemas.Leia para saber mais sobre a apendicite!Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:
  1. O que é apendicite?
  2. Fases da apendicite
  3. Causas da apendicite
  4. Fatores de risco
  5. Quais são os sintomas da apendicite?
  6. Quais os sintomas de apendicite infantil?
  7. Diagnóstico: Qual o melhor exame para detectar apendicite?
  8. Apendicite tem cura?
  9. Qual o tratamento para apendicite?
  10. Como é feita a cirurgia de apendicite?
  11. Pós-operatório: como é a recuperação da cirurgia?
  12. Prognóstico
  13. Complicações da apendicite
  14. Prevenção
  15. Perguntas frequentes
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O que é apendicite?

A apendicite é uma inflamação do apêndice, um órgão que fica conectado ao início do intestino grosso. Apesar de haver diversas especulações, não se sabe exatamente qual a função dele.Além das enormes dores causadas pela inflamação, existe o risco do órgão inflamado se romper, o que pode levar à morte por perda de sangue e por sepse (infecção generalizada através do sangue), além de por peritonite (infecção da camada protetora dos órgãos internos).A sepse pode acontecer pois o apêndice é parte do intestino grosso, então, matéria fecal pode acabar dentro a cavidade abdominal e na corrente sanguínea.O código da apendicite no CID-10 é o K37.
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Fases de apendicite

A apendicite pode se apresentar em algumas fases diferentes. São elas:

Apendicite aguda

A apendicite aguda se apresenta quando o apêndice está inflamado, causando dor abdominal que logo se foca na região direita da barriga, onde o órgão fica. As dores são afiadas e pioram com o tempo.O tipo agudo é mais frequente entre os pacientes.

Apendicite supurada

A apendicite supurada é uma consequência da inflamação. A supuração nada mais é do que o rompimento do apêndice.O órgão se rompe, liberando na cavidade abdominal seus conteúdos, ou seja, fezes e bactérias. É o pior resultado de uma apendicite, já que pode levar a infecções generalizadas e da cavidade abdominal.

Apendicite crônica

A apendicite é chamada de crônica quando é contínua (superior a 1 mês) e recorrente.Quando o paciente tem uma apendicite que se resolve de maneira espontânea ou através de tratamento medicamentoso, mas que retorna com frequência, diz-se que ele possui uma apendicite crônica.Raramente os pacientes desenvolvem a doença dessa forma já que o principal tratamento para a apendicite aguda é a remoção do órgão, o que naturalmente faz com que a recorrência seja inviável.
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Causas da apendicite

Nem sempre a causa de uma apendicite é clara, mas existem duas principais. São elas:

Obstrução

A obstrução do apêndice pode levar a uma apendicite. Em algumas ocasiões, algo pode fechar o apêndice, o que faz com que as bactérias presentes nele se multipliquem e não sigam o caminho do intestino, o que leva à infecção.Raramente ela é causada por algum objeto que foi engolido e ficou preso ao passar pela região, e é mais comum que fecalitos causem esse bloqueio. Fecalitos são pedaços de bolo fecal que endurecem no intestino grosso.Eles podem bloquear ou se alojar no apêndice, facilitando a multiplicação de bactérias do próprio apêndice ou que o bolo fecal trouxe consigo, resultando em uma infecção e subsequente inflamação do órgão.

Infecções

Em alguns casos, mesmo sem a obstrução do apêndice, uma infecção gastrointestinal pode causar a apendicite, o que pode resultar na necessidade da remoção dele.

Fatores de risco

Não existe um grupo ou fatores de risco que predisponham a apendicite. É especialmente comum em pessoas entre os 14 e 18 anos de idade, mas pode afetar a todos em qualquer faixa etária.Homens têm uma chance levemente maior de desenvolver a condição, mas a diferença é mínima.O motivo de adolescentes serem mais afetados tem relação com a proliferação de folículos linfonoides, agrupamentos de glóbulos brancos que podem obstruir o apêndice. Eles se proliferam mais durante adolescência e, quando bloqueiam o apêndice, a inflamação pode acontecer.Idosos raramente são afetados. Isso acontece porque a partir dos 40 a 60 anos, o apêndice se fecha naturalmente, o que dificulta muito a penetração de bactérias e, consequentemente, a infecção.
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Quais são os sintomas da apendicite?

A apendicite dá diversos sinais, sendo o principal deles a dor abdominal na região do órgão. A inflamação do apêndice pode causar:

Dor abdominal

A dor abdominal da apendicite pode começar sem localização precisa, mas logo se foca na região direita inferior do corpo, onde fica o apêndice.As dores localizadas são agudas e se intensificam com movimento ou pressão na região, além de atingirem um pico de dor entre 12 e 18 horas após o início dela.

Náuseas e vômito

A inflamação causa náusea e vômitos. Em alguns casos, mesmo que a pessoa já esteja de estômago vazio, ânsias podem acontecer.

Perda de apetite

O apetite fica comprometido durante a inflamação do apêndice, o que também é dificultado pelas náuseas e vômitos já que qualquer ingestão pode acabar sendo regurgitada.

Barriga inchada

A barriga pode ficar inchada por conta de acúmulo de gases no intestino ou mesmo fora dele, caso haja um rompimento do apêndice.

Febre

A febre aparece quando o sistema imunológico está agindo contra infecções e inflamações, e pode surgir em decorrência de uma apendicite.

Quais os sintomas de apendicite infantil?

A apendicite infantil é a mesma que afeta adultos e os sintomas são, igualmente, dor abdominal intensa, náuseas, vômito, perda de apetite, febre e inchaço na barriga. Pode ocorrer em crianças e adolescentes.Em geral, o tratamento e a condução da recuperação são bastante semelhantes. Em geral, os maiores cuidados devem envolver as necessidades do organismo infantil e o acompanhamento pediátrico.

Diagnóstico: qual o melhor exame para detectar apendicite?

Existem diversas maneiras de diagnosticar a apendicite ou levantar suspeitas sobre ela, como exames de sangue, urina e de imagem, como raio-x. O profissional que trata da apendicite é o gastroenterologista.Alguns dos exames que podem ser feitos funcionam da seguinte forma:

Exames de sangue

O exame de sangue busca verificar se o corpo está produzindo glóbulos brancos demais para combater uma possível infecção. Com essa informação, somada aos relatos do paciente sobre localização da dor, é possível que o médico suspeite de uma apendicite.

Exame de urina

O exame de urina, da mesma forma que o de sangue, é capaz de dar sinais de que o corpo está lidando com uma inflamação e pode levantar suspeitas de apendicite.

Exames de imagem

Quando existem suspeitas de que o apêndice está inflamado, pode ser necessária a realização de exames de imagem, especialmente o raio-X com contraste.Para a realização do exame, o paciente ingere uma mistura de água com bário (o contraste). O bário é um elemento que absorve raios-x e recobre o sistema digestivo, fazendo com que, na imagem, as paredes dos órgãos fiquem brancas.Isso permite que o médico observe com maior clareza o apêndice para analisar se ele está inchado, inflamado ou até mesmo rompido.

Apendicite tem cura?

Sim. A apendicite é uma doença com potencial de ser fatal, mas apenas nos casos em que não é tratada. A cura da apendicite se dá através da cirurgia de remoção do apêndice.

Qual o tratamento para apendicite?

O tratamento mais efetivo para uma apendicite é a remoção do órgão. É possível tratar a condição com outros métodos em alguns casos, mas o risco do apêndice inflamado se romper é alto e nem sempre o adiamento da remoção é justificado.Pode-se tratar a apendicite com antibióticos, controlando a infecção, e em muitos casos o paciente fica em observação por 24 horas após a administração dos medicamentos.Leia mais: Mau uso de antibióticos cria superbactérias que podem matarQuando a melhora não é identificada ou o paciente está com o quadro avançado — próximo do rompimento do órgão — a cirurgia é realizada.É perfeitamente possível viver sem o apêndice. Após a cirurgia, os pacientes não sentem falta do órgão, que pode não ter função alguma e ser apenas um vestígio evolutivo.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Como é feita a cirurgia de apendicite?

A cirurgia de apendicite é simples. Envolve a remoção do órgão, que pode ser feita com um corte no abdômen ou através de laparoscopia, que é menos invasiva e utiliza pequenos furos na região.

Apendicectomia

A apendicectomia é a cirurgia de remoção do apêndice. Para sua realização, um corte é feito no abdômen, o órgão é localizado, isolado e removido, e então o corte é fechado.A cirurgia é simples, mas devido ao corte, o paciente pode levar de uma semana a até um mês para se recuperar.

Apendicectomia laparoscópica

Esta operação tem a mesma função da apendicectomia tradicional, mas o método de retirada do órgão é menos invasivo, representando menos riscos para o paciente.Em vez de realizar um corte por onde o órgão é removido, o cirurgião faz pequenos furos no abdômen do paciente, por onde são inseridas uma câmera e ferramentas com as quais o médico localiza, isola e corta o apêndice.Em seguida ele é colocado em um saquinho — ainda dentro do corpo — e retirado por um dos buraquinhos feitos pelo cirurgião.A grande vantagem deste tipo de cirurgia é que as cicatrizes deixadas são mínimas, além de haver menor risco de infecção e tempo reduzido de recuperação.No caso da cirurgia laparoscópica, o paciente costuma receber alta no dia seguinte.

Pós-operatório: como é a recuperação da cirurgia?

No geral, a recuperação é boa. Caso o apêndice tenha se rompido, pode ser necessário ficar no hospital por alguns dias recebendo antibióticos por via intravenosa, para garantir que não haverá infecção. Entretanto, depois disso, costuma-se receber alta.Quando a cirurgia é feita com abertura da cavidade abdominal, de 7 a 30 dias podem ser necessários para que o paciente se recupere completamente, o que varia dependendo de ter ou não havido rompimento do órgão.Já no caso da cirurgia laparoscópica, a recuperação é extremamente rápida. Entre 2 e 7 dias já é possível voltar ao trabalho.

A cirurgia deixa cicatriz?

Sim, a cirurgia deixa cicatriz. Quando ela acontece com o abdômen aberto, a cicatriz pode ser grande, mas quando a técnica é laparoscópica, pequenos furos são feitos e estas são as únicas cicatrizes, que podem ficar imperceptíveis em pouco tempo.

Prognóstico

O prognóstico de apendicite costuma ser bom, mesmo nos casos em que existe o rompimento do apêndice, já que quando isso acontece, a dor extrema costuma levar o paciente ao hospital imediatamente.É importante notar que o rompimento do apêndice é uma emergência médica. Mas no geral, a doença é facilmente tratada.

Complicações da apendicite

Quando a apendicite é ignorada, o órgão pode se romper, despejando seu conteúdo na cavidade abdominal do paciente, o que é bastante perigoso. As complicações causadas por isso podem incluir:

Peritonite

O peritônio é uma camada protetora dos órgãos internos e da cavidade abdominal.Quando o apêndice rompe, as bactérias e fezes que estão nele são liberadas na cavidade abdominal e o resultado frequentemente é uma infecção do peritônio, que inflama.A peritonite infecciosa costuma ser fatal e o tratamento precisa ser rápido, com lavagem dos órgãos e utilização de medicamentos antibióticos.

Sepse

A sepse é outra infecção que pode acontecer, ainda mais grave do que a peritonite.Quando as bactérias do intestino ou matéria fecal entram na corrente sanguínea — o que pode acontecer através do contato com outros órgãos ou até mesmo pela região onde o apêndice se rompeu — o próprio sangue pode ficar infectado. É a chamada infecção generalizada.O sangue infectado, então, leva bactérias para todos os órgãos do corpo.A sepse, quando não tratada, é sempre fatal e, em vários casos, mesmo o tratamento não é capaz de salvar a vítima.

Morte

O resultado de um apêndice estourado, quando não há tratamento rápido, é a morte. Seja por sepse ou infecção do peritônio, o tratamento é necessário e o rompimento do apêndice é uma emergência médica.

Prevenção

A única maneira de prevenir a apendicite é remover o órgão, o que não é recomendado a não ser que ele inflame. No geral, não há como prevenir a doença e não se sabe quem irá desenvolvê-la, mas ela é relativamente comum.

Perguntas frequentes

Onde fica o apêndice?

O apêndice é um órgão pequeno que fica conectado ao início do intestino grosso, parecendo uma pequena cauda do órgão. Quando ele está inflamado, pode mudar de cor, inchar e causar enormes dores.

O que comer depois da cirurgia de apendicite?

Nas primeiras 24 horas após a cirurgia de apendicite, você deve comer alimentos leves, evitar doces, bebidas alcoólicas e bebidas gasosas. Legumes e verduras são aliados, dando preferência aos alimentos bem cozidos e, se possível, pastosos.Fibras também são indicadas. Não se esqueça de se hidratar bem para garantir uma recuperação adequada.Após se recuperar da cirurgia, não existe nenhuma restrição alimentar por conta da remoção do apêndice e você pode se alimentar da mesma maneira que fazia antes da apendicite.

Em qual lado ocorre a apendicite?

O apêndice costuma ficar no lado direito do abdômen, na região onde o intestino delgado se junta com o intestino grosso. Entretanto, algumas pessoas possuem uma condição rara chamada situs inversus, que se manifesta com o posicionamento invertido dos órgãos internos.Nessas pessoas, o apêndice fica do lado esquerdo do corpo. Além disso, outros órgãos podem estar invertidos, como o coração estar do lado direito. Mas fique tranquilo, essa é uma condição bastante rara.

Posso viver sem apêndice?

Sim, facilmente. Os pacientes que tiveram o apêndice removido mantêm sua qualidade de vida e nenhuma diferença é perceptível. Portanto, perder esse órgão não é um problema.

Qual a função do apêndice?

Não se sabe ao certo. Entretanto, existem hipóteses. Uma delas indica que é um vestígio evolutivo de uma época em que a alimentação da raça humana — ou de seus ancestrais — era mais baseada em plantas.Outros mamíferos, como os coelhos, possuem um apêndice que é maior do que o dos humanos, e nele existem bactérias especializadas em digerir plantas que o sistema digestivo do coelho, sozinho, não é capaz de processar.Supõe-se que o apêndice humano era maior e teve uma função parecida, mas que ficou obsoleta e agora ele não tem função.Outra hipótese é a de que o apêndice é utilizado pelo sistema imunológico, já que certas células de defesa são comuns no órgão. Entretanto, não existem evidências de que isso realmente acontece.Não se sabe para que o órgão serve, mas ele existe e quando uma inflamação acontece nele, a remoção não traz nenhum malefício.

Posso tirar o apêndice preventivamente?

Tecnicamente sim, mas médicos não recomendam. Não existem garantias de que um apêndice irá inflamar, portanto, a cirurgia pode ser completamente inútil.Basta prestar atenção nos sintomas e caso uma dor forte no abdômen, que se move para no lado inferior direito da região aparecer, corra para o hospital.
A apendicite é uma inflamação do apêndice, que fica no início do intestino grosso. É uma emergência médica. Compartilhe este texto com seus amigos para que eles aprendam mais sobre a condição!Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 11/02/2019
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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