Ao constatar um sintoma, sempre bate aquela dúvida: alopatia ou homeopatia? Ambas as abordagens funcionam, porém a falta de esclarecimento sobre elas faz com que muitas pessoas acabem ficando na mesma: ir no médico e se tratar com o medicamento alopático, desconfiando daqueles que apostam na homeopatia.
Pois bem, a diferença entre homeopatia e alopatia é como ela funciona: a alopatia busca eliminar um sintoma, enquanto a homeopatia utiliza substâncias que o agravam levemente, fazendo com que o corpo se fortaleça para combatê-lo.
No entanto, as diferenças não param por aí! A maneira com a qual essas abordagens enxergam e tratam os pacientes são bastante distintas. Quer saber mais? Continue lendo!
Também conhecida como medicina tradicional, a alopatia é caracterizada pelo tratamento dos sintomas com medicamentos que fazem efeito contrário ao do sintoma em si. Se um paciente apresenta febre, o médico alopata irá prescrever um medicamento que abaixe a temperatura corporal, ou seja, um antitérmico.
Nesta perspectiva, a doença se origina mecanicamente, em alguma parte do corpo, como resultado dos efeitos de um agente infeccioso, uma alteração bioquímica ou celular, entre outros. Deste modo, o tratamento é baseado em eliminar ou neutralizar a causa: promove a cura matando microrganismos, diminuindo a temperatura corporal, anestesiando a dor etc.
Medicamentos alopáticos são produzidos em larga escala pelas indústrias farmacêuticas, em doses pré-determinadas. Quando você vai numa farmácia, pode ter certeza que a maior parte dos medicamentos lá são alopáticos.
No entanto, esses medicamentos também podem ser produzidos em farmácias de manipulação: quando um paciente precisa de uma dose que não existe na produção em larga escala, recorre a essas farmácias a fim de ter um medicamento na dosagem certa.
A maior crítica em relação a alopatia é o fato de que tais medicamentos podem promover diversos efeitos colaterais, além de possuir certos níveis de toxicidade quando mal administrados.
Homeo significa igual. O próprio nome já deixa claro a filosofia desta técnica: utilizar, em pequenas quantidades, substâncias que causam sintomas parecidos com os que o paciente apresenta para que corpo potencialize sua capacidade curativa e seja capaz de combatê-los por si só. Enquanto a alopatia busca resolver o problema fazendo o caminho inverso do sintoma, a homeopatia faz justamente o contrário.
Essa filosofia é conhecida como a “Lei da Semelhança”: aquilo que causa o mal também pode ser usado para curá-lo.
Para os homeopatas, médicos especializados em homeopatia, a doença não tem uma causa mecânica, sendo definida como um desequilíbrio do organismo como um todo. Tal desequilíbrio causa sintomas que, por sua vez, podem ser combatidos caso o corpo simplesmente responda adequadamente. Para isso, utilizam-se substâncias que causam os mesmos sintomas, promovendo uma resposta do organismo, tornando-o mais forte.
Os medicamentos dessa perspectiva não são tão agressivos quanto os alopáticos. Eles atuam preferencialmente na própria capacidade curativa e restauradora do organismo, fazendo com que ele tenha mais força para enfrentar aquilo que o está prejudicando. O medicamento age, então, apenas no corpo, não nos mecanismos da doença em si.
Na homeopatia, os medicamentos são individuais: a prescrição é única para cada paciente, com a dosagem adequada para cada um. Ainda que outro paciente apresente a mesma condição e deva usar a mesma substância, existem outros fatores — físicos e emocionais — que influenciam na dosagem da medicação.
Como cada caso requer um medicamento diferente, os medicamentos homeopáticos são manipulados, ou seja, feitos “manualmente” por um farmacêutico. Eles não são produzidos em larga escala, em dosagens pré-determinadas, como é o caso dos medicamentos alopáticos.
A homeopatia também é muito utilizada na prevenção de doenças, em especial porque se acredita que ela estimula o corpo a responder a determinados sintomas. Sendo assim, o organismo se fortalece em relação a esses sintomas, impedindo que a doença se manifeste.
Não pense que a homeopatia serve apenas para doenças agudas e de fácil resolução! De acordo com Sergio Eiji Furuta, diretor da Associação Paulista de Medicina, o tratamento homeopático no caso de doenças crônicas pode ser demorado. No entanto, ele ressalta que o tratamento de doenças crônicas também é demorado na alopatia, e que o diferencial da homeopatia é justamente o tratamento da causa, evitando que a doença volte após a interrupção do tratamento.
Por fim, na consulta homeopática, o médico avalia o paciente em sua totalidade, e as consultas chegam a durar mais de uma hora. Nem sempre a mesma substância é eficaz no mesmo sintoma em pessoas distintas, justamente por conta de diferenças físicas e emocionais de cada paciente. Avaliando essas características próprias de cada indivíduo, o homeopata pode traçar um plano de tratamento exclusivo e individual.
Como dito anteriormente, a produção dos medicamentos alopáticos e homeopáticos é bem diferente. No entanto, essa não é a única divergência em relação a preparação dos compostos.
Uma outra diferença nesses processos é a concentração da substância ativa: enquanto nos medicamentos alopáticos ela tende a ser bem alta, na homeopatia os princípios ativos são altamente diluídos em outras substâncias como, por exemplo, álcool.
Isso ocorre porque, para que haja o efeito necessário, o medicamento deve agravar o sintoma levemente, ajudando o corpo a aprender a combatê-lo.
Vale lembrar, também, que os medicamentos alopáticos levam materiais sintéticos em suas composições, podendo trazer diversos efeitos colaterais para o usuário. Já no medicamento homeopático, por ter uma concentração mais baixa e princípios ativos 100% naturais, esses efeitos não são vistos com tanta frequência.
Os medicamentos homeopáticos não costumam ter restrição de idade: podem ser usados tanto por adultos saudáveis quanto por bebês e idosos. No entanto, isso só deve ser feito com o acompanhamento de um médico homeopata, visto que apenas ele é capaz de identificar a substância e dosagem que o paciente necessita naquele momento.
A fitoterapia é uma técnica que se utiliza de plantas para tratar os problemas. Quem nunca ouviu que deve tomar um chá de boldo quando sente enjôo? O problema é que muita gente confunde essas receitas caseiras da vovó com homeopatia, que tem suas diferenças.
Por mais que a homeopatia também seja baseada em produtos naturais, seus efeitos são bem diferentes. Em um primeiro momento, a principal diferença é a de que a fitoterapia não se utiliza da lei da semelhança, ou seja, não usa substâncias que causam os mesmos sintomas para ajudar o corpo a lidar com eles.
Lembra do exemplo do chá de boldo? Pois então, ele funciona contra o enjôo justamente porque atua ajudando o sistema digestivo, não porque causa enjôo também (embora, convenhamos, o gosto desse chá não é dos melhores).
Depois, a diferença fica ainda mais clara: a fitoterapia utiliza apenas substâncias de origem vegetal (plantas), enquanto a homeopatia se utiliza de substâncias de origem vegetal, animal e até mesmo mineral.
Os homeopatas não descartam o uso dos medicamentos alopáticos. Pelo contrário, eles encorajam que o uso da homeopatia seja complementar ao tratamento alopático tradicional, especialmente tendo em vista que diversas doenças não são curadas tratando apenas seus sintomas.
Uma das maiores críticas em relação a homeopatia é a falta de um método científico que possa provar a eficácia dos medicamentos. Enquanto isso, a alopatia sofre com uma visão limitada do ser humano, sem levar em conta o aspecto global do indivíduo: trata apenas os sintomas, não seu organismo como um todo.
Justamente por isso, não é raro ouvirmos falar de “medicina integrativa” nos dias de hoje. Esse tipo de medicina foca num tratamento que cuida de todas as partes do ser humano: seu corpo e sua mente. Por isso, ela admite que os famosos tratamentos “alternativos” podem ser válidos, em especial no caso de doenças psicossomáticas, desde que associados ao tratamento tradicional.
Embora haja muito preconceito, a homeopatia é bastante pesquisada e existem evidências científicas de que ela é capaz de ajudar no tratamento de doenças. No entanto, poucas pessoas entendem as diferenças entre os dois métodos e acabam ficando só na alopatia, enquanto a integração das duas poderia beneficiar o tratamento.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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