Muitas pessoas sofrem com problemas de acne (moderada ou grave), seja pelo aparecimento de cravos ou de espinhas na pele. Uma questão que, além de causar desconforto, também pode afetar a autoestima.
Então, quando essa complicação se torna crônica, é preciso buscar a ajuda de um(a) dermatologista, a fim de saber o tratamento correto para o seu caso.
Pensando nas dúvidas frequentes que surgem com relação a esse tipo de tratamento, conversamos com a Dra. Sylvia Ypiranga, dermatologista e assessora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Confira e saiba mais:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
Há diferentes tipos de acne, sendo a mais comum aquela que costuma aparecer na adolescência, em virtude das alterações hormonais (especialmente nos níveis da testosterona).
Porém, muitas pessoas sofrem com essa condição mesmo na vida adulta, caracterizando casos de acne moderada à severa. Normalmente, esse tipo é mais resistente, uma vez que não está atrelado simplesmente a uma alteração “momentânea” do organismo.
No primeiro caso, ou seja, na acne que ocorre na adolescência (ou mesmo na vida adulta, de forma isolada), o tratamento é mais simples. Costuma ser indicado o uso de sabonetes, géis e cremes próprios para esse tipo de pele — controlando a produção de sebo e, então, a acne.
Já quando se trata de um problema crônico e a acne é constante e resistente (difícil de ser eliminada), é bastante comum que seja necessária uma intervenção medicamentosa.
O que inclui o uso de antibióticos orais ou, em casos mais graves, pode ser prescrito pelo(a) dermatologista o tratamento com a isotretinoína (Roacutan). Sendo essa, normalmente, uma das últimas alternativas no combate à acne, devido aos efeitos colaterais da medicação.
Também podem ser usadas medicações tópicas, como os retinoides e o ácido salicílico.
Muitas vezes ocorre, inclusive, a prescrição de um tratamento conjunto. Ou seja, envolvendo tanto os remédios de uso oral (antibióticos, contraceptivos, isotretinoína etc) quanto tópico, especialmente nos casos mais severos, a fim de potencializar os efeitos.
Cabe destacar, ainda, que outros tratamentos comuns envolvem cuidados complementares, tais como a realização de peeling, laser, fototerapia com luz azul, dentre outros.
A escolha é feita de acordo com o quadro do(a) paciente, considerando também a resposta do organismo às terapias prescritas. Por isso, é essencial o acompanhamento médico regular.
Não são todos os tratamentos contra a acne que ressecam ou fragilizam a pele, especialmente aqueles mais simples, como o uso de sabonetes e cremes/géis. Porém, há alguns mais propensos a causar esse tipo de dano.
A dermatologista Dra. Sylvia Ypiranga explica que isso ocorre apenas com os “tratamentos tópicos abrasivos (os famosos "ácidos") ou com a isotretinoína. Esses, envolvem um remodelamento da epiderme, acelerando o processo de renovação celular”.
No caso da isotretinoína, um medicamento oral indicado para casos graves e/ou resistentes de acne, a ação se dá a partir da redução da produção de sebo como um todo.
Sendo assim, afeta não somente a pele (deixando-a seca e até ressecada), mas também os cabelos e outras áreas que necessitam de lubrificação (olhos, mucosas, região íntima etc).
Entretanto, embora esses efeitos sejam comuns, a Dra. Sylvia deixa claro que podem ser minimizados a partir de cuidados como a hidratação adequada da pele. Além de, obviamente, seguir o tratamento conforme as orientações do(a) dermatologista.
Algumas pessoas esperam resultados imediatos logo quando começam o tratamento antiacne, porém, a Dra. Sylvia Ypiranga reforça que, “no início, existe uma possibilidade de piora do quadro, mas não é uma regra. Isso ocorre principalmente em casos mais graves, com o uso da isotretinoína, e se relaciona ao mecanismo de ação da droga”.
Nesse caso, por exemplo, o remédio causa uma mudança no padrão de funcionamento da glândula sebácea, o que pode ocasionar o aumento das espinhas em um primeiro momento.
Entretanto, se o que aconteceu foi o aparecimento de mais acne após terminar o tratamento prescrito pelo(a) dermatologista, é preciso voltar ao médico para obter um diagnóstico.
Isso porque essa questão pode estar relacionada a uma ineficácia da terapia para o seu caso, sendo necessária uma nova intervenção. Ou, ainda, outra coisa pode ter interferido no tratamento — por exemplo, fatores hormonais, emocionais e determinadas medicações.
Nesse sentido, destaca-se também a necessidade de seguir corretamente as orientações profissionais e nunca estabelecer cuidados por conta própria. Considerando que, mesmo em casos leves, um tratamento errado poderia causar efeito rebote (provocando mais acne).
Portanto, se você não apresentar uma boa resposta à terapia indicada ou tiver um quadro de remissão após terminá-la, busque novamente a ajuda do(a) dermatologista.
Além de fazer corretamente o tratamento para acne, é preciso também ter outros cuidados associados, a fim de preservar a saúde da pele e não causar danos a ela durante esse período.
O primeiro passo é seguir as orientações do(a) dermatologista. Mas, além disso, a Dra. Sylvia Ypiranga explica que, “em todos os casos, deve-se usar hidratantes e umectantes específicos para a pele com acne, além de usar protetor solar e evitar a exposição ao sol”.
Porém, quando a pessoa está fazendo um tratamento mais delicado, a partir do uso de medicamentos como a isotretinoína, é preciso mais cautela.
Nesse caso, além dos cuidados com a pele, a recomendação da dermatologista é “evitar o uso concomitante de outras medicações com vitamina A e antibióticos à base de tetraciclina”.
Também vale reforçar que é extremamente importante fazer uso de contraceptivo e evitar a gravidez por, no mínimo, 3 meses após finalizar o tratamento com a isotretinoína. Uma vez que essa medicação pode causar danos ao bebê e até levar ao aborto espontâneo.
Por fim, uma dica que pode colaborar para o sucesso do tratamento antiacne é prezar por hábitos saudáveis e uma boa alimentação. Evitando, principalmente, um consumo exagerado de carboidratos e derivados do leite.
A única forma de saber se o tratamento antiacne é o ideal para o seu caso é buscar a orientação profissional. Ou seja, agende uma consulta com um(a) dermatologista, a fim de que ele(a) possa examinar a sua pele e entender qual o seu problema.
Dessa forma, será possível prescrever o tratamento adequado de acordo com as suas necessidades. O que pode, ou não, estar relacionado com os cuidados normalmente indicados.
Sendo assim, você não deve procurar seus sintomas na internet ou “trocar experiências” com alguma amiga. Assim como em casos de outras doenças, a automedicação e os cuidados por conta própria não são recomendados.
Cada organismo e cada pele são únicos, de forma que tem particularidades e necessidades individuais. Por isso, não deixe de procurar a orientação profissional.
O tratamento para acne faz parte da realidade de muitas pessoas, como uma forma de acabar com esse incômodo, buscar a saúde da pele e até recuperar a autoestima. Porém, sempre deve ser feito a partir do auxílio médico, de forma a garantir sua eficácia e segurança.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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