A retinopatia é uma condição ocular desencadeada por doenças sistêmicas, ou seja, que afetam mais de um órgão ou região do corpo. Tanto a condição em si quanto a sua progressão podem ser prevenidas com alguns cuidados, como o acompanhamento médico regular, que possibilita o diagnóstico precoce.
No texto a seguir, você irá entender melhor quais são as causas da doença, sintomas característicos e tratamentos indicados para cada classificação. Confira!
Índice – Neste artigo você vai encontrar:
- O que é e o que causa a retinopatia?
- Quais os tipos de retinopatia?
- Quais são os sintomas de retinopatia?
- Qual exame detecta retinopatia?
- Tratamentos
O que é e o que causa a retinopatia?
Consequência de outras doenças que acometem diferentes regiões e órgãos do corpo e de distúrbios no aporte sanguíneo, a retinopatia causa lesões degenerativas (que progridem com o tempo) e não inflamatórias nos vasos sanguíneos da retina ocular, camada de tecido fino encarregado de enviar imagens ao cérebro.
Quando não tratada precocemente e adequadamente, a condição pode evoluir para cegueira. Portanto, se consultar com um (a) médico (a) oftalmologista em caso de sintomas adversos é essencial para evitar essa e outras complicações.
Quais os tipos de retinopatia?
Existem, ao todo, 7 classificações para a doença, sendo que cada uma possui causas diferentes. São elas:
1. Diabética
Comum em pacientes portadores de diabetes, essa classificação é uma das principais causas de cegueira no mundo. Além da condição progredir com o tempo, pessoas diagnosticadas com a condição possuem 25% mais chances de ficarem completamente cegas por conta da retinopatia.
2. Da prematuridade (RDP)
Desencadeada após nascimento prematuro, ou seja, antes de 30 semanas de gestação, o diagnóstico só é possível com exames oftalmológicos.
3. Hipertensiva
Esse tipo de classificação é causada em pacientes portadores de hipertensão, condição crônica que exerce pressão sobre as paredes dos vasos sanguíneos, inclusive dos olhos. As veias da região ficam mais grossas, o que dificulta e reduz a circulação, podendo desencadear vazamento do sangue sobre a retina.
4. Retinopatia solar
Conhecida como maculopatia, a condição causa lesão da mácula, região responsável por transmitir detalhes ao cérebro. A observação de fontes luminosas de alta intensidade, como eclipses, ou o uso de algumas substâncias podem desencadear perda parcial ou total da visão.
5. Causada por anemia falciforme
Nessa classificação ocorre obstrução dos vasos sanguíneos da retina. Atrofia da íris e a má formação de vasos são algumas das consequências da anemia falciforme sobre os olhos.
6. Causada por medicamentos
Alguns medicamentos, como ansiolíticos, corticoides e anti-histamínicos, tendem a aumentar a pressão nos vasos sanguíneos dos olhos, favorecendo o surgimento da retinopatia.
7. Desencadeada por oclusão venosa e retinal
Também conhecida como OVR (oclusão venosa da retina), a condição é uma das principais causas de cegueira no mundo. A obstrução de um ou mais vasos sanguíneos responsáveis por bombear sangue à retina é a principal causa da doença.
Quais são os sintomas de retinopatia?
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de retinopatia. As fases iniciais tendem a ser assintomáticas, ou seja, o (a) paciente não apresenta sintomas característicos. Contudo, conforme a doença progride, alguns podem ser observados. Entre os mais comuns estão:
- Visão embaçada e pouca visibilidade;
- Dificuldade em enxergar à noite;
- Comprometimento da visão periférica (responsável por captar imagens ao nosso redor) e central (responsável pela imagem em foco e seus detalhes).
Se você possui um ou mais dos sintomas descritos acima, procure imediatamente ajuda médica e oftalmológica.
Qual exame detecta retinopatia?
Alguns exames podem ser solicitados pelo (a) oftalmologista para confirmar o diagnóstico. Os mais comuns são:
- Mapeamento de retina: também conhecido como oftalmoscopia binocular indireta, promove a dilatação da pupila, favorecendo uma melhor observação da retina;
- Retinografia colorida: é um tipo de fotografia que possibilita analisar possíveis distúrbios;
- Retinografia fluorescente: uma substância chamada fluoresceína é injetada para haver maior contraste dos vasos sanguíneos e, assim, por meio de fotografias, observar anormalidades;
- Tomografia: o equipamento é capaz de apresentar imagem em alta resolução e mostra, de forma ampliada, as camadas da retina e se estão comprometidas.
Tratamentos para retinopatia
O tratamento para retinopatia varia de acordo com a classificação e estágio da doença. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito e o tratamento correto for aplicado, mais chances o paciente tem de reverter complicações mais sérias, como a perda da visão.
Laser
O laser árgon é um dos tratamentos mais utilizados para evitar a progressão da retinopatia diabética. O procedimento tem como objetivo eliminar os vasinhos deformados e impedir que haja vazamento de sangue na retina. O número de sessões pode variar de acordo com a necessidade do(a) paciente. Intervenções cirúrgicas (vitrectomia) são recomendadas apenas em casos mais graves.
Mudança de hábitos
Já no diagnóstico relacionado à hipertensão, o tratamento consiste no controle da tensão arterial como um todo. Uso de medicamentos específicos e mudanças de hábitos de vida, como alimentação e prática de atividade física, podem ser recomendadas.
Fotocoagulação
A terapia de fotocoagulação a laser é recomendada para pacientes com diagnóstico de retinopatia proliferativa causada pela anemia falciforme e prematuridade. Quando feita antes do descolamento da retina, a técnica pode ser efetiva para evitar outras complicações. A vitrectomia pode ser uma opção em casos de hemorragia persistente.
Para Oclusão Venosa da Retina
O tratamento para oclusão venosa da retina (OVR) pode ser feito com lasers ou medicamentos que impedem a progressão da condição, como vazamentos e formação de outros vasinhos anormais. Implantes com corticóide de liberação prolongada também podem ser prescritos caso haja necessidade.
Atualmente, não existe tratamento para retinopatia solar. A melhora é gradual na maioria dos pacientes, ou seja, pode levar alguns meses para recuperar a visão.
A retinopatia é uma doença inicialmente silenciosa que, quando diagnosticada tardiamente, pode comprometer parcialmente ou totalmente a visão. Por isso, é essencial que, aos primeiros sinais de sintomas característicos, o paciente recorra a um (a) médico (a) oftalmologista para um diagnóstico e tratamento adequados.
Em outras palavras, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, menores as chances de progressão da condição.
Para mais informações sobre doenças oculares e saúde, acesse a categoria de Saúde do Minuto Saudável!
Fontes consultadas:
- Conheça as principais doenças que afetam a retina — Centro de tratamento especializado retina Curitiba;
- Retinopatia diabética — Hospital de Olhos;
- Tratamento da oclusão venosa da retina (OVR) — Doenças da visão;
- Retinopatia — Instituto Klingelfus;
- Retinopatia hipertensiva — Manual MSD;
- Retinopatia da prematuridade — Manual MSD;
- Anemia falciforme pode causar doença de retina? — Retina Pro;
- Quais medicamentos causam problemas de visão? — Retina Pro;
- Exames de retinopatia diabética — Núcleo de excelência em oftalmologia;
- Maculopatia solar após o uso de LSD: relato de caso — Revista Médica de Minas Gerais (RMMG).