Apesar de ser o câncer de olho mais comum em crianças até os cinco anos de idade, o retinoblastoma é uma doença rara. Além disso, mesmo sendo maligna, a condição pode ser revertida e curada quando diagnosticada de forma precoce.
Para mais informações sobre as causas, tipos e quais tratamentos são recomendados para a doença, continue acompanhando o artigo.
O retinoblastoma é um tipo de câncer que acomete a retina, área do olho responsável por captar estímulos luminosos que são enviados ao cérebro e se transformam em imagem. A condição pode comprometer um ou os dois olhos e é comum, como vimos acima, em crianças com até 5 anos de idade. A incidência em adultos é rara.
Entre as principais causas da doença estão a mutação de genes supressores de tumores (mais especificamente o gene do cromossomo de número 13), como acontece com outros tipos de câncer, e hereditariedade, ou seja, pode ser passada de mãe ou pai para filho, caso ambos já tenham tido a doença na infância ou tenham parentes próximos diagnosticados com retinoblastoma.
Por conta dessa segunda causa, o câncer de retina em crianças é considerado o primeiro câncer comprovadamente hereditário. Isso quer dizer que, caso essas crianças tenham filhos mais tarde, a chance de seus filhos terem retinoblastoma são altas.
Quando tratada a tempo, a condição tende a não se espalhar e a acometer regiões como cérebro, medula óssea e ossos. Quando isso acontece, o quadro da criança é considerado avançado e exige tratamentos e intervenções mais agressivas.
Existem 3 subtipos de retinoblastoma, são eles unilateral, bilateral e trilateral. A seguir, você confere as principais diferenças e características de cada um:
Atinge apenas um olho e é o de maior incidência entre os três tipos, sendo responsável por 60 a 75% dos casos reportados. Mais de 80% dos casos unilaterais são causados por mutações em genes, enquanto o resto é causado por casos hereditários.
O retinoblastoma bilateral leva esse nome pois compromete os dois olhos. Comumente diagnosticado no segundo ano de vida da criança, acomete entre 20 e 35% dos casos relatados, ou seja, possui incidência menor que o unilateral.
Raro, o retinoblastoma do tipo trilateral é uma combinação dos tipos uni e bilateral com tumor na região pineal, responsável pelo ciclo do sono e com funcionalidades ligadas ao cérebro. Pode acontecer tanto em casos hereditários, quanto de mutação de genes (esporádicas).
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Os sintomas do tumor de retina infantil são detectados nos primeiros anos de vida da criança. O mais característico deles é a leucocoria, reflexo branco na pupila, que pode ser percebido em fotos com flash. Em olhos saudáveis, o reflexo nas fotografias deixa a pupila vermelha.
Contudo, outros sinais como estrabismo (vesguice), ambliopia (olho preguiçoso), globo ocular aumentado, comprometimento da visão, vermelhidão e dor nos olhos também podem se manifestar.
Em casos avançados, dores de cabeça, perda parcial ou total da visão e deslocamento dos olhos também ocorrem.
O diagnóstico pode ser feito por meio do teste do olhinho, que deve ser realizado periodicamente até os cinco anos de vida da criança. O teste do reflexo vermelho, exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética, por exemplo) e biópsia (que necessita de anestesia) também são alternativas para confirmar ou complementar o diagnóstico.
Além disso, caso haja suspeita, o (a) médico (a) pode querer investigar o histórico médico familiar da criança, especialmente dos pais e de familiares mais próximos, visto que a condição também é hereditária.
O tratamento para retinoblastoma varia de acordo com o quadro atual da criança e grau de gravidade da doença. Em estágios iniciais, quando a doença é diagnosticada precocemente, terapias como laserterapia em casos de tumores pequenos e crioterapia, que consiste no congelamento e destruição do tumor, são as primeiras opções de tratamento.
Caso as alternativas citadas anteriormente não surtam efeito, a radioterapia e a quimioterapia, que usam radiação e tem como objetivo evitar a propagação do câncer para regiões próximas, são recomendadas. Por serem tratamentos mais agressivos, ambos são indicados apenas em casos mais avançados.
Em último caso, se nenhum desses tratamentos reverterem o quadro e a criança já estiver com a visão totalmente comprometida, a remoção dos globos oculares acometidos (enucleação) é o mais indicado para evitar a disseminação da doença para outras partes do corpo, especialmente para o cérebro.
Após qualquer procedimento, o acompanhamento médico regular deve ser mantido pois, em algumas situações, o câncer pode voltar.
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Sim, o retinoblastoma em fase inicial tem cura! Nesse caso, quando o tratamento começa de forma precoce, 90% das crianças são curadas e grande parte delas não têm qualquer comprometimento da visão.
Contudo, se a doença estiver avançando para outras regiões, as chances de recuperação da visão diminuem drasticamente. Se iniciado muito tarde, as chances de cura também são comprometidas e diminuem.
Por ser um tipo de câncer hereditário ou causado por mutações genéticas, que acontecem ao longo da formação da criança na gravidez, não é possível prevenir o retinoblastoma.
Apesar de raro em adultos, a doença pode ser prevenida nesse grupo com a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, além do abandono de hábitos como tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas.
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É extremamente importante ficar atento (a) a qualquer sintoma adverso nos olhos da criança, especialmente nos primeiros 5 anos de vida. O retinoblastoma pode ser facilmente identificado em fotos com flash, portanto, caso tenha notado alguma mancha branca nos olhos da criança nas fotografias, procure imediatamente um (a) médico (a).
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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