A leucemia é um câncer maligno que começa na medula óssea, onde as células sanguíneas são produzidas. Os leucócitos (glóbulos brancos) são as células acometidas, o que faz com que se reproduzam descontroladamente, gerando sintomas e sinais da doença.
A leucemia se divide em duas categorias: mielóide e linfóide. A primeira citada é derivada da célula-tronco mielóide e pode ser o granulócito, basófilo, monócito, eosinófilo ou eritrócito. Já no caso da linfóide, o linfócito é a célula doente.
Existe, ainda, uma classificação de acordo com a velocidade de divisão dessas células. Quando a divisão é rápida, é conhecida como leucemia aguda; já quando a divisão é lenta, é conhecida como leucemia crônica. A leucemia crônica se desenvolve lentamente e as células envolvidas são parecidas com a célula normal, permitindo que os pacientes, mesmo doentes, consigam manter algumas funções normais no organismo. A leucemia aguda, por sua vez, possui a progressão rápida e afeta as células jovens que ainda não foram completamente formadas (blastos), comprometendo suas funções e a capacidade de defesa do organismo.
O INCA, Instituto Nacional do Câncer, garantiu que 10.070 pessoas serão afetadas em 2016, sendo 4.530 mulheres e 5.540 homens.
São existentes 4 tipos de classificação para a leucemia, além de 4 subtipos:
Esse tipo de leucemia pode ocorrer em qualquer pessoa, mas as que mais sofrem são as que possuem mais de 65 anos. Ainda não foi descoberto o motivo do surgimento dessa doença.
A principal característica é a produção de blastos que células imaturas, glóbulos brancos que são responsáveis por combater infecções. Essas células são produzidas de forma involuntária e a sua função de combater as infecções, vírus e bactérias se tornam nulas.
Quando há uma grande quantidade de blastos na medula óssea, as formações dos outros componentes do sangue são bloqueadas (plaquetas e glóbulos vermelhos). Pela característica da leucemia aguda possuir rápido desenvolvimento, é importante que o tratamento seja feito no início.
A leucemia mieloide crônica é um tipo de câncer não hereditário que ocorre na medula óssea e, principalmente, em pacientes com a média de idade de 50 anos. O motivo da doença acontecer ainda não é conhecido, mas é sabido que a doença é adquirida ao longo da vida.
Esse tipo de leucemia se difere dos outros por conta de uma anormalidade genética que ocorre nos glóbulos brancos, conhecida como cromossomo Ph+. Os humanos possuem 22 pares de cromossomos somados aos 2 cromossomos sexuais, totalizando 46 cromossomos, e, quando a doença surge, ocorre uma translocação em dois cromossomos (fusão de uma parte de um cromossomo em outro). Os pares de cromossomos em que isso ocorre são 9 e 22, caracterizando a doença.
Acredita-se que 7 a cada 10 pacientes conseguem se livrar da doença completamente.
Esse tipo de câncer é o mais comum entre as crianças. A doença não é hereditária, mas também ainda não é conhecida a sua causa. Sabe-se que 9 entre 10 crianças conseguem a cura da leucemia linfoide aguda.
A doença ocorre quando as células-tronco responsáveis pela origem dos componentes do sangue sofrem alterações. Esses componentes do sangue são os responsáveis por combater infecções, impedir hemorragias e também fazer a oxigenação do organismo.
As células param de funcionar e se reproduzem de forma muito rápida, pelo fato da doença ser aguda. Esse tipo de leucemia afeta as células que ainda estão sendo formadas, comprometendo as células sanguíneas. A evolução da doença é rápida, por isso é muito importante que o diagnóstico seja dado rapidamente.
Apesar de a doença ser encontrada na maioria das vezes em crianças, os adultos também podem sofrer com esse tipo de leucemia. Nesses casos, metade dos pacientes conseguem se curar do problema.
Esse tipo de leucemia costuma afetar pessoas com mais de 50 anos e não há registro de crianças com leucemia linfoide crônica. A doença não é hereditária, mas sim adquirida durante a vida.
Esse é um tipo de leucemia diferente, já que alguns casos não necessitam de tratamento. O problema surge quando os glóbulos brancos se desenvolvem de forma desenfreada e suas funções se perdem. Além disso, a doença é caracterizada como crônica por conta de uma alteração que provoca o crescimento de linfócitos B maduros mas a produção de células normais pode não ser afetada. Ao mesmo tempo em que ocorre uma produção de células com problemas, o processo de fabricação e a maturidade de células "boas" também cresce.
Afeta linfócitos T ou NK (Natural Killer). É rara, pouco agressiva e indolor.
É um linfoma dos linfócitos NK (raro), que pode ser induzido pelo vírus Esptein-Barr. Mais comum em adolescentes e adultos jovens, causa um declínio muito rápido, exigindo rápido início da quimioterapia.
É causada pelo vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV), um retrovírus semelhante ao HIV, que também afeta os linfócitos T CD4+, mas imortaliza a célula para que produza mais HTLV.
Um subtipo de leucemia linfocítica crônica, com linfócitos que parecem ter pelos quando observados ao microscópio. Cerca de 80% das pessoas afetadas são adultos do sexo masculino, e não foram notificados casos em crianças.
Todos os tipos de leucemia citados acima ocorrem por conta de uma alteração genética que não é hereditária e sim adquirida durante a vida. As células sofrem uma alteração genética fazendo com que ocorra uma divisão celular que desativam os genes supressores do tumor. Acontece também a multiplicação desenfreada de uma mesma célula levando ao surgimento do câncer.
A causa exata das leucemias ainda é desconhecida, mas sabe-se que existem alguns fatores que facilitam o surgimento do câncer. Eles são:
É preciso deixar claro que, por mais que haja algum fator de risco, não é certo que o paciente terá a doença.
Hemorragias, infecções e anemias são sintomas comuns da leucemia, por conta do prejuízo causado pela produção de plaquetas, glóbulos brancos e glóbulos vermelhos, respectivamente.
A proliferação das células faz com que a medula óssea seja ocupada, não deixando que as células normais se reproduzam, o que pode causar sintomas diferentes:
Podem aparecer pela diminuição da produção dos eritrócitos pela medula óssea.
Podem surgir pela diminuição de plaquetas, células muito importantes para a coagulação do sangue, porque evitam o sangramento.
Sintomas podem aparecer pela diminuição de leucócitos normais, principalmente os neutrófilos, que atuam na defesa do organismo contra infecções.
Além desses sintomas, dor nos ossos, aumento do baço, dor nas articulações, problemas nos órgãos e dor no esterno também podem surgir.
Sim, a doença possui cura. A maioria dos casos de cura envolve o transplante de medula óssea, mas ela pode ocorrer também através da quimioterapia e da radioterapia.
Os médicos especializados para dar o diagnóstico da leucemia são oncologistas ou, então, hematologistas.
Não existe forma de detectar a leucemia precocemente, portanto ficar atento aos sintomas e sinais é a melhor forma de descobrir a doença. Se houver na família crianças com doenças genéticas sinalizadas nos fatores de risco esse cuidado deve ser ainda mais intenso, pois os riscos são maiores. O mesmo é válido para pessoas que trabalham em indústrias químicas ou que já passaram por tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia.
Alguns exames podem ser feitos para que o diagnóstico da doença seja efetivado:
Esse tipo de exame é feito com uma amostra de sangue e, se houver alterações na contagem dos diferentes tipos de células e na aparência, o médico pode suspeitar de leucemia. Apesar do exame de sangue indicar, somente uma amostra das células da medula pode confirmar o diagnóstico da leucemia.
Esse exame é feito através da aspiração de uma parte da medula óssea. Após a anestesia, uma agulha fina é introduzida no interior do osso e uma porção da medula é aspirada. Logo depois é feita a biópsia, retirando pequenas amostras cilíndricas do osso e da medula. Esses dois exames são feitos ao mesmo tempo, na maioria das vezes, geralmente é necessário fazer mais de uma vez esse procedimento a primeira para dar o diagnóstico e a segunda para ver a reação da doença após o tratamento.
Os exames de sangue são pedidos pelos médicos para que eles possam verificar a funcionalidade do fígado e dos rins e descobrir se esses órgãos foram afetados durante o tratamento. Além disso, o exame é recomendado para descobrir infecções por conta da fragilidade do sistema imunológico.
Uma agulha é inserida no interior da coluna vertebral, após a anestesia, e uma amostra do líquido cefalorraquidiano é retirado para descobrir se há células de leucemia presentes.
Para a realização deste exame, um gânglio pode ser removido. Além disso, a biópsia excisional pode ser feita com anestesia local, se o gânglio estiver próximo à pele, ou, então, com anestesia geral caso não esteja.
Ao realizar o exame de raio-x, o aumento do timo ou dos gânglios linfáticos do tórax pode ser detectado mais facilmente.
Esse tipo de exame é realizado para produzir uma imagem detalhada de uma parte do organismo. Imagens de raio-x são produzidas enquanto a máquina gira em torno do paciente. Um contraste pode ser injetado no paciente para que as estruturas do corpo sejam definidas mais facilmente. Para realizar esse exame, o paciente deve ficar imóvel sobre uma mesa por cerca de meia hora. O exame ajuda também a descobrir se o fígado e os rins foram afetados pela leucemia.
O ultra-som utiliza ondas sonoras para produzir uma imagem dos órgãos internos. Com o instrumento utilizado para realizar o exame, o eco (uma reflexão de som que chega ao ouvinte pouco tempo depois do som direto) é captado e convertido pelo computador em imagem.
A ressonância é feita para verificar se a doença atingiu o sistema nervoso e costuma demorar até uma hora. A ressonância usa ondas de rádio e as que são analisadas são absorvidas e depois liberadas em um padrão dado pelo tipo de tecido do corpo.
Uma pequena quantidade de um composto radioativo é injetada no paciente e essa substância se acumula em áreas dos ossos atingidas por metástases ou infecções.
Esse tipo de técnica é usado para analisar células da medula óssea, sangue e nódulos linfáticos, a fim de determinar o tipo de leucemia. As células são tratadas com anticorpos especiais e recebem um feixe de laser. Esses anticorpos se ligam somente a substâncias presentes em alguns tipos de células leucêmicas. Caso a amostra tenha essas células, os anticorpos se ligam a elas e o laser faz com que luzes se emitam, possibilitando com que sejam analisadas pelo computador.
A citometria é usada também para avaliar a quantidade de DNA nas células leucêmicas.
As células da amostra são espalhadas em uma lâmina e expostas a corantes que reagem somente com alguns tipos de células leucêmicas. Dessa forma, esse exame é muito útil para diferenciar os tipos de leucemia.
O estudo detecta alterações que ocorrem nos cromossomos (células normais contém 46 cromossomos). Em alguns tipos de leucemia, um cromossomo aparece ligado a outro, o que é chamado de translocação e que pode ser visto no microscópio. A identificação dessas translocações permite diagnosticar a leucemia mieloide aguda e a leucemia linfoide aguda.
Esse procedimento envolve o tratamento das células obtidas na biópsia com anticorpos especiais. Mas, em vez de usar laser e computador na análise, a amostra é feita com a mudança da coloração das células, o que permite descobrir as diferentes formas de leucemia.
A detecção de alterações cromossômicas e moleculares são feitas com métodos de polimerase em cadeia ou hibridização. Além de diagnosticar, o prognóstico pode ser realizado de acordo com a anomalia encontrada no exame.
Assim como a leucemia é separada em 4 tipos, a forma de tratamento também costuma variar de acordo com a causa da doença e suas variações. Geralmente, o tratamento da leucemia linfoide crônica não precisa ser feito imediatamente após o diagnóstico, diferente da leucemia aguda, que precisa de tratamento imediato com a quimioterapia e, até mesmo, o transplante de medula.
A principal forma de tratar a leucemia é com a quimioterapia. A forma como ela é feita depende de fatores específicos de cada paciente e será o médico quem avaliará a melhor forma de realizá-la. Esse tipo de tratamento usa produtos químicos para combater as células da leucemia. Dependendo do caso, somente um medicamento é usado, ou então, uma combinação de diversos deles pode ser utilizado para que o tratamento seja feito.
A radioterapia é utilizada, na maioria das vezes, por pacientes que sofrem da leucemia linfoide crônica, para que as massas linfonodais sejam diminuídas. Ainda, a radioterapia pode ser usada para preparar o paciente para o transplante de medula óssea. A radioterapia usa raios-X e outros feixes de alta intensidade para danificar células leucêmicas e inibir o crescimento.
Esse tipo de tratamento é feito com terapias que auxiliam o sistema imunológico a atacar e reconhecer células leucêmicas.
O procedimento é baseado na substituição da medula óssea afetada pelo câncer por uma saudável. Antes que ocorra o transplante, sessões de quimioterapia e radioterapia podem ser feitas para que a medula óssea doente seja destruída. A infusão de células tronco são indicadas para reconstruir a medula.
O médico deve analisar vários fatores até decidir qual a melhor forma de tratar a doença, mas, geralmente, o tratamento é feito para destruir as células causadoras da leucemia, para que a medula óssea volte a produzir células normais. Em alguns casos específicos da doença, o transplante de medula óssea é indicado.
O tratamento pode ser feito em algumas fases. A primeira consiste em atingir a remissão completa, ou seja, a cura que pode ser obtida através da poliquimioterapia. Isso ocorre somente após meses de tratamento e quando exames não demonstram mais anormalidades antes presentes.
Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia, podendo durar menos de um ano nas leucemias mieloides e mais de dois anos nas linfoides. Nelas, outras três fases são conhecidas:
Tratamento intensivo com substâncias não utilizadas anteriormente.
Repetição de medicamentos usados na fase de indução da remissão.
Tratamento mais brando e contínuo que pode durar vários meses.
Em casos de poliquimioterapia pode ser necessário internamento do paciente por conta de infecções que podem ocorrer por causa da queda de glóbulos brancos que acontecem durante o tratamento.
É muito importante deixar claro que a automedicação não deve nunca ser feita. Caso seja feita, os sintomas podem piorar e complicações surgirem. Não interrompa o uso do medicamento sem orientação médica.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.No primeiro momento, o diagnóstico da leucemia pode se tornar um terror para os familiares e para o paciente, mas com o passar do tempo as pessoas aprendem a lidar com o problema.
É indicado estudar sobre a doença que tem para conseguir debater com o médico sobre o tratamento, sintomas, diagnóstico e também para que ele possa sanar suas dúvidas.
Manter os familiares e amigos por perto é fundamental para que a doença seja encarada de forma mais leve. As relações estreitas faz com que o suporte seja maior e o apoio emocional nessa hora é fundamental.
Frequentar grupos de apoio pode ser reconfortante para o paciente, dividir suas dúvidas, angústias e medos com pessoas que passam pela mesma situação. Isso pode trazer grande alívio aos pacientes.
Para evitar enjoos, náuseas e vômitos é essencial que o paciente mantenha uma dieta equilibrada e evite a desidratação. Alimentar-se várias vezes ao dia em pequenas porções pode ser uma boa opção para evitar o problema.
Problemas como falta de sono, cansaço e dores podem ser tratadas com adequação no horário de deitar e levantar. Criar uma rotina é importante para que o cansaço seja controlado e para que o sono seja estabilizado.
Hoje em dia, leucemia não é uma sentença de morte, pois é possível conviver com o problema. Graças ao avanço da tecnologia e da ciência, a cura pode ocorrer nos 4 tipos de leucemia.
A única forma de prevenir a doença é evitar os fatores de risco que aumentam a possibilidade da doença surgir. Mas, como já citado, os fatores de risco não garantem a doença, apenas aumentam as chances da doença surgir.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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